quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A Emigração Vêneta uma Verdadeira Revolução


O emigrante pode fazer fortuna, talvez até voltar para casa elegantemente vestido, mas, as suas mãos ele não poderá mudar. Portarão  sempre os inconfundíveis sinais do trabalho e da fadiga.

A emigração definitiva foi sem dúvida uma escolha difícil,  demorada, muito dolorosa, mas, necessária,  pois, acabou mudando a vida de milhares de vênetos. 

Sem ela o Vêneto ainda teria uma grande população rural, descontente e ao mesmo tempo paralisada, sem estímulo e resignada. Se hoje a região do Vêneto tem orgulho do seu trabalho, dos inúmeros produtos industriais e agrícolas made in Veneto, que produz e exporta,  chegando mesmo a serem considerados entre os melhores do mundo, se deve aos muitos empreendedores vênetos que, naqueles difíceis anos de escassez e miséria foram obrigados a frequentar a dura faculdade da emigração. 

De uma população pobre e atrasada, constituída na sua grande maioria por  pequenos agricultores e trabalhadores não qualificados, semi analfabetos, se transformou em poucos anos em uma terra de patrões, de grandes e bem sucedidos empresários, donos de importantes indústrias que negociam com sucesso seus produtos pelos quatro cantos do mundo. Foi graças àqueles anos duros de emigração de uma grande parte desses empreendedores, de precisarem ter vivido novas experiências, quando tiveram a oportunidade de conhecer vários países e absorverem novas culturas, que forjou o seu caráter, abrindo as suas mentes com o enriquecimento  do conhecimento. 

A longa emigração também se constituiu em uma verdadeira revolução não só para o Vêneto, por criar as condições necessárias para o desenvolvimento da Região, mas, também para aqueles que tiveram a necessidade de emigrar. A emigração os ensinou a arriscar, a aprender, a se confrontar com a adversidade e a andar sempre olhando para a frente. Mudou radicalmente, e para melhor, as suas vidas, os seus hábitos, os seus valores, a sua cultura, a maneira de trabalhar e de fazer negócios. 

A experiência vivida no exterior foi muito difícil, mas, positiva, os fez crescer alargando os seus horizontes, aprendendo a tomar em suas próprias mãos a construção do seu destino, sem esperar  pela ajuda de outros. 

A emigração foi a escola que ensinou os vênetos a terem confiança neles mesmos, de construíram as suas vidas contando somente com suas próprias ideias.  




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS