segunda-feira, 11 de junho de 2018

Desastre do Vajont



Vajont é uma torrente de montanha que escorre no vale de Erto e Casso para desaguar no rio Piave, frente as cidades de Longarone e Castellavazzo, ambas na província de Belluno, na Região do Vêneto.
Entre as duas margens montanhosas foi construída uma grande represa, posicionada em local muito alto em relação ao rio e essas duas cidades. 



Às 22,39h, do dia 9 de Outubro de 1963, um grande desmoronamento de um dos lados da montanha se precipitou nas águas represadas da grande bacia artificial, causando uma enorme onda que passou por cima da represa. Uma colossal massa de rochas, com mais de 270 milhões de metros cúbicos,  se precipitou no mesmo instante para o vale abaixo, acompanhado por um enorme ruído. Toda a costa do Toc, com quase três quilômetros, formada por bosques, plantações e casas se precipitou e afundou nas águas da represa, provocando uma grande tremor semelhante a um terremoto. Naquele mesmo instante, as águas do lago desapareceram, dando lugar a uma enorme nuvem branca, uma massa de água da altura de mais de 100 metros, arrastando para o vale abaixo, pedras de várias toneladas. 



Foram na realidade duas enormes ondas, cada qual com a sua particularidade, a primeira atingindo dezenas de povoados à margem o rio situado acima da barragem e a segunda se dirigiu direto para o vale, depois de superar o limite superior da barragem. No vale esta onda atingiu 70 metros de altura, produzindo um vento e uma nuvem que a acompanhavam. Os cálculos dizem que esta onda tinha 50 milhões de metros cúbicos, descendo pelo vale com uma enorme velocidade, se abatendo com extrema violência sobre a cidade de Longarone.  



Casas, igrejas, hotéis, monumentos, estátuas, ruas, praças, estradas, foram rapidamente submersos pela água em movimento, que os atingiu até os alicerces. Este volume de água se encontrou com a montanha, localizada do outro lado da cidade refluindo com um movimento inverso, não menos destrutivo do anterior causando a escavação no sentido contrário da corrente. 



Foi nessa hora que os habitantes, que já estavam dormindo, se deram conta do que estava ocorrendo. O número de vítimas fatais foi de 1910, homens, mulheres e crianças. Os prejuízos atingiram cifras estratosféricas. A zona atingida hoje já está totalmente reconstruída.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS