sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Significado de Alguns Sobrenomes Italianos





Significado de 
Alguns Sobrenomes Italianos
 

1. Rossi

Como um sobrenome que também é bastante popular na Itália, ele surgiu a partir do latim russusrussorussum, significando “avermelhado”, “vermelho”. Por isso ganha, por extensão, o sentido de “de cabelos avermelhados” ou de “pele avermelhada”. A sua prevalência é no norte da Itália. Algumas variantes dele são Russo e Rosso.

2. Bernardi

Com algumas possíveis origens, esse sobrenome pode ter surgido tanto do latim Bernardus ou Bernardinus, quanto do germânico Baerhard, os quais acabam por ter relação com o nome Bernard, que é Bernardo em português. Este título próprio sendo formado pela junção dos elementos ber, que quer dizer “urso”, e hart, que significa “forte”, passa a ter o significado de “forte como um urso”.

3. De Luca

Como um sobrenome que deriva do nome próprio Luca, que é uma variante italiana do nome latino Lucas, ele pode ter o significado de “filho de Luca”. Luca/Lucas tem origem no grego loukás e Loukanos, que significa “da Lucânia” ou “lucano”. Loukanos se originou a partir da raiz lykeluk e luc, e quer dizer “aquele que traz a luz”, “luminoso”, “brilhante”. Por isso o sobrenome pode também significar, “filho do que vem da Lucânia”, “filho daquele que traz luz”, “filho do luminoso”. 

4. Lombardi

Com mais de uma possível origem, esse sobrenome pode ser toponímico, proveniente de uma região da Itália que se chama Lombardia. Outra teoria diz que ele surgiu a partir dos longobardos, um povo de origem germânica que se fixou na Itália e criou o Reino Longobardo. O sobrenome ganharia o significado de “homem de barba longa”.

5. Fontana

Sendo um sobrenome que deriva da palavra latina fons, significa “fonte”. É provável que ele tenha surgido como um apelido de pessoas que moravam perto de fontes, por isso também ganha o sentido de “aquele (a) que mora próximo a uma fonte”.

6. Valente

Um sobrenome muito comum na Itália, na Galícia (região da Espanha) e no Brasil. É um sobrenome bonito que carrega o significado de "corajoso" ou "bravo".

7. Ferrari

Ele se encontra do terceiro lugar dos sobrenomes mais populares na Itália, difundido particularmente no norte. Tendo derivado do latim ferrariusferrum, significa “ferro”, também relacionado à profissão de ferreiro ou metalúrgico, quer dizer “ferreiro”, “aquele que trabalha com ferro”.

8. Esposito

Na quarta posição dos mais queridos na Itália, esse sobrenome é associado às crianças que eram deixadas pelos pais biológicos para a adoção, na chamada roda dos expostos (uma roda cilíndrica giratória onde se punha o bebê abandonado e que ficava geralmente em uma igreja ou monastério). Tem origem italiana e significa “expostos” ou “expostos para a proteção da Madonna (Virgem Maria)”.

9. Bianchi

Ocupando a quinta posição de sobrenome mais popular na Itália, Bianchi apresenta uma sonoridade leve e bonita. Derivado do nome próprio Branca, significa “branco”, “alvo”, “cândido”. Está relacionado à característica física (cabelo ou pele muito pálido) ou até mesmo a regiões com casas brancas (sendo toponímico).

10. Romano

Como um sobrenome toponímico, ou seja, relativo a um lugar, ele significa “habitante de Roma” ou “aquele que nasceu em Roma”. Foi criado para titular os nativos de Roma. É bastante popular no centro e sul da Itália, alcançando aproximadamente 17.691 famílias.

11. Ricci

Esse sobrenome apresenta algumas prováveis origens, a mais comum é que tenha surgido a partir da palavra italiana riccio, que significa “encaracolado”, “cacheado”, também quer dizer “aquele que apresenta cabelos encaracolados”. Outra teoria diz que ele pode ter derivado de nomes próprios medievais, como Ricciarellus. 

12. Bellini

Um sobrenome italiano que tem duas possibilidade de étimos: patronímico ou o plural de Bellino, que significa "bonita".

13. Lancellotti

Esse sobrenome pertence a uma família nobre italiana que chegou em Roma no século XV. Inclusive o Palácio Lancellotti, é uma propriedade dela.  Possivelmente derivado do nome próprio Lancelot, apresenta significado desconhecido. Este título ficou muito conhecido com um dos Cavaleiros da Távola Redonda, na história do Rei Arthur.

14. Savoia

Há a possibilidade dele ser toponímico, a partir de nomes de lugares que contém a palavra Savoia, como, por exemplo, Verrua Savoia, em Turim.

15. Gonzaga

Esse sobrenome, que também é comum no Brasil, pertence a uma família nobre italiana, conhecida como os Gonzaga de Mântova. É provável que ele seja de origem toponímica, a partir de uma região da Itália que se chama Gonzaga.

16. Collalto

Mais um sobrenome nobre, que provém de uma família com origem lombarda, onde o primeiro membro documentado aparece na história da Itália em 958 ou 959. O significado dele é desconhecido, provavelmente tem origem toponímica, a partir de uma região da Itália de mesmo nome, na província de Rieti.

17. Galaretto

Não se sabe ao certo a origem dele, estima-se que seja toponímico, a partir de uma região da Itália de mesmo nome, que fica próxima ao Cerreto d'Asti, em Piemonte.

18. Vacchiano

Outro sobrenome desconhecido na Itália, que apresenta somente cerca de 205 famílias que o possui, ele surgiu a partir do espanhol. Deriva do espanhol antigo Baquiano, um termo que foi dado pelos espanhóis primeiramente aos indígenas das Antilhas e depois aos nativos de certas regiões da Itália. Significa conhecedor de caminhos, trajetos”, “guia de lugares”, “especialista do território”.

19. Caccini

Mais um sobrenome bastante raro na Itália, presente na sua maior concentração na região de Milão. Pode derivar de um nome medieval italiano que é Caccino, um diminutivo de CacoNão se sabe ao certo do significado de Caco, somente que é o nome do filho do deus romano do fogo, Vulcano.

20. Macerata

Esse sobrenome que é tipicamente judeu, surgiu na Itália a partir de sefarditas espanhóis, apresentando cerca de 44 famílias que o carregam. Provavelmente é toponímico, surgindo por causa da província de Macerata, localizada mais para o norte.

21. Pagano

Um sobrenome italiano mais desconhecido, que significa "morador da vila". Tem origem no nome próprio Pagano.

22. Panazzolo

Um sobrenome comum na Itália e no Brasil. Significado atrelado à paternidade, sendo, portanto, um sobrenome patronímico.

23. Santoro

Um sobrenome comum no sul da Itália, com o significado associado a alguém que nasceu no "Dia de Todos os Santos".

24. Pellegrini

Um sobrenome bonito e nobre que se origina da região das ilhas da Sicília. É um sobrenome que significa o "peregrino" ou "estrangeiro".

25. Greco

Um sobrenome com duas possibilidades de étimos: uma associada à origem, pessoas provenientes da Grécia, e outra referente a uma característica, pessoa inteligente.

26. Gallo

Um sobrenome italiano que tem seu significado atrelado ao sul da Itália, onde há muitos locais com o nome "Gallo", como exemplo: Gallo Matese.

27. Silvestri

Há duas possibilidades para este sobrenome. Uma delas está na origem, sendo, portanto, patronímico. A outra origem está na forma plural de Silvestro.

28. Benedetti

Esse sobrenome clássico tem origem na palavra Benito, que é a forma italiana de Bento, significado "pessoa abençoada".

29. Mazza

Um sobrenome que tem o significado associado a uma profissão: fabricante de ferramentas. Mazza pode significar martelo.

30. Giuliani

Um sobrenome italiano bastante tradicional que tem origem patronímica.

31. Rizzi

Sobrenome com a forma patronímica de Rizzo.

32. Basile

Um sobrenome italiano antigo proveniente do sul da Itália, derivado do grego medieval Basilis. Formas variantes: Basil e Bazelle.

33. Neri

Um sobrenome muito comum na região da toscana. Origem no nome próprio Raineri.

34. Romeo

Origem no nome próprio Romeo. Alguém que fez peregrinação na região de Roma.

35. Sorrentino

Um nome muito comum no sul da Itália, diretamente relacionado à região de Sorrento, estando na forma adjetivada: Sorrentino.

36. Ferrara

Esse sobrenome é a versão italiana do sobrenome português Ferreira. Muito popular, ele é carregado por aproximadamente 9500 famílias. Pode ter surgido tanto do termo medieval ferraria quanto do latim ferrum, significando “ferro” e por extensão ficando com o sentido de ferreiro”, “o que trabalha com ferro”.

37. Fabiani

Sendo um sobrenome provavelmente originado a partir do latim Fabianus, o qual deu origem também ao nome próprio Fabiano, este sendo uma forma relativa de Fábio.

Fábio tem origem no latim Fabius, derivado da palavra faba, que significa literalmente "fava". Esta sendo uma espécie de planta que representa sorte e prosperidade para os romanos. O sobrenome pode ganhar o significado de dotado de sorte e prosperidade”, “relativo a Fábio”, “da natureza da fava”.

38. Fabbri

Surgindo com o latim faber, significa “fabricante”, “artesão”.

39. Farina

Derivado da palavra italiana farina, significa “farinha”. Sendo relacionado a uma profissão antiga que tinha como objetivo a moedura de cereais, especialmente a do trigo, chamada moleiro, também ganha o sentido de aquele que trabalha moendo o trigo”, “o que trabalha no moinho”.

40. Fiore

Tem algumas possíveis origens, surgindo a partir do substantivo italiano fiore, significa flor”, “bonito (a) como uma flor”. Já sendo toponímico, pode ter derivado de locais que possuem a raiz fior.

41. Colombo

Surgiu a partir da palavra italiana colomba, que significa “pomba”. Essa ave simboliza paz, harmonia, pureza e esperança, ótimas características para um sobrenome carregar.

42. Coppola

Tem origem a partir da palavra italiana coppola, que diz respeito a um boné tradicional siciliano, que parece uma boina. Pode também fazer referência as pessoas que usavam esse adereço. Significando “boné”, “aquele que usa coppola”. 

43. Conti

Ocupando a décima terceira posição dos mais populares na Itália, esse sobrenome tem as suas origens incertas. É provável que tenha surgido a partir da palavra italiana conti, que significa “contas”, que pode também ter relação com pessoas que cuidam de contas, como, por exemplo, contadores.

44. Caruso

Surgindo a partir do dialeto siciliano caruso, significa “menino”, “jovem”.

45. Carbone

Tem origem na palavra italiana carbone, que significa “carvão”, referente a pessoas que vendem ou extraem carvão. 

46. Casagrande 


É um dos sobrenomes mais comuns inventados para batizar aquelas crianças abandonadas pelos pais em orfanatos.


La Zornada de Enrico Secchi Coraio e Speransa in Tere Lontan

 


La Zornada de Enrico Secchi

Coraio e Speransa in Tere Lontan

Enrico Secchi el ze nassesto ´ntel 1848, ´ntel pìcolo posto de Concordia sulla Secchia, un vilareto calmo, situà in meso a le pianure fèrtili de la provìnsia de Modena, ´nte la region de l’Emilia-Romagna. El paisàgio el zr segnà da campi che pare che i se stendesse fin al orisonte, puntai de vigneti e àlberi che pare che i sussurasse con el vento. No ostante la belessa bucòlica, la vita là la zera dura. I ani dopo la unificassion italiana i ga portà pì sfide che solussion: tasse alte del governo, tere poche e l’ombra costante de la povertà che la rodeva l’ánema dei contadin.

Enrico el ze cressesto in ´na casa semplice, fata de matoni veci con el tempo, con i zorni i zera longhi e el lavoro pesante. So pare, Giuseppe, el soniava de aver tere pì grande, ma el ze sta consumà da la realtà de dèbiti e racolti incerti. So mare, Maria, la se ocupava de la casa e dei fiòi con man che, no stante calegà, le zera pien de amor, soniando un futuro mèior par la famèia. A 27 ani, Enrico lu el zera un omo magro ma robusto, con i oci scuri che i refleteva tanto strachesa quanto determinassion. Lu aveva sentesto, ´nte le taverne del vilàgio e de i prete de la cesa, stòrie de un posto lontan ciamà Brasil, dove che le tere fèrtili le zera dà a chi le lavorea. Sta promesa la zera quasi impossibile da gnorar. La paura de l’incerto la se mescolava con el malesser del cotidiano, e presto, el richiamo de l’aventura el ze vegnesto pì forte. Quando lu la ga deciso de partir, Enrico el ga messo via pochi ogeti: un par de stivai consumà, qualche vestito, ´na foto de famèia e un quaderno pìcolo con la copertina dura. Sto quaderno, che a lo scomìnsio el zera par segnare le spese e piani de cultivo, presto el ze diventà un diàrio ìntimo, ndove che el gavaria scrito le gioie e i dolori del so vigio. Prima de partirlu el ga scrito sora la prima pàgina, con lètare tremà:

“Lasso la mia tera no par sielta, ma par necessità. Che sto quaderno el conserve la mia stòria, par che un dì i me fiòi i ga savesto da ndove vien.”

A novembre del 1875, Enrico lu el ze imbarcà su un vapor a Genova, pien de òmini, done e bambin, tuti lori i portava sòni e paure. Quando li ga lassà el porto, el ga vardato par l’ùltima olta i coli che i ga formà la so infansia sparire all’orisonte. Mentre l’Itàlia restava indrio, ´na nova vita, pien de incertesse e possibilità, la se risvelava davante de lu.

Prime Impressioni

´Ntela prima lètara invià a la famèia, ancora durante el viaio, Enrico lu el ga provà a descriver la vastità del Atlàntico. La pena tremava ´nte la so man mentre che l’scrivea de un mondo che par lu pareva infinito, come se el mar el zera el spècio de dùbio che el portava ´ntel cuore.

“L’aqua la se stende fin dove i oci i riesse a vardar, ´na imensità blu che te fa sentire picinin e insignificante. Quando el sol el cala, l’orisonte el pare brusà, e le stele, pì luminà che mai visti in Itàlia, le ze el nostro solo conforto. Ze un spetàcolo magnìfico, ma anca tremendo. Prego ogni sera par el destin che mi speta, ma confesso, caro pare, che la paura la ze sempre con mi in sta strada.”

El continuava, rivelando le conversassion e le emossion che segnava i zorni a bordo:

“Sora el ponte, semo ´na mèscola de vosi, lìngoe e stòrie. Qualchedun el parla de fortuna – promesse de tere ndove che el suolo el ze cussì fèrtile che te basta butar un seme e nasserà un àlbaro. Altri, invese, i conta de disperassion – viai prima ndove che tanti i ze morti de malatia prima de vardar tera ferma. Tuti semo in serca de qualcosa de pì grande de quel che gavemo lassà, ma nissun el sa esatamente quel che troveremo quando rivaremo. A volte, la duda me consuma: semo forse scampà da ´na misèria par trovarne un’altra?”

Enrico el finiva la letra con na nota de speransa, forse pì par se stesso che par chi gavaria lese:

“E, no ostante, mentre el vapor el bala sora l’onde, sento una pìcola fiama de coraio. No semo solo passegieri; semo soniatori, lotadori, pionieri. Per quanto che sia vasto sto ossean, credo che ghe ze qualcosa che ne speta de là. Continuo a pregar par mì, come che prego par voialtri, e ve prometo che portarò notisie miliori la pròssima olta che scrivo.”

Sta lètara, piegada con cura e conservà par èsser mandà a la prima ocasion, la zera el reflesso sincero de l’omo che Enrico el stava diventando: un omo formà no solo dai problemi, ma anca da una fede incrolàbile ´ntel futuro. Quando el ze rivà a la colònia de Porto Real, ´ntel interior del Rio de Janeiro, lu ga trovà tere che le spetea e un cotidiano che mescolava speransa e laoro incessante. El narava con detali i primi mesi:

“Le tere le ze vaste e fèrtili, ma el laoro el ze faticoso. Coltivemo la cana da zucar con el sudore de le nostre man e spetemo che le promesse del governo le se realisino. No ostante tuto, ghe ze qualcosa de liberatòrio in piantar qualcosa che, un zorno, el sarà solo de noaltri.”

La Creassion de la Usina

El ritardo ´ntel rivar de ´na usina de sùcaro la ga quasi compromesso la prima racolta de cana, lanssiando la colónia in un’atmosfera de inquietudine e sconforto. Enrico el la ga descrito sul so diàrio quei zorni de spetativa come ´na tortura silensiosa:

“I campi i zera pronti, le foie verdi de la cana le se muoveva soto el sol forte, ma ´ntei nostri cuori, la preocupassion la cresseva come erba mata. Ogni zorno che passava sensa na solussion el parea un colpo al nostro laoro duro. Qualchedun dei coloni el ga scominsià a parlar de lassar le tere, mentre altri, pì testardi, i se trovava par discuter alternative.”

La comunità, la zera determinà a no perder el fruto de mesi de fatica, la ga se mobilità con energia nova. I ga scrito lètare, mandà emissari e fato pression sora l’aministrassion de la colónia. La risposta la ze rivà quando tuto parea perso. Enrico el descrive el momento con solievo e entusiasmo:

“Quando gavemo èsser informà che un ingegniere el saria vignesto da Rio de Janeiro, el zera come se un peso el zera sta tolto da le spale. El ze rivà con una machina semplice, rudimentae, ma pien de promesse. In meso a la colónia, soto el sol scaldante, gavemo ereto ´na struttura coperta con tègole de zinco. La zera ´na costrussion modesta, ma par noi, la pareva un templo dedicà a la speransa.”

El continuava a descriver la rinascita de la colónia:

“La machina la ze sta montà in freta, ma la funsionava come un’orchestra apena afinà. Presto, l’ària la zera impregnà del profumo dolse del mosto che fermentava in grande mastèi. El zera un odor che nte imbriagava no solo par quel che rapresentava, ma par quel che voleva dir: la trasformassion de quel che podaria èsser sta un fiasco in una vitòria.”

La graspa, fruto de sta invenssion improvisà, la ze diventà sìmbolo de resiliensa e superassion:

“Quela sera, gavemo bevesto el primo goto de graspa come se el zera un càlice sacro. Ogni gòcia la zera un ricordo che, no stante le dificultà, gavemo trovà solusioni e gavemo fato avanti. La colónia, che prima la zera imersa nel’ánsia, la ga trovà novo fià. Par la prima olta, gavemo sentesto che no zera solo soravissudi – zera costrutori de un futuro.”

Sto episòdio la ga segnà un punto de svolta ´ntela stòria de la colónia. L’improvisassion e el spìrito de unità no solo i ga salvà la racolta, ma i ga raforsà i legami tra i coloni, preparandoli par le sfide future.

Visite Importanti

Porto Real no el zera solo un rifùgio par i coloni che i soniava de riscominsiar la vita su tere lontan; ogni tanto, la se transformava in un palco de eventi che i riempiva i abitanti de orgòlio e speransa. Enrico lu el ga scritto con detali un de sti momenti memoràbili: la visita del Imperatore Dom Pedro II e la celebrassion de ´na messa condota dal carismàtico Fra’ Luigi di Piazza.

“La notìssia de la vìsita de S. Maestà la se ga difusa come fogo in un prato seco. Tuti noi, coloni, gavemo lassà i nostri laori e gavemo trovà par preparar la recession. Gavemo costruì arche decorative a l’entrata de la colónia, adornà con foie fresche e atrezi agrìcoli lustrai, sìmboli del nostro laoro duro. Ogni detàio el parea un tentativo de mostrar che, no stante le dificoltà, noialtri i zera degni de sta visita importante.”

Quando el corteo imperiae el ze rivà, un silénsio reverente el ga invaso la multitudine. Enrico el descrive la so prima impression de l’Imperator con amirassion:

“Dom Pedro II lu el ze un omo de aspeto maestoso, ma con ´na serenità che ga conquistà tuti noaltri. Quando el ze calato da la carossa, el ga salutà noaltri con un sguardo atento, come se el volesse assorbir ogni detàio de le nostre stòrie e dei nostri visi. Quando i ghe gavemo contà de le nostre lo te e conquiste, el ga parlà con na vose ferma e compassionèvole, disendo che la nostra resiliensa la zera un esempio de coraio e determinassion. Ste paroe, dete dal soverano in persona, le zera come un bàlsamo par i nostri ànimi strachi.”

La celebrassion la ze sta culminà con la messa condota da Fra’ Luigi di Piazza, un missionàrio capucino che el ga conquistà el rispeto e la devossion dei coloni. Enrico el ga descrito la serimónia con emossion viva:

“Fra’ Luigi el portava ´na tùnica semplice, ma le so paroe le gavea un peso che parea trassender el tempo e lo spasso. Quando el selebrava la messa, el parlava de perseveransa, de fede e de comunità. Par un momento breve, parea che i muri de quela capela improvisà i sparisse, e che semo tornà in Itàlia, ´ntela pìcola cesa ndove tanti de noialtri i zera sta batisà.”

El ga finì el raconto con un tono de gratitù e speransa:

“La visita del Imperator e le benedission de Fra’ Luigi le ga portà a noialtri pì che solo riconosensa; ga portà a noialtri nova forsa. Le ze sta un ricordo potente che, no stante la distanso da la nostra tera natal, no semo dimenticà, né da Dio, né dai òmini. Son ussito da quela messa con la certessa che, par quanto difìssili i zorni davanti, troveremo un modo de resister.”

Sto evento el resta scolpì ´ntela memòria de la colònia, no solo come un marco de la so stòria, ma come ´na fonte duradora de inspirassion par tuti che i ga vissuto quel zorno indimenticàbile.

El Rolo de la Comunità

La forsa de Porto Real la zera ´nte la so unità. Enrico el ga descrito con orgòio el sforso coletivo par recever le autorità:

Noialtri semo trovà in casa mia, gavemo deciso de alzar arche decorà con foie fresche e strumenti de cultivo. Lori i zera la nostra maniera de mostrar al mondo che, no stante le aversità, zera un pòpolo unito e determinà.

Reflession Finale

Ani dopo, con le man segnà dal tempo e i cavèi tinti de argento, Enrico el ga scrito sora ´na de le ùltime pàgine del so diàrio, rifletendo sora la straordinària strada che lu avea fato. Le so paroe, scrite con una caligrafia ormai un poco tremante, le zera un testimónio de la so resiliensa e de tuto quel che lu avea imparà:

“La vita qua no la ze mai sta fàssile. Ogni toco de tera coltivà la ga richiesto pì che solo fatica fìsica; la ga volesto sacrifìssio, perseveransa e, soratuto, fede. Ogni racolta la zera na vitòria che noialtri festegiamo con umiltà, cossienti che la pròssima stagion la podaria testar noialtri de novo. Ogni làgrema scoltà ´ntei zorni difìssili la zera un ricordo de quel che gavemo lassà indrio, ma anca un ponte verso quel che gavemo costruì qua. E ogni soriso spartì con i me fiòi e nipoti el zera un regalo che el destin el me ga fato par gaver avù el coraio de atraversar el ossean.”

Enrico el se ga fermà un momento par releser le so paroe prima de continuar. Le memòrie de la so infansia a Concordia sulla Secchia le se mescolava con le imàgini dei campi verdìssimi de Porto Real. Lu el zera conssio che ghe zera qualcosa de eterno in quel che lu avea lassà indrio, ma anca el capiva el valor de quel che l’avea conquistà:

“Me manca l’Itàlia – le vosi conossude, i campanile del sagrà che suona la matina, i vigneti che i se stendeva fin dove i oci i podeva vardar. Ma no ghe ze rimorso ´ntel me cuore. La tera che go trovà qua, che go coltivà con le me pròprie man, la ze diventà pì che un sustento; la ze diventà casa mia. Qua, ndove i sòni de un zòvane emigrante i ga trovà forma, ndove le me radisi le se ze aprofondà e la me famèia la ze fiorì, go trovà qualcosa che mai gavaria podesto imaginar: ´na nova casa.

El ga finì con ´na riflession che parea risumer tuta la so filosofia de vita:

“Forse no ze el destin che el definisse l’omo, ma la so capassità de continuar. Guardar verso l’orisonte, anca quando el pare iragiungìbile, e far un passo dopo l’altro, anca con la paura. Questo la go imparà. Questo la da tegnù vivo mi, e questo spero che la me famèia no se desméntega mai.

Quela ùltima pàgina del so diàrio, scrita con cura, la ze diventà no solo un registro de la so stòria, ma un lassà par le generassion future – un ricordo che el coraio, determinassion e fede i pode trasformar qualsiasi tera foresta in un posto che se pode ciamar casa.

Nota del Autor

Enrico Secchi el ze un personàgio inventà, ma le so esperiense le ze profondamente inspirà da le stòrie vere de mile de emigranti italiani che, ´ntel sècolo XIX, i ga lassà la so tera natia in serca de ´na vita mèior in Brasil. Ogni detàlio de la so strada, dai campi de Concordia sulla Secchia ai canaviai de Porto Real, el reflete la coraio e el spìrito de lota de chi che ga afrontà l’icognossesto, spinti da la speransa de ricominsiar. El brano presentà el fa parte del libro La Jornada de Enrico Secchi, na narativa che la mescola la fission e la realtà stòrica par descriver i sfide, i sacrifìssi e le conquiste dei pionieri italiani che i ga contribuì a formar l’identità de tante comunità in Brasil. Par meso de le lètare e le riflession de Enrico, mi go sercà de caturare l’essensa de un’època segnà da soni grandiosi e ostàcoli imensi.

No stante che i eventi descriti i sia sta adaptà e romansà, i ze basà su raconti stòrici e documenti che i testimoniava la difìssile adatassion de sti emigranti in ´na tera lontan e pien de contrasti. Da la traversia del Atlàntico, pien de incertese, fin a le lote par render le tere fèrtili abitàbili, ogni aspeto de la vita de Enrico la ze sta pensà par onorar la resiliensa, el spìrito comunitàrio e la profonda fede che ga sostegnudo ste famèie.

Pì che ´na stòria individual, La Jornada de Enrico Secchi la ze un tributo coletivo. La ze un ricordo che, in ogni toco de tera coltivà, in ogni comunità costruìda, ghe ze le impronte indelèbili de persone normai che le ga fato cose straordinàrie. Spero che i letori i trove in Enrico no solo un personàgio, ma un sìmbolo de tuti quei che i ga osà de soniar e de lotar par ´na vita mèior, anca quando el destin el parea incerto.

Sto libro el ze, quindi, ´na ponte tra el passà e el presente, un tentativo de mantegner vive le memòrie de chi che ga traversà osseani e afrontà aversità par costruir un futuro che, par tanti de noialtri, el ze adesso el nostro presente. Che le so stòrie le inspire noialtri a valorsar quel che gavemo e a onorar le radisi che gà portà noialtri fin qua.

Dr. Luz C. B. Piazzetta