quinta-feira, 17 de abril de 2025

Um Novo Começo na Colônia Conde d’Eu


Um Novo Começo em Garibaldi: 

a Antiga Colônia Conde d’Eu


A manhã clara de setembro de 1919 trouxe a Giuseppe Denato a promessa de um novo começo. O céu límpido do porto de Rio Grande parecia um presságio para a nova etapa que sua família iniciava no Brasil. Apenas um ano havia se passado desde o fim da Grande Guerra, da qual Giuseppe carregava marcas indeléveis, tanto no corpo quanto na alma. Um acidente durante suas atividades na retaguarda o deixara com uma leve claudicação na perna direita, mas não apagou sua determinação. A visão de uma Itália devastada, assolada pela fome e pelo desemprego, fez com que ele buscasse terras mais férteis, onde seu conhecimento como enólogo pudesse florescer.

Giuseppe nascera em 1889, em Vittorio Veneto, no coração da província de Treviso, uma região de colinas ondulantes onde a vitivinicultura era mais que um ofício; era uma herança. Seu pai, Matteo Denato, era um homem austero e meticuloso, apaixonado pelo cultivo de uvas brancas como a Glera, usadas na produção do aclamado espumante Prosecco, e pela robusta Raboso, símbolo de resistência. Giuseppe herdou não apenas o gosto pelo vinho, mas a disciplina necessária para produzi-lo.

Depois de se formar como enólogo na conceituada Escola de Enologia de Conegliano, Giuseppe despontou como um dos jovens mais promissores de sua geração. Casou-se com Beatrice, sua amiga de infância, e logo o casal teve seu primeiro filho, Matteo, nomeado em homenagem ao avô. A vida parecia seguir um curso próspero até que a guerra redirecionou seus passos. A convocação em 1918 o afastou da tranquilidade de seus vinhedos, mas não o impediu de sonhar.

A travessia transatlântica rumo ao Brasil foi dura, marcada por noites mal dormidas e incertezas, mas o olhar determinado de Giuseppe mantinha a família unida. No pequeno barco a vapor que os levou de Rio Grande a Porto Alegre, ele já se imaginava entre os vinhedos. Durante as duas semanas que passou na efervescente capital gaúcha, Giuseppe reuniu informações sobre as colônias italianas ao norte.

A chegada a Garibaldi, antiga Colônia Conde d’Eu, trouxe uma mescla de encanto e desafio. O denso verde da mata atlântica e a topografia irregular exigiriam mais do que conhecimento técnico; exigiriam coragem. Giuseppe adquiriu uma porção de terras que exigia desbravamento intenso, mas ele não recuou. Com as ferramentas simples que tinha e a ajuda dos vizinhos, iniciou o árduo trabalho de limpar o terreno.

Maria, sua esposa, tornou-se uma força essencial no projeto. Enquanto cuidava da casa e dos filhos, ela se dedicava a aprender as nuances da cultura local e a organizar os primeiros experimentos de vinificação. Seu pragmatismo era o contrapeso perfeito para o espírito visionário de Giuseppe. Em 1921, nasceu Anna, a primeira filha do casal em terras brasileiras, um símbolo da nova vida que começavam a construir.

As videiras importadas da Itália começaram a se adaptar ao clima ameno da serra. Giuseppe aplicou técnicas inovadoras de poda e irrigação, e sua primeira safra, em 1924, produziu um vinho que conquistou os moradores locais. A pequena cooperativa que ele ajudou a formar não apenas aumentou a produção, mas também fortaleceu os laços entre os colonos.

O crescimento foi rápido. Em 1930, o "Vinho Denato" já era conhecido em Porto Alegre e além. Giuseppe tornou-se uma figura de respeito na comunidade, mas nunca se esqueceu de suas origens. Ele organizava encontros para compartilhar técnicas, incentivava a educação dos jovens e lembrava a todos que a verdadeira riqueza estava na terra e na união entre as pessoas.

O legado de Giuseppe Denato vai além das garrafas de vinho que carregam seu nome. Ele simboliza a resiliência e a coragem de uma geração que cruzou oceanos em busca de um futuro melhor, enfrentando adversidades com determinação e transformando sonhos em realidade. A Serra Gaúcha, hoje uma potência vinícola, é um testemunho vivo dessa história de perseverança.


Nota do Autor

"Um Novo Começo em Garibaldi: a Antiga Colônia Conde d’Eu" é uma narrativa inspirada pelos eventos reais da imigração italiana para o Brasil no final do século XIX e início do século XX. Essa migração foi impulsionada por fatores como a crise econômica, a fome e a instabilidade política na Itália, bem como pela promessa de novas oportunidades em terras férteis no outro lado do Atlântico.

A Colônia Conde d’Eu, estabelecida em 1870 na Serra Gaúcha, foi uma das primeiras áreas de colonização italiana no Rio Grande do Sul. Posteriormente renomeada Garibaldi, em homenagem ao herói da unificação italiana Giuseppe Garibaldi, a região tornou-se um dos mais importantes polos vitivinícolas do Brasil. Os imigrantes italianos trouxeram consigo conhecimentos agrícolas, tradições culturais e, sobretudo, a paixão pela vinicultura, que transformaram a paisagem econômica e cultural local.

A história de Giuseppe Denato reflete os desafios enfrentados por esses pioneiros: o desbravamento de terras cobertas por mata virgem, o isolamento inicial e as dificuldades em adaptar técnicas europeias ao novo ambiente. Porém, como muitos outros, Giuseppe encontrou na união comunitária e na resiliência uma maneira de prosperar.

Embora fictício, o enredo baseia-se em elementos históricos e busca retratar, com fidelidade, o espírito empreendedor e a contribuição dos imigrantes italianos para o desenvolvimento do sul do Brasil. É uma homenagem à coragem e ao legado cultural dessas famílias, cujas histórias continuam a ecoar nas tradições e nos vinhedos da Serra Gaúcha.

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Alcune Diferense tra i taliani ´nte l´Argentina


Alcune Diferense tra i taliani ´nte 

Argentina


Na ricerca interessante sui taliani in Argentina riguarda la diferensa tra i grupi che vien fora de le vàrie region taliane. Un aprocio regionae el ze un campo prometente e rico che pol respondere a domande che le anàlise a livelo nasionae no le riesse a satisfare. La dimenssion regionae, alora, la ze pròprio ideale par fare ricerche comparative dentro una nassion o tra diverse nassioni.

Confrontando i emigranti taliani del Nord e del Sud, se pò vardar che i liguri e i piemontesi i se integra ben ´ntel setor agrícola, diventando presto paroni de tera e formando vere colónie. I liguri, con la so esperiensa ´nte la navigassion, i va pian pian ´ntel comèrssio sul fiume e in poco tempo i ga el control del porto de Buenos Aires.

I taliani del Sud, specialmente i calabresi e i siciliani, i partecipa meno a fondar colónie o associassion de mùtuo socorso. Preferisse lavor manual e zornaliero, rimanendo de sòlito operai o garsoni, sensa granda ambission de scalare socialmente.

Un altro aspeto interessante lu el ze el comportamento ´ntei matrimoni tra i taliani. La famèia e la comunità i ga un ruolo sentral ´nte la scelta del sposo o sposa, sia par conservar la cultura d'origine che par mantegner vive le tradission. L’endogamia la ze comum, mentre l’esogamia la ze manco frequente, almanco ´nte le prime e seconde generassion de emigranti, che preferisse sposar persone de la stessa region, provìnsia o magari paese talian.