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quinta-feira, 6 de março de 2025

Emigração Italiana: Discussão e Resumo



Emigração Italiana: Discussão e Resumo


Resumo de Tese Acadêmica

Autor: Dr. Luiz Carlos Piazzetta 


A emigração italiana para o Brasil no século XIX e início do século XX foi um fenômeno histórico de grande relevância para ambos os países. As causas da emigração incluíam motivos econômicos e sociais, como a pobreza e a falta de oportunidades na Itália, bem como a busca por melhores condições de vida e trabalho em um país que oferecesse mais oportunidades. A facilidade de entrada no Brasil foi um fator importante na escolha dos italianos pelo país. Além disso, a abertura de terras para colonização e a oferta de incentivos pelo governo brasileiro atraíram muitos imigrantes italianos para o país, especialmente para as colônias agrícolas no interior do Rio Grande do Sul. As viagens marítimas eram um grande desafio para os imigrantes italianos, que muitas vezes enfrentavam condições precárias a bordo, com falta de higiene e acomodações inadequadas. Além disso, as epidemias a bordo eram uma grande ameaça à saúde dos passageiros, tornando a viagem ainda mais perigosa. As leis e resoluções do parlamento italiano em relação à emigração foram temas de grande debate na época. Muitos autores italianos e brasileiros escreveram sobre o tema, discutindo a política migratória italiana e as consequências da emigração para o país de origem e para o Brasil. Autores como Altiva Palhano, no Paraná, Rovilio Costa, Luzzatto e De Boni, no Rio Grande do Sul, são alguns exemplos de estudiosos que se dedicaram ao tema da emigração italiana para o Brasil. Suas obras trazem valiosas informações sobre o processo migratório e as consequências sociais, econômicas e culturais para os imigrantes e para o país de destino. Em resumo, a emigração italiana para o Brasil foi um importante fenômeno histórico que marcou a história de ambos os países. As causas da emigração, as condições das viagens, as leis e resoluções do parlamento italiano e as consequências sociais e econômicas da emigração são temas relevantes que ainda são discutidos e estudados atualmente.

Resumo 

O presente trabalho teve como objetivo principal analisar a emigração italiana para o Brasil, com ênfase na imigração para o estado do Rio Grande do Sul, durante o século XIX e início do XX. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em fontes primárias e secundárias, abordando temas como as causas que levaram os italianos a emigrar, as condições econômicas da Itália e as oportunidades oferecidas pelos países americanos, as condições de viagem marítima e a chegada dos imigrantes ao Brasil. Foi possível perceber que a emigração italiana foi motivada por diversos fatores, como a superpopulação, as dificuldades econômicas e as guerras. Além disso, a emigração foi favorecida pelas facilidades oferecidas pelos países americanos, que precisavam de mão de obra para suas economias em expansão. O Brasil, em particular, tinha uma grande necessidade de trabalhadores para a agricultura, o que tornou o país um destino atrativo para os imigrantes italianos. As viagens marítimas dos imigrantes foram marcadas por condições precárias, com superlotação, falta de higiene e riscos à saúde dos passageiros. Muitos imigrantes morreram a bordo ou foram impedidos de desembarcar devido a doenças contagiosas. Mesmo assim, a emigração italiana continuou a crescer, e muitos imigrantes conseguiram se estabelecer no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, onde foram fundadas diversas colônias italianas. Ao longo do trabalho, foram apresentados diversos decretos parlamentares italianos relacionados à emigração, bem como artigos e livros que tratavam do tema. Essas fontes demonstraram a preocupação do governo italiano em relação à emigração, e como ela afetava a economia e a sociedade italiana. Além disso, também foram analisados trabalhos de historiadores brasileiros e italianos que trataram da emigração italiana para o Brasil, enriquecendo a discussão sobre o tema. Em síntese, a emigração italiana para o Brasil, e em especial para o Rio Grande do Sul, foi um fenômeno marcante na história do país e deixou marcas profundas na cultura e na sociedade brasileiras. O trabalho realizado permitiu uma análise aprofundada desse tema, demonstrando a complexidade e a importância desse processo migratório, bem como as condições desafiadoras enfrentadas pelos imigrantes durante a viagem e a sua chegada ao Brasil

Conclusão 

Em conclusão, a imigração italiana para o Brasil no final do século XIX e início do século XX foi um processo histórico complexo, que envolveu diversas motivações, dificuldades e desafios. A migração em massa dos italianos para o Brasil foi impulsionada pelas condições econômicas precárias e pelas políticas de estímulo à emigração implementadas pelo governo italiano. Os italianos que chegaram ao Brasil enfrentaram uma série de dificuldades, incluindo as condições precárias a bordo dos navios, a falta de infraestrutura nas colônias agrícolas e a discriminação por parte dos brasileiros. No entanto, a presença dos italianos no Brasil contribuiu significativamente para a construção do país, tanto na economia quanto na cultura. A imigração italiana no Brasil deixou um legado duradouro, que pode ser observado até os dias atuais, na presença da cultura italiana no país, nas instituições sociais e nas práticas agrícolas e comerciais. Este legado é uma prova da capacidade dos imigrantes italianos de se adaptar e contribuir para a sociedade em que se estabeleceram. Portanto, é importante que o estudo da imigração italiana no Brasil seja valorizado e aprofundado, a fim de compreender melhor a história e a identidade do país, bem como para promover a tolerância e a integração entre os povos.



sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

El Tren, el Navio e l'Emigrassion Italiana ´ntel Sèculo XIX




El Tren, el Navio e l'Emigrassion Italiana ´ntel Sèculo XIX

El sécolo XIX el ze stà un tempo de gran cambiamenti che i ga modificà la maniera de viver e de viaiar, spessialmente par i milioni de europei che sercava na vita mèio in tere lontane. Tra i progressi che ga favorì l'emigrassion europea in zeneral, e taliana in particolare, ghe ze la nàssita del treno a vapor. Substituì i careti e le diligense lente, el treno el ga revolussionà el transporte, acorciando le distanse tra le sità e i porti. Par de so, i navio a vapor el ga mandà in pensione i velieri, ridusendo massa el tempo de viàio tra l’Europa e l’Amèrica, che zera el "uovo El Dorado" par chi soniava na vita nova.

Par i taliani che partia da i paeseti pì sperdudi del interior, el treno no zera solo un meso de transporte, ma anca na scoperta incredibile. Tanti de sti emigranti i zera contadini che no savéa né lézer né scrivar, abituai a na vita sémplisse e radicà ´nte le tradission. Vardà quel “mostro de fero” che fumava e sbregava con rumori che rimbombava ´nte le montagne el zera tanto curioso quanto spaventoso. Alcuni ghe gavéa paura, pensando che fusse qualcosa de sopranaturae; altri, invese, se maraveiava davanti a na machina che podéa portarli via da la misèria.

El viàio de l’emigrassion inisiava anca prima de rivar al porto. Prima de siapar el treno, tanti dovea far chilometri a pie o con carete finché no rivava a na stassion. Par le famèie, zera na speriensa nova e piena de insertidumbre. Entrar su quel treno, sentirlo ndar avanti con i so sbalsi e el ruìdo de le rote su i binari zera na sensassion che mescolava spavento e curiosità. I putini piangea, le mame tentava de calmarli, e i papà i zera ansiosi de portar la famèia sana e salva fino al porto.

Quando lori i ga rivà a Zénoa o a Napoli, i aspetava i navio. I navio a vapor lori i zera ancora pì grandi e spaventosi. Par chi zera abituà a i silensi de la campagna, vadar na imbarcassion così zera na roba da no crèder. Imbarcarse zera difìssile, ma restar par tera zera ancora pì impossibile. Drento al navio, chiusi ´nte le stanse strete, i migranti vivea con el pensier del futuro: sarà mèio, ma sarà anche sicuro?

El treno e i navio a vapor lori ga revolussionà el mondo de chi emigrava. No solo acorciava le distanse, ma gavea reso possìbile par pì persone de provar fortuna. Prima, far la traversada la zera na aventura de alcuni mesi. Con i navio a vapor, se podéa adesso far tuto in poco pì de qualche setimane. Questo gavea permetùo a milioni de italiani de spetar el salto verso un futuro sconossùo.

Ma el impato psicològico el zera fortìssimo. Lasar la tera natale la zera zà un straso. El treno e el navio lori i zera sìmboli de un mondo novo, ma anca de na rutura definitiva con quel che i conosséa. I campi verdi e le case de sasso de i so paesi spariva davanti al fumo del vapor e al horizonte infinito del mare.

Quando lori i ga rivà in Brasil, Argentina o Stati Uniti, i dovea afrontar altre sfide. Ma grasie al treno e ai navio a vapor, milioni de taliani gavea potùo sperar in una vita nova. I gavea portà con lori la so lèngoa, le tradission, la fede e el coràio, cambiando per sempre la stòria de i paesi ndove gavea deciso de fermarse.

El treno e i navio a vapor no zera solo do mesi de trasporto. Lori i zera ponti verso un sònio. E gràssie a sti invensioni, milioni de emigranti taliani i gavea trovà la strada verso el Novo Mondo.



terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

O Porto de Gênova e a Emigração Italiana: Um Marco na História

 


O Porto de Gênova e a Emigração
Italiana: Um Marco na História

O Porto de Gênova foi uma das principais rotas de partida para milhões de italianos que, entre o século XIX e o início do século XX, buscaram melhores condições de vida em outros continentes. Este porto tornou-se um símbolo do êxodo em massa, representando as esperanças e os desafios enfrentados pelos emigrantes italianos.

Embora outros portos italianos, como Nápoles, Palermo e Livorno, também tenham desempenhado um papel importante na emigração, Gênova destacou-se pela sua posição estratégica e pela infraestrutura robusta que atendeu ao crescimento do transporte marítimo. Durante o período entre 1876 e 1901, cerca de 61% da emigração transoceânica italiana começou em Gênova, somando cerca de 200.000 emigrantes por ano.

As viagens marítimas eram frequentemente organizadas por companhias de navegação que competiam por passageiros, muitas vezes oferecendo pacotes a preços reduzidos. Navios como o "Duca di Galliera" e o "Principe Umberto" ficaram famosos por transportar milhares de famílias em busca de novos horizontes. As condições de viagem, no entanto, eram precárias. A superlotação, a higiene inadequada e a falta de alimentos eram comuns, tornando as travessias perigosas e, em muitos casos, letais.

A migração italiana foi incentivada por crises sociais e econômicas severas. Após a unificação da Itália, regiões como o Sul e o Norte montanhoso enfrentaram fome, desemprego, baixos salários e escassez de terras agrícolas. Esses problemas foram agravados pela pressão demográfica e pela falta de políticas internas para mitigar a pobreza. Por outro lado, países como Brasil, Argentina e Estados Unidos ofereciam incentivos à imigração, incluindo subsídios para o transporte e promessas de trabalho em plantações, indústrias e construção civil.

Embora Gênova tenha sido o principal ponto de partida, muitos italianos embarcavam em outros portos europeus, como Marselha, Hamburgo e Antuérpia. Esses portos ofereciam alternativas mais acessíveis ou estavam ligados a redes de agentes de migração que organizavam viagens mais convenientes.

No caso do Brasil, a imigração italiana foi particularmente significativa para o desenvolvimento das regiões Sul e Sudeste. Esses imigrantes, majoritariamente agricultores, desempenharam um papel crucial na colonização de áreas como a Serra Gaúcha e o interior de São Paulo. O impacto cultural e econômico dos italianos permanece visível, com descendentes que mantêm tradições e contribuíram para a formação de uma identidade cultural rica e diversa.

Gênova também se tornou um ponto de preservação histórica. Documentos como listas de passageiros e registros de sanidade marítima são fontes valiosas para a genealogia e o estudo da migração. Entre 1833 e 1850, por exemplo, mais de 14.000 italianos partiram de Gênova para as Américas, com destinos predominantemente nas regiões do Prata (Argentina e Uruguai), Estados Unidos e Brasil.

Ao longo do século XX, com a modernização dos meios de transporte e mudanças nas políticas migratórias, outros portos, como Nápoles e Palermo, começaram a se destacar. Ainda assim, Gênova manteve sua relevância histórica, não apenas como um ponto de partida físico, mas como um marco simbólico da resiliência e determinação dos emigrantes italianos.

Hoje, a herança dessa migração é celebrada em museus, monumentos e eventos culturais, tanto na Itália quanto nos países que acolheram esses imigrantes. A história do Porto de Gênova e de seus viajantes é um lembrete do impacto profundo da migração na formação das sociedades modernas.



domingo, 23 de fevereiro de 2025

A Polenta: Ouro do Campo e Pão dos Pobres

 


A Polenta: Ouro do Campo e Pão dos Pobres

No coração do Veneto, onde colinas encontram o céu e o aroma da terra fresca domina os sentidos, pulsa uma história que atravessa gerações: a da polenta, o alimento simples que moldou a identidade de um povo.

No século XIX, tempos difíceis assolavam as províncias venetas. Guerras de independência deixaram rastros de destruição, os campos estavam exauridos e a fome era uma sombra constante. Foi nesse cenário que o milho, trazido das Américas, tornou-se essencial na dieta das famílias camponesas, garantindo o mínimo necessário para sobreviver.

A farinha de milho, acessível e abundante, transformava-se na polenta – prato versátil e indispensável. Preparada com água e sal, fervida lentamente em panelas de cobre ou ferro, resultava numa massa quente que saciava tanto o corpo quanto o espírito. Na mesa dos mais abastados, surgia acompanhada de queijos, carnes ou molhos. Para os mais pobres, era frequentemente servida sozinha, firmemente moldada sobre tábuas de madeira ou cortada em fatias e brustolada, ganhando uma crosta crocante que elevava sua simplicidade.

Entretanto, nem sempre o milho disponível era de boa qualidade. Muitas vezes, era velho ou inadequado, e sua monotonia alimentar trouxe consequências graves. A deficiência de vitaminas, especialmente de niacina, resultou na pelagra, doença marcada por lesões na pele, declínio mental e sofrimento físico. As províncias mais afetadas, como Vicenza, Treviso e Verona, testemunharam o surgimento de hospitais dedicados ao tratamento dos doentes, o pelagrosários. Assim, a polenta, que aliviava a fome, também carregava o paradoxo de ser o causador de novas mazelas.

Ainda assim, em lares humildes, ao redor das lareiras onde a panela borbulhava, a polenta simbolizava mais do que nutrição. Era um elo com a terra, um gesto de perseverança em meio às adversidades. Mães, com colheres de pau em mãos calejadas, mexiam a massa enquanto compartilhavam histórias e mantinham viva a esperança de dias melhores.

Com o tempo, a evolução das técnicas agrícolas e a diversificação alimentar transformaram a polenta. De necessidade absoluta, passou a ser uma escolha, ganhando um lugar especial em festividades e celebrações. Hoje, acompanhada de carnes de caça, cogumelos e peixes, brilha nas mesas festivas, sem perder sua essência humilde.

Mais do que um alimento, a polenta é um testemunho de resiliência. Carrega em cada colherada a memória dos que a prepararam em tempos difíceis, um símbolo da luta por sobrevivência e superação. Do sustento imposto pela fome ao prato de honra nas celebrações, ela ecoa como um lembrete de que até a maior simplicidade pode conter a força de um povo.



terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

A Imigração Italiana em Santa Catarina: Legado Cultural e Transformações Regionais



A Imigração Italiana em Santa Catarina: Legado Cultural e Transformações Regionais 


A imigração italiana em Santa Catarina teve um impacto profundo e duradouro. É comum encontrar alguém na região que tenha uma conexão familiar com os pioneiros que vieram da Itália. Esses colonos trouxeram consigo um rico legado cultural, que inclui traços marcantes na culinária, arquitetura, idioma e até mesmo no modo de vida. 

Esses elementos ainda são visíveis em diversas cidades catarinenses como: Urussanga, Nova Veneza, Nova Trento e Orleans. A maioria dos imigrantes que se estabeleceu no estado era originária do norte da Itália, especialmente da região de Trento. 

A primeira tentativa de colonização ocorreu no início do século XIX com a fundação da colônia Nova Itália. Contudo, dificuldades iniciais atrasaram o fluxo migratório em larga escala, que só se consolidou cerca de 40 anos depois, impulsionado pela necessidade de mão de obra após o fim da escravidão no Brasil.

Por volta da Segunda Guerra Mundial, a presença italiana em Santa Catarina já era expressiva, com cerca de 100 mil famílias residindo no estado. A influência era tamanha que, em muitas comunidades, o uso da Língua Portuguesa era pouco frequente. Hoje, estima-se que cerca de metade da população catarinense tenha ascendência italiana, demonstrando o impacto desse movimento migratório.

Os italianos e seus descendentes deixaram contribuições significativas para a identidade cultural de Santa Catarina. À medida que essas comunidades começaram a se integrar com a sociedade brasileira mais ampla, sua herança cultural também passou a influenciar toda a região Sul.

Na alimentação, hábitos como o consumo de uva, milho, fumo e vinho se tornaram comuns. O vinho, em particular, teve tanto destaque que sua produção em escala industrial ajudou a transformar a economia local. Além disso, pratos tradicionais italianos, como pizza, spaghetti e polenta, ganharam popularidade e se tornaram parte integrante da culinária regional.

Na arquitetura, os italianos introduziram elementos como telhados inclinados e construções em pedra, muitas das quais são hoje protegidas como patrimônios históricos em nível estadual e federal. Do ponto de vista linguístico, a imigração contribuiu para o surgimento do Talian, um dialeto brasileiro baseado no vêneto. Estima-se que mais de 500 mil pessoas ainda falem o idioma, com iniciativas como rádios, sites e publicações dedicadas a preservar e promover essa herança linguística única.

A imigração italiana deixou, assim, um legado multifacetado em Santa Catarina, que permanece vivo não apenas na memória de seus descendentes, mas também na cultura e na identidade do estado.



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

A Imigração Italiana para o Interior do Estado de São Paulo





A Imigração Italiana para o Interior do 

Estado de São Paulo


A imigração italiana para o interior do estado de São Paulo está diretamente relacionada à expansão das lavouras cafeeiras. A partir da década de 1880, observou-se um expressivo fluxo de italianos para a região, fazendo com que, até 1910, eles representassem o maior contingente de imigrantes, superando os portugueses e espanhóis. Grande parte desses italianos vinha do Vêneto, embora outras regiões, como Calábria, Campânia e Lombardia, também tenham contribuído significativamente para esse movimento migratório.

O estudo de registros de casamento em paróquias católicas de algumas cidades revela a diversidade de localidades de origem dos imigrantes. Entre 1870 e 1930, foram documentadas mais de 500 localidades diferentes, o que evidencia que os italianos traziam consigo uma rica diversidade de costumes, tradições e dialetos regionais. Contudo, ao chegarem ao Brasil, eles ainda não possuíam um forte senso de identidade nacional. Foi no contato com outras comunidades imigrantes, como as alemãs e portuguesas, que começaram a se identificar como um grupo nacional mais amplo, deixando de se ver apenas como calabreses, lombardos ou vênetos.

No Brasil, outro aspecto que marcou a experiência dos italianos foi a percepção de pertencimento ao grupo racial branco. Na Europa, a cor da pele tinha pouca relevância, mas, no contexto brasileiro, essa característica passou a ser valorizada por eles. Esse reconhecimento contribuiu para que os italianos se distanciassem das populações negras, especialmente dos recém-libertos, que ainda enfrentavam condições de vida extremamente precárias.

Essa percepção foi, de certo modo, incorporada ao projeto das elites brasileiras, que buscavam um “embranquecimento” da população por meio do estímulo à imigração europeia. Apesar disso, os italianos enfrentavam condições de trabalho extremamente difíceis nas fazendas de café, que frequentemente eram comparadas à escravidão. O isolamento, a falta de serviços médicos e a dificuldade de acesso à educação eram desafios cotidianos. As condições eram tão severas que, no início do século XX, o governo italiano suspendeu o apoio financeiro à imigração para o Brasil.

Com o tempo, os imigrantes começaram a se organizar em associações e clubes, inicialmente baseados em suas regiões de origem. No entanto, durante a ascensão do fascismo na Itália, essas associações passaram a ser usadas para promover ideais fascistas, com maior influência nas áreas rurais do que nas capitais. A chegada de Getúlio Vargas ao poder trouxe uma onda de nacionalismo que reforçou a assimilação dos italianos à cultura brasileira. Esse movimento culminou durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil declarou guerra contra a Itália, o que enfraqueceu o senso de identidade italiana entre os descendentes.

Somente nas décadas de 1980 e 1990 houve um ressurgimento do interesse pelas origens italianas, com as famílias buscando reconectar-se às suas raízes culturais e históricas. Esse retorno às tradições marcou uma nova fase no processo de construção da identidade ítalo-brasileira, que, ao longo de um século, havia passado por transformações profundas e marcantes no interior paulista.



quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

I Sòni de Pederobba

 


I Sòni de Pederobba


L’ano el zera el 1890, e ´ntel picoleto comune de Pederobba, su la riva destra del fiume Piave, sostà a i piè de i monti Dolomiti, el zera pien de silenssio e nostalgia. Le vigne le se intressava par i campi, ma la tera no gaveva pì la stessa bontà de prima. Le coline, che una volta gavea mantenù le generassion, pareva adesso meno generose. I ani de abundansa i gaveva lassià posto a le guere, tasse alte, crisi economiche, e lo spetro de la disocupassion che inissiava a tocar anche le campagne.

Par le strade fate de piere consumà, un casal zòvane, Pietro e Maria Betina, lori i guardava el orisonte con i cuori pien de speransa e paura. Con sol 25 ani, Pietroel zera un agricultor forte, con le man segnà da la tera dura e con i òci che brilava con la voia de un futuro mèio. Maria, tegnendo in brasso el pìcolo Lorenzo, de sol due ani, la gaveva la serenità de le done che le conosse la duresa de la vita, ma anca la forza de afrontarla.

Le ciàcole in paeseto le girava intorno a le létare che rivava da i parenti in Brasile. Le parole su le pàgine ingialì le parlava de tere vaste, foreste spesse, e la promesa de un futuro pì generoso. L’era come se l’altro lado del ocean el ofrisse ‘na nova oportunità.

Dopo setimane de discorsi, làgreme e orassion davanti al altar de la ceseta de Pederobba, Pietro e Maria i ga ciapà la dessision che la ghe cambiaria la vita par sempre. I ga vendù tuto quel poco che i gaveva: la picola casa de pietre, eredità de la famèia, le vècie feramente de laorar e anca la vècia careta che ‘na volta la zera del pare de Pietro. Con i pochi schei che lori i ga meso insieme, i ga comprà i bilieti par un vapor, el Adria, par traversar l’Atlàntico.

El viàio fin al porto de Zenoa, da onde che i dovea imbarcharse sul vapor, el zera longo e faticoso. Con i pochi averi ´ntei sachi de juta, el casal la ze partì a piè fin a la stassion de treni de Cornuda. I saludi a Pederobba i ze stà pien de dolor. Maria la pianseva streta a la mama, savendo che forse no la vedaria pì. Pietro el gaveva tentà de no far veder la tristessa stringendo la man del fradeo pì vècio, prometendo che, se tuto l’andava ben, un zorno el i mandava a ciapàr tuti.

Quando finalmente lori i ze rivà al porto, el vapor che i dovea portarli in Brasile i ga impressionà. Chiamà Adria, el pareva a lori ‘na fortessa che flutuava, pien de famèie come la loro, con i sòni e le paure. La vita a bordo la zera dura. El picin Lorenzo el se amalà durante el viàio, par colpa de ‘na epidemia de morbin che ze scopià sul vapor zà ´ntela prima setimana. Maria la passava le noti svèia par curarlo, mentre Pietro el faseva quel che podea par aiutar le altre famèie, dividendo quel poco che lori i gavea. El ga aprofità del tempo fermo par scambiarse informassion su quel che i podaria trovar in questa nova pàtria.

Dopo setimane de mar mosso, incasài ´ntei compartimenti streti, scuri e pien de odori forti de la tersa classe, el vapor l’è finì a tocar el porto de Rio de Janeiro, in Brasile. El caldo el zera sofocante, el paesagio tropical el parea ‘na foresta viva, e la lèngoa straniera la sonava come ‘na mùsica sconossù. La famèia, straca de noti sensa dormì, la ze stà mandà ´ntela Hospedaria dos Imigrantes, dove i ze stà due zorni fin che un altro vapor el ze rivà par portarli al porto de Paranaguá, el destin final, dove lori i se dovea sistemar inte ´na colònia italiana ´ntel stato del Paraná.

Le prime setimane in ‘sta nova tera le ze stà le pì difìssile. La foresta atorno la zera fita, el caldo sofocante, e la tera bisognava farla produtiva da zero. Ma Pietro e Maria i ga laorà come mati. Le man che una volta le coglieva formento e mìio a Pederobba adesso le abateva àlbari e piantava coltivassion sconosùe come el fasol nero e la manioca. Con el tempo, la comunità taliana a Morretes la ga scominssià a ingrandirse atorno a lori. Ma le robe no ´ndava ben: le tere no le zera bone, e la malgestion da la Colònia Nova Itália la ga portà tuto in rovina. Con altri coloni, i ze rivà a la dessision de spostarse, dar via a Curitiba. Insieme a tanti altri emigranti, i ga comprà loti a la periferia, in un posto che alora el se ciamava Colònia Dantas, e che incòi el ze el quartiere de Água Verde.

Anca se la nostalgia de l’Itàlia no i gavea mai abandonà, Pietro e Maria i ga trovà in Brasile ‘na casa dove i fiòi i ga prosperà. Lorenzo, che quasi el gavea perso la vita durante el viàio, el ze cressù forte e con el tempo el se ga fato marangon a Curitiba, fin che el ga montà ‘na ofissina con altri due soci.

Deceni dopo, oramai con i cavei bianchi, Pietro e Maria i sedea su ‘na verandina de la casa de legno, ´ntel quartiere che cresceva sempre de pì, guardando i tereni che alora i gavea. Lori gavea orgòio de aver trasformà el dolor de la partensa in radisi profonde in ‘sta nova tera.

A la picolina e tranquila Pederobba, purtroppo ani dopo devastà da la Grande Guerra, le lettere che lori i mandava le parlava de speransa, dimostrando che, anca lontani, i so cuori i gavea sempre un ligame con le coline che i ga dovù lassà.



sábado, 25 de janeiro de 2025

Os Sonhos de Pederobba


 

Os Sonhos de Pederobba

O ano era 1890, e o pequeno município de Pederobba, na margem direita do sinuoso rio Piave, aninhado aos pés das montanhas Dolomitas, estava impregnado de silêncio e saudade. As videiras se entrelaçavam pelos campos, mas o solo não era mais tão generoso quanto antes. As colinas que outrora sustentaram gerações pareciam agora menos promissoras. Os dias de fartura tinham sido engolidos por guerras, impostos pesados, crises econômicas e a sombra do desemprego começava a atingir a zona rural.

Entre as ruas de pedras gastas, um jovem casal, Pietro e Maria Betina, olhava para o horizonte com os corações carregados de esperança e medo. Com apenas 25 anos, Pietro era um agricultor robusto, com mãos calejadas pela terra dura e olhos que brilhavam com o desejo de um futuro melhor. Maria, segurando nos braços o pequeno Lorenzo, de apenas dois anos, tinha a serenidade das mulheres que conhecem a dureza da vida, mas também a força para enfrentá-la.

As conversas na pequena cidade giravam em torno de cartas recebidas de parentes no Brasil. As palavras nas páginas amareladas falavam de terras vastas, florestas densas e a promessa de um futuro mais generoso. Era como se o outro lado do oceano oferecesse um recomeço.

Após semanas de discussões, lágrimas e orações diante do altar da pequena igreja de Pederobba, Pietro e Maria tomaram a decisão que mudaria suas vidas para sempre. Eles venderam tudo o pouco que tinham: a pequena casa de pedras, herança de família, as antigas ferramentas de trabalho e até mesmo a velha carroça que havia pertencido ao pai de Pietro. Com o pouco dinheiro que conseguiram juntar, compraram passagens de um navio a vapor, o Adria, para atravessar o Atlântico.

A Jornada

O caminho até o porto de Gênova, onde embarcariam no navio, foi longo e exaustivo. Carregando suas poucas posses em sacos de juta, o casal seguiu a pé até a vizinha estação de trens de Cornuda. As despedidas em Pederobba foram dolorosas. Maria chorou abraçada à mãe, sabendo que talvez nunca mais a veria. Pietro tentou esconder a tristeza ao apertar a mão de seu irmão mais velho, prometendo que, se tudo corresse bem, um dia mandaria buscar a todos.

Quando finalmente chegaram ao porto, o tamanho do navio que os levaria ao Brasil os impressionou. Chamado Adria, parecia para eles uma fortaleza flutuante, abarrotada de famílias como a deles, cheias de sonhos e temores. A vida a bordo era dura. O pequeno Lorenzo adoeceu durante a viagem, devido uma epidemia de sarampo que eclodiu a bordo já na primeira semana de viagem. Maria passou noites em claro cuidando dele enquanto Pietro fazia o possível para ajudar outras famílias, compartilhando o pouco que tinham. Aproveitou  ociosidade forçada para trocar informações sobre o que poderiam encontrar na nova Pátria.

Um Novo Lar

Após semanas de mar revolto, encerrados amontoados em compartimentos estreitos, escuros e malcheirosos da terceira classe, o navio finalmente atracou no porto do Rio de Janeiro, Brasil. O calor era sufocante, a paisagem tropical exuberante e a língua estrangeira soava como música desconhecida. A família exausta por noites maldormidas foi encaminhada para a Hospedaria dos Imigrantes, onde ficou alojada por dois dias até que outro navio chega-se para os levar até o porto de Paranaguá, seu destino final, onde se instalariam em uma colônia italiana no estado do Paraná.

As primeiras semanas na nova terra foram as mais difíceis. A mata entorno era densa, o calor sufocante e a terra precisava ser desbravada partindo do zero. Mas Pietro e Maria trabalharam incansavelmente. As mãos que antes colhiam milho e trigo em Pederobba agora derrubavam árvores e plantavam cultivos desconhecidos como o feijão preto e a mandioca. Com o tempo, a comunidade italiana em Morretes começou a crescer ao redor deles, mas a situação de vida na colonia não agradava ninguém. A má administração central do empreendimento e as terras inapropriadas para o cultivo acabaram por levar a bancarrota toda aquela aventura de Pietro Tabacchi, o empresário italiano responsável pela contratação dos colonos na Itália e administração da Colônia Nova Itália em parceria com o governo da província do Paraná. Eles não estavam sozinhos e o descontentamento era geral entre os colonos: pensavam que precisavam mudar dali o mais rápido possível. E a solução por fim veio com a autorização do governo de transferencia de todos os descontentes para Curitiba, a capital do então já estado do Paraná, localizada em um planalto a 900 metros acima do nível do mar onde ficava a desventurada colonia, no altiplano central  com terras mais férteis e clima muito semelhante aquele do norte da Itália. Com dezenas de outros emigrantes, compraram lotes na periferia da cidade, em um local amplo chamado de Colonia Dantas, hoje o pujante bairro curitibano da Água Verde.

A Saudade e o Futuro

Embora a saudade da Itália nunca os abandonasse, Pietro e Maria encontraram no Brasil um lar onde seus filhos puderam prosperar. Lorenzo, que quase perdeu a vida na travessia, cresceu forte e com o tempo tornou-se carpinteiro em Curitiba e  mais tarde tornou-se um profissional muito requisitado abrindo com mais dois sócios uma grande carpintaria.

Décadas depois, já com cabelos grisalhos, Pietro e Maria sentavam-se em uma varanda da simples casa de madeira, no bairro que por sua vez crescia cada vez mais, olhando para os terrenos que agora pertenciam à sua família. Eles sentiam orgulho de terem transformado a dor da partida em raízes profundas em uma nova terra.

Na pequena e bucólica Pederobba, infelizmente, anos mais tarde arrasada pelos confrontos da grande guerra, as cartas que mandavam carregavam histórias de esperança, provando que, embora distantes, seus corações ainda estavam conectados às colinas que os viram partir.





sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Tra Sòni e Fadighe: El Viàio de la Famèia Bianchi


 

Tra Sòni e Fadighe: El Viàio de la Famèia Bianchi


Era el ano 1885, e la picina vila de Enna, su par le montagne de la Sicìlia, vivia zornade difìssei. La seca no dava trègoa e la povartà no lassava altra s-cielta par tanti. Giuseppe Bianchi, un zòvane contadin de 34 ani, passava le note sensa dormir pensando al futuro de la so famèia. La so mòier, Rosa, de 30 ani, curava i tre fiòi: Maria, na piciòla vivasse de 7 ani; Pietro, un toset forte de 12 ani; e la piciòla Sofia, de sol 8 mesi, che gnanca gavea mai senti el gusto del late di muca.

Un pomerìgio de primavera ze rivà na notìssia par la vila: "In Brasile ghe ze tera gratis e laoro par tuti." La notìssia pareva impossibile. Far tuto quel viàio su el mar? Andrà in un posto ndove no se savea gnente? Giuseppe gavea dubi, ma Rosa, tenendo Sofia in brasso, la dise: "No gavemo pì gnente da perder qua. Démo na oportunitàa ai nostri fiòi."

Vendendo le so do cavre e con qualche fiorin che gavea messo via, i ga comprà i biglieti de terza classe sul vapor La Speransa, che partiva da Palermo verso el Brasile. El adio è stà doloroso. Lori i ga lassà i genitori vèci de Giuseppe e la casa dove gavea fato tanti memorie. Al porto, un mùchio de emigranti disperà se radunava, con le so valise poverete e i òci pien de speransa e paura.

Su el vapor, no ghe zera spasso, e l'odor del mar se mescolava con el sudor de centinàia de famèie. Rosa fasea de tuto par tegner i fiòi sani, ma Sofia, la piciota la ga scominssià a indebolirse. La aqua dolse la zera scarsa e la magnar la zera poca. Giuseppe, malgrado la fadiga, divideva quel poco che gavea con altri passegieri. "In Brasile, tuto sarà diverso", disea, pì par convinserse che par tranquilisar i altri.

Dopo 45 zornade de viàio, finalmente lori i ga visto el porto de Santos. Le palme e el forte calor tropical ùmido i zera na sensassion strana par chi vegniva dai monti con tanto vento de la Sicilia. Ma la consolassion de rivar in tera presto la è stà sostituida da la dura realtà. Dopo un viàio molto longo e stracoso in carete e a piè, lori i ze rivà a na fasenda de cafè vicin a Taubaté, ´ntel interior de San Paolo.

Su la fasenda, lori i ze stai ricevudi dal fator, che i ga portà in na pìcola casa de legno e fango. "Adesso qua ze casa vostra", el disea, con un acento portoghese forte. La casa la zera povereta, ma almeno gavea un teto. Giuseppe e Rosa i ga lavorà duro su le piantagioni de cafè, dessoto un sol che brusava e in condissioni pesanti. Pietro dava na man con i lavori più legeri, mentre Maria curava Sofia e metea ordine in casa.

I primi mesi i zera stà duri. El cafè pareva na maledission e na benedission. Nonostante el lavoro senza fin, i Bianchi lori i ga scominssià a refar la so vita. Giuseppe, con el talento par la agricoltura, presto el ga guadagnà la fiducia del paron de la fasenda e el ga messo su orti par la subsistensa de la famèia. Rosa, con le so man d'oro, la faseva vestiti e pan, cambiando con altri viveri con le famèie vissine.

Con el tempo, quel che zera solo fadiga è diventà speransa. Pietro ga imparà a léser con un missionàrio che passava par la zona, e Maria sperava de diventà maestra un zorno. Sofia, che tanti gavea paura che no sopravivesse al viàio, la è diventà forte e sana, giocando fra i café.

Dieci ani dopo, i Bianchi gavea messo da parte abastansa par comprar un pìcolo peso de tera ´tela vila pròssima a la fasenda. Giuseppe el ga costruì na casa pì granda con lo aiuto de altri coloni, e Rosa la ga piantà diverse ortàgie che presto gavea dà fruti. Guardando i campi verdi del interior paulista, Giuseppe el ga mormorà a Rosa: "Ze stà la miglior sielta che gavemo fa. Adesso i nostri fiòi lori i gavè un futuro."

La stòria de la famèia Bianchi la ze solo na fra tante de la saga de i migranti italiani che i ga trasformà el Brasile con el so laoro duro e la so forsa. Nel cor de ogni café piantà e racolto, ghe zera un sònio che ga traversà el mar e che ga vinto le adversità.




terça-feira, 21 de janeiro de 2025

La Stòria de la Speransa


La Stòria de la Speransa


In 1888, Giovanni e Maria, un zòvene par de agricoltori, stava a Pederobba, un pìcolo comune ´ntela provìnssia de Treviso visin a quel de Belun. Con do fiói, ancora picéti, Luca de sei ani e Sofia de quatro, lori i zera tanto da frontegiare la dura realtà de la vita ´ntela campagna, ndove la tera, que prima la zera fèrtile, scominssiava a mancare. Il bruto tempo, con inondazioni sechi, catastrofe par tuta la region, la ancor ressente unificassion de l'Itàlia con le nove tasse del goerno,  lori i ga portà na forte crise económica, lassando tante famèie in povertà e primatuto sensa prospetive di futuro.

Giovanni, un òmo forte e dedicà, el ga sempre credù che el laoro duro podesse cambiar la vita de la so famèia, ma con el passar de i ani, la mancansa de laoro e la misèria sempre pì granda la ga indebolì le so convinssioni. Maria, na dona caresèvole e con un spìrito resiliente, la zera preocupà par i problemi del marìo, ma la tegneva viva la speransa par un futuro mèio par i so fiói.

Quando che i ghe senti contà de altri emigranti, partì par el Brasil, un paese pien de oportunità e tere fèrtili, Giovanni el ga capìo che l’era ora de catar un novo inìssio. Con el cor al streto, i ga vendù quel po' che ghe gavea, e i se ghe preparà par el longo viàio verso la Colònìa Dona Isabel, inte el stato del Rio Grande do Sul.

El viàio con el vapor el zera estenuante e pien de incertese. Luca e Sofia, benché picéti, i sentìa l'ànsia de i genitori e i domandava continuamente quando i rivava a la nova casa. Giovanni sercava de calmarli, prometando che presto i saria in una tera ndove i podea corer lìbari e darghe na man ntei campi. Maria, con le làcrime ntei oci, la ressitava preghiere in silensio, domandando protession par la so famèia.

Dopo setimane de viàio, i ghe ga rivà par fin intel Brasil. La Colònìa Dona Isabel, in meso a i monti e le foreste dense, la zera un posto pien de sfide. I primi dificoltà le zera tanti: abituarse al clima, la mancansa de na casa bona e la distansa con i so vicin. Ma Giovanni e Maria, con el sostegno mùtuo e la forza de la comunità de altri emigranti, i ga scominssià a costruir la so nova vita.

Giovanni el lavorava de matina a sera, taiando le àlbari de el bosco, piantando e construendo la so casa de legno. Maria la curava i fiói e lei ancor dava na man quando podea al so marìo e in più lei insegnava a Luca e Sofia a valorisar ogni progresso Piceno che lori i fàva. I fioéti, le sò radìse, reste de le tradission de la tera natia, i cresceva parlando talian, el dialeto véneto, la lèngoa comun tra i emigranti. La convivensa con altre famèie taliane la tegneva viva sta eredità linguìstica, e el portoghese, benché parlà ´ntel Brasil, el scominciava a vegnir parlà dopo, oramai ne la età adulta, quando la integrassion con la società brasiliana la diventava bisogno.

Con el passar del tempo, la famèia la scominssiava a prosperar. La tera, lavorà con cura e dedicassion, la scominssiava a dar fruti. La picena casa, che al’inìsio la zera modesta, la vegniva a cresser, e la vita, prima piena de incertese, la diventava un camìn de speransa.

Giovanni e Maria, benché ghe mancasse l’Itàlia, i riconoséa che la dessision de emigrar la zera stà la mèio scelta par garantir un futuro mèio ai so fiói. I sacrifìssi, le làcrime e el sudor no i zera stà invano. Inte la Colònìa Dona Isabel, lori i ga trovà no solo na tera nova, ma anca un novo fogo, ndove el passato italiano el se mescolava con el futuro brasilian, creando na identità ùnica e piena de orgòio e satisfassion.




quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Sòni in Tera Nova: La Zornada de´Imigranti Vèneti in Rio Grande do Sul

 



Sòni in Tera Nova: La Zornada de´ Emigranti Vèneti in Rio Grande do Sul


A la fin del XIX sècolo, l'Itàlia, che alora la ze un regno pena unificà, la ze segnà da 'na dràstica calada de laoro ´nei campi, con povertà e disperassion. Questa mancansa de impieghi ´ntei campi i ga portà ´ntele vile e sità picene intiere famèie che i sperava trovar 'na vita nova, ma la nassion, el novo regno, senza risorse, purtropo no i ga èsser capace regalar quase gnente. El Trentino, el Vèneto e la Lombardia lori i zera tra le regioni pi tocà da sta crisi econòmica che spacava el regno. Le tere in alcune zona le zera seche, mentre in altre se pativa de inundassioni, e la fame la ze 'n nemico costante, specialmente ´nte le zone montagnose, abituade da sècoli de 'ste dificoltà. Tra i vilagi e le contrade, in quei ani la speranza de migliorar de vita la zea merce rara. Però, el rumor de 'na tera promessa, da l'altra sponda del mar, cominciava a spargèrse come 'n bàlsamo par chi che lotava par soravìvere.

Giovanni e Maria, piceni lavoradori dei campi, che i ze stai in 'n vilagio de el Trentino con i so tre fiòi – Carlo, Lùcia e António – abitanti in 'na casa vècia e straca, che la famèia no gavea pi schei par sistemarla, ma zera pien de sòni. Giovanni, come brao contadin, lotava contro la tera ingrata, el tempo mato e i prèssi bassi de i pochi prodoti che lu riuscia a tirar fora, e adesso el sentiva che la so famèia la stà vicin a la disperassion. Lu el ga sentì le storie su la vastità de le tere brasilian e su le oportunità che se sbregava in quel mondo novo, el decise che zera ora de sercar un futuro mèio. Con i pochi beni e tanta speransa, la famèia se ga preparà a lassar tuto che conosséa e ndar via verso l'ignoto.

Intanto, al stesso tempo, a Treviso, Elisa e so pupà Giuseppe lori i ga el cuor pien de dolori e speranse. Giuseppe, védovo, segnà da il dolor par la morte recente de la so mòier, varda ´nte l'emigrassion l'ùnica oportunità par dar a so fiola 'na vita che in Itàlia no ghe podea pi garantir. Lori i se imbarcò su 'na nave, pien de speranse e col cuor pesante par la despédida, verso el Brasil.

In Lombardia, ntei stessi ani, la situassion la zera mica mèio. Luigi, un zòvane artisan, varda l'emigrazion come l'ùnica strada par cambiar el so duro destin e dar un futuro ai so tre fradéi pi picinin. I lori genitori i ze morti da poco tempo lassando la defìcile responsabilità al fiòl primogènito. La nave a vapor che i ga portà ´ntel Brasil, la zera piena de persone come lù – òmeni e done, con suoi fiòi, che i ga portà con lori sòni e speranse.

La traversada verso el Brasil no zera nissuna pasegiada. El mar, infinito e traditor, meteva a la prova la resistensa dei ´migranti con temporài e malatie. El magnar zera poco e le condission de vita pèssime. Però, la fede e la determinassion i ghe dava la forsa par andar avanti. La promessa de un novo inìsio el zera sempre là, come 'n faro ´ntel buio de le dificoltà.

Quando la imbarcassion par fin la ga rivà ´ntel Brasil, quel che i passagieri i si ga trovà davanti i ze na roba ben diversa da quela che lori i se sperava. I porti zera pieni de zente, la vegetassion la zera vigorosa e el caldo da crepare. I emigranti i zera rivà in diverse region, la pi granda conssentrassion de nove colónie.

Le colónie de Caxias do Sul, Dona Isabel e Conde d'Eu lore le zera stà fondà par dar tera e speransa ai emigranti, par permeterghe de farse un futuro. Però, adatarse a la nova vita no zera mia fàssile. Le tere le zera vaste e selvàdeghe, e 'l lavor dovea èsser fato tuto da zero. Le comunicassion con el resto del mondo le zera poca e i primi ani segnà da un lavor grando par far diventar la foresta in campi fèrtili.

Giovanni e Maria lori i ga afrontà el desafio con tanto coràio. La famèia ga scominssià a disboscar la tera, con Giovanni che lavorava ´ntei campi e Maria che se ocupava de la casa e i fiòi, oltre a dar na man a so marìo ´ntel laor duro de la campagna. Le dificoltà le zera tante, ma el laor duro e la speransa de 'na bona racolta le zera quel che ghe dava motivassion ogni santo zorno. El caldo e le malatie sconossùe i zera sfide continue, ma la perseveransa de sta famèia no ze mai calada.

Anche Elisa e Giuseppe i ga lotà par farse na nova vita. I ga trovà aiuto in altri emigranti e, pian pian, i ga messo sù 'na picena comunità. Giuseppe, che gaveva esperiensa con la tera, la ga sfrutà par coltivarla, mentre Elisa gavea cura de la casa e de farsè amissìsia con i visin par cavàrse de impicci.

Luigi e i so compari i ga trovà dificoltà simili. La tera la zera rica, ma el laor duro come el piombo. Le man de l’artigianato ghe dava da magnar, ma anca la prima racolta ghe ga dà grande satisfassion. El senso de comunità e de realisassion se consolidava ogni zorno, anche se i disagi i zera tanti.

Con el tempo, i emigranti taliani lori i ga scominssià a védar i fruti del so laor. Le colónie le ze prosperàe, e le tere, che 'na volta le zera inòspite, le ze diventà fèrtili e produtive. Le dificoltà inissiali le zera superà con la determinassion e 'l spìrito de comunità. I legami tra i emigranti i se ze rinforssà, e la vita ´ntele colónie la ze diventà zorno in zorno pì grata.

El làssito de i emigranti italiani ´ntel Rio Grande do Sul el ze 'na stòria de resiliensa e de superassion de le sfide. I ze rivà in serca de 'na vita mèio e, con el so laor e la so tenàssia, i ze riussì a cambiar la so vita e trasformar la tera su cui i gavea messo radisi. Anca desso, la so contribuissiono la ze parte de la cultura e de la stòria de sta tera. La saga de i migranti taliani la ze 'na testimone potente del spìrito umano e del coràio de trasformar le dificoltà in conquiste duradura.



domingo, 22 de dezembro de 2024

I Sogni degli Emigranti

 


I Sogni degli Emigranti


La nebbia leggera del mattino avvolgeva il porto di Genova, dove la nave Speranza era ancorata, pronta a salpare verso il Brasile. Tra le ombre e i raggi di sole che timidamente squarciavano la foschia, un gruppo di famiglie italiane si radunava, portando con sé non solo valigie, ma anche il peso dei loro sogni e aspettative. Ciascuno degli emigranti portava negli occhi il riflesso di un futuro idealizzato, una terra dove la fame, la miseria e le incertezze sarebbero state sostituite dall'abbondanza e dalla dignità.

Giuseppe Rossi, un agricoltore di trent'anni, stringeva la mano di sua moglie Maria, mentre i loro due figli, Luigi e Clara, guardavano curiosi il gigante di legno che presto li avrebbe condotti verso una nuova vita. Giuseppe era nato e cresciuto nel piccolo paese di Castelfranco Veneto, dove il suolo arido e la mancanza di lavoro avevano reso insopportabile la lotta quotidiana per la sopravvivenza. In notti di insonnia, spesso ascoltava storie di italiani prosperi in Brasile, raccontate da viaggiatori e preti, promesse di una terra dove tutto cresceva, dove il lavoro era ricompensato e dove i figli potevano sognare senza limiti.

A bordo della Speranza, i giorni si trascinavano. La brezza marina, che inizialmente era un sollievo per gli emigranti, era diventata un costante promemoria della distanza crescente tra loro e l'Italia. Le notti erano riempite di canti tristi, lamenti che riecheggiavano nel ventre della nave, dove i passeggeri di terza classe erano confinati. Ma anche in mezzo alle difficoltà del viaggio, il sogno del Brasile restava vivo, alimentato dalle storie che circolavano tra le famiglie.

La prima visione del Rio Grande do Sul fu un miraggio lontano. La costa frastagliata, con le sue montagne verdi e foreste dense, sembrava promettere tutto ciò che avevano sperato. Giuseppe strinse forte la mano di Maria, e i loro sguardi si incontrarono, pieni di speranza. “Qui costruiremo una nuova vita”, pensò, certo che quella fosse la terra dove i suoi figli sarebbero cresciuti con dignità e abbondanza.

La realtà, tuttavia, era meno indulgente delle storie raccontate in Italia. Appena sbarcati a Porto Alegre, furono indirizzati a una colonia nella Serra Gaúcha, dove li attendeva la promessa di terre fertili. Ma al loro arrivo, i Rossi si trovarono di fronte a una foresta impenetrabile, dove il suolo vergine chiedeva ancora di essere dissodato. Gli alberi giganteschi dovevano essere abbattuti, i tronchi trascinati, e i campi preparati per la semina. Le prime settimane furono di esaurimento fisico e mentale. L'isolamento era totale; la famiglia più vicina viveva a chilometri di distanza, e il medico più vicino era a giorni di viaggio.

Ma Giuseppe non si scoraggiò. Al fianco di Maria, che non smetteva mai di sorridere, anche nei momenti più difficili, iniziò a lavorare. Le mani callose, abituate alla terra arida d'Italia, impararono a trattare con il fango e le pietre del nuovo mondo. Luigi e Clara, ancora bambini, aiutavano come potevano, raccogliendo frutti selvatici e imparando dai vicini emigranti la lingua portoghese.

Il primo inverno in Brasile fu una prova di fuoco. Il freddo, che mai avrebbero immaginato di trovare così a sud, penetrava attraverso il legno mal fissato della piccola casa che avevano costruito. Molti emigranti soccombettero alle malattie, alla solitudine e alla disperazione. Giuseppe temeva che anche la sua famiglia potesse essere travolta da quell'ondata di sofferenza. Ma la fede in Dio e l'amore che li univa li mantennero forti.

Poi, nella primavera successiva, avvenne il miracolo. Il primo raccolto, seppur modesto, riempì i loro cuori di gioia. Il grano dorato, che danzava al vento, simboleggiava non solo il sostentamento fisico, ma anche la realizzazione di un sogno. I Rossi, come molti altri, avevano finalmente trovato il loro posto nella nuova terra. E con il grano, arrivarono le vigne, i vigneti, il pane e il vino, simboli di una cultura che non avevano abbandonato, ma adattato e radicato in quel suolo lontano.

Gli anni passarono e le colonie italiane nella Serra Gaúcha fiorirono. Città come Caxias do Sul e Bento Gonçalves sorsero, erette dal duro lavoro degli emigranti. Giuseppe, ormai con i capelli grigi, guardava i suoi figli ormai adulti, proprietari delle loro terre, e sentiva il cuore riscaldarsi. L'Italia era lontana, in un altro continente, ma il Brasile era diventato la sua patria, dove i suoi nipoti sarebbero cresciuti, parlando portoghese e italiano, portando nel sangue la forza e la resilienza dei primi coloni.

Alla fine, i sogni degli emigranti italiani non furono solo aspettative di una vita migliore; divennero la realtà di un nuovo inizio, una nuova cultura e un nuovo Brasile. Giuseppe, Maria e i loro discendenti sono testimoni viventi che, anche in mezzo alle difficoltà e alle sfide, la fede e il lavoro possono trasformare una terra straniera in una casa, dove i sogni vengono piantati e raccolti, generazione dopo generazione.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

I Camin dei Imigranti Talian intel Brasil




I Camin dei Imigranti Talian intel Brasil


Inte i primi ani de l’imigrassion taliana ´ntel Brasil, i passagieri disbarcava tuti ´ntel porto de Rio de Janeiro. I ze rivà nte l’Isola dele Fior, dove che i trovava la Hospedaria dei Imigranti, che li ospitava par un màssimo de oto zornade, prima de que i doveva continuà el so destin.
Dal 1882 in vanti, con el gran aumento del flusso de imigranti, el desembarco i ga scomenssià a farghe anca al porto de Santos, màssimre par chi che dovea ndar al Stado de San Paolo. In sto caso, lori i pena ze rivà i faseva el trageto dal porto fin a la sità de San Paolo con el treno o con grande carosse, su par la montagna verso el pianalto. Inte la capitale del stado, i restava provisoriamente ´ntela Hospedaria dei Imigranti, aspetando i rapresentanti dei fazenderi che i vegniva par portarli via.
I imigranti partiva già da l’Itàlia con i contrati firmà con le grande fazende de café e anca de coton. Solamente dopo i ze registrà ´ntela hospedaria i sapea ndove che li portava.
Chi che dovea ndar verso altre destinasioni al Sud, come i porti de Paranaguá, Laguna o Rio Grande, dal porto de Rio de Janeiro lori i veniva transportà con navete brasilian de calado pì baso.
I imigranti che i son destinà a le nove colónie taliane del Sud, creati dopo el 1875, I ze rivà al porto de Rio Grande, in Rio Grande do Sul.
Dopo na fermata che podèa durar qualche zorno o anca setimane, aspetando le pìcole barche fluviali a vapor, lori i continuava par la Lagoa dos Patos, passava par la sità de Pelotas e finiva a Porto Alegre. Da lì, senza sbarcare, i scominssiava a risalir i fiumi Caí o Jacuí, fin che i sbarcava ntel posto pì vissino a dove che ghe stava le colónie taliane pena create dal goerno brasilian.
Su par el fiume Caí, chi che ndava verso le Colónie Dona Isabel e Conde d'Eu, incòi le sità de Bento Gonçalves e Garibaldi, lori i sbarcava a la sità de Montenegro. Chi invece ndava verso la Colónia Caxias, lori i sbarcava a São Sebastião do Caí.
Dal posto ndove che i lassiava el barco, fin a le colónie, lori i dovea far anca na gran strada. El percorso se fasea in carosson tiraì dai boi o, con frequensa, a piè. La strada la zera un sentiero stretto tra el bosco, cavada con el facon da i stessi imigranti e da i funsionari del goerno brasilian che i ghe dava na man.
Intela fine del trato pian de la strada Rio Branco, su la riva del fiume Caí, la ga scomenssià la parte pì difìssile del percorso: la salita de la Serra. Ma prima de ndar vanti, tanti di loro i se fermava ´ntela hospedaria improvisà par magnar, riposar e prepararse par sto trato molto stracante. I taliani i zera acompagnà da i funssionari brasilian del servìssio de imigrassion, che, oltre al transporto, lori i serviva come guide par portarli ai loti de tera che zera destinà par ognun de lori.
Chi che ndava invece verso la Colónia Silveira Martins, che prende el nome in onor al presidente de la provìnsia, pì conossù come la quarta colónia dei imigranti taliani nel Rio Grande do Sul, lori i navigava su par el fiume Jacuí fin a Rio Pardo e completava el resto del percorso in carosse de boi o anca a piè, fin al posto ciamà de Val de Buia. In sto posto ghe zera un baracon fato de legno grosso, che serviva de ricovero temporáneo par le famèie, fin che i loti i zera devidamente segnà, cosa che spesso ciapava qualche setimane.
Dal baracon fin ai soi loti, ghe zera ancora tanta strada de far. Zera normai che i òmeni i ndava avanti par rissèver la tera e construir un riparo de emergenssa par la famèia, fato de tronchi de àlbari e fango, coperto con foglie de palme.
La quarta Colónia, creà nel 1877, se trovava darente al munissìpio de Santa Maria, in una vasta zona del pianalto sentral del stado de Rio Grande do Sul, che comprende i atuali munissìpi de Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Nova Palma, Pinhal Grande e San Zuan do Polesine, oltre a parte dei munissìpi de Agudo, Itaara e Restinga Seca.



quarta-feira, 27 de novembro de 2024

La Grande Stòria de la Emigrassion Taliane par el Brasil

 


La Grande Stòria de la Emigrassion Taliane par il Brasil

conclusion


La emigrassion taliana par il Brasil ntel XIX sècolo e ntei primi ani del XX sècolo la ze stà un fenómeno de granda importanssia par i do paesi. Le cause de la emigrassion le zera motivi económichi e sossiài, come la povartà e la mancanza de oportunità in Itàlia, insieme con el deseo de trovar condission de vita e laoro meiòri in un paese che gavea pì oportunità.

La facilità de intrar in Brasil la ze stà un fator importante che i ga fato s-cièlder a tanti talian sto paese. Oltre a quelo, la promessa de le tere par la colonisassion e i inssentivi del goerno brasilian i ga tirà tanti emigranti taliani, sopratuto par le colònie agrìcole ´ntel interior del Rio Grande do Sul.

I viàio in mar el zera na gran sfida par i emigranti talian. Tantìssime volte lori i se catava in condission precàrie a bordo, sensa igiene e con sistemassion inadequada. Oltre, le malatie che scopiava sui vapori i zera ancora un gran perìcolo par la salute de chi viaiava, rendendo la trasferta ancora pì pericolosa.

Le lezi e le resolussion del parlamento talian su la emigrassion i ze argumento de gran discussion. Tanti autori taliani e brasilian i ga scrito so sto tema, discutendo la polìtica migratòria taliana e le conseguense par el paese de origine e par el Brasil.

Autori come Altiva Palhano, ´ntel Paraná, Rovilio Costa, Luzzatto e De Boni, ´ntel Rio Grande do Sul, i ga studià sto argumento con atenssion. Le lore òpere le porta informassion pressiose su sto processo de emigrassion e le consequense sossiài, económiche e culturài sia par i emigranti che par el paese de destin.

La emigrassion taliana par il Brasil la ze stà un fenómeno stòrico de granda relevansa che ga segnà la stòria de tuti e do paesi. Le cause de la emigrassion, le condission de el viàio, le lezi e le resolussion del parlamento talian e le conssequense sossiài e económiche le ze temi importanti che ancò i se discute e i se studia.



quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Le Barche de la Morte che i ga Portà i Emigranti Italiani in Mèrica




Le Barche de la Morte che i ga Portà i Emigranti Italiani in Mèrica



La traversada de l'Atlántico la zera fata in condission molto precàrie, su vècie imbarcassion de pì de vent'ani de uso, sempre piene de merce. Lore le zera vere carete del mar. Inte l'inìssio de la granda emigrassion, prima del 1866, lori ancora usava anca barche a vela. Quando la grande corsa par l'Amèrica la ga partì, la maior parte de le barche la zera a vapor, destinà a trasportar merce. Sti vapori lori i zera sistemà a la svelta par poderghe meter drento dei catri, par far dormì la zente sensa gnanca un mìnimo de privacidade. Le compagnie de navigassion italiane lore no podea perder tempo par far quatrini su sto novo filon de emigranti, ove i poari italiani i zera massa tanti e senza difese. El guadagno la zera grando, ma sul peso de la soferensa de sti poareti, sensa curarse del conforto, de l’igiene e de la manutenssion mìnima de ste barche.

Sti vapori lori i partiva stracarghi de emigranti, con tanta pì gente de quel che podessero pròprio star. Ste modifiche de fortuna, fate in freta a volta ´ntel pròprio porto, lori le zera poco pì che catri messe là in fondo de quei buchi par far i migrante dormì, e no i ghe dava gnanca un fià de privacidade. No ghe zera bagni boni e l’aria drento quei grandi saloni sensa ventilassion, fètidi e sufocanti, e spesso la causava problemi de respirassion durante la longa traversada. I emigranti i dovea anca conviver con tanti animali vivi, incagiolài, che vegnia scannài e masselà pian pian su la coperta davanti a tuti durante el viàio.


L’igiene a bordo la zera pròprio carente, parché i poareti dovea far i so bisogni ´ntei sechi, che po’ vegniva svodài in mar. Sto fato causava epidemie, che i amasava tanti de sti emigranti, de sòlito i pì dèboli, vèci e fiòi. Par el oror de la so zente, i corpi lori i vegniva butài in mar, avoltài con un linsiolo. Sto episòdio el resta scolpì drento la memòria de i nostri avi, e ancora, dopo tanti ani, adesso i so descendenti lo recorda come el momento pì significativo de tuti quei viàio.


La zera frequente ocasion che el magnar mancava par tuti, causando desnutrission e debolessa, e aumentava el risco de malatie. Na massa de persone de diverse età, streti e chiusi in spassi con poca ària, magnando mal, e con una igiene pèssima, sensa bagni boni e sensa possibilità de lavar, le zera vere tràpole galegianti pronte par far amalar i pì dèboli.

Quando finalmente le barche rivava in porto, spesso parte de la 'carga' la ze rivà pròprio malada o, purtropo, sensa vita.


Qualche dato, presente ´ntei registri del museo de l’emigrassion italiana, el ghe pol dar una idea de quel oror che i nostri noni e bisnoni i ga visto su quele barche. I dati qua spiegano ben el motivo de la denominassion de “barche de la morte” che le ga ciapà.

Nel ano 1905 sul barco “Città di Torino” ghe zera 45 morti su un totale de 600 passegieri. Sul barco “Matteo Brazzo”, nel 1884, 20 morti de còlera su 1.333 passegieri. Sto grande vapor, con la epidemia de còlera a bordo, el zera stà respinto con i canoni a Montevideo par paura del contàgio. Imaginate la scena, con centinaia de persone amassài, sensa bagni boni, ndove i dovea usare con el mìnimo di privacidade un sècio de legno par i so bisogni, e ndove scopiava un’epidemia de còlera! El còlera el se trasmete facilmente per la mancansa de igiene, e imaginè la scena quando centinaia de persone i ghe venia tuti de la diarea feroce, rossa de sangue, e con i vómiti, tuto sensa latrine! Na scena de oror.


Nel barco “Cachar”, nel 1888, ghe zera 34 morti par fame e sofocamento. El “Frisia” nel 1889, el ga visto 27 morti par sofocamento e pì de 300 maladi. Sul “Pará” nel 1889, i ghe ga trovà 38 casi de morbilo. El barco “Remo”, nel 1893, el ga visto 96 morti par còlera e difteria. L’“Andrea Doria” nel 1894 el ga visto 159 morti su un totale de 1.317 passegieri. Sul “Vicenzo Florio” sempre nel 1894, ghe zera altri 20 morti.

No sempre el problema de la morte la zera dovuto a l'igiene scarsa. Tante volte, forse par el uso longo e la manutenssion scarsa de le barche, el causava tanti naufragi, che i ga portà via migliaia de emigranti che i soniava na vita pì bona.

I raconti de tanti naufragi durante el gran ésodo italiano i ghe pode far capir quel che sucedeva su quei vècie barche de le compagnie italiane. Nel 1891, soto le coste de Libia, davanti a Gibraltar, el barco “Utopia” el ga portà a fondo 576 passegieri, tuti emigranti dal sud d´Itàlia. El stesso el ga fato el “Bourgogne” nel 1898, a Nova Scotia, dove i ga perso la vita 549 emigranti, tanti italiani.


El naufràgio del barco “Sirio”, el ze uno dei pì ricordài dai discendenti italiani in Brasil, forse par la triste canson dedicada a sto naufràgio, cantada ancora incòi dai cori popolari in Itàlia e in Brasil. El se destrusse soto le coste de Spagna nel 1906, causando la morte de 550 emigranti. Tra i morti ghe gera anca el vescovo de San Paolo.


Un altro naufràgio molto ricordà el ze quel del vapor “Principessa Mafalda”, che ormai el zera famoso come el pì grande barco de passegieri de la flota mercante italiana. Con pì de vent’ani e sensa manutenssion recente, el se destrusse nel 1927 soto le coste brasiliane, tra Bahia e Rio de Janeiro, quando el fasea el so ùltimo viàio transoceànico prima de esser demolì. Oficialmente ghe zera 600 morti, su un totale de 1.259 passegieri, in gran parte emigranti dal Piemonte, Liguria e Veneto. Con el regime fascista, al’inìssio i ga provà a dir che ghe zera "solo" 300 morti, ma dopo i ga confirmà che i zera 600, con un total reale de 658 morti. Un vero masselo.