sábado, 23 de setembro de 2023

Sábias Tradições: Medicina sem Médicos






Sábias Tradições: Medicina sem Médicos



No interior das colônias, um saber ancestral, 
A Medicina sem Médicos, um legado vital, 
Onde a vida se entrelaça com o dom natural, 
E o cuidado se revela em cada ritual.

A "comare", parteira, com mãos habilidosas, 
Acolhe a vida que brota nas terras formosas, 
Com carinho e sabedoria, nas horas dolorosas, 
Trilhando caminhos, desafiando as horas preciosas.

Giustaossi, arrumadores de ossos, verdadeiros artistas, 
Em segredos ancestrais, conhecimentos altruístas, 
Restauram corpos e almas, em técnicas assistidas, 
Curam dores e aflições, com mãos que são benfiquistas.

As benzedeiras, sábias curandeiras dos males, 
Com rezas e benzeduras, espantam os vendavais, 
Invocam a fé e a esperança, nos rituais ancestrais, 
Cicatrizam as feridas, acalmando os temporais.

Simpatias e chás, poções de alívio e cura, 
Remédios da natureza, na essência mais pura, 
Heranças transmitidas, de geração em geração, 
Caminhos de cura e alívio, trilhando a tradição.

Medicina sem Médicos, saberes que transcendem, 
No interior das colônias, raízes que se estendem, 
Um cuidado profundo, que do coração emana, 
Valorizando a ancestralidade, na medicina humana.

Na senda das tradições, o saber floresce, 
A cura, um elo que a história enriquece, 
Nas colônias, segredos que o tempo esquece, 
A Medicina sem Médicos, a sabedoria que aquece.

As "comares" sábias, nas noites serenas, 
Com mãos que acolhem vidas, de almas amenas, 
Guiando o nascimento, como mãos divinas, 
Nos laços da vida, tecendo as tramas mais finas.

Giustaossi, os mestres dos ossos quebrados, 
Com artes ancestrais, segredos guardados, 
Reconstruindo destinos, na luz do passado, 
Curando com toques, pelo tempo abençoados.

Benzedeiras, com rezas e gestos de amor, 
Espantam as dores, como raios de calor, 
A fé e a esperança, em seu manto de flor, 
Cicatrizam feridas, num abraço acolhedor.

Simpatias e chás, poções da natureza, 
Curas que fluem com tamanha beleza, 
Heranças que brilham, na nossa fortaleza, 
Geração a geração, a saúde em realeza.

Medicina sem Médicos, um legado a preservar, 
No coração das colônias, a luz a brilhar, 
Nossas raízes profundas, a nos guiar, 
Na senda da cura, juntos a caminhar.

Nas histórias contadas pelos mais velhos, 
O conhecimento se tece em fios vermelhos, 
A cura se expande, como rios em desvelos, 
A tradição, um farol, em nossos anelos.

No abraço da comunidade, o doente se acolhe, 
O calor da amizade, como manto que envolve, 
Na medicina das gentes, a fé que resolve, 
A união de corações, a dor que dissolve.

Assim, na Medicina sem Médicos, aprendemos, 
Que além dos remédios, na tradição, vivemos, 
Cada gesto de cuidado, nos braços que estendemos, 
É a cura que floresce, nos laços que tecemos.



de Gigi Scarsea
erechim rs