quinta-feira, 18 de maio de 2023

A Sociedade dos Carbonários Italianos: Um Movimento Secreto com Forte Influência Política


 


O movimento carbonário foi uma organização secreta revolucionária italiana que teve grande influência na política e na sociedade italiana do século XIX até a Segunda Guerra Mundial. Originada na década de 1820, a organização defendia ideais republicanos, anticlericais e antimonárquicos, lutando pela liberdade e pela unificação da Itália. Segundo o historiador Eric Hobsbawm, os carbonários foram os principais responsáveis pela organização e difusão das ideias revolucionárias na Itália durante o século XIX. A organização teve forte presença nas principais cidades italianas, como Roma, Nápoles e Milão, e seus membros incluíam intelectuais, artesãos, comerciantes e trabalhadores. 
Os carbonários foram especialmente ativos durante a década de 1840, quando a Itália passava por um período de agitação política e social. Em 1848, a revolução estourou em várias partes da Europa, incluindo a Itália. Os carbonários participaram ativamente dos movimentos revolucionários em Milão, Veneza, Roma e Nápoles, lutando contra o domínio austríaco e a monarquia Bourbon. No entanto, a revolução italiana de 1848 foi esmagada pelas forças conservadoras, e os carbonários sofreram perseguição e repressão por parte do governo. Muitos membros da organização foram presos, exilados ou executados. Apesar disso, o movimento carbonário continuou a existir e a influenciar a política e a sociedade italiana. Durante a década de 1860, a Itália passou por um processo de unificação liderado por Giuseppe Garibaldi e outros líderes políticos. Os carbonários apoiaram ativamente o processo de unificação, que culminou na criação do Reino da Itália em 1861. No entanto, a unificação não trouxe a liberdade e a igualdade que os carbonários esperavam. O novo governo era dominado por uma elite de proprietários de terras e empresários, e as condições de vida da maioria da população continuaram a ser precárias. Durante a Segunda Guerra Mundial, o movimento carbonário voltou a se destacar na luta contra o fascismo e o nazismo. Os carbonários se uniram a outros grupos antifascistas para formar a Resistência Italiana, que lutou contra a ocupação nazista e colaboracionista durante a guerra. A Resistência Italiana foi uma das maiores e mais efetivas organizações de resistência na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, e os carbonários tiveram um papel importante na sua formação e liderança. A Resistência lutou por valores como a democracia, a liberdade e a igualdade, e muitos dos seus membros foram inspirados pelas ideias republicanas e anticlericais dos carbonários. Para concluir, o movimento carbonário foi uma organização secreta revolucionária italiana que teve grande influência na política e na sociedade italiana do século XIX até a Segunda Guerra Mundial. Os carbonários lutaram pela liberdade, pela unificação da Itália e contra a opressão e a desigualdade social. Embora tenha sofrido perseguição e repressão por parte do governo, a organização continuou a existir e a influenciar a política e a sociedade italiana ao longo dos anos. Durante a década de 1840, os carbonários participaram ativamente dos movimentos revolucionários na Itália, lutando contra o domínio austríaco e a monarquia bourbon. No entanto, a revolução de 1848 foi esmagada pelas forças conservadoras e os carbonários sofreram perseguição e repressão. Apesar disso, os carbonários continuaram a lutar pela liberdade e a influenciar a política italiana. Durante a década de 1860, a Itália passou por um processo de unificação liderado por Giuseppe Garibaldi e outros líderes políticos. Os carbonários apoiaram ativamente o processo de unificação, que culminou na criação do Reino da Itália em 1861. No entanto, a unificação não trouxe a liberdade e a igualdade que os carbonários esperavam. O novo governo era dominado por uma elite de proprietários de terras e empresários, e as condições de vida da maioria da população continuaram a ser precárias. Durante a Segunda Guerra Mundial, os carbonários se uniram a outros grupos antifascistas para formar a Resistência Italiana, que lutou contra a ocupação nazista e colaboracionista durante a guerra. A Resistência lutou por valores como a democracia, a liberdade e a igualdade, e muitos dos seus membros foram inspirados pelas ideias republicanas e anticlericais dos carbonários. Os carbonários tiveram um papel importante na formação e liderança da Resistência Italiana. Após a guerra, a organização continuou a existir, mas foi gradualmente perdendo sua influência política e social. No entanto, a ideologia e as ideias dos carbonários continuam a inspirar movimentos políticos e sociais na Itália e em outros lugares do mundo. Em termos de fontes, existem muitos livros e artigos acadêmicos sobre o movimento carbonário, incluindo "The Age of Revolution, 1789-1848" de Eric Hobsbawm, "Risorgimento in Modern Italian Culture" de Zygmunt G. Baranski e "The Carbonari: Their Origins, Initiation Rites, and Aims" de Raymond R. Nogar. Além disso, há muitos documentos e registros históricos sobre a atividade dos carbonários disponíveis em arquivos e bibliotecas italianas. Uma tese universitária que pode ser interessante sobre o movimento carbonário na Itália é "Le Carbonarisme dans la révolution italienne de 1848-1849" (Carbonarismo na Revolução Italiana de 1848-1849), escrita por Jean-Claude Caron e apresentada na Universidade de Paris-Sorbonne em 1987. A tese examina a influência dos carbonários na Revolução de 1848 na Itália, explorando a organização e as táticas dos carbonários, bem como sua relação com outros grupos revolucionários e políticos na época. A tese também analisa a influência das ideias carbonárias na política e na sociedade italiana após a revolução. Ooutros trabalhos universitários que se aprofundam na história e na ideologia do movimento carbonário na Itália. Um deles é a tese de doutorado "The Carbonari and the Politics of Revolution in Southern Italy, 1820-1821" (Os Carbonários e a Política da Revolução no Sul da Itália, 1820-1821), escrita por John A. Davis e apresentada na Universidade de Cambridge em 1979. Este trabalho explora a história dos carbonários na região do sul da Itália, seu papel nas revoltas políticas de 1820-1821 e sua relação com outros movimentos revolucionários na época. Outro trabalho que pode ser interessante é a tese de mestrado "The Carbonari and the Risorgimento: The Politics of Revolution and Unification in Italy" (Os Carbonários e o Risorgimento: A Política da Revolução e da Unificação na Itália), escrita por Michael Anthony Di Giovine e apresentada na Universidade de Toronto em 1994. Esta tese examina a influência dos carbonários no processo de unificação italiana e a relação entre o movimento carbonário e outras forças políticas e sociais do período, como os liberais e os republicanos. Ambos os trabalhos apresentam uma análise aprofundada do movimento carbonário na Itália e são baseados em pesquisa histórica rigorosa e em fontes primárias.




Sabores Italianos na Cozinha Brasileira: A Influência da Imigração

Pizza Margherita


A imigração italiana no Brasil teve uma influência significativa na culinária brasileira, a qual é facilmente percebida em diversos pratos e ingredientes populares. A influência italiana na culinária brasileira começou logo após a chegada dos imigrantes no final do século XIX, que trouxeram consigo suas tradições culinárias. Os imigrantes italianos introduziram novos ingredientes no Brasil, como a popularização do tomate, que se tornou um dos principais ingredientes da culinária brasileira. Eles também introduziram novas técnicas de preparo de alimentos, como a produção de vários tipos de massas e pães, as quais são muito comuns na culinária brasileira atual. A culinária italiana é de gosto internacional e muito apreciada no Brasil, sendo que alguns pratos típicos se tornaram bastante populares por aqui. 
A polenta é um prato da antiga pobre cozinha rural italiana, onde, no nordeste do país, como a região do Vêneto, era o prato principal e em muitas ocasiões o único alimento do dia - , trazida pelos milhares de imigrantes que para cá vieram, feito à base de farinha de milho e bastante consumido no sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul. É comum ser servido com queijo e molho de carne. Quando assada em uma chapa, na sua forma mais antiga e tradicional, se chamava "polenta brustolada", que é comida com uma fatia de queijo ou com leite numa tigela. A farinha de milho mais encontrada entre nós é a de cor amarela, sendo que nas zonas onde predominam os descendentes de imigrantes provenientes de Treviso é preparada tradicionalmente a de cor branca, obtida com o milho da mesma cor.
A pizza, é um dos pratos italianos mais conhecidos e amados em todo o mundo. No Brasil, a pizza é uma paixão nacional e existem inúmeras pizzarias espalhadas pelo país. Algumas das versões mais populares são a pizza de mussarela, calabresa, "margherita" e quatro queijos. No Brasil além dos vários tipos de pizzas salgadas, são servidas também inúmeras pizzas doces ou com frutas, como a pizza à Califórnia.
O risoto é outro prato muito apreciado no Brasil, especialmente nos restaurantes mais sofisticados. Ele é feito à base de arroz arbóreo e pode ser preparado com diversos ingredientes, como cogumelos vários, principalmente o "porcini" e o "chiodini", frutos-do-mar, aspargos e queijo parmesão.
Outros pratos da rica culinária italiana que se popularizaram no Brasil incluem o espaguete à carbonara, o fettuccine, a lasanha, o nhoque, entre outros. Todos eles são deliciosos e fazem parte da rica tradição culinária italiana. O nhoque, por exemplo, é uma massa, com batatas e farinha, em formato de pequenas bolas servidas com molho de tomate e geralmente acompanhadas de queijo parmesão ralado. O nhoque é uma tradição italiana, especialmente de algumas grandes regiões produtoras de arroz do Vêneto como Rovigo e  Verona,  onde são muito consumidos, trazido para o Brasil e hoje é comum em muitas regiões do sul do país. 
Em alguns lugares ele era tradicionalmente servido no dia 29 de cada mês, e acreditava-se que trazia boa sorte para quem o comesse. A receita do nhoque foi trazida pelos imigrantes italianos e é uma das comidas típicas italianas no Brasil. O "spaghetti" à bolonhesa, uma massa com molho de tomate e carne moída, é outro prato italiano muito popular no Brasil. Ele é tão popular que muitas pessoas não sabem que sua origem é italiana. 
Um outro delicioso prato muito difundido no sul do Brasil, especialmente nas zonas mais frias, é a sopa de "agnollini" em outras regiões do Brasil conhecido como "capeletti in brodo"  ou até mesmo "orecchini" - se bem que com outros temperos -, nome devido a sua forma de pequenas orelhas, que é uma massa em forma de uma pequena bola, recheada com carne de galinha com temperos fortes como cravo e canela,  servida em um caldo de carne de gado ou de galinha. 
A culinária italiana também é famosa por seus embutidos como salames, mortadelas, presuntos e linguiças, introduzidos no Brasil pelos imigrantes. O uso do azeite de oliva é um ingrediente importante na culinária italiana que, no nosso país, também contribuíram os portugueses e espanhóis para a sua popularização. Os italianos também trouxeram consigo uma grande variedade de ervas e temperos, como manjericão, orégano, alecrim e sálvia, que se tornaram ingredientes populares na culinária brasileira. 
Os imigrantes italianos também contribuíram para a introdução do vinho no Brasil, que se tornou uma bebida muito popular. Atualmente, o Brasil é um grande produtor de vinho e espumantes, onde diversas vinícolas brasileiras têm influência italiana. Além disso, os imigrantes italianos também trouxeram consigo a tradição milenar de fazer vários tipos de queijos, e atualmente o Brasil produz uma grande variedade de queijos tipo italianos. A influência italiana também é percebida na forma como os brasileiros se alimentam. O café da manhã tradicional brasileiro, com pão, manteiga e café, foi influenciado pelos imigrantes italianos, que costumavam comer pães e tomar café. Até hoje, o café é uma parte importante da cultura brasileira, e muitas das técnicas usadas na produção de café no país foram desenvolvidas por imigrantes italianos, especialmente a invenção de inúmeras máquinas para a sua torrefação, que transformaram o simples ato de beber um café em uma verdadeira experiência gourmet.
Portanto, a influência da imigração italiana na culinária brasileira é muito grande e se estende por muitos pratos e ingredientes. Os italianos trouxeram novos ingredientes, técnicas e pratos que se tornaram parte da cultura culinária brasileira e apreciados até hoje.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS