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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A História da Imigração Italiana no Paraná



A colonização do Paraná teve início em 1816 com a chegada dos colonos açorianos a Rio Negro, marcando um começo gradual na formação de núcleos coloniais. Até 1853, apenas três colônias haviam sido estabelecidas, acolhendo um total de 420 imigrantes. Até 1864, apenas mais duas colônias foram fundadas. Desde os primeiros momentos de sua autonomia política e administrativa, os líderes paranaenses buscaram uma política de imigração adaptada às suas necessidades. Ao contrário de outras regiões do Império, onde a imigração visava suprir a falta de mão de obra na agricultura de exportação, no Paraná, priorizava-se a agricultura de subsistência.
Este cenário, contudo, persistiu, e apenas com colonos trabalhadores e respeitosos habitando suas vastas e férteis terras, a abundância de alimentos e o excesso de produção reviveriam o comércio de exportação agrícola. Os governantes provinciais subsequentes buscaram implementar planos de colonização com base na criação de colônias agrícolas próximas a centros urbanos.
Entre as décadas de 1830 e 1860, imigrantes alemães estabeleceram-se nos arredores de Curitiba, especialmente nas partes norte, noroeste e nordeste da cidade, contribuindo para um notável crescimento demográfico. Observando o sucesso da colonização nas áreas circundantes, novos projetos foram concebidos para intensificar a colonização do planalto de Curitiba, do litoral e de outras regiões do Paraná. A partir de 1870, esse programa foi intensificado, especialmente durante a administração de Lamenha Lins, seguindo a tendência nacional de reativar a imigração.
A década de 1870 marcou o início da imigração italiana no Paraná. Os governos provinciais geralmente delegavam a colonização a empresas privadas, que traziam imigrantes por meio de concessões de terras acessíveis. Em 1871, um contrato entre o Governo da Província do Paraná e o empresário italiano Savino Tripoti planejou o estabelecimento de imigrantes italianos no litoral.
O primeiro grupo de colonos chegou ao porto de Paranaguá em fevereiro de 1875, estabelecendo-se em Alexandra, mas a colonização enfrentou dificuldades devido às condições climáticas e deficiências administrativas. Para acomodar os colonos, o Governo Provincial criou a Colônia Nova Itália em 1877, com sede em Morretes, qual também teve vida breve devido a má administração do empreendimento e desentendimentos do empresário com o governo da província.
As experiências negativas em Alexandra e Nova Itália desestimulou a colonização no litoral, levando muitos imigrantes a se mudarem para o planalto. Nos anos seguintes, mais italianos se estabeleceram no Paraná, especialmente em Curitiba. A maioria era originária das regiões do Vêneto e do Trentino. Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma retomada do processo migratório, com italianos contribuindo para o desenvolvimento industrial da região.



segunda-feira, 31 de julho de 2023

Da Itália ao Paraná no Vapor Colombo: A Jornada Épica dos Pioneiros Italianos Rumo a um Novo Mundo

 



Emigrantes Italianos Com Destino ao Paraná

Vapor Colombo

Saída Porto de Gênova

Desembarque Porto de Paranaguá  

12 de fevereiro de 1878

 

 

NOME
IDADE
LUGAR DE 
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
TUALDO Gio.Batta 
TUALDO Luigia 
TUALDO Maria 
TUALDO Emanuele 
TUALDO Giuseppe 
TUALDO Tarquino 
TUALDO Silvio
45 
42 
14 
10 


3
VICENZA 





"
Italia 





"
Agricultor 





"
Catholico 





"
ROARO Giovanne 
ROARO Regina 
ROARO Giulio 
ROARO Antonio
38 
36 

3



"
"
"
"
FOGLIATO Francesco 
FOGLIATO Maria 
FOGLIATO Giacomo 
FOGLIATO Cecilia 
FOGLIATO Francesco
35 
33 


2




"
"
"
"
TREVISAN Giuseppe 
TERVISAN Francesca 
TREVISAN Giovanna 
TREVISAN Lucia 
TREVISAN Angela 
TREVISAN Francesco 
TREVISAN Francesco 
TREVISAN Domenico 
TREVISAN Caterina
38 
36 
15 
10 




1








"
"
"
"
PIROTTO Francesco 
PIROTTO Elisabetta 
PIROTTO Giustina 
PIROTTO Francesco 
PIROTTO Costanza 
PIROTTO Maria 
PIROTTO Pietro
35 
30 
10 



1






"
"
"
"
CHEMELO Antonio 
CHEMELO Domenica
30 
30

"
"
"
"
BAGIN Giovanni 
BAGIN Filomena 
BAGIN Maria 
BAGIN Maddalena 
BAGIN Giovanni
42 
10 
15 
11 
4




"
"
"
"
GUERRA Antonio 
GUERRA Maria 
GUERRA Francesca 
GUERRA Gio.Batta 
GUERRA Maria
44 
40 
16 
13 
3




"
"
"
"
BARBIERO Giuseppe 
BARBIERO Bortolo 
BARBIERO Maria
79 
52 
52


"
"
"
"
POTTOLLON(?) Antonio 
POTTOLLON Caterina 
POTTOLLON Giovanni
32 
30 
4


"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE 
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
NODARI Sebastianno 
NODARI Angela 
NODARI Luigia 
NODARI Lucia 
NODARI Domenico 
NODARI Romano 
NODARI Maria 
NODARI Emilio
41 
40 
10 




2
VICENZA 






"
Italia 






"
Agricultor 






"
Catholico 






"
LORENZONI Caterina 
LORENZONI Antonio 
LORENZONI Maria 
LORENZONI Giulio 
LORENZONI Andrea 
LORENZONI Gaetano
60 
24 
41(?) 
14 

1





"
"
"
"
MASCHIO Gio Maria(?) 
MARCHIO Angela
27 
22

"
"
"
"
DALLA COSTA Domenico 
DALLA COSTA Maria 
DALLA COSTA Eva 
DALLA COSTA Maria 
DALLA COSTA Costanza 
DALLA COSTA Speranza 
DALLA COSTA Guglielmo
46 
40 
14 
12 
10 

6






"
"
"
"
FINALTI Michele 
FINALTI Angelo 
FINALTI Giovanna
62 
27 
25


"
"
"
"
FORNER Giacomo 
FORNER Maria 
FORNER Antonia 
FORNER Antonio 
FORNER Maria 
FORNER Guglielmo 
FORNER Giordano
41 

39 
14 
10 

0.7






"
"
"
"
GAZZOLA Agostino 
GAZZOLA Lucia 
GAZZOLA Fortunato 
GAZZOLA Alessandro
35 
30 
32 
3



"
"
"
"
MENEGHETTI Valentino 
MENEGHETTI Caterina 
MENEGHETTI Giuseppina
33 
30 
1


"
"
"
"
BIZZOTTO Francesco  
BIZZOTTO Angela 
BIZZOTTO Antonio 
BIZZOTTO Matteo 
BIZZOTTO Giovanni 
BIZZOTTO Orsola 
BIZZOTTO Regina
41 
35 
13 
11 


3






"
"
"
"
BASCAN Valentino 
BASCAN Maria 
BASCAN Amedeo 
BASCAN Sante
32 
26 

3



"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE 
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
CECCON Gaetano 
CECCON Cecilia 
CECCON Maria 
CECCON Angelo 
CECCON Margheritta
34 
34 
11 

1
VICENZA 



"
Italia 



"
Agricultor 



"
Catholico 



"
DALLAPOZZA Maria 
DALLAPOZZA Antonio 
DALLAPOZZA Rosa 
DALLAPOZZA Giuditta 
DALLAPOZZA Massimiliano 
DALLAPOZZA Maria
60 
40 
35 


3
"
"
"
"
GHENO Giovanna 
GHENO Maria Angela 
GHENO Bartolomeu 
59 
13 

-
"
"
"
"
PAOLETTO Bortolo 
PAOLETTO Maria 
PAOLETTO Giuseppe 
PAOLETTO Anna 
PAOLETTO Carlo
57 
37 


0.8
"
"
"
"
RIGHI Giovanni 
RIGHI Teresa 
RIGHI Giovanni 
RIGHI Francesco 
RIGHI Emilia
28 
25 


0.5
"
"
"
"
BRAGAGNOLO Pietro 
BRAGAGNOLO Angela 
BRAGAGNOLO Ciriaco 
BRAGAGNOLO Matteo
51 
54 
15 
12
"
"
"
"
MENEGAZ Abramo 
MENEGAZ Pasqua 
MENEGAZ Domenico 
MENEGAZ Pietro 
MENEGAZ Maria 
MENEGAZ Anna
55 
43 
14 


3
"
"
"
"
CARLESSO Bernardo 
CARLESSO Angela 
CARLESSO Giovanni 
CARLESSO Francesco
49 
46 
15 
11
"
"
"
"
TOTONE(?) Andrea 
TOTONE Pasqua 
TOTONE Sebastiano 
TOTONE Lucia 
TOTONE Maria
37 
28 


2
"
"
"
"
GRIGOLETTO Giuseppe 
GRIGOLETTO Maria 
GRIGOLETTO Maria 
GRIGOLETTO Rosa 
GRIGOLETTO Giovanni
33 
33 


1
"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE 
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
TRITOLATI Vincenzo 
TRITOLATI Angela 
TRITOLATI Gaetano 
TRITOLATI Giovani 
TRITOLATI Anacleto
32 
27 


1
VICENZA 



"
Italia 



"
Agricultor 



"
Catholico 
 " 


"
MORO Bortolo 
MORO Luigia 
MORO Maria 
MORO Pietro 
MORO Domenica
44 
44 
16 
14 
12
"
"
"
"
BOLZON Pietro 
BOLZON Luigi 
BOLZON Rosa 
BOLZON Giacomo 
BOLZON Adora

26 
23 
22 
0.5
"
"
"
"
STRADIOTTO Antonio 
STRADIOTTO Antonia 
STRADIOTTO Valentino 
STRADIOTTO  Cristina
31 
33 

3
TREVISO 


"
"
"
"
MILANI Antonio 
MILANI Rosa 
MILANI Maria 
MILANI Valentino 
MILANI Caterina 
MILANI Giovanni
40 
34 
16 


1
"
"
"
"
FILIPPIN Giovanni 
FILIPPIN Antonia
22 
21
"
"
"
"
GUIDOLIN Angelo 
GUIDOLIN Angela 
GUIDOLIN Luigi 
GUIDOLIN Giuseppe
59 
57 
19 
16
"
"
"
"
PASINATO Amedeo 
PASINATO Patrizio 
PASINATO Luigia 
PASINATO Pietro 
PASINATO Giuseppe 
PASINATO Angelo 
PASINATO Matteo 
PASINATO Angelo 
PASINATO Gio...
70 
46 
40 
18 
13 
11 


0.18
"
"
"
"
PIEROBOM Antonio 
PIEROBOM Teresa 
PIEROBOM Marco
33 
27 
26
"
"
"
"
CECCHIN Francesco 
CECCHIN Veronica 
CECCHIN Celeste 
CECCHIN Maria 
CECCHIN Gio.Batta 
CECCHIN Vittorio 
CECCHIN Maria
52 
47 
29 
26 
18 
14 
12
"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE  
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
SOUZA Celeste 
SOUZA Domenica 
SOUZA Angelo 
SOUZA Maria 
SOUZA Amedeo 
SOUZA Giovanni 
SOUZA Giuseppe 
SOUZA Angela
37 
37 
14 
12 
10 


2
TREVISO 





"
"
Italia


"



"
Agricultor 






"
Catholico 






"
GAZZOLA Antonio 
GAZZOLA Pietro
65 
30
"
"
"
"
TONIOLO Eugenio 
TONIOLO Maria 
TONIOLO Maria
30 
27 
2
"
"
"
"
STANGHERLIN Sante 
STANGHERLIN Maria 
STANGHERLIN Cesare 
STANGHERLIN Eugenio 
STANGHERLIN Pasquale 
STANGHERLIN Regina 
STANGHERLIN Teresa
63 
53 
27 
23 
16 
13 
11
"
"
"
"
FUGANTI Felice 
FUGANTI Bortolomea 
FUGANTI Lucia 
FUGANTI Virginia 
FUGANTI Rosa 
FUGANTI Cesare 
FUGANTI Pietro 
FUGANTI Caterina 
FUGANTI Romedio
49 
38 
18 
17 
16 
10 


5
TRENTO 







"
"
"
"
TOMAS Gio.Batta 
TOMAS Margherita 
TOMAS Corona 
TOMAS Margherita 
TOMAS Giacomo
36 
28 
10 

2
"
"
"
"
TONIETTI Fortunata 
TONIETTI Maria 
TONIETTI Barbera 
TONIETTI Pietro 
TONIETTI Giorgio 
TONIETTI Giovanni
42 
15 
11 


1
"
"
"
"
PERMIAN Caterina 
PERMIAN Giuseppe 
PERMIAN Carolina 
PERMIAN Maria 
PERMIAN Luigia 
PERMIAN Luigi 
PERMIAN Alessandro 
PERMIAN Gaetano 
PERMIAN Rosa 
PERMIAN Giuseppe
70 
33 
38 
20 
19 
18 
16 
14 
11 
2
VERONA 









"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE 
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
VIERO Giovanni 
VIERO Caterina 
VIERO Andrea 
VIERO Giovanna 
VIERO Antonio 
VIERO Santo
43 
40 



1
VICENZA 




"
Italia 




"
Agricultor 




"
Catholico 




"
TOLFO Eurosia 
TOLFO Giovanni 
TOLFO Margherita 
TOLFO Pietro 
TOLFO Drusilla 
TOLFO Fioravante
61 
28 
26 


2
"
"
"
"
RINCO Margherita 
RINCO Luigi 
RINCO Isotta 
RINCO Gio.Batta 
RINCO Giuseppe
70 
35 
36 
11 
2
"
"
"
"
RECCHIA Luigi 
RECCHIA Maria 
RECCHIA Antonio 
RECCHIA Massimiliano 
RECCHIA Benvenuto
32 
25 


1
"
"
"
"
FACCIN Benedetto 
FACCIN Pasqua 
FACCIN Rodolfo 
FACCIN Romano 
FACCIN Guglielma 
FACCHIN Agostino
48 
44 
15 
22 

5
"
"
"
"
MELATTO Michele 
MELATTO Domenica 
MELATTO Clorinda 
MELATTO Paola
27 
25 

2
"
"
"
"
DAL SANTO Bortolo 
DAL SANTO Filomena 
DAL SANTO Maria 
DAL SANTO Natale 
DAL SANTO Rosa
37 
32 
10 

3
"
"
"
"
NOGARA Angelo 
NOGARA Teresa 
NOGARA Lucia 
NOGARA Alessandro 
NOGARA Gio.Batta 
NOGARA Maria
49 
39 
15 
11 

6
"
"
"
"
BROCCARDO Francesco 
BROCCARDO Elena 
BROCCARDO Silvio 
BROCCARDO Aliuto
32 
30 

2
"
"
"
"
RUGGINE Antonio 
RUGGINE Maria 
RUGGINE Attilio
37 
31 
3
"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE 
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
NOGARA Giuseppe 
NOGARADomenica 
NOGARA Teresa 
NOGARA Elisabetta 
NOGARA Rosa
39 
30 
10 

3
VICENZA 



"
Italia



"
Agricultor 



"
Catholico 



"
LOVATO Isidoro 
LOVATO Cristina 
LOVATO Giseppe 
LOVATO Gio.Batta
50 
46 
13 
7
"
"
"
"
GOBBO Mario 
GOBBO Maria 
GOBBO Amalia 
GOBBO Massimiliano 
GOBBO Giuseppe 
GOBBO Petronilla
49 
35 
10 


2
"
"
"
"
COSTA Isidoro 
COSTA Caterina 
COSTA Angela 
COSTA Domenico 
COSTA Rosa
31 
30 


0.7
"
"
"
"
CARLOTTO Antonio 
CARLOTTO Maria 
CARLOTTO Domenico 
CARLOTTO Rosa 
CARLOTTO Andrea 
CARLOTTO Antonio
62 
54 
23 
21 
18 
0.8
"
"
"
"
PELIZZARO Giovanni 
PELIZZARO Giuditta 
PELIZZARORiccardo 
PELIZZARO Rosa
35 
35 

2
"
"
"
"
BISOGNIN Francesco 
BISOGNIN Brigida 
BISOGNIN Isidoro 
BISOGNIN Alessandro 
BISOGNIN Santa 
BISOGNIN Rosa
46 
27 



0.8
"
"
"
"
CREAZZO Luicia 
CREAZZO Luigi 
CREAZZO Angela 
CREAZZO Elena
70 
40 
33 
25
"
"
"
"
GIARETTA Angelo 
GIARETTA Pasqua 
GIARETTA Michele 
GIARETTA Maria 
GIARETTA Antonio
50 
50 
29 
29
"
"
"
"
LORENZON Giovanni 
LORENZON Caterina 
LORENZON Francesco 
LORENZON Pia 
LORENZON Paola
39 
37 


2
"
"
"
"
NOME
IDADE
LOCAL DE  
NASCIMENTO
NAÇÃO
PROFISSÃO
RELIGIÃO
GUERRA Giovanni 
GUERRA Francesco 
GUERRA Orsola 
GUERRA Gio.Batta 
GUERRA Genovieffa
53 
39 
37 
14 
2
VICENZA 



"
Italia 



"
Agricultor 



"
Catholico 



"
LORENZON Francesco 
LORENZON Giovanna 
LORENZON Maria 
LORENZON Giovannina 
LORENZON Giovanni 
LORENZON Pietro
40 
37 



2
"
"
"
"


sábado, 20 de maio de 2023

Desbravando o Passado: A História da Colonização da Província do Paraná

 



A colonização da Província do Paraná

Ela iniciou-se em 1816 com a chegada de imigrantes açorianos para Rio Negro e ficou um pouco estagnada até 1853 quando as colônias já em operação eram apenas três e o número de imigrantes somente 420 pessoas. Desta data até 1864 apenas mais dois núcleos foram organizados e com pequeno número de imigrantes. Com a emancipação político administrativa de São Paulo, os governantes da nova Província desde o início perceberam a necessidade de desenvolver uma política imigratória própria, que suprisse as suas necessidades e guardasse às condições especiais do seu território. A meta a ser alcançada era criar uma agricultura de abastecimento tendo em vista o rápido crescimento esperado. Assim, procuraram desenvolver planos de colonização com a criação de núcleos agrícolas nos arredores dos centros urbanos. Entre as décadas de 1830 e 1860, os colonos alemães que estavam em Rio Negro e depois aqueles da colônia Dona Francisca, vieram se estabelecer em pequenas chácaras ao redor de Curitiba, a capital da província do Paraná. Com isso a população da cidade cresceu, assim como a produção dos alimentos básicos necessários para sustentar esse crescimento. Tendo em vista o êxito alcançado com essa experiência, novos projetos foram concebidos para a criação de outras colônias de imigrantes com a intenção de colonizar intensamente o planalto curitibano, o litoral e outras regiões da província. Assim, regularmente foram sendo criadas diversos núcleos coloniais, denominados de colônias: Assunguy, em 1871, em Cerro Azul, com colonos franceses, ingleses e italianos; colônia Argelina, em 1870, nos arredores de Curitiba, com colonos das mesmas três etnias; a colônia Pilarzinho, em 1870, também em Curitiba, com colonos alemães, poloneses e italianos; a colônia D. Pedro, em 1876, em Curitiba, com colonos poloneses, franceses e italianos; a colônia D. Augusto em 1876, em Curitiba, com colonos poloneses prussianos e italianos; a colônia Santa Maria do Novo Tirol, em 1878, em Piraquara, com colonos italianos trentinos, os tiroleses; a colônia Antônio Rebouças, em 1878, em Campo Largo, com colonos italianos; colônia Senador Dantas também em 1878, em Curitiba com colonos provenientes de Vicenza; colônia Alfredo Chaves, em 1878, em Colombo, com imigrantes italianos vicentinos e tiroleses; colônia Muricy, em 1878 em Curitiba, com colonos italianos e poloneses; colônia Inspetor Carvalho, em 1878, em São José dos Pinhais, Curitiba, com imigrantes italianos; colônia Virmond, em 1878, na Lapa, com colonos italianos, alemães russos; colônia Maria Luiza, 1879, em Paranaguá, com colonos italianos; colônia Santa Felicidade, em 1880, em Curitiba com italianos provenientes da região do Vêneto; colônia Mendes de Sá, em 1885, em Campo Largo, com colonos italianos; colônia Antonio Prado em 1886, em Colombo, com colonos italianos; colônia Santa Gabriela, 1886, em Almirante Tamandaré, com colonos italianos; colônia Santa Cristina, em 1879 em Campo Largo com colonos italianos; colônia Alice em 1886, em Campo Largo com colonos italianos; colônia Barão de Taunay, em 1886, em Araucária com colonos italianos; colônia Presidente Faria em 1886, em Colombo com imigrantes italianos; colônia Maria José, em 1887, em Quatro Barras com colonos italianos; colônia Visconde de Nacar em 1888, em Paranaguá, com imigrantes italianos; colônia Santa Cruz, em 1888, em Paranaguá, com colonos italianos; colônia Santa Rita, em 1888, em Paranaguá, com colonos italianos; colônia Eufrásio Correia em 1888, em Bocaiuva do Sul com colonos italianos; colônia Campo Largo da Roseira, em 1888, em São José dos Pinhais com colonos italianos; colônia Balbino Cunha, em 1889 em Campo Largo, com colonos provenientes da região do Vêneto; colônia Dona Maria, em 1889 em Campo Largo, com imigrantes italianos; colônia Ferraria em 1890 em Campo Largo, com colonos italianos; colônia Inglesa em 1889, em Foz do Iguaçu com colonos italianos, ingleses e alemães; colônia Santa Helena, em 1889 em Foz do Iguaçu, com colonos provenientes de Veneza; colônia Contenda, em 1890, em Contenda, com colonos italianos; colônia Acccioly, em 1891, em Curitiba, com colonos italianos; colônia Cecília, 1891 em Palmeira, com imigrantes italianos; colônia Bela Vista, em 1896 em Curitiba, com colonos de origem vêneta; colônia Afonso Pena, em 1908 em São José dos Pinhais com colonos italianos; colônia Pinho de Baixo, em 1908, em Irati, com colonos italianos; colônia Uvaranas, 1924 em Ponta Grossa, com colonos italianos. Pensando em criar um centro de produção agrícola, não distante do porto de Paranaguá, com a intenção futura de exportar as safras para outros centros do império e mesmo para o exterior foi dado seguimento à implantação da Colônia Alessandra, precursora no Paraná desse modelo iniciado na capital, só que em uma escala maior. Nessa época ainda não estava pronta a estrada de ferro até o litoral e nem a estrada da Graciosa estava totalmente traçada, era somente pouco mais de uma picada, usada pelos tropeiros, que levavam e traziam produtos do porto de Paranaguá para Curitiba, aventureiros e viajantes comerciais. A tentativa foi feita com a assinatura de um contrato entre o governo imperial brasileiro e Savino Tripoti, um empresário italiano de Abruzzo, especializado em organizar assentamentos de colonos com a ajuda do seu irmão Pietro, em terras de sua propriedade em Alessandra, mais tarde chamada de Alexandra, município de Paranaguá, no litoral do Paraná. A colônia foi finalmente inaugurada em 1870 com colonos italianos, mas, por diversos motivos, entre os quais uma alegada má administração por parte do empresário, teve vida curta com a maioria dos imigrantes ali assentados exigindo para ser removidos daquele local. Assim, as pressas foi criada em 1877 a colônia Nova Itália, em Morretes, com colonos italianos, não muito distante da primeira, mas, com as mesmas imperfeições da primeira: local inadequado, muito quente e abafado, presença de animais peçonhentos e abundante presença de molestos insetos - moscas e mosquitos - que causavam diversas doenças graves nos moradores, assistência médica quase inexistente, quando era disponível o preço cobrado pelos atendimentos nas cidades vizinhas eram muito altos para os colonos, falta de estradas, falta de material para construção das casas, falta de sementes para o plantio, falta de e agasalhos e alimentação adequada. Com todo esse quadro era certo que esta nova colônia teria o mesmo fim da sua predecessora. As colônias Dantas e Santa Felicidade, ambos bairros da atual Curitiba, foram criadas para receber os imigrantes italianos removidos do litoral - colônias Alessandra e Nova Itália - mas não foram formadas através da compra dos lotes pelo governo, mas através da compra particular pelas famílias imigrantes.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS







quarta-feira, 28 de março de 2018

Curitiba destino final para a Maioria dos Imigrantes Vênetos no Paraná

Inauguração da Igreja São José da Colônia Santa Felicidade no ano de 1891


Com a falência dos projetos coloniais localizados no litoral paranaense, a capital Curitiba atraiu a grande maioria dos imigrantes que vieram se instalar nas novas colônias formadas ao redor da cidade.
Diversos foram os fatores que impediram o progresso daquelas colônias litorâneas, sendo que os principais foram:

1.  desorganização administrativa nas colônias;
2.  assentamentos em locais inadequados, com terrenos arenosos localizados em zonas propensas a enchentes;
3.  calor úmido, típico da região, que muito dificultava à adaptação dos colonos a nova terra;
4.  moradias precárias condições e falta de higiene nos barracões;
5.  locais na maioria úmidos, infestados por muitos tipos  insetos e parasitas desconhecidos dos imigrantes que provocavam doenças e desconfortos, tais como mosquitos e bicho-de-pé que causavam grandes sofrimentos aqueles pioneiros;
6.  insistência no plantio de culturas tradicionais europeias não recomendadas para a região;
7.  finalmente, e a causa principal, a falta de um mercado consumidor próximo para escoar os produtos agrícolas colhidos.

Assim, com o passar do tempo, aprendendo com os tropeiros que desciam com as tropas de mulas com destino a Morretes e ao Porto de Paranaguá, ficaram sabendo da existência de uma vila com terras melhores situadas ao redor de onde é hoje a capital do Estado. Assim, em ritmo cada vez maior, o êxodo foi aumentando em direção às terras férteis do planalto paranaense local onde o clima também era muito mais parecido com aquele que deixaram no Vêneto. A subida da Serra do Mar foi pela realizada pela Estrada da Graciosa, a pé e em carroças, e que durava alguns dias.
Ao que se sabe o governo da província não dificultou este grande deslocamento de imigrantes para a capital da Província do Paraná, tendo pelo contrário na maioria dos casos os ajudado com transporte em carroças.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS