quarta-feira, 19 de junho de 2019

Talian a Língua Vêneto Brasileira



Talian  a Língua Vêneto Brasileira

Língua de imigrantes italianos, muito falada atualmente no Brasil. Os falantes do talian se concentram na Região Sul, distribuindo-se em diferentes cidades de cada Estado, por exemplo: Caxias do sul, Farroupilha, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Veranópolis, Erechim, Carlos Barbosa - no Rio Grande do Sul; Joaçaba, Caçador, Chapecó, Concórdia – em Santa Catarina; Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão, Medianeira, Toledo - no Paraná). 

É pela relação com o movimento de imigração de italianos para o Brasil no fim do século XIX e início do XX que podemos compreender a emergência do talian como uma língua. Quando chegavam ao Brasil, os imigrantes eram conduzidos a fazendas ou a áreas ainda não habitadas nem cultivadas. Disso resultavam as colônias de imigrantes, vinculadas ao  processo de colonização dessas áreas. No caso da região sul, de modo geral, dividiam-se essas novas áreas em linhas e travessões e nelas se estabeleciam os imigrantes, aleatoriamente agrupados. Dos imigrantes italianos que se dirigiram ao Sul do país, em finais do século XIX,  95% eram provenientes do Vêneto e da Lombardia. 

Destes, 60% tinham língua e cultura vênetas, o que fez com que formas dessa língua predominassem nas situações de conversa entre eles, resultando no talian. 
Em sua configuração atual, o talian é um amálgama de formas e expressões vinculadas tanto às línguas dos imigrantes como à portuguesa. No entanto, é reconhecida como uma língua que conta com regras próprias, gramaticalmente definidas e com uma ortografia unificada. 

Nela se têm produzido textos em prosa e verso e em seu nome têm sido realizados encontros, como o “I Encontro dos Escritores em Talian”, Porto Alegre, 1989, e a “3a. Reunião de unificação da Grafia do Talian”, Caxias do Sul, 1994. 

Sobre o talian há ainda um dicionário - Dicionário Vèneto Sul-Rio-Grandense/Português – e uma gramática - TALIAN (Vêneto Brasileiro) Noções de Gramática, História e Cultura. O semanário Correio Riograndense mantém uma página dedicada ao talian e emissoras de rádio o divulgam em todo o interior da Região Sul. 



terça-feira, 18 de junho de 2019

Festa della Madonna della Salute a Venezia






Em Veneza todos os anos no dia 21 de Novembro se festeja o fim de uma grande epidemia de peste negra que assolou todo onorte da Europa entre os anos de 1629 e 1633.

Esta epidemia foi particularmente muito virulenta na cidade, provocando a morte de 12.000 pessoas, nos primeiros 17 meses da sua chegada. Levando-se em conta que Veneza na ocasião tinha uma população de 150.000 pessoas podemos avaliar a extensão dessa tragédia.
Muitos foram os mortos ilustres, entre eles o Doge Nicolò Contarini e o Patriarca de Veneza Giovanni Tiepolo.
Essa epidemia golpeou a cidade com tanta intensidade que o enterro de tantos mortos ao mesmo tempo casou sérios problemas para as autoridades. Os corpos eram depositados frente as casas à espera de transporte e em alguns momentos jogados diretamente no canal ou colocados em barcos.
Neste quadro de desespero o Doge prometeu em construir uma magnífica igreja dedicada a Nossa Senhora para que ela livrasse a cidade daquela terrível doença.
Assim tão logo Veneza se viu livre da peste foi dado início a construção da grande Basílica que hoje conhecemos, em estilo barroco, localizada do outro lado do canal frente ao Palacio Ducale.



No altar-mor foi colocado um quadro da Virgem, magnífico trabalho de origem bizantina, que o 108* Doge Francesco Morosini, tinha trazido de Creta em 1670, quando os venezianos tiveram que abandonar a ilha para os Turcos.

Esta festa é muito querida pelos venezianos e uma das suas manifestações religiosas até o dia de hoje. 


Nos dias precedentes à festa uma ponte formada por barco é organizada para unir as duas margens do Canal Grande e permitir o trânsito dos peregrinos. Estes na ocasião Vão em procissão sobre ela, portando velas para serem depositadas no altar da Virgem. Com este gesto esperam agradecer pelas graças já alcançadas e ao mesmo tempo pedir novas interseções. 
O prato típico desse dia é conhecido como “castradina” e consiste de uma sopa de carne de carneiro salgada e defumada, importada da vizinha “Schiavonia”, que é faixa costeira da Dalmazia, do outro lado do Mar Adriático, na frente de Veneza. Hoje ali estão os países Bósnia e Albânia. O nome completo do prato é “castradina sciavonica” que é preparada com couve, cebola e vinho.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS