sexta-feira, 20 de abril de 2018

Sobrenomes Italianos e Vênetos na Colônia Dantas Atual Bairro da Água Verde em Curitiba




O grande bairro curitibano da Água Verde se chamava de Colônia Dantas, no início da colonização italiana na cidade, no final do século XIX. Dezenas de famílas italianas, na sua grande maioria de origem vêneta, se instalaram no local, muitos após passarem um difícil período nas colônias formadas no litoral paranaense, localizadas em torno de Paranaguá e Morretes, como as Colônias Nova Itália e Alexandra, esta última mais antiga. Assim, as famílias nominadas abaixo foram as que povoaram a Colônia Dantas e que com seu trabalho deram lugar ao aprazível e rico bairro da Água Verde de hoje. A seguir, nomes de famílias pioneiras que se estabeleceram no local por volta de 1879, data que encontramos a primeira referência a esta colônia italiana nos arredores de Curitiba. Alguma lá permaneceram por pouco tempo, indo se fixar em outras colônias italianas então em formação em Curitiba ou em cidades vizinhas como Colombo (se chamava de Colônia Alfredo Chaves), Umbará, Santa Felicidade, Piraquara (Colônia Santa Maria do Novo Tirol).

As famílias pioneiras: 

Alberti, Alessandrini, Andreoli, Andretta, Antonietti, Antonietto, Baggio, Baglioli, Baptista, Baronti, Barusso, Bassan, Bassani, Basso, Beghetto, Belinari, Belon, Benedetti, Benetello, Berno, Bertoli, Bertollini, Bettega, Bizotto, Bobbato, Bonilaure, Borsato, Bortoletto, Bot, Bozza, Bozzi, Bruneto, Brunetti, Buso, Buzzato, Cantorida, Cardon, Carnieri, Carraro, Casagrande, Castellano, Cavichiolo, Ceccato, Ceccon, Celli, Ceschin, Cemin, Colleone, Conte, Contogna, Cortadelli, Cortiano, Costa, Costacurta, Cunico, Dalazuana, Dalcol, De Carli, De Costa, De Cristiani, De Lazzari, De Mio, De Pauli, De Poli, Deconto, Demetrio, Denico, Derosso, Destefani, Dorigo, Fabris, Foltran, Fontana, Francechini, Fressatto, Fruet, Gabardo, Gagno, Giacomazzi, Gianini, Giovannoni, Girardi, Gottardi, Granatto, Grossi, Gusso, Guzzi, Honorio, Lanzoni, Lazarini, Lazzari, Lavorato, Lorenzi, Lazzarotto, Levorato, Lorenzi, Magrin, Maito, Maragno, Marchesini, Marchetti, Marchioro, Marcobon, Marcon, Marconi, Marello, Marodin, Marosin, Massolin, Massuci, Mattana, Meller, Melnai, Meneguzzo, Merlin, Micheletto, Moletta, Molinari, Moreschi, Motta, Nadalin, Nardino, Negrello, Orso, Pace, Pansolin, Parolin, Pasello, Pellissari, Percegona, Perfetti, Perolla, Piazzetta, Piccoli, Pichette, Pierini, Pierobon, Pinton, Pizzato, Poitevin, Pontello, Pontoni, Postai, Prin, Razzolin, Rigoni, Rissetti, Romanel, Rossetto, Salsi, Sandri, Sartori, Scaramuzza, Schiavon, Scotti, Scremin, Scrocaro, Segalla, Senegaglia, Serafin, Solieri, Stevan, Stocco, Stofella, Tasca, Tedeschi, Tedesco, Thá, Tiepo, Thomaz, Todeschini, Tomazzi, Toniolo, Torquatto, Tortato, Tosin, Trevisan, Turin, Valente, Valentini, Vardanega, Veltorazzo, Vendrametto, Vendramin, Veronese, Vollatore, Zagonel, Zanardi, Zanardini, Zandonà, Zanetti, Zaniollo, Zanon, Zardo, Zilli, Zonta.

A Presença dos Italianos e dos Vênetos na Colonização do RS



O Rio Grande do Sul foi uma terra disputada pelas coroas da Espanha e Portugal e a expansão da sua população teve o seu início com a chegada do século XVIII. Depois de muitos anos de cruentas lutas, a então Província foi delimitada e se deu início a sua colonização de forma sistemática. Assim no ano de 1824 chegaram os alemães e mais tarde, em 1875 as primeiras famílas de italianos. Tendo obtido bons resultados com as colônias alemãs, no ano de 1875 a província recebeu do Império as colônias Dona Isabel (mais tarde denominada de Bento Gonçalves) e Conde D'Eu (depois Garibaldi) destinadas a receberem imigrantes italianos em geral, sendo os vênetos que constituíram a grande maioria. Depois no Rio Grande do Sul foram criadas a Colônia Fundos de Nova Palmira, logo depois rebatizada como Colônia Caxias e a Colônia Silveira Martins. O primeiro grupo de imigrantes italianos chegou no Rio Grande do Sul em 1875 e se estabeleceu na Colônia Nova Palmira, no local chamado Nova Milano (hoje Farroupilha). Neste mesmo ano outros imigrantes italianos em geral e vênetos em particular se estabeleceram nas Colônias Conde D'Eu e Dona Isabel e já em 1877 na Colônia Silveira Martins, vizinho a atual cidade de Santa Maria. 


Os imigrantes italianos que vieram para as novas colônias no Rio Grande do Sul proveniam, na sua quase totalidade, do norte da Itália (Vêneto, Lombardia, Trentino Alto Adige, Friuli Venezia Giulia, Piemonte, Emilia Romagna, Toscana, Liguria). Um dado estatístico nos revela que por zona de proveniência temos: Vênetos 54%, Lombardos 33%, Trentinos 7%, Friulanos 4,5% e os demais 1,5%. Como se pode ver os vênetos e os lombardos constituíram 88% dos imigrantes fixados na Província do Rio Grande do Sul. Os imigrantes italianos chamados para substituir mão de obra escrava, com o advento da abolição da escravidão no Brasil, rapidamente, em poucos anos os territórios à eles destinados para colonização, já estavam inteiramente ocupados, obrigando os que chegavam, e atmbém aos filhos dos pioneiros, a procurar novas terras distantes das primeiras colônias. Assim foram surgindo outras colônias, sempre com a predominância numérica dos vênetos: Alfredo Chaves, Nova Prata, Nova Bassano, Antônio Prado, Guaporé e mais tarde, Vacaria, Lagoa Vermelha, Cacique Doble, Sananduva e Vale do Rio Uruguai, como Casca, Muçum, Tapejara, Passo Fundo, Getúlio Vargas, Erechim, Severiano de Almeida.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Dia Nacional do Imigrante Italiano no Brasil



Anualmente, na data de 21 de Fevereiro, se comemora em todo o território nacional do Brasil, o “Dia do Imigrante Italiano”, segundo estabelece a lei aprovada pelo Congresso Nacional no dia 8 de maio e sancionada dia 2 de junho de 2008 pelo presidente da República em exercício, José Alencar, na presença do embaixador Michele Valensise e de vários consules italianos no país.

Na data de 21 de Fevereiro de 1874 desembarcaram, em Vitória, os primeiros emigrantes vênetos destinados para o estado de Espírito Santo. 

A criação de um dia específico para homenagear os imigrantes é uma homenagem e o reconhecimento oficial do governo brasileiro à importante contribuição que a emigração italiana deu à cultura, economia, a formação do caráter nacional brasileiro e ao progresso do Brasil. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

O Arenque Defumado Pendurado com um Barbante sobre a Mesa



Non scordare dell’aringa affumicata appesa nello spago sulla tavola.

Entre as recordações do Vêneto que permaneceram até hoje na memória dos descendentes de emigrantes e que ainda se conservam vivas encontramos o episódio do arenque defumado, atado em um barbante, sobre a mesa nas refeições. 

Os mais velhos contavam esse episódio para fazer a comparação da pobreza endêmica sofrida pelas famílias vênetas no final do século XIX e início do século XX com a abundância e bem-estar atual. 

É uma forma de advertência aos mais jovens de hoje que não sabem que coisa seja a necessidade. Menos ainda, o que é verdadeiramente passar fome. Nos contavam ainda que devido as péssimas condições alimentares na época, a falta de proteínas e alimentação de má qualidade, quando só se alimentavam de farinha de milho, usada para a polenta, deram lugar a uma séria de doenças, entre as quais a pelagra, que inutilizavam e ceifavam a vida de muitas pessoas. 

O episódio do arenque defumado é bem ilustrativo dessa fase difícil da história do Vêneto. Quando a família se sentava à mesa, quase sempre eram muitos para alimentar e a comida disponível, a polenta sem gosto e sem carne. Então se amarrava, com um barbante, um arenque defumado e o dependurava por sobre a mesa enquanto era servida a polenta. Cada um a sua vez esfregava rapidamente a sua fatia de polenta quente naquele arenque pendurado, de modo que a polenta sem gosto adquirisse algum sabor. 

Outras versões, conforme a zona de proveniência do imigrante, nos contam que era um pedaço de salame que dependuravam sobre a mesa de refeições. 

Outra história muito contada, geralmente por imigrantes oriundos da província de Treviso, era a do osso para fazer o caldo, que percorria toda a vizinhança, cada dia sendo usado para fazer o “brodo” na casa de uma das famílias.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS




No scordare dell’aringa affumicata appesa nello spago sulla tavola


Tra i brevi ricordi del Veneto, rimasti fino oggi nella memoria degli emigranti che si conserva ancora con i suoi discendenti troviamo l´episodio dell´aringa affumicata appesa allo spago sopra la tavola nei pranzi. I più vecchi raccontanno l´episodio per confrontare la povertà endemica patitte dalle famiglie venete nel fin´Ottocento e inizio del Novecento con l´abbondanza e benessere attuale. È una forma d´avvertimento ai giovani d´oggi che non sano cosa sia la necessità. Ci raccontano che dovuto le brutte condizioni, la mancanza di proteine e cibi di qualità hanno propiziato una serie di malattie, tra cui la pelagra, che portavano via tanti persone. L´episodio dell´aringa: quando ci si sedeva a tavola si era sempre in tanti da sfamare e il cibo pochissimo. Allora, si appendeva un´aringa affumicata ad uno spago penzolante sopra il tavolo e ai commensali si serviva la polenta. A sua volta ognuno strofinava la propria fetta di polenta calda sull´aringa, in modo che la polenta cambiasse sapore. Altre versioni ci parlano del salame e anche delle ossa per il brodo che faceva strada tra i vicini, ogni giorno faceva il brodo di una famiglia.

Os Emigrantes Italianos nas Fazendas de Café de São Paulo



Apesar que a região Sul tenha sido a pioneira na imigração italiana, foi a Sudeste aquela que recebeu a maioria dos imigrantes. Isto se deve ao processo de expansão das lavouras de café em São Paulo e, também no Espirito Santo e Minas Gerais. 
Com o fim da escravidão no Brasil e o sucesso da colonização italiana no Sul do país, os próprios donos das fazendas de café trataram de atrair e contratar os imigrantes italianos para trabalharem nas suas propriedades.


No começo, por volta de 1870, o emigrante tinha que trabalhar nessas plantações vinculados a um contrato de cinco anos e o valor da passagem, paga inicialmente pelo fazendeiro, deveria ser devolvida anualmente pelo imigrante contratado. 


A partir de 1881, o governo paulista, que na ocasião era controlado politicamente pelos fazendeiros, passou a incentivar oficialmente a imigração italiana com destino aos cafezais, subsidiando metade das despesas da viagem, mas, ainda mantendo o contrato de cinco anos e a necessidade de ressarcimento das despesas com a viagem. 
Os colonos eram contratados ainda na Europa e trazidos diretamente para as fazendas de café. Tinham sua viagem de navio paga, assim como o transporte por terra até as fazendas. Essas despesas, entretanto, entravam como um adiantamento feito ao colono pelo proprietário, assim como, igualmente, lhe era adiantado o necessário à sua manutenção, até que ele pudesse se sustentar. 


À cada família era atribuída uma porção de pés de café, na proporção do número de seus membros e capacidade para cultivar, colher e beneficiar. Aos colonos também era facultado cultivar uma pequena roça própria, em locais estipulados pelo fazendeiro, onde produzia alguns produtos agrícolas básicos  necessários ao seu sustento. 
O colono não podia abandonar a fazenda sem ter previamente comunicado por escrito a sua intenção de retirar-se e só o poderia fazer após saldar todos os seus débitos com o patrão. 
A região mais emblemática para a história do café no estado de São Paulo e também da imigração italiana fica em volta da cidade de Ribeirão Preto, onde ali se concentrava o melhor solo para o plantio de café em todo o mundo.


O estado de São Paulo se constituiu no destino da maioria dos emigrantes italianos que vieram para o Brasil. O estado paulista foi o destino de aproximadamente 44% da emigração italiana para o Brasil entre os anos de 1820 e 1888. No entanto, entre os anos de 1889 e 1919 este número chegou a 67%. O pico foi entre 1900 e 1909, quando esse total chegou a 79%. 
O peso demográfico italiano no estado foi muito grande: em 1934, italianos e seus descendentes já representavam aproximadamente metade da população de São Paulo. 
São Paulo oferecia muitas vantagens para quem quisesse emigrar para lá: pagava 75 mil réis por adulto, a metade por meninos de 7 a 12 anos e 20% pelas crianças de 3 a 7 anos. 
Uma entidade chamada de Sociedade Promotora de Imigração foi criada na Itália com o intuito de incentivar a emigração. Na época não era difícil atrair emigrantes para o estado: os jornais paulistas também publicavam anúncios, convidando os estrangeiros que lá residiam a chamar parentes para o Brasil, com o incentivo que teriam passagem gratuita. Na sede dessa sociedade na Itália logo surgiram milhares de solicitações de interessados em embarcar para o Brasil. 
No ano de 1887, foi construída a Hospedaria dos Imigrantes, no bairro do 
Brás, onde os emigrantes recém chegados ficavam abrigados por no máximo oito dias. Lá, eles eram procurados pelos fazendeiros que lhes ofereciam os contratos de trabalho. Geralmente o contrato era estabelecido oralmente, sem nenhuma garantia escrita de que seria integralmente cumprido de acordo com o combinado. Uma vez aceito o contrato, os imigrantes eram transportados do porto de Santos, por meio de trem até a fazenda, sendo viagem inicialmente custeada pelos fazendeiros.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS