quinta-feira, 8 de março de 2018

Os Vênetos e a Criação de Cavalos







Conhecidos na antiguidade pela criação e comércio de ótimos cavalos, os Vênetos foram citados por escritores e poetas gregos, entre eles Aristóteles, justamente por esta particularidade. Existe assim uma aproximação de amor muito forte entre o Povo Vêneto e os cavalos, sua criação e apuração genética que pode ser avaliada pela antiga Feira do Cavalo de Verona, a Fiera Cavalli. Esta importante feira realizada em Verona tem uma história de mais de 1000 anos sendo até hoje uma das maiores do mundo na exposição e comercialização de cavalos de várias raças, visitada anualmente por milhares de pessoas de todo o mundo. A história nos conta que a Feira do Cavalo de Verona nasceu há mais de 1000 anos por ocasião da procissão de S. Zeno, o santo patrono da cidade.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Mapa da Regione del Veneto






Veneza em filme e webcam




Campanile e Leone - fotostudiolapiazzetta@gmail.com
Cavalli originali di bronzo all'interno della Basilica - foto:  fotostudiolapiazzetta@gmail.com
Cavalli originali di bronzo all'interno della Basilica - foto:  fotostudiolapiazzetta@gmail.com








Filme Documentário em 4K














O Casamento na Zona Colonial do Rio Grande do Sul


Casamento em Erechim RS


O casamento era um dos momentos coletivos mais importante na zona colonial do Rio Grande do Sul. Através dele se mantiveram os valores da terra de origem e se conservaram os usos, os costumes e as tradições familiares trazidas do Vêneto pelo pioneiros. Foi ele o fator principal que permitiu aos imigrantes, principalmente os homens, de se fixarem à terra e criarem aqui uma nova sociedade estável, sempre tendo por exemplo aquela da qual vieram. Casar e constituir uma família era o desejo comum encontrado em toda a zona rural vêneta. O namoro, período ritual de preparativos graduais para o recíproco conhecimento dos jovens e também das duas famílias envolvidas, era o primeiro passo necessário que, depois de um período variável, chegava ao noivado, fase que antecedia o casamento, que devia então durar por toda a vida. 

O filò nas estrebarias, os trabalhos em comum na colheita das plantações, importantes costumes coletivos trazidos das terras de origem, e depois mais tarde nas missas, foram as formas encontradas para continuar, aqui no Rio Grande do Sul, propiciando momentos de encontro entre os jovens de diversas famílias vizinhas e início dos namoros.
Os jovens eram considerados noivos somente depois da aprovação dos pais e o rapaz podia então frequentar a casa da noiva, com visitas aos domingos a tarde.




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

A Herança da Terra na Zona Colonial do Rio Grande do Sul



A mulher imigrante vêneta, ou italiana, com o seu trabalho árduo, participava em pé de igualdade com o homem, na manutenção da propriedade e na educação dos numerosos filhos. Ela foi a responsável direta pelo sucesso da imigração italiana em terras gaúchas e pela conservação da cultura originária, que ao passar para os filhos, pode se conservar até os nossos dias.

Apesar de toda essa importância, à mulher vêneta imigrante, não era reconhecido nenhum direito à terra. A terra não fazia parte da herança da mulher imigrante na zona colonial italiana do Rio Grande do Sul. Se tivesse irmãos, por herança ela nunca se tornava proprietária de um pedaço de terra, o que podia acontecer somente quando ficava viúva ou, se solteira, com a morte dos pais, fosse filha única ou não ter irmãos.

Quando acontecia o falecimento de um dos pais, a propriedade rural, deixada como herança, era dividida somente entre os filhos homens.

Também a divisão dos bens deixados como herança obedecia a uma divisão desigual que quase nunca favorecia a mulher. Quando o filho casava recebia um pedaço de terra para trabalhar e construir a sua casa e a filha, quando muito, recebia alguma coisa para o enxoval. Parte deste foi confeccionado por ela mesmo, em anos de trabalho de noite, no tempo livre e pago desde moça, com pequenos trabalhos manuais ou recursos de pequenas vendas no mercado.




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

A Imigração da Mulher Vêneta - L' immigrazione della donna veneta

A imigração no Rio Grande do Sul se caracterizou por ser prevalentemente realizada por inteiras famílias rurais, sobretudo formada por jovens, diferente de outros locais onde a grande predominância era masculina. Dados sobre a imigração italiana no Estado relatam que na colônia de Caxias a relação entre o imigrante do sexo masculino e feminino era da ordem de 1057 homens para 816 mulheres. Nas colônias gaúchas, a mulher se casava muito cedo e vinham a ter 10, 12 ou mais filhos, situação que se manteve inalterada aqui no Rio Grande do Sul em comparação com as terras de origem no Vêneto.

A presença feminina atenuou o impacto do imigrante com a nova terra, facilitando a sua integração e de toda a família, criando condições para o desenvolvimento econômico das mesmas. Ela foi fator decisivo para fixação do homem à terra e com o seu trabalho muito concorreu para o progresso familiar.


Mantida longe da escola, para ser aproveitada em todos os afazeres domésticos, a mulher vêneta imigrante, era na sua grande maioria analfabeta, submissa e privada do direito de hereditariedade, excluída da escola e do uso do dinheiro.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

O Ano Novo Vêneto - Bon Capodano 2018







Nos dias de hoje já não se ensina mais nas escolas que na nossa antiga tradição vêneta o ano começava em 1º de Março e não em Janeiro como aprendemos. Realmente é esquisito e pouco compreenssível que no nosso calendário o mês de Setembro seja o 9º mês do ano e não o sétimo como o nome está dizendo (Settembre), ou que Outubro seja o 10º mês e não o oitavo (Ottobre), que Novembro seja o 11º mês e não o nono (Novembre= Nonno) ou ainda que Dezembro seja o 12º mês e não o décimo (Dicembre = dieci). Nos parece inconcebível que o Ano Novo se inicie no inverno (hemisfério norte), a estação mais fria onde a natureza parece parar. O antigo costume vêneto respeitava o rítmo natural das coisas: o Ano Novo nasce com o alvorecer da Primavera, juntamente com a vida que se renova. Com esta simples explicação fica muito mais fácil entender o nome dos meses do nosso calendário. Infelizmente, por razões diversas, a escola e o governo italiano procuraram sempre meios para fazer cair no esquecimento de todos essa e outras nossas antigas tradições. Entretanto a tradição do Capodanno Veneto ainda resiste e alguns municípios vênetos, principalmente aqueles da Pedemontana del Grappa, onde podemos ver as fogueiras do Brusamarzo, que "queimam" o ano que finda.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

As duas Colunas da Piazzetta San Marco





As duas altas colunas de granito vindas do oriente de cor rosa e cinza que ladeiam o acesso a Praça de San Marco quando se chega a Veneza pela água no mole de San Marco, tem uma história milenar, muitas vezes até fantasiosa. Não se sabe bem quando essas duas majestosa s coluna chegara em Veneza. Segundo Francesco Sansovino elas teriam vindo trazidas de Constantinopla na segunda metade do século XII. Dizia também que na verdade eram três, mas que uma, durante os trabalhos de desembarque caiu na água e não foi possível recuperá-la. Sendo que nos dias atuais ela realmente foi encontrada no local indicado, onde os navios atracavam. Na verdade as duas grande colunas ficaram depositadas no chão durante longos anos por não saberem como levantá-las do chão. Até que em 1172 um engenheiro lombardo finalmente conseguiu coloca-las no lugar que estão até os dias de hoje. Como premio recebeu um contrato para exploração de jogos de azar entre a duas colunas e consta segundo os cronistas da época que enriqueceu bastante. Outros historiadores fixam o ano de 1125 por ocasião do retorno da Terra Santa do Doge Domenico Michiel.




No alto, sobre a colunas estão colocados os dois símbolos mais representativos de Veneza. Em um deles a estátua de São Teodoro, primeiro padroeiro e protetor da cidade, o qual foi mais tarde substituído por São Marcos. 





São Teodoro aparecesse em pé sobre um enorme crocodilo. Na verdade ele era um santo egípcio que tinha sido adotado pelos venezianos. Na outra coluna está o majestoso Leão Alado, símbolo de São Marcos e de todo o Vêneto.
Historiadores relatam que durante um longo período, era justamente nesse local, entre as duas colunas, que se executavam os condenados à morte. Por essa razão durante séculos os supersticiosos venezianos evitavam transitar entre elas.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS