sexta-feira, 25 de março de 2022

Remessas de Dinheiro dos Emigrantes Italianos "Um verdadeiro rio de ouro"

 




Assim foi definido, por diversas autoridades italianas da época, o afluxo de capitais para a Itália, na virada dos séculos XIX e XX, gerado pelas remessas da emigração. 

Estimar corretamente o total de liras enviadas pelos emigrantes italianos desde os países onde vieram se fixar é muito complexa e a obtida pelos dados oficiais é certamente subestimada, pois se baseia na contabilização apenas das remessas "visíveis", ou seja, as ordens de pagamento postais, consulares e bancárias internacionais. 

Entre 1902 e 1905, a média anual de remessas rastreáveis foi superior a 160 milhões de liras correntes. Grande parte das remessas que enviavam eram de fato invisíveis: poupanças confiadas a amigos e parentes, que estavam repatriando, ou aos corretores e banqueiros privados. 

Essa entrada de dinheiro foi distribuída, em particular, nas áreas mais longínquas e pobres do país. A chegada de uma quantia em dinheiro era vista pelos pobres agricultores um dos argumentos mais convincentes para também eles empreenderem pelo caminho da emigração. As poupanças dos emigrados nas mãos dos familiares eram também aplicadas na compra de bens imóveis para quando retornassem.

Essas remessas, além de melhorarem o padrão de vida dos familiares dos emigrantes que ficaram na Itália, também aumentaram as reservas monetárias do país e possibilitaram o crescimento econômico da nação. 

As remessas dos emigrantes se constituíram em um importe recurso para economia italiana, chegando em um momento de dificuldade causada principalmente pela unificação do país.

Nessa época a Itália era um país pobre, ainda atrasado em relação aos outros países europeus, com uma agricultura pouco eficiente e onde a industrialização ainda estava dando os primeiros passos. 

Essas volumosas remessas de recursos, desde o exterior, fizeram a diferença.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS