sábado, 3 de março de 2018

A Pelagra no Vêneto

 




A Pelagra no Vêneto

Esta é doença endêmica se fez notar inicialmente em algumas partes do Vêneto, ainda no final do século XVIII, para depois, rapidamente, se espalhar por quase todo o território. Em 1776, a autoridade responsável pela saúde da Sereníssima República de Veneza publicou um decreto em que dava conta dessa nova situação e alertava as autoridades, dizia: “Os efeitos perniciosos que poderão causar prejuizo a saúde dos mais pobres, especialmente aqueles habitantes da zona rural do Polesine, Padovano e Veronese, devido a alimentação com sorgo turco imaturo e de má qualidade, em grande parte, colhidos de terrenos alagados pelas enchentes e aluviões, fazem necessário uma maior vigilância e atenção desta autoridade para prevenir as ameaçadoras doenças que poderão surgir com tais hábitos”. Presume-se que as autoridades venezianas já estavam pensando nesta doença e nas implicações à saúde do povo, quando proibiram o comércio e a moagem de milho deteriorado. As primeiras investigações oficiais que se tem notícias aconteceram em 1805, quanto o Vêneto estava sob o domínio do governo austríaco, as quais exortavam os médicos a fazerem estudos e observações sobre o progresso da doença no departamento de Treviso. Na ocasião eles chegaram a conclusão que a causa da doença era devido a qualidade do alimento ingerido pelas popoluções mais pobres, o que não foi aceito por muitos estudiosos que afirmavam que a etiologia era de origem tóxica. As duas correntes de pensamentos, a carencialista e a toxicológica, dividiram o pensamento dos estudiosos da época até 1883 quando foi criado o primeiro pelagrosário italiano, na cidade de Mogliano Veneto. Em 1935 com o isolamento da chamada vitamina PP (pelagra preventing fator) uma substância que não é assimilável pelo organismo na ausência de niacina, triptofano e vitaminas B2 e B6, todos presentes nas carnes, ovos e leite, ficou finalmente demonstrado a etiologia da pelagra. A pelagra é uma doença causada pela falta de niacina (ácido nicotínico ou vitamina B ou vitamina PP) e ou de aminoácidos essenciais, como o triptofano. A pelagra é uma doença que se apresenta clinicamente com três fases: cutânea, intestinal e nervosa. Atualmente ela é conhecida pelo nome de doença dos 3 D, pelos seus três principais sintomas que começam com a letra D. São eles: na fase inicial Dermatite, com o aparecimento de manchas cor escura na pele, eritema, pele seca e áspera, seguido mais tarde pelo aparecimento de crostas. Na segunda fase aparecem as Diarréias, acompanhadas de sangramento intestinal e vômitos. Na terceira e irreverssível fase aparecem as alterações mentais com alterações da conduta e do comportamento, seguindo para a Demência. Atualmente ela é uma doença pouco comum e os casos de pelagra encontrados estão relacionados especialmente com o alcoolismo crônico.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Gli Schei - Sinônimo de Dinheiro


In tutto il Veneto, con il termine schei, vengono indicati, ormai da molti anni, i soldi in generali, fin dal tempo in cui il Lombardo-Veneto si trovava sotto la dominazione austrica. In quell´epoca erano in circolazione le lire italiane e la moneta austriaca, cui sostituirono lo “zechin” che era la moneta della Repubblica Veneta. Il centesimo della lira italiana si chiamava nel veneto di “centesimin” e quello austriaco, di valore um po’ inferiore, veniva chiamato “scheo”. Il termo ha avuto origine dal fatto che sui centesimi austriaci era coniata la dicitura “Scheidemünze”. Con la dificultà di pronunciare bene questa parola straniera i veneti soltanto leggevano l´inizio della dicitura, cioè “schei”, per indicare il plurale e “scheo” per il singolare. Il termine si è affermato nella lingua veneta per indicare denaro.


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Em todo o Vêneto, o termo “schei”, era usado há muitos anos, para denominar o dinheiro em geral, desde o tempo em que a Lombardia e Vêneto se encontravam sob a dominação austríaca. Naquela época estavam em circulação as liras italianas e a moeda austríaca, as quais substituíram o “zechin” que era a moeda da República de Veneza. O centésimo de lira se chamava “centesimin” e da moeda austríaca, que tinha um valor um pouco inferior, se chamava “scheo”. Este termo teve origem pelo fato que sobre os centésimos austríacos estava cunhada a inscrição “Scheidemünze”. Devido a dificuldade de pronunciarem bem esta palavra estrangeira, os vênetos somente liam o início da inscrição, isto é “schei”, usado para indicar o plural e “scheo” para o singular. O termo se firmou na língua veneta para indicar dinheiro em geral.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Não Esquecer do Arenque Defumado Atado em um Barbante - No scordare dell’aringa affumicata appesa nello spago


No scordare dell’aringa affumicata appesa nello spago

Tra i brevi ricordi del Veneto, rimasti fino oggi nella memoria degli emigranti che si conserva ancora con i suoi discendenti troviamo l´episodio dell´aringa affumicata appesa allo spago sopra la tavola nei pranzi. I più vecchi raccontanno l´episodio per confrontare la povertà endemica patitte dalle famiglie venete nel fin´Ottocento e inizio del Novecento con l´abbondanza e benessere attuale. È una forma d´avvertimento ai giovani d´oggi che non sano cosa sia la necessità. Ci raccontano che dovuto le brutte condizioni, la mancanza di proteine e cibi di qualità hanno propiziato una serie di malattie, tra cui la pelagra, che portavano via tanti persone. L´episodio dell´aringa: quando ci si sedeva a tavola si era sempre in tanti da sfamare e il cibo pochissimo. Allora, si appendeva un´aringa affumicata ad uno spago penzolante sopra il tavolo e ai commensali si serviva la polenta. A sua volta ognuno strofinava la propria fetta di polenta calda sull´aringa, in modo che la polenta cambiasse sapore. Altre versioni ci parlano del salame e anche delle ossa per il brodo che faceva strada tra i vicini, ogni giorno faceva il brodo di una famiglia.


Não esquecer do arenque defumado atado em um barbante

Entre as poucas recordações do Vêneto, permanecem até hoje na memória dos emigrantes e que se conserva entre os seus descendentes encontramos o episódio do arenque defumado atado em um barbante sobre a mesa nas refeições. Os mais velhos contam esse episódio para fazer a comparação da pobreza endêmica sofrida pelas famílias vênetas no final do século XIX e início do século XX com a abundância e bem-estar atual. É uma forma de advertimento aos jovens de hoje que não sabem que coisa seja a necessidade. Nos contavam que devido as péssimas condições, a falta de proteinas e alimentos de qualidade propiciaram uma séria de doenças, entre elas a pelagra, que ceifaram a vida de tantas pessoas. O episódio do arenque defumado: quando se sentavam à mesa estavam sempre em muitos para alimentar e a comida era pouquíssima. Então se amarrava um arenque defumado com um barbante e o pendurava por sobre a mesa enquanto se servia a polenta. Cada um a sua vez esfregava a sua fatia de polenta quente no arenque pendurado, de modo que a polenta mudasse de sabor. Outras vesões nos dizem do salame e também do osso para o caldo, que percorria toda a vizinhança, cada dia fazia o “brodo” de uma família.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

As Verdadeiras Causas da Emigração Vêneta - Livro de Deliso Villa

 

 
 

 

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS