quarta-feira, 7 de março de 2018

Emigração Vêneta no Feminino - La donna e l'emigrazione





É a mulher que mantém vivas as tradições vênetas, conservando e transmitindo cantos, orações, histórias de vida e da terra natal, pratos de cozinha, língua, provérbios...

"A emigração no feminino foi por decênios desconhecida, apesar de que mulheres, mães e filhas tenham tido sempre um papel determinante nas vicissitudes migratórias, em modo particular nos decênios do êsodo em massa para os estados centro-meridionais do Brasil, como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde mais que trabalhadores braçais isolados, emigravam inteiras famílias".

"Presença humilde e silenciosa, sempre submetida ao homem, pai ou marido que fosse, a maior parte das vezes analfabeta, privada dos direitos hereditários, exclusa da instrução e do uso do dinheiro, submetida desde menina à rítmos massacrantes de trabalho, que iniciavam com o escuro e com ele terminavam, a contribuição da mulher foi decisivo para o alcance dos projetos dos emigrantes".

Texto do ex-presidente nacional da ANEA, Aldo Lorigiola, no prefácio do livro "Brasile per Sempre", da autora Francesca M. Raouik.

"Firmes como rochas a enfrentar a fome e a miséria no Brasil, o componente feminino da imigração vêneta contribuiu com o próprio sacrifício para a posse e a fixação dos "italianos" em uma terra nova e às vezes inóspita". Texto de Silvia Costa.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

A Mulher no Início da Imigração - Direitos Poucos, Deveres muitos


 

 


A Mulher Vêneta no início da imigração

Na família, até muito pouco tempo atrás, o pai ou o marido detinham a autoridade total da casa. Distribuiam tarefas e determinavam eles todas as atividades a serem cumpridas em uma propriedade.
Considerada menos importante que o homem, a mulher era muitas vezes privada do direito ao estudo em vantagem dos homens e sempre deixada de fora da herança familiar da terra.
A mulher trabalhava incessantemente, mergulhada nas pesadas ocupações agrícolas e domésticas tarefas e deveres precisos dos quais não podia refutar.
O dia de trabalho da mulher camponesa iniciava ainda antes do alvorecer com a ordenha das vacas, fazia todo o trabalho da casa, desde as refeições, a feitura do queijo até a costura, o remendo das roupas para toda a família, a confecção da lã e dos chapéus de palha usados como proteção ao sol nas lidas do campo.
Terminava a sua dura faina diária somente a noite, depois de servir o jantar para a família. A primeira levantar e a última a deitar.
O analfabetismo femenino era muito elevado e segundo dados apurados chegava até perto de 80% entre as primeira mulheres imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul.
Nas palavras da autora do livro "Brasile per sempre" Francesca M. Raouik: "depositária e guardiã dos principais conteúdos do patrimônio étnico dos emigrantes, a mulher preservou da extinção modelos de vida e valores camponeses do fim do século XIX, com costumes, linguagem e usos típicos desta cultura que, graças a maternidade, puderam ser conservados e transmitidos às novas gerações".

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

A Mulher Vêneta e a Emigração no Rio Grande do Sul

O Trabalho da Mulher Vêneta




No Rio Grande do Sul, como também já no Vêneto, as famílias de imigrantes eram quase sempre muito numerosas, contanto muitas vezes mais de dez filhos em um casal. Assim, praticamente a cada dois anos uma mulher tinha um filho e com eles um aumento da sua já pesada carga de trabalho.

As atividades que uma mulher desenvolvia no seio de uma família de imigrantes eram variados e pesados: além do trabalho de acompanhamento do crescimento e educação dos filhos, cabia também à mulher todas as atividades da casa como cozinhar, lavar, costurar e remendar as roupas de todos, cuidar da horta e dos animais doméstico, ordenhar as vacas, cuidar dos doentes e pessoas idosas da família e se estendia com o trabalho no campo ajudando o marido no trabalho nas roças e em serviços artesanais.

A jornada de uma mulher começava muito antes do alvorecer, sendo a primeira a levantar, para só terminar à noite, após preparar o jantar e finalizar os trabalhos de costura. Foi este trabalho duro e esta dedicação exclusiva à família da mulher vêneta fatores decisivos para que aquela emigração desordenada tivesse êxito aqui no nosso estado.

Foram elas que tornaram possível a fixação do homem à terra além de manterem sempre vivas as tradições da língua, religiosidade, cultura e gastronomia dos Vênetos.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

Veneza nas Pinturas de Canaletto - Verdadeiro Fótografo da sua Época








Imagens de Veneza através de vídeos feitos com imagens de quadros do pintor vêneto Antonio Canal, mais conhecido por Canaletto.




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS 




Emigração Vêneta para Chipilo no México






Emigração Vêneta para Chipilo no México


Já se passaram mais de 132 anos dessa outra incrível página da história protagonizada pelo vênetos fugindo da fome e falta de prospectiva de futuro, principalmente depois das enchentes ocorridas no rio Piave naquela época.

No ano de 1882 cerca de 50 famílias das Províncias de Treviso e Belluno a maioria de Segusino (Segusino, Quero, Valdobbiadene, Feltre e Maser), um total de cerca 550 pessoas, quase todos agricultores, partiram em emigração, deixando o município de Segusino para fundar a Colônia de Chipilo, no estado de Puebla, no México. A história da descoberta desta outra façanha dos vênetos ainda é bem recente e é contada no romance da escritora e pesquisadora Francesca Cazzaniga, no livro “Chipilo, uma Vila Vêneta no México”.






Chipilo está a 12 Km ao sul da cidade de Puebla, situada em um altiplano com 2150 metros sobre o nível do mar, a cerca de cem quilômetros da capital mexicana. Seu nome oficial é Chipilo de Francisco Javier Mina. Nos primeiros 20 anos a cidade foi batizada como Colonia Fernández Leal e em seguida batizada com o nome nativo Chipiloc de onde veio se originar o nome atual. Com pouco mais de 5.000 habitantes, os descendentes dos vênetos correspondem a dois terços desse total. O progresso pode ser visto por toda parte, com as suas inúmeras indústrias e negócios em contraste com os município vizinhos, mais na planície. Em Chipilo ainda hoje se fala o dialeto vêneto e os nomes vênetos e italianos podem ser vistos por todo o comércio local, em negócios e nas fábricas.

Atualmente em Chipilo existem 32 sobrenomes italianos muito comuns:

Barbizani, Berra, Bertoni, Bortolini, Bortolotti, Bronca, Colombo, Crivelli, Dossetti, Fascinetto, Galeazzi, Lavazzi, Martini, Mazzocco, Merlo, Minutti, Mioni, Montagner, Meotti, Orlansino, Pasqualli, Piloni, Précoma, Salvatori, Simoni, Spezzia, Stefanoni, Vanzzini, Zago, Zanella e Zecchinelli. Outros, como Melo, Zalot, Nanni y Facinetto são menos encontrados.


Chipilo tem gemellaggio com o comune de Segusino desde o ano de 1982, quando então se comemorava o centenário da fundação da Colônia de Chipilo. Além da língua também mantiveram inúmeras outras tradições vênetas, entre as quais a dedicação e amor ao trabalho.






Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS






Registro dos Imigrantes do Núcleo Colonial Nova Palmira entre 1876 e 1879





Registro dos Imigrantes do Núcleo Colonial de Nova Palmira entre 1876 e 1879 


Lista organizada por sobrenomes dos chefe de famílias de alguns imigrantes que chegaram em Nova Palmira entre 1876 e 1879: Adami, Agostino, Allievi, Andregoni, Andreola, Angeli, Antoniazzi, Araldi, Ascari, Azzali, Bacca, Bado, Barbieri, Basano, Bassi, Basso, Bazani, Beasi, Bernardi, Bertelli, Berti, Bertoni, Bevilacqua, Bignani, Biffi, Biggi, Bof, Boldo, Boniatti, Boratti, Bordini, Borini, Borsoni, Boschio, Bossi, Brandalise, Bridi, Brogliato, Broilo, Busque, Butarelli, Cadelli, Callai, Calgaro, Canale, Candler, Canzi, Caprini, Casaghi, Casine, Castelan, Catanio, Celesta, Ceppa, Chirigatti, Chisini, Cimi, Cioccari, Clamer, Colombo, Conde, Conte, Cora, Corso, Crippa, Cristoni, Cursel, Da Canal, Dal Bosco, Dalcorno, Dalcortivo, Dallarosa, Dambrós, Dedavid, Degaspari, Donado, Dotte, Duval, Eccher, Fabiani, Fajoli, Felippe, Ferrarezi, Ferrari, Filippone, Fiorelli, Floriano, Fontana, Foroni, Formighieri, Foss, Fossati, Franceschetti, Franzoi, Frignani, Fruet, Fulgheri, Gabardi, Gadler, Gaio, Garbin, Gastaldi, Gavioli, George, Gervasoni, Gielle, Giulin, Grande, Grisi, Gualdo, Gubert, Guena, Guiliano, Guerra, Lenzoi, Leonard, Licciardi, Lira, Livie, Longhi, Longhin, Luppi, Maccalle, Maffei, Maggine, Maggio, Maiolli, Majoli, Manaretto, Manico, Marchetti, Marchioso, Mariani, Marin, Martinelle, Marino, Maschio, Matteo, Maure, Mazzochi, Menegazzi, Modena, Montonari, Morello, Mouselli, Müller, Munari, Nazzi, Negrin, Negrini, Novello, Oberti, Oliva, Onzi, Orlandi, Orlandini, Ortigaro, Otton, Padovan, Pagliarino, Pagno, Panerrari, Paoletti, Paoli, Parenza, Parghetta, Pagott, Pergher, Perolin, Perondi, Pevotto, Pilate, Pingel, Piroli, Pisani, Piva, Polgo, Polloni, Porta, Postal, Pradella, Prato, Preiser, Priori, Provini, Radaelli, Raineri, Rauta, Rech, Reginato, Riedel, Rizzi, Rizzotto, Roesler, Romualdo, Rosina, Rossi, Rufini, Rusante, Russi, Salmori, Saletto, Saccani, Sangali, Santini, Sartor, Savi, Scaini, Scalabrin, Scaravello, Scariot, Scchenal, Scopel, Scotti, Sebben, Segat, Seidel, Sella, Severgani, Sgarbi, Simon, Slongo, Soliari, Sozo, Sperandio, Stedile, Strapasson, Stuanni, Sudatti, Suzin, Tafarel, Taroco, Teló, Thomáz, Tisot, Tizatto, Toigo, Toldo, Tomanini, Tosatto, Tovazzi, Torelli, Trentini, Trintin, Trossi, Turcato, Turella, Turra, Vaccari, Valente, Vanzetta, Varillo, Varisco, Vebber, Verdelli, Vidano, Viecelli, Vinder, Violardi, Voena, Volpatto, Vicentini, Viecel, Villa, Vitti, Volpatto, Zabotti, Zacchi, Zamadei, Zambiasi, Zamboni, Zanandrea, Zanardi, Zanatti, Zanolli, Zanotte, Ziglio, Zilli, Zorzi, Zucchelli, Zucco, Zuliani, Zurlo e outros.

Fonte Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

Os Números em Talian - O Vêneto Brasileiro

Números em Talian - Vêneto Brasileiro

I nùmari cardinali:

1- uno
2- do
3- tre
4- quatro
5- sinque
6- sie
7- sète
8- oto
9- nove
10- diese
11- ùndese
12- dódese
13- trèdese
14- quatòrdese
15- quìndese
16- sédese
17- diciassete
18- disdoto
19- disnove
20- venti
30- trenta
40- quaranta
50- sinquanta
100- sento
1000- mie
1000000- un milione
10- na desina
12- na dosina
100- un sentenaro
1000- un miaro/un mejaro

Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS