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quinta-feira, 17 de julho de 2025

A História de Domenico Scarsel


A História de Domenico Scarsel


Domenico Scarsel, um agricultor humilde das pitorescas colinas da região de Belluno, na Itália, vivia preso às agruras de uma vida que não mais oferecia esperança. As colinas que outrora pareciam um refúgio acolhedor agora se transformavam em um cenário melancólico de infertilidade e escassez. As forças invisíveis da pobreza, como um vento incessante que sopra sem trégua, empurravam-no para longe do lar de seus antepassados. Seus olhos, profundos e cansados, refletiam a exaustão de quem batalhara incansavelmente contra uma terra que já não retribuía o esforço.

Desde a juventude, suas mãos, calejadas e endurecidas pelo peso da enxada e do arado, haviam arrancado da terra cada grão de sustento. Contudo, o solo outrora generoso transformara-se em uma superfície árida, incapaz de nutrir sua família. Lucia, sua esposa, esforçava-se em silêncio para manter a harmonia no lar, enquanto seus três filhos eram o retrato vivo do contraste entre a inocência e a carência. Angelo, o mais velho, começava a assumir o peso de responsabilidades maiores que sua idade; Catarina, de nove anos, ajudava a mãe nos afazeres domésticos, mas frequentemente olhava para as colinas com um misto de curiosidade e tristeza; e Giuseppe, com apenas quatro anos, era a única fagulha de alegria naquela casa marcada pela luta diária.

A Itália, com sua história rica e paisagens deslumbrantes, parecia ter renegado Domenico. O país que ele e seus antepassados sempre chamaram de lar agora não passava de uma prisão de dificuldades insuperáveis. Cada amanhecer trazia a mesma preocupação: como alimentar sua família? Como protegê-los do futuro incerto que parecia se aproximar como uma tempestade inevitável? A promessa de uma nova vida em terras distantes começava a germinar em seu coração, ainda que fosse uma escolha impregnada de medo e sacrifício.

A decisão de emigrar não foi fácil para Domenico Scarsel. As noites insones, marcadas pelo silêncio opressor da casa simples, eram preenchidas por seus pensamentos inquietos. Lucia, sentada perto da lareira quase extinta, costurava remendos em roupas já gastas, enquanto o brilho vacilante da lamparina iluminava apenas parcialmente a expressão tensa de seu marido. Ele ponderava os riscos de cruzar o vasto Atlântico rumo a um destino desconhecido, onde promessas de esperança competiam com histórias de perigos e desilusões.

O medo do desconhecido não era o único peso em seu coração. Domenico sentia a culpa como um espinho constante, atormentando-o por arriscar tudo o que sua família tinha – mesmo que fosse pouco. Retirá-los da Itália, o único lugar que conheciam, parecia uma traição às suas raízes. Mas que raízes eram essas? A terra que deveria sustentá-los transformara-se em um fardo. Após anos de guerras pela unificação e a formação do novo Reino da Itália, o país encontrava-se devastado. Os camponeses, como Domenico, sofriam os efeitos de políticas desiguais que favoreciam os ricos proprietários e deixavam os pequenos agricultores à mercê da fome e do abandono.

O solo que ele cultivava com esforço já não rendia o suficiente. A Itália, dividida por séculos, unira-se politicamente, mas seus filhos mais pobres continuavam separados das promessas de prosperidade. Os impostos altos, os aluguéis abusivos e a competição por terras férteis tornaram impossível a sobrevivência. A fome era uma presença constante nas mesas humildes, e até mesmo a esperança parecia ter abandonado aquelas colinas outrora pitorescas.

Ainda assim, as cartas dos que haviam partido lançavam um fio de luz na escuridão. O Brasil era descrito como uma terra de oportunidades, onde a terra fértil se estendia em vastidões quase inimagináveis. As colheitas, segundo diziam, eram generosas, e o trabalho árduo era recompensado com dignidade. Essas palavras ressoavam em Domenico como uma melodia distante, despertando nele um misto de esperança e dúvida.Enquanto Lucia dava os últimos pontos em um casaco remendado pela terceira vez, Domenico olhava para os filhos adormecidos. Ele sabia que a decisão não podia mais ser adiada. Não era apenas uma escolha por um novo começo, mas pela sobrevivência. O Atlântico era vasto e impiedoso, mas ficar era como esperar pela morte.

Na manhã fria de novembro, enquanto o outono pintava as colinas de Belluno em tons dourados e vermelhos, Domenico fez o anúncio à família. "Vamos para o Brasil", disse ele, sua voz firme apesar do nó na garganta. Lucia assentiu silenciosamente, escondendo as lágrimas por trás de um sorriso forçado. Os filhos, sem entender completamente a magnitude da decisão, reagiram com curiosidade e um toque de excitação infantil.

Os preparativos foram rápidos, mas dolorosos. A venda de ferramentas, móveis e até mesmo o relógio de bolso de Domenico, uma herança de seu avô, serviu para custear a viagem. Cada despedida com parentes e vizinhos era marcada por abraços longos e lágrimas contidas. "Levem a nossa bênção", disse o pároco local, entregando-lhes uma pequena imagem de Santo Antônio para proteção durante a jornada.

Finalmente, no início de janeiro, a família embarcou em um trem lotado que os levaria ao porto de Gênova. As crianças estavam encantadas com a novidade, mas Domenico e Lucia sentiam o peso da despedida em cada quilômetro percorrido. Ao chegarem ao porto, ficaram impressionados com a grandiosidade do navio que os aguardava, um gigante de ferro com chaminés que lançavam fumaça ao céu nublado.

O embarque foi uma mistura de caos e expectativa. Centenas de imigrantes lotavam os conveses, carregando malas de madeira e sonhos por vezes maiores do que o próprio oceano que cruzariam. Enquanto o navio zarpava, Lucia segurou firmemente a mão de Domenico, as lágrimas finalmente escorrendo. Ele apertou sua mão de volta, sussurrando: "Nós vamos conseguir. Por eles", olhando para os filhos que se aninhavam juntos, curiosos e ansiosos.

Naquele instante, Belluno desapareceu no horizonte, mas a imagem de suas colinas permaneceria viva na memória da família, um lembrete constante do lar que deixaram para trás e da coragem que os impulsionava em direção ao desconhecido.

A jornada para o Brasil foi tudo, menos fácil. A bordo do cargueiro abarrotado, Domenico e sua família enfrentaram uma sequência de provações que testaram não apenas seus corpos, mas também seus espíritos. O navio, que parecia imponente quando atracado no porto de Gênova, revelou-se um labirinto claustrofóbico assim que zarparam. As condições insalubres não deixaram margem para qualquer ilusão de conforto: o ar era pesado com o cheiro de suor, umidade e alimentos em decomposição, e os porões onde os imigrantes eram acomodados mais lembravam celas improvisadas do que um espaço para seres humanos.

A comida, distribuída com parcimônia, mal sustentava os viajantes. Os dias no mar, que se alongavam em uma monotonia opressiva, eram pontuados por surtos de doenças que se espalhavam com a rapidez de um incêndio em palha seca. Crianças e idosos eram os mais vulneráveis, e cada tosse ou febre era um prenúncio de tragédia. Domenico, vigilante, fazia o possível para proteger sua família, mas havia limites para o que um homem podia fazer em um ambiente tão hostil.

Após semanas de tormento, avistar o porto de Santos deveria ser um momento de alívio, mas a realidade foi outra. O desembarque trouxe uma nova camada de dificuldades. A Casa de Imigração, para onde foram conduzidos, parecia mais uma fortaleza austera do que um abrigo acolhedor. Suas paredes, frias e úmidas, guardavam os ecos de centenas de vozes – esperanças e medos misturados em um coro que não encontrava resposta. As camas improvisadas, feitas de madeira áspera, não eram melhores do que o chão do navio. O cansaço e a incerteza pairavam como uma sombra sobre todos os recém-chegados.

Foi ali, nesse lugar que prometia ser uma porta de entrada para um futuro melhor, que Domenico sofreu sua perda mais devastadora. Seu pai, o avô Sisto, sucumbiu a febres que varriam o abrigo como uma praga invisível. O idoso, que havia sido o pilar da família na Itália, enfrentara a travessia com coragem, mas seu corpo enfraquecido não resistiu às adversidades. A despedida foi apressada e sem cerimônias, marcada apenas pelo peso do luto e pela impotência diante das circunstâncias.

A morte de Sisto abalou profundamente a família, deixando uma lacuna irreparável. Para Domenico, o momento foi um teste cruel de sua determinação. Entre os soluços abafados de Lucia e os olhares assustados das crianças, ele sentiu a responsabilidade de manter-se firme, de carregar a chama da esperança que parecia prestes a apagar. Não podiam voltar atrás – o custo da viagem já havia consumido tudo o que possuíam. E assim, mesmo com o coração pesado e os olhos ainda marejados, Domenico tomou a única decisão possível: seguir em frente. A terra que buscavam, acreditava ele, ainda prometia uma chance de recomeço.

A fazenda, com seus vastos cafezais, era administrada com rigor e visão estratégica pelo Comendador Aurélio, um homem de origem portuguesa que havia acumulado fortuna no comércio antes de investir em terras. Domenico ficou impressionado com a grandiosidade do lugar: colinas cobertas de pés de café alinhados como soldados em formação, estradas ladeadas por laranjeiras e limoeiros, e um pequeno rio que alimentava um moinho de água.

A casa de madeira onde os Scarsel foram instalados era simples, mas funcional. Com quatro quartos, uma cozinha com forno e telhas de barro vermelho, a residência era um símbolo de modéstia e segurança. Domenico, porém, não se iludia. O trabalho era extenuante, e os ganhos, modestos. A tarefa inicial era carpir o mato denso que crescia entre os cafezais, uma tarefa que consumia horas e rendia pouco.

Ainda assim, o comendador demonstrava respeito pelos colonos. Ele providenciava carne suína semanalmente, distribuía porções generosas de gordura para tempero e era conhecido por garantir que nenhuma família passasse fome. Aos sábados, a fazenda se transformava em um centro de convivência, com danças e cantorias que misturavam italianos e brasileiros em um raro momento de descontração.

Domenico logo percebeu que o Brasil era uma terra de contrastes. Enquanto a fertilidade do solo proporcionava colheitas abundantes, o isolamento e a saudade da Itália eram pesares constantes. Lucia, com sua devoção religiosa, sentia falta da igreja e das celebrações comunitárias que marcavam sua vida na Itália. A distância da cidade e a irregularidade das missas aumentavam sua melancolia, mas ela encontrou força em cuidar da horta e dos filhos.

Angelo, o mais velho, tornou-se uma ajuda valiosa para o pai, aprendendo rapidamente as técnicas de cultivo e armazenamento de milho. Catarina, com sua curiosidade infantil, encantava-se com as novas paisagens e a fauna local. Giuseppe, o mais novo, era a alegria da família, correndo pelos campos e explorando o novo mundo com os olhos brilhando de fascínio.

Com o tempo, os Scarsel começaram a prosperar. Domenico aprendeu a manejar o café e a aproveitar os recursos naturais ao máximo. Lucia cultivava ervas e verduras que complementavam a dieta da família. Apesar das dificuldades, os Scarsel conquistaram o respeito dos demais colonos e até do próprio comendador.

Em uma carta ao professor que havia deixado na Itália, Domenico escreveu:
"Aqui, nesta terra estranha, encontramos muito mais do que dificuldades; encontramos também oportunidades. Embora a saudade doa como um corte profundo, o trabalho nos dá sentido, e a esperança nos dá força. Estamos plantando não apenas café, mas também o futuro de nossa família."

Os Scarsel construíram um lar em terras distantes, enfrentando desafios que exigiram coragem e resiliência. Sua história, como a de muitos imigrantes, é um tributo à força do espírito humano e à capacidade de transformar sonhos em realidade, mesmo nas condições mais adversas.

Nota do Autor

"A História de Domenico Scarsel" é um relato verídico com nomes fictícios, profundamente inspirado nas histórias reais de milhares de imigrantes italianos que cruzaram o Atlântico no final do século XIX, em busca de uma nova vida no Brasil. A narrativa acompanha Domenico, um humilde agricultor das colinas de Belluno, e sua família, que enfrentam dificuldades inimagináveis em sua terra natal, agravadas pelas guerras de unificação da Itália e pelas condições econômicas opressoras da época. Este pequeno resumo do livro oferece um vislumbre das lutas e conquistas dessa jornada épica. A história não é apenas sobre a sobrevivência física, mas também sobre a força do espírito humano, a resiliência diante da perda e a esperança que impulsiona as pessoas a buscar um futuro melhor, mesmo diante de adversidades intransponíveis. Enquanto Domenico e sua família enfrentam o luto, as doenças e as incertezas de um país estrangeiro, eles encontram também momentos de solidariedade, coragem e renovação. Através de suas experiências, espero honrar a memória de todos aqueles que, como Domenico, ousaram sonhar e reconstruir suas vidas em terras distantes. Este livro é um tributo aos pioneiros e suas histórias de sacrifício e esperança – histórias que continuam a ecoar através das gerações. 

Dr. Luiz C. B. Piazzetta


sexta-feira, 4 de julho de 2025

Giovanni Bianco: Un Viao par el Novo Mondo


Giovanni Bianco 

Un Viao par el Novo Mondo


Giovanni Bianco, un òmo robusto e de sguardo determinà, originàrio del pìcolo comun de Castelverde, Cremona, ´ntela region de Lombardia, gavea trent’oto ani quando, ´ntel 1897, decise de traversar l’Atlàntico par sercar na vita nova. Al suo fianco, la mòie Benedetta Lazzari, na dona de forsa serena, con ´na delicatesa che contrastava con ´na determinassion implacà quando le circostanse la ghelo imponeva, e i sinque fiòi, con età dai do ai ùndase ani, ognuno portando con sé na pìcola parte de speransa e paura del scognossesto. La decision no’l ze sta fàssil, ma la fame e la mancansa de prospetive in Itàlia li gà costreti a lassar quel poco che i gavea: na casa modesta de piere con finestre de legno vècio e ’na pìcola tera árida che fa fatiga a dar quel tanto che bastava par magnar.

Insieme a Giovanni, gà imbarcà anca el so fradel Pietro e la so famèia. Pietro, de temperamento pì impetuoso, portava un entusiasmo quasi zovanile che mascherava el peso de le preoccupassion. La so dona, Rosa, portava ´ntei òci stracà la stessa mèscola de resignassion e determinassion de Benedetta, mentre i tre fiòi pì vèci del par aiuta i pì piceni a sta visin durante la confusion del imbarco.

El porto fermentava de vosi de dialeti diversi, mescolà con el rumor dei bastimenti e con i urli dei marinài. In ària, el odor salà del mar se mescolava con el odor de òio brusà e de pesse fresco. Fra le masse che ndava de corsa, ghe zera visi segnà da la incertessa e da la speransa, stòrie simili ma uniche, de famèie intere che sercava de scampare dala misèria. Giovanni tegneva streta la man de Benedetta, che, ancuo tentando de no farse vardar, sentiva le làgreme calàrse sul viso al pensar a quel che lassava indrio: la cesa del paese ndove i s’era sposà, i visin che, anca se poareti come lori, i zera come ´na famèia, e i pochi momenti de gioia che la vita in Lombardia ancora ghe gavea donà.
Ma l'imagine de quel che i li aspetava in Brasile – tere vaste, promesse de laoro, la possibilità de un futuro par i fiòi – la zera pì forte che la malinconia. Giovanni i tegneva lo sguardo fisso sul gran vapor che se avisinava al porto, con le sue imponenti camini che libarava fumo nero contro el cielo color de sènare. Quela vision simbolegiava tanto la paura quanto la speransa. Lui sapeva che no ghe se gavea garansie, ma sapeva anca che quela la zera l'ùnica ocasion de riscriver la stòria de la so famèia.

El navio, batisà Santa Lucia,el zera un vècio cargo adato par passegieri, con le sue struture che scrichiolava soto el peso de le stòrie che lo acompagnava. El scafo, segnà da rùsene e ripari mal fati, el zera un ricordo che el destin de chi che ghe stava drento zera tanto precàrio quanto el bastimento che li portava. El ponte inferiore, ndove i stava confinà, el zera un labirinto claustrofòbico de leti de legno streti, disposti in file sofocanti, con spasio solo par l'essensiale: corpi strachi e el bagaio de la speransa.

L'ària li drento la zera spessa, impregnà dal odor de sal mescolà con quelo agridolse de corpi mal lavà, de sibo guasto e del timore inevitàbile de la traversia. Le lusi fioche de le lampade a òlio getava ombre inquietanti su le pareti ùmide, mentre el scrichiolar constante de le tàvole e el rumore de l'aqua che sbateva contro el scafo creava una sinfonia opressiva che pareva derider le preghiere silensiose mormorà per molti.

El viaio, che el ze durà trentasei zorni interminàbili, el ze sta segnata da tempeste violente e malatie. L'ossean, che al'inìssio pareva solo vasto e belo, se rivelò un aversàrio crudel. Durante le tempeste, i passegieri i se rampegava ai leti o a l'uno con l'altro, mentre l'aqua invadea el ponte inferiore e el Santa Lucia gemeva come una bèstia ferita. I fiòi i pianseva sensa fermarse, le vosi loro mescolandose con el rumore assordante del mar in fùria.

Giovanni, però, se mantenea fermo, la sua postura imponente la contrastava con el disperar intorno. Lui sapeva che el so ruolo el zera pì che de padre; el zera de guardian de la fiama de speransa che ancora brusava drento la so famèia. Le noti pì dure, quando el navio pareva che volesse cader soto la forsa del ossean, lui radunava i fiòi intorno a sé. Seduti sul pavimento fredo e instàbile, Giovanni li incorasiava a cantar cansoni de la so tera, melodie antiche che parlava de racolti abondanti e feste de paese.

Le voce dei fiòi, pur tìmide al'inìssio, presto riempiva lo spasio streto con ´na forsa inaspetà. Altri passegieri i scominsiava a unirsi, le vose loro diventando ´na resistensa coletiva contro l'aversità. Par un momento breve, l'odore fètido e la paura i diventava dimenticà, sostituì da un dolse ricordo dei zorni pì semplissi.

Benedetta, anche straca, vardava Giovanni con ´na mèscola de amirassion e gratitudine. Lui no solo che manteneva la famèia unida, ma riussiva, in qualche modo, a trasformar l'aflission in speransa, come se ogni nota cantà ghe zera ´na promessa che zorni miliori li stava aspetando oltre quel mar implacàbile.

Quando finalmente lori i ga vardà le luse del porto de Rio de Janeiro, el cuore de Giovanni se strinse in un misto de solievo e inssertessa. El brilo de le luse le balava su la superfìssie de l'aqua scura, come stele che se ga rivà zo par guidar i viagiatori verso el so destin. Benedetta strinseva la mano de Giovanni, e lui sentì el toco come un promemòria che i gavea ancora uno de l'altro, anche dopo tuto quel che i gh'avea passà. Intorno, i altri passegieri i pianseva, i sorideva o mormorava preghiere fervorose, alcuni in zenochio sul ponte del Santa Lucia, ringraziando Dio par aver sopravissuto a la traversia.

La visione la zera de un mondo novo che vibrava. El porto parea che pulsava de vita: strade iluminà da lampion, bastimenti che atraversava la baia in tute le diression e ´na cacofonia de suoni che mescolava el laoro contìnuo del porto con el frastuono de lìngoe foreste. Par i fiòi de Giovanni, el zera come un spetàcolo afassinante; i òci brilava de curiosità davanti a quel panorama. Ma par i adulto, l'emossion la zera temperà da la consapevolessa de le insertesse che el futuro i portava.
Dopo che i ga sbarcà, Giovanni e la so famiglia i ze sta conduti a la Hospedaria de Imigrantes de l'Isola de le Fiori, un gran edifìssio con le pareti consumà che ghe metea drento sentinai de neo arivà. Là, i coridoi i echiava el rumor de passi fretolosi e vose strache. Nonostante la strachessa del viaio, no ghe zera spàsio par un riposo completo. I dormitori i zera coletivi, le leti messe in file interminàbili, e i gabineti i se divideva, causando lunghe file e poco conforto. El cibo zera abondante, ma diferente da quelo a cui i zera abituà. Tra i piati servi, la farina de manioca la zera 'n mistero par i recém-arivà; molti, come Giovanni e Benedetta, inissialmente i l'avea confuso con el formàio gratà, metendola insieme al fasòi neri par la prima olta. La sorpresa ´ntel provà la mèscola la zera evidente – un sapore inaspetà che provocava sguardi incrossià e risate ìmide tra le famèie. Nonostante le novità culinàrie, i piati i reseva i imigranti, che pian pianinho i scominciava a se abituar ai sapori del Brasil.

El stabilimento zera neto e ordenà, con i dormitori messi in lunghe file e le àree comuni sempre supervisionà. I dipendenti, nonostante i zera sovracarichi, i mostravano bona volontà par acoliere i recém-arivà, guidandoli con pasienza ogni olta che i ghe podesse. Nonostante la nostalgia de casa, l'ambiente de la Hospedaria de Imigrantes de l'Isola delle Fiori el zera un raro momento de stabilità par queli che avevano afrontà 'na lunga traversia pien de incertese.

Pochi zorni dopo, un ufissial vestito con un uniforme meso consumà el chiamò Giovanni par informarlo del pròssimo destin de la famèia. "Minas Gerais," el ga deto, entregandoli un peseto de carta con istrussion vague. No ghe zera tempo par domande; un treno i stava aspetando. El viaio in treno el ze sta sia un'aventura che 'n test de passiensa. I putèi i se divertiva con el movimento rìtmico del treno e le paesagi che se svolgeva davanti ai so òci, ma Giovanni e Benedetta, seduti in silénsio, i assorbia ogni detàlio con la preocupassion de chi sercava de dessifrar che le tere promissore ghe nascondeva. Quando finalmente i ze scesi, i è sta ricevù da 'na grande carossa che i ga portà par le strade de tera batuta fin a la "Fazenda São Bartolomeu", ´ntel munissìpio de Leopoldina. A prima vision, la fasenda zera impressionante: vasti campi de cafè che ondolava come un mare verde fin dove la vision poteva arivar. Le case semplissi de legno le se ragrupava su 'na colina, ofrendo ´na vision privilegià de l'imensità atorno. Ma soto la belessa del cenàrio, ghe zera ´n'ària de laoro duro e sacrifìssio.

El coronel Augusto de Moura, paron de la proprietà, i aspetava ´ntel cortile prinsipae, un uomo incorpà, con 'n bafo grosso e 'n sguardo penetrante. Le so paroe le zera cortesi, ma impersonal, come se i stesse parlando con ingranagi e no con persone. El ga spiegà rapidamente le condissiin de laoro, mentre i so supervisori i portava i imigranti a le so sistemassion: barache semplice, con le pareti sotili e el pavimento de tera batuta.
Giovanni el guardò Benedetta e, par un breve momento, el ga vardà la sombra de la duda passar sul so volto. Lù el savea che quel che i ghe stava aspetando sarìa sta 'n teste de resistensa, no solo fìsica, ma anca emosionae. "Faremo de sto posto 'na casa," ghe disse a vose bassa, mentre i fiòi i coreva intorno, ancora inocenti del peso de la realtà. Lei assentì, e, in fondo ai so òci stanchi, ghe zera la stessa determinassion che sosteniva Giovanni. Cussì, soto el cielo de Minas Gerais, la famèia Bianco ga scominsià a scriver el primo capìtolo de la so nova vita.

Là, el regime de laoro no zera tanto diverso da quel che Giovanni avea sentì de la schiavitù recentemente anulà. Adulti e fiòi i laorava da l’alba fino al tramonto, coltivando cafè e cana da zuchero. In càmbio, i ricevea rassion miseràbili: farina de manioca e picoe porssion de fasòi. Benedetta, con un misto de astusia e resiliensa, la ga scominsià a piantar pìcole ortàlie di nascosto, sercando de garantir el mìnimo de nutrission par i fiòi.

Dopo do ani, non soportando pì l’esplorassion e i castigo frequenti, Giovanni el ga pensà de romper el contrato. La fuga la zera rischiosa. ´Ntel silenzio de 'na matina, prima di nasser el sole, con i so pochi beni limità a un sacco de juta, la famèia la ze nda via a piè, portando zorni par rivar a Piraúba, un distreto visin. Là, loro i ga trovà 'na pìcola comunità de italiani e, par la prima olta, i ga scominsià a sentir el calore de la solidarietà. Par do ani, Giovanni laorò come mesadro, riussendo a acumular un po' de soldi.

´Ntel 1901, un’altra oportunità ghe comparve. Lori i ze sta contratà da la "Fazenda Santa Clara", ´na proprietà del coronel Silvério da Rocha Ferreira, che, nonostante mantenesse i stessi modeli de laoro duro, ofriva condission legermente miliori. Giovanni, con la sua abilità come marangon, el ga scominsiò a costruire ferramenta par la fasenda e, gradualmente, lu guadagnò rispeto e fidùssia.

Quando la fasenda la ze sta comprà dal governo de Minas Gerais e trasformà ´ntela Colónia Santa Maria, la famèia Bianco i ga ressevesto un pìcolo lote de tera. La conquista, celebrà con làgreme e vin improvisà, segnava o scomìnsio de una nova era par la famèia. Giovanni e Benedetta i ga lavorà instancabilmente par trasformar la tera in un peseto fèrtile. Coltivò maìs, cafè e i ga slevà galine, lentamente rasiungendo l’autosuficiensa.

I fiòi, ormai cressiuti, i ga scomincià a formar le pròprie famèie, sposandosi con dissendenti de altri imigrati italiani. I Bianco i se ga sparpaglià in vàrie sità del stato: Ubá, Rio Casca, Muriaé e anche Belo Horizonte. Ogni nova generassion portava la marca de resiliensa e union, lassào de Giovanni e Benedetta.

´Ntel 1939, Giovanni e Benedetta i ga morì con pochi zorni de diferensa, come se uno no potesse viver sensa l'altro. Lori i ga sepelì fianco a fianco, soto un grande àlbero ntela Colónia Santa Maria, el posto che simbolesiava el fruto de le so lote. Su la tomba, i so dissendenti incise ´na semplice iscrision in italiano: “Lavoro e amore ci hanno portato fino a qui”.

La storia dei Bianco la ga scominsià a èsser racontà da generassion, no solo come un tributo ai antenati, ma come un ricordo che la coraiosa e la determinassion pò trasformar anche i momenti pì oscuri in un futuro brilante.


Nota del Autor


Par scriver "A Stòria de Giovanni Bianco in Brasil", mi go fato ´na imersion ´ntele profondità de le narasion de coraio e superamento che definisse la traetòria de tanti imigranti italiani che i ga traversà l'Atlántico in serca de speransa. Sto libro, anca se fitìsio e fruto de la creatività del autor, el ze un omaio no solo a Giovanni Bianco e la so famèia, ma a tuti i òmeni e done che lori i ze lassà la so tera natale, portando con loro solo la forsa de i so sòni e la determinassion de costruir un futuro mèio. La stòria e i personagi i ze fruto de fantasia, ma basà su fati reai che riguardano l'imigrassion italiana, in particolare quela che ga portà tanti italiani, tra cui anche la famiglia Bianco, a Minas Gerais, ndove el sudore e la perseveransa i ze diventà la base de ´na nova vita. Giovanni e Benedetta i rapresenta un arquètipo universae: quelo de persone comuni che i afronta adversità straordinàrie. Le so scelte difìssili, la so resiliensa davanti a l'esplorasion, e la capassità de mantégner viva la speransa ´ntei momenti pì scuri i ze un riflesso de lo spìrito umano ´ntela so forma pì pura. La ze ´na stòria de lota, ma anca de amore — par el laoro, par la famèia e par la vita. Spero che sta narativa possa inspirar i letori a valorisar le radisi che ga formà el Brasil moderno, un paese costruì da la diversità e da la perseveransa de pòpoli che vegnesti da tute le parti del mondo, come i taliani che i ga trovà ´na nova casa in Minas Gerais. Che le pàgine de sto libro no solo conte 'na stòria, ma sirva anca come un tributo a la memòria de chi ga vignesto prima, mostrando che el ze possìbile trovar forsa ´nte l'adversità e belesa ´ntei gesti pì semplici.

Con gratitudine e rispetto,

Dr. Luiz C. B. Piazzetta

sábado, 21 de junho de 2025

Un Viaio Sensa Fin


Un Viaio Sensa Fin

‘Na matina de autono, freda e con spessa nèbia, a pìcola vila ´ntel comune de San Piero de Livenza pareva tanto calma come sempre, ma par Giuseppe Ziloto e so famèia, quel dì segnava lo scomìnsio de un viaio che gavaria cambià la so vita par sempre. Zera el autono del 1876, e Giuseppe, un omo robusto con le man calegà dal lavor duro in tera stèrile, savea che no ghe zera pì modo de mantègner so famèia in quel posto.

A so fianco ghe zera Maria, so mòier, che con i òci strachi, ma sempre pien de ‘na speransa lusente, tegneva la so forsa. Con i tre fiòi – Matteo, de oto ani; Luca, de sinque; e el neonato Vittorio, de solo diese mesi – lori i se preparava a lassar tuto indrio par imbarcarse verso el Brasil sconossuo. La vila entiera la se radunò par salutarli, dando regali par el longo viaio, come pan, erve medissinai e un medalion de Santo Antonio, insieme a làgreme e orassion silensiose.

El viaio da la stassion fin al porto de Genova el ze stà longo e faticoso, con tante fermade in diverse stassion lungo la strada, ndove imbarcava dessine de altri emigranti. El treno pien de passeggeri e con i pochi averi, faticava lento sui triìli e i fiòi, spessialmente el pìcolo Vittorio, i pareva strachi e consumà.

Quando finalmente lori i ga rivà al porto, la visione del gran vapor Savoie la zera tanto ‘na promesa de speransa quanto ‘na minàssia de perìcoli sconossù. Su el vapor, le condisioni i zera insalubri. Òmini, done e fiòi i zera amassà in spassi streti, con poca ària e magnar scarso. L’aqua bona spesso la se mescolava con le impuresse, e la note le zera piena de preghiere, piansi e tossi – sopratuto quela de Luca, che scominsiò a mostrar segni de debolessa. Maria ghe dava tuto el so amor e cura, ma le cative condissioni agravarono la so salute, e la febre divenne una compagna costante.

Dopo quasi 40 giorni in mar, el vapor rivò al porto de Rio de Janeiro al inìsio del 1877. El sbarco ghe portò un sospiro de solievo, ma anca nove sfide. La famèia gaveva ancora da afrentar un secondo viaio con le caravane fino a Santa Catarina, con i perìcoli de malatie e fatiche sempre presenti. Quando finalmente ze rivà al teren assegnà a lori, la vista de la tera ghe ze stà un scossone. Promessa come fèrtile e abondante, la tera la zera in realtà un bosco folto e selvàdego. Giuseppe, con ‘na determinassion feroce, el ga scomincià a dissodare la tera insieme a Matteo, mentre Maria curava i fiòi e tentava de adatarse al ambiente averso.

La tragèdia colpì la famèia pochi mesi dopo. Luca, indebolì dal longo viaio e da le condisioni averse, se ga amalò gravemente. Sensa dotori o risorse, Maria e Giuseppe ghe ga dato tuto quel che loro podevano, usando erve e impachi insegnà dai vissini, ma tuto el ze stà in vano. Luca morì ‘na sera silensiosa, ntel’està del 1877, e el dolore de la so pèrdita el ze come ‘na lama ´ntel cuore de la famèia. El pìcolo grupo de visin emigranti, qualchedun ormai sistemà ´nte la zona, organisò un funeral sémplisse. Soto un vècio cedro, visin al cimitero improvisà, Giuseppe cavò la fossa. Maria, con el pìcolo rosàrio in man, mormorava preghiere tra le làgreme. La pèrdita de Luca segna profondamente la famèia, ma ghe ga dato anca ‘na forsa nova par sopraviver e onorar la so memòria.

I mesi seguenti i ze stà pien de sfide. Giuseppe e Matteo lori i lavorava sensa sosta par netar la tera e piantar le prime semense. Dopo tanto sforso, la prima racolta la ze stà modesta, ma portò un senso de sodisfassion e speransa nova. Maria la ga catà modi par miliorar la vita de la famèia, imparando dai vissin nove ricete con ingredienti locali e usando erve medissinali par curar malánie pìcole.

Malgrado le dificoltà, ghe trovava sempre el tempo par contar stòrie de l’Itàlia ai fiòi, incuriandoli a soniar un futuro mèio. Al scominsìo del 1878, Maria la ga scoprì che la zera insinta un’altra olta. La nova ghe portò emossion miste, con la paura de nove pèrdite, ma anca la speransa de un novo scomìnsio.

In lùlio del 1878, durante ‘na gran tempesta, el ga nassesto un mas-chieto, che lo ghe ga dato el nome de Carlo Vittorio, in memòria del fradel perdù e de la forsa che tegneva la famèia. Carlo Vittorio portò gioia e diventò un sìmbolo de resistensa.

Soto el vècio cedro, Maria pregava de sovente, ramentando Luca e trovando la forsa ´ntela so memòria. La tera, che prima la pareva ostile, la ga scominsià a mostrar la so generosità, e la casa semplisse la ze diventà un casolare caldo e acoliente. I ani che i ze vignù dopo i ze stà de fatiche dure e de conquiste. La famèia Zilotto, malgrado tuti i so s-cetamenti, la ga fato na vita degna, trasformando el sofrir en forsa e la nostalgia en speransa. La so stòria la ze diventà un testimónio de la forsa umana davanti ai momenti pì difìssili, na jornada che la ga scominsià con pena e incertessa ma che la ze finia in una celebrassion de vita e superassion.

La jornada dei Zilotto la ze stà pì che na traversia oceánica; la ze stà un ato de coraio che la ga piantà le fondamenta de un novo futuro. Quando i ga passà l’Atlàntico, i ga lassà no solo na tera povareta, ma anca un’identità che presto la ze fusa con el vigor del Brasile. Carlo e Maria forse no i ga mai imaginà che el so sforso ghe daria radisi cusì profonde. Quelo che al scomìnsio el ze stà na lota par sopraviver el ze diventà na stòria de superassion e resilensa, tramandà de generassion in generassion.

Incòi, tanti dissendenti dei Zilotto i ga tornà in Itàlia, no come emigranti che i serca rifùgio, ma come viaianti che i serca le so origini. A Treviso, ´ntei pìcoli paeseti, se ghe ricorda ancora i cognomi che i ze sparì pì de un sècolo. I viaianti i ze ricevù con curiosità e ospitalità, come se el ritorno el completasse un siclo che Carlo e Maria i ga inisià.

Le impronte de sta jornada le ze presenti anca ´ntei detali quotidiani de la vita brasiliana. La tradission de piantar le vigne, tramandà da Carlo ai so fiòi, la ze fiorì ´nte le miliori cantine del paese. La dedision de Maria par la comunità la ze riflessa ´ntei dissendenti che incòi i ze mèdici, maestri e capi locali. In ogni pìcolo gesto – ´na preghiera prima de magnar, una risseta de famèia tramandà con afeto, un abràssio caloroso – la ze viva l’essensa dei Zilotto.

Sta saga, rica de detali e profonda, la insegna che, anca ´nte le situassion pì difìssili, la fede, el lavoro duro e l’amor par la famèia i pol superar ogni ostàcolo. La medaia e el rosàrio i ze pì che relìquie: i ze sìmboli de ´na forsa che la ga passato generassion, rammentando a tuti che el coraio dei nostri antenati el ze la base sòlida su cui se alsa el presente.

Nota del Autor

Sta stòria che te gà in man la ze pì de na narativa de coraio e superassion. La ze un tributo a chi che ga passà i mari, lassando tute le so radisi par afrontar l’insserto con speransa ´nte l’animo. Na Jornada Senza Fin la ze nassesta dal desidèrio de ricuperar e onorar la memòria de mile de emigranti italiani che i ga contribuì a formar l’identità culturale e económica del Brasile.

Giuseppe Zilotto e la so famèia i ze personagi fitisi, ma i rapresenta tanti altri che, come lori, i ga piantà radisi in tera foresta. In ogni pàgina, mi go sercà de dar vose ai so dolori, ai so sacrifìssi e, sora tuto, ai so sòni. Sta òpera la ze, sora tuto, na celebrassion de la forsa umana davanti a l’aversità e de la capassità de trasformar le dificoltà in un´ eredità che la passa da generassion a generassion.

El ze importante dir che quelo che ze presente qua el ze solo un riassunto de l’òpera intera. Drento el libro, se pol scoprire pì profondo le esperiense de Giuseppe e i detali stòrici e emotivi che i ga formà sta saga. Spero che sto riassunto te ga stimolà la curiosità e l’emossion par esplorar l’òpera ´nte la so integrità, ndove ogni capìtolo el porta nuances ancora pì intense e cativanti.

Con gratitudine,
Dr. Piazzetta


quarta-feira, 18 de junho de 2025

El Destin dei Pisello : Na Lunga Strada da Ramodipalo al Brasil

 


El Destin dei Pisello

Na Lunga Strada da Ramodipalo al Brasil


Intel cuore de la provìnsia de Rovigo, sircondà da campi vasti e alagà che i risplendeva soto el sol come spechi lìquidi, ghe zera Ramodipalo. Sta pìcola località, che fa parte fin incòi del comune de Rasa, la zera el posto ndove Antonio Pisello el ga nassesto e viveva, modelà da la vita dura del cultivo del riso. Le tere fèrtili ai margini del fiume Pò, tanto le zera benedission quanto maledission, el dava sostegno a tanti, ma a un préssio fìsico e emotivo quasi insuportàbile.

Antonio laorava come impiegato zornaliero, ou brassiante, in una vasta proprietà agrìcola che pareva infinita ai òci dei bambini. I campi alagà, ndove le aque rifleteva el celo, dava luogo a uno spetàcolo duro e metòdico. El piantare del riso richiedeva un impegno coletivo, ndove le mondine – done adulte de ogni età – dominavano el panorama. Infilate ´ntel fango, inzenocià ´nte l’aqua fino a le pùpole, cantavano per abrandà el peso de le ore. El zera un lavoro faticoso, ma anca un punto de incontro, ndove le ze nassesto amicisie e, ogni tanto, stòrie d’amore. 

El ze stà in un de queste laori che Matteo, fiol de Antonio e Teresa Maria Formighieri, el ga conossesto Lucia, ´na mondina véneta da Badia del Polesine, un munissìpio visin. Matteo el zera un zòvene de constitussion forte, le so man rùspeghi que mostrava la lunga strada che el aveva fato da quando che lu zera ancora un bòcia, quando aiutava el pare a racoliere el riso. Lucia, da un altro canto, la ga un'aparensa delicà, ma la so forsa interior la se vedeva ben ´ntela maniera come che la afrontava el laoro de mondina e la distansa da la so famèia con coraio. El matrimónio tra i due unì no solo due vite, ma anca le speranse de generassion future.

La prima dècada del matrimónio de Matteo e Lucia la ze sta segnalà da sfide. El marìo e la mòie i viveva a Ramodipalo, a casa del pare Antonio, ndove Matteo continuava a laorar ´ntei campi alagà dal stesso paron, ma adesso el zera responsàbile de ´na squadra de laoratori. L'arivo de Domenico Pisello, uno dei fiòi de la copia, porta gioia, ma anca preocupassion. El sònio de dar ai fiòi na vita mèio la zera come ´na promessa tàssita che pesava su de loro. Domenico lu el ze cressesto in un ambiente ndove el laoro manuale zera la norma, ma anca ndove valori come la resiliensa e el spìrito de comunità i ga formà la so personalità.

Quando che Domenico el ze rivà a l'età adulta, el se ga maridà con Theresia Bernardinello, ´na zòvene dona de spìrito pràtico e voia de laorar. Poco dopo, in serca de lavoro mèio, el casal desside de lassar Ramodipalo. La dessisione de ´ndar al visin comune di Villa Bartolomea, in provìnsia de Verona, no el ze stà fàssile, ma pareva na bona ocasion de scapar da le limitassion de la vita ´nte le risaie. Inte la nova sità, Domenico el diventa uno scariolante, lavorando duro con la scariola e la pala per la manutenssion de le rive del fiume Pò, fasendo parte de ´na squadra de laoratori assunti da l´aministrasione comunale. El laoro el zera stracante, ma el zòvene Domenico el ga trovà forsa insieme a so mòier.

La vita a Villa Bartolomea la ga portà i so sfidi, ma anca nove oportunità. El ze là che i ga nasseste altri dei so fiòi, tra cui Angelo e Luigia. La speransa de un futuro mèio, però, la pareva sempre lontan. Ghe zera el ano 1876 e le stòrie sempre pì frequente de tere promissore da l'altra sponda de l'Atlántico le ga scominsià a atirar i Pisello, come tante altre famèie. La promessa de laoro, tera, libartà in Brasile e bilieti gratis per la nave la ga rivà a lori come un sussuro insistente.

La ressolussion de emigrar la ga stà presa con un misto de speransa e tristesa. Par Domenico e Theresia, lassar Ramodipalo significava abandonar el solo natio, ndove generasioni de le so famèie le ga coltivà radise profonde. Al steso tempo, el zera ´na possibilità de ricominsiar, un barlume de prosperità da l'altra sponda de l'Atlántico, lontan da le dificoltà che tormentava l'Itàlia a la fin de quel sècolo. Con i fiòi al seguito e i pochi averi che lori i ga potuto portar, i partì per el Brasile, soniando le promesse de la Colónia Nova Itália, a Morretes, ´na pìcola sità visin al porto de Paranaguá, ´ntela provìnsia del Paraná.

La traversia la ze sta lunga e stracante. El vapor, pien de famèie che le condividea sòni sìmili, el zera anca teatro de insertese, malatie e paure. Dopo ´na breve sosta ´ntel porto movimentà del Rio de Janeiro, ndove tanti imigranti sbarcava incantà e altri spaventà da la grandesa de la nova tera, Domenico e la so famèia i ga continuà viaio verso Paranaguá. Là, la vision del mare calmo la contrastava con el tumulto drento de chi che meteva piè su tera sconossiute per la prima olta.

Quando che lori i ga rivà a la Colónia Nova Itàlia, la realtà la se presentò cruda e implacàbile. El posto, anche se rico de promesse, se rivelava mal struturà. El teren el zera pien de piere e, in qualche zona, palude, richiedendo un duro laoro de drenage e preparassion per el coltivo. El caldo sofocante e l'umidità costante pareva far comunela con l'ambiente per rendere pì difìssile l'adatassion dei novi arivà. Zanzare e altri bissi i prosperava lì, difondendo malatie come la malària e la fiebre zala, che trasformava ogni zorno in ´na lota per la sopravivensa.

Lontan dai grandi sentri de consumo e con poca infrastrutura per scaricar la produsion agrìcola, la colónia no riussiva a atinger l'autosufissiensa che le autorità provinsiale aspetea. Tanti coloni i se vedea costreti a afrontar zornade stracanti per vender i so prodoti a pressi bassìssimi. Le dificoltà finansiàrie presto i coroseva lo spìrito de comunità che, a l'inìsio, univa i imigranti intorno ai so sòni condivisi.

Par Domenico e Theresia, ogni zorno ghe portava nove sfide. El ricordo de l'Itàlia, de le tere, de la famèia e dei cari che i zera restà indrio, la zera ´na costante. La precarietà de la vita ´nte la colónia la costrinseva la famèia a riveder le so aspetative e stratègie. Quando la Colônia Nova Itália la ga capitulà a la bancarota, la maior parte dei coloni lori i se ga trovà obligà a migrar ancora, in serca de tere pì fèrtili o oportunità in sentri urbani.

La stòria de Domenico e Theresia no la ze stà solo de lota e dificoltà, ma anca de determinassion e aprendimento. Anche in meso a le dificoltà, i sercava de trasformar le lesion de la tera inòspita in semensi de speransa par el futuro dei so fiòi. I abitanti de la colónia Nova Itàlia, alora, lori i se ga trovà costreti a sercar novi destin in altre parti del Paraná, con Curitiba, con el so clima mite e de montagna, situà a mile metri de altesa, che la ze stà ´na de le opssion pì sercà. In risserca de ´na vita mèio, lori i ga partì in treno sfrutando el suporto ofertà dal governo de la provìnsia del Paraná e i ga scominsià la so ascesa su per la maestosa Serra do Mar, un massìssio formà da altìssime montagne coerte da ´na foresta densa e quasi intocà, ndove la natura la zera preservà ancora el so splendore naturae.

A Curitiba, lori i se ga sistemà ´ntela Colônia Dantas – che incòi el ze el pròspero quartiere de Água Verde –, Domenico lu el ze se reinventà ancora, stavolta come caretiere e pìcolo comerssiante. Le so esperiense come scariolante sul Pó l'avea preparà per el laoro duro, ma el ze stà el so spìrito da imprenditore che ghe ga dà la forsa de fondar un pìcolo comèrsio. Lì, la famèia Pisello la ga trovà finalmente un porto sicuro.

Dai Promessi al Reale: La Sfida de la Colónia Nova Itália

Quando el vapor che trasportava i Pisello el se ga fermà al porto de Paranaguá, el celo el zera coerto da nùvole dense, che anunciava ´na piova iminente. L'ambiente el zera ´na mèscola de essitassion e tension. La traversia la zera stà stracante, sia fisicamente che emossionalmente. Theresia la stringeva fermamente le mani dei fiòi, mentre Domenico, con uno sguardo deciso, mantegneva la testa alta. Sbarcar su terra brasiliana la zera el primo passo de una lunga caminada verso un futuro inserto.

Quando che lori i ze rivà a la Colónia Nova Itália, la realtà la se mostrò ben diversa da le stòrie che i aveva sentì. El posto, nonostante la vegetassion rigogliosa e la belessa naturae, la zera priva de infrastruture basilari. Le strade no era altro che sentieri fangosi, e le case le consisteva in barache improvisà, alcune con teti precàri. Domenico e Theresia i se sforsava de manteger el spìrito positivo, ma el peso de le dificoltà presto se ga fato sentire.

El lavoro ´ntela colónia el zera inssessante. Domenico el dedicava le ore sue ai campi, disboscando el teren con feramente rudimentai. La tera, anca se fèrtile, la richiedeva un sforso eròico per èsser trasformà in campi produtivi. Theresia, da parte sua, la se ocupava de la casa improvisà mentre la stava preocupà per la salute dei fiòi, spesso minassiada da febri e malatie tropicai.

Ghe stava anche la distansa emotiva che separava i Pisello da le so radisi. La melancolia de Villa Bartolomea, con le sue pianure tranquile e el antico canto de le mondine, la diventava pi acuta ´ntele noti silensiose de la colónia. Però, tra i momenti de strachesa, qualche pìcola vitòria la compariva: el primo racolto de maìs, la costrussione de un riparo pì resistente, e la solidarietà tra i coloni, che creava un senso de comunità.

Durante ´na note de conversasione a la luse de un lampion che Domenico el ga preso la dessision che la ga cambià la rota de la famèia. Mentre i fiòi i ga dormi, el discuteva con Theresia la possibilità de lassiar la colónia. “No el ze per questo che gavemo atraversà l'ossean,” el disi, con una fermesa ´ntela vose che no ameteva dubi. “Se noialtri restemo qua, i nostri fiòi no i ga un futuro. Dovemo ´ndar ndove ghe sia lavoro, ndove possiamo ricominsiar.”

Curitiba la zera el destino s-cielto. La sità, anca se incòi in sgrandimento, ofriva pì oportunità de la colónia isolà. La traversia verso la capitale la ze stada ancora ´na olta segnata da sfidi. La strada la zera lunga e pien de imprevisti, ma i Pisello i ga rivà determinà a trasformar le dificoltà in prosperità.

Lo son sta instalà dal governo de la provìnsia ´ntela Colónia Dantas, che incòi la ze el quartiere de Água Verde, Domenico el ga trovà lavoro come caretiere. La sità, con le sue strade in espansione e un comèrssio che cresseva, chiedeva òmini capassi de trasportar merci e materiali de costrusione. Con una careta semplice a do rote e un cavalo vècio, Domenico el ga scominsià la so zornada de reinvenssion. Lui lavorava da la matina presto e tornava a casa la sera, tuto impolverà, ma con la sodisfasione che ogni zorno de lavoro ze un passo verso la stabilità.

Con l’aiuto de Theresia, el ga verto un pìcolo comèrssio. El posto, inissialmente modesto, presto diventò un punto frequentà da i residenti de la zona. Lei vendeva un po’ de tuto: da vìveri bàsici a utensili, e usava la sua simpatia e abilità per gestir le contabilità. Lei zera ´na dona de visione pràtica, che vedeva ´ntei negosi un modo per garantir el futuro de la famèia.

I fiòi de Domenico e Theresia lori i ga cressiuti in questo ambiente de lavoro duro e solidarietà. Angelo, el primogènito, el ga scominsià a aiutar el padre su la careta da zòvane, mentre Luigia imparava da la mama a organisare el magazino e a servir i clienti. L’educassion formalela zera limità, ma la scuola de la vita la ga ensegnà lesioni pressiose su resiliensa, unione e perseveransa.

Con el passar dei ani, i Pisello i ga conquistà qualcosa che pareva impossìbile quando che lori i ga lasssià Ramodipalo: rispeto e stabilità. El comèrssio de Theresia diventò un negòsio prosperoso, e Domenico el ga riussi a comprar una careta nova e miorar le so condisioni de lavoro. Pì che beni materiai, la famèia trovò a Curitiba ´na senssasion de apartenensa e scopo.

Con el passar dei ani, la famèia Pisello la creò la sua stòria a Curitiba, rinforsando i so legami con la comunità de la Colónia Dantas e forsiando el futuro con lavoro duro e visione. Domenico, ormai verso i sinquanta e qualche ano, portava sul viso i segni de un omo che aveva conossiuto le dificoltà de la vita, ma anca la sodisfasione de le conquiste. El so lavoro come caretiere el zera espanso; oltre a trasportar merssi, adesso el forniva materiai de costrusione per pìcole òpere in sità.

Theresia, de parte sua, trasformò la pìcola venda in uno dei pì conossiuti del quartiere. La fassiata semplice nascondeva un’atività che prosperava gràssie a la sua abilità de capire le nessessità dei clienti. Le stante pien de prodoti varià le zera la prova de la sua capassità de adatarsi al mercato. Lei faceva atenzione a ensegnar ai fiòi che ogni moneta aveva valore, ma che l’onestà valeva ancora de pì.

I fiòi, lori i ze cressiuti in un ambiente de dissiplina e solidarietà, seguivano i passi dei genitori. Angelo, el più vècio, mostrava un spìrito imprenditoriale. A 18 anni, el ga scominsià a colaborar pì ativamente ´ntel mercatino, portando idee per espandere el negosio. Luigia, con la sua dolcessa e inteligensa, aiutava la mama ´ntela contabilità e imparava svelta el mestiere de comerssiante. I pì zòvani, pur ancora dedicà ai studi, erano sempre pronti a contribuire quando ghe serviva.

El progresso, comunque, no el ze rivà sensa dificoltà. In un perìodo de forti piove, ´na inondassion colpì parte de la Colónia Dantas, daneficando case e negosi, incluso el magasino dei Pisello. Quando Domenico e Angelo ghe abrirono le porte dopo la tempesta, i ga trovà tuto bagnà e la strutura compromessa. El ze stà un colpo duro, ma no tanto per sminuir la determinassion de la famèia.

“Ricominsseremo,” el dise Domenico con fermesa, mentre Angelo el dava rason, zà calcolando i costi e pensando a come recuperare le perdite. Theresia, benché scossa, se riorganisò sùito per rifornir el magasino. Luigia la capitanò ´na campagna de aiuto tra i vissini, che i ga unido le forse per pulir i dani e suportarse a vissenda.

L’inondassion, lontan da èssere ´na tragèdia che potesse abàter tuti, finì per rinforsar i legami de la comunità e dimostrò ancora ´na volta che l’union la ze la chiave per superar ogni aversità. In pochi mesi, el negòssio el ze tornà a funsionar, pì forte e ben organisà.

Con el passar dei ani, Domenico e Theresia lori i ga scominsiar a racoglier i fruti de la loro dedicassion, anca se el camino fino aquel punto el ze stà pien de sacrifìssi. La tera, che ´ntel scomìnsio pareva tanto ostile, la ga diventà pì generosa con el passar del tempo. Ad ogni stassion, imparava a tratar mèio el tereno sassoroso, a desviar l’essesso de piova e a combàter le bèstie nossive con stratègie ingegnose che mescolava conossensa antica e improvisassion. Pì che prosperità material, però, la ze stà l’union fameiar che i ga sostenù.

I fiòi, che ´na olta i ze putèi fràgili in un ambiente sensa pietà, i ga fiorì soto i valori che Domenico e Theresia che ghe i ga ensegnà: lavoro duro, resiliensa e, soratuto, la forsa del legame de la famèia. Angelo, el pì vècio, mostrò da sùito un spìrito de impresàrio. Ispirato dai andirivieni de prodoti tra la colónia e el porto, ghe ga venù l’idea de criar un altro pìcolo negòsio in un quartier visin. Con l’aiuto del padre, el alsò l’atività quasi da zero, partendo con un balcon improvisà e mesa dosina de prodoti. Con el tempo, el negòsio el ga diventà un punto de incontro per i coloni e i viandanti, una sorta de cuore pulsante de la comunità che stava nassendo.

Luigia, de parte sua, ereditò da Theresia la capassità de trasformar ogni spàssio in una casa acogliente. Quando se sposò con Noè, un zòvane falegname che anca lu el zera emigrà de l’Itàlia, se dedicò a costruir ´na vita sòlida e tranquila per i quatro fiòi de la copia. Pì che una padrona de casa perfeta, Luigia diventò el sentro emotivo de la pròpria famèia. Ghe zera a la sua tola che tuti i ga  sercà ´ntei momenti de selebrasion o dificoltà, sapendo che là i ga trovà un piato caldo, un consiglio sàgio e un soriso acogliente.

Nonostante i novi percorsi che ogni fiol i ga preso, el legame con i genitori el ze restà sempre indistrutìbile. Angelo el faseva question de visitar Domenico regularmente, portando novità sul comèrssio e sempre ´na sacoleta de prodoti freschi o qualche feramenta che el padre gavea bisogno. Luigia veniva spesso, portando con sé el suono de le risate dei bambini che i coreva ´ntel cortile, riempiendo la casa dei noni de una gioia rinovata.

Per Domenico, ogni visita era una prova viva che i sacrifìssi i ga avù la pena. El ghe piaseva sederse su la varanda a la fine del zorno, vardando el tramonto tìngere i campi de aranssio e rosso, mentre Angelo racontava i sussessi del so negòssio o Luigia parlava dei bambini. Theresia, sempre al suo fianco, fasseva questione de tener la teiera calda, servendo tase de cafè forte e caldo per acompagnar le conversasioni che spesso le se ga prolongar fino a l'inizio de la sera.

Ma no tuto i zera solo gioia. El passà, con le sue pérdite e dificoltà, restava come un’ombra lesera, un ricordo costante di quanto lori i ga lotà per arivare fin lì. In noti silensiose, Theresia ancora pensava ai amissi che no i ga sopravissuti a le prime dificoltà de la colónia o a le lètare mai arivà da l'Itàlia. Domenico, da parte sua, se chiedeva se un zorno i suoi dissendenti capiranno pienamente quanto gli è stato richiesto.

Comunque, questi erano momenti fugassi. Ntela vita quotidiana, la gratitudine prevaleva. Quando Domenico e Theresia lori i vardava i loro fiòi – ora adulti, che costruivano i loro sòni – vardava pì che realisassion individuai. Lori i vardava la continuità di un viaio che el zera scominsià desseni prima, su ´na nave càrica de speranse, paure e promesse.

E così, in meso a le dificoltà che non i ga mai smesso de esìstere, ghe zera ´na certesa: le semi piantà ´ntela dificoltà i ga fiorì in modo che gnanca Domenico gnanca Theresia i ga mai imginà. Le loro vite i ze testimoni di come la perseveransa e l’amore possano trasformar ogni tera, per quanto ingrata i ga stàf, in un tereno fèrtile per il futuro.

Domenico, ormai in età avansà, se godeva a sederse su la varanda de so casa, costruita con fatica e perseveransa, e vardava el movimento de la sità che lu aveva adotà. Curitiba no era pì una vila in crèssita; la zera diventà ´na sità vivace, e i Pisello i ga avù contribuito a questa trasformasione.

Theresia, al suo fianco, curava el orto che lei stessa aveva piantà, pien de spèssie e olori che la fasea ricordar de Ramodipalo. Anche se el rimpianto de la sua tera natale no la ze mai sparì completamente, sapeva che lori i ga trovà in Brasile ´na casa ndove le loro radisi le ga fiorì.

Un pomerigio, con i fiòi e i nipoti riuni per un pranso, Domenico alsò un bicer e ga deto: "Quando noaltri i ga lassià Ramodipalo, tuto ciò che gavevamo la zera speranza e fede. Incòi, noaltri gavemo ´na stòria da racontar, ´na eredità da lassiar, e ´na famèia di cui semo fieri."

Le parole che le ga rissonà come un tributo a la resiliensa e a l'amore che lori i ga uniti, mostrando che, anca di fronte a le magior dificoltà, i ze possibile prosperar quando gavemo unione e scopo.

Angelo e Luigia, i fiòi pì vèci de Domenico e Theresia, lori i ze cressesto in ´na realtà segnà dai sacrifìssi. Sensa assesso a ´nn educassion formale, le loro infansia ze stà modelà dal lavoro duro. Da zòvani, i se ga unì ai genitori ´ntela lota per la sopravivensa. Mentre Angelo aiutava Domenico come caretiere, trasportando mersi per le strade de Curitiba, Luigia dava ´na mano a Theresia ´ntel pìcolo negòssio de prodoti sechi e freschi, assicurandosi che ogni cliente se ´ndasse sodisfato, anche ´ntei zorni pì difìssili.

El comèrssio de Domenico e Theresia no el era grandioso, nem un punto de riferimento ´nte la città, ma el zera quelo che manteneva la famèia unida. Situà in una strada modesta de la Colônia Dantas, la vendita serviva prinssipalmente ai vicini, altri imigranti italiani che sercavano un modo per rimanere in contato con le loro radisi. Vendevano un po' de tuto: farina, riso, candele, sapone, e, ´ntei zorni de fortuna, pure un po' de vino barato.

Però, el guadagno no el ze mai stà abastanza per garantir el conforto o la stabilità económica. Spesso, i clienti chiedevano crèdito e pagavano solo dopo mesi, o a volte no pagavano nemeno. Domenico no rifiutava mai de aiutar, anche se sapeva che questo comprometia le finanse de la famèia.

Theresia, con la sua personalità pragmàtica, ghe diceva sempre: "No semo richi, ma podemo èssere onesti e dignitosi." Era questa dignità che tegneva su la famiglia ´ntei momenti pì difìssili."

Senza la possibilità de frequentar la scuola, Angelo e Luigia imparavano da la vita. Angelo, con el so modo riservato, portava la responsabilità de aiutar el padre ´ntel trasporto de le mercansie. Passava ore a percorrere le strade iregolari con la careta tirà da un cavalo magro, afrontando sole e piova.

Luigia, da un'altra parte, aveva un spìrito pì comunicativo. Lavorava al banco del negòssio, servendo i clienti con un soriso che nascondeva la strachessa de zornate lunghe e strancanti. Anche se la sua vita era piena de limitasioni, lei soniava qualcosa de pì grande. "Un zorno, cussirò vestiti così bei che la zente sarà vignesta da lontan per comprarli," disseva, mentre ratopava i vestiti de la famèia a la sera.

Domenico no ha mai smesso de lotare, ma el peso de la vita gravava pesante su le spale. Come caretiere, passava lunghe ore trasportando sachi de grano e mercansie per i mercati de Curitiba. El lavoro el zera duro e mal pagà. Ogni centèsimo che guadagnava el zera destinà al sostentamento de la famèia, sensa spasio per lussi o risparmi.

Theresia divideva el tempo tra el magasino e le cure de i fiòi pì zovani. Anche con tante cose, riusciva a mantenere la casa in ordine e a creare un ambiente acogliente per la famèia. Le sue mani calose le zera prova de lo sforso quotidiano, ma el suo spìrito i ga restà forte.

Domenico e Theresia no i gaveva grandi ambisioni de richessa o notorietà. I loro sòni i zera semplici: dare ai fiòi ´na vita miliore de quella che avevano avu. Però, la realtà spesso ghe rubava queste speranse.

Angelo e Luigia, nonostante le dificoltà, i ga imparà dai genitori el valore del lavoro e de l’onestà. Sapevano che no saria mai diventà richi, ma i zera determinà a onorar el sacrifìssio de Domenico e Theresia, mantegnendo la famèia unita e orgoliosa de le so origini.

Anche se lori no mai i ga conquistà la fortuna, Domenico e Theresia i ga lassà un legato inestimàbile: la resiliensa. La stòria dei Pisello no parla de grandi conquiste, ma de come lori i ga sopravissuti tra sfide implacàbili.

Ntei ani sussessivi, Angelo e Luigia ga continuà le loro vite semplici, portando con sé le lesioni imparà dai genitori. Anche se le oportunità le zera limità, entrambi i ga trovà modi per costruirsi le loro famèie e mantener viva la memòria de Domenico e Theresia.

La lota quotidiana de la famèia Pisello è un testimónio de la forsa d’ánimo dei imigranti italiani, che, anche sensa richesse o riconossense grandiose, i ga lassià ´na marca profonda ´nte la loro nova tera.

Nota del Autor

El Destino dei Pisello: Na Jornada de Ramodipalo al Brasile la ze un omàgio ai miliaia de imigranti italiani che, verso la fine del sècolo XIX e l'inisio del sècolo XX, ghe sercava un novo scomìnsio su le tere sconosciute del Paraná. Questa òpera la ze un tributo al coraio, a la resiliensa e a la determinassio de queli che, con el cuore streto de nostalgia e le mani calose per el duro laoro, i ga atraversà i osseani in serca de ´na vita miliore.

La stòria de Domenico Pisello e de la sua famèia, anca se en parte fitìssia ´ntei detali, la ze ispirà a nomi e raconti veri de imigranti che i ga lassià l’Itàlia in serca de un futuro inserto, ma pien de speranse. Atraverso i passi de questa famèia, sto libro serca de caturar la complessità de le esperiene vissute da chi i ga migrà, afrontando sfide imensi, da le dificoltà de adatarsi in una tera lontana a la lota per metere radisi in una nova sossietà.

La loro zornada, con tuti i alti e bassi, no la ze solo ´na stòria de imigrazione, ma anca ´na riflessione su l'identità, la perdita, la superasione e el legato. Durante le pàgine, la vita dei Pisello se intrèssia con lo sgrandimento del Paraná, ´na tera che la se ze trasformà, pròprio come i migranti stessi, atraverso el lavoro, le aversità e, sopratuto, la speransa.

Ze ´na stòria che serca de dare vose a tanti che, in silénsio, i ga contribuì a la costrussion de un paese, ma le cui stòrie spesso le ze restà dimenticà ai margini de la stòria ufissial. Ai dissendenti de i migranti italiani e a tuti queli che, in qualche modo, i ga condiviso questo spìrito de lota e adatassion, spero che valtri i trove in sto libro un riflesso del coraio e de la dignità che ha segnato queste vite.

Ogni capìtolo, ogni detàlio, i ze dedicà a la memòria de tuti queli che, con le loro mani calose e i cuori pien de sòni, i ga fato del Paraná quelo che el ze incòi.

Con rispeto e gratitude,

Dr. Luiz C. B. Piazzetta



domingo, 15 de junho de 2025

Radise de la Speransa: La Stòria de Giovanni, un Imigrante Italiano in Brasil


Radise de la Speransa

La Stòria de Giovanni, un Imigrante Italiano in Brasil


In un pìcolo paeseto sora e coline ondeante de la Toscana, verso la fin del sècolo disnove, ghe stava Giovanni Bianchi, un zòvene contadino de 28 ani. La tera che lu laorava la zera magra e poco produtiva, difìssile de mantegner la so fémena Maria, e i do putei, Luca e Sofia.

Le stòrie de oportunità in Brasil gavea prinssipià a zirar trà i paesani del pìcolo e quasi desmentegà comune toscano, prometendo tere fèrtili e ´na vita pì bona.

´Na sera, dopo un zorno difìssile in campagna, Giovanni el se ga sentà davanti la vècia tola de legno de la casa modesta e ga deto a so mama, Letizia:

"Partiremo fra un mese, cara mama. Andremo lontan, molto lontan. Tanti i stà ´ndando in un mondo novo. Là ga promessa de na vita nova e grande tere da piantar. Lassarò che la nostalgia diventa amara, perché forse no tornarò mai pì qua."

La decision de Giovanni no zera mica fàssile. Lassar la tera natìa, la vècia mama, i fradei e i amissi ghe dava pena, ma el sònio de un futuro pì bon par i so putei gavea pì peso. Maria, anche se preocupà, la ga sustegnù so marìo, dividindo el sònio de prosperità.

El viao su el vapor el zera lungo e ris-cià. Le condission su la nave i zera precàrie, con poco spàssio, aqua potàbile no bona e mancansa de magnar. Giovanni vardava i so putei che tentava de tornar el ambiente duro in una aventura, intanto che Maria ghe dava amor con na teneresa straca.

Quando lori i ze rivà al porto de Rio de Janeiro, i ga trovà un calor sufocante e ´na léngoa desconussùa. Lori i ga stà portà a ´na ostaria par imigranti, ndove i dovea aspetar l'òrdine de conòsser el loro novo paron. El ambiente el zera un caos, con famèie de tanti nassionalità tentando de capirse e de vardar cosa che ghe spetava.

Dopo setimane de aspeta, Giovanni e la so famèia, lora zà contratà da un fazendero paulista, i ze stà mandà ´nte l’interno de São Paulo par laorar intle piantassion de cafè. Ghe tocheva tornar a navigar fin al porto de Santos e dopo con el treno su per São Paulo. Là i aspetava i rapresentanti del paron par condurli par un altro treno fin a Araraquara. Le tere i zera vaste, ma el laoro i zera duro e le condission de vida difìssile. Giovanni, però, no ghe cascava. El vedeva in quela tera rossa la speransa de un doman mèio.

Le dificoltà che i imigranti italiani gaveva da afrontar i zera tante. El calor dei tropichi ghe dava fastidi, abituà come che i zera a le stassioni temperate de casa. Le malatie tropicai e la fadiga ghe meteva a risco la vita. I lavoratori se organisava come podea. 

El tempo passava e, pian pian, el laoro de i coloni italiani i ga scominsià a dar i primi fruti. Dopo ani de sacrifìssi e risparmi, Giovanni el ga comprà un toco de tera pròpio in una pìcola comunità nassente visin a la fasenda. Su quela tera nova, el ga piantà le prime viti, scegliendo le barbatele che ghe ricordava i vigneti de la so Toscana natìa.

La vila la ze cressesta gràssie al lavoro de tante famèie che i ga trasformà le tere selvàdeghe in campi fèrtili. I putei de Giovanni i ze cressù in quel ambiente de duro lavoro e speransa. Ghe parlava ancora el dialeto toscan in casa, ma fora, pian piano, lori i imparava el portoghese. Ghe faseva ponti trà le tradission italiane e la nova cultura brasiliana.

In una sera calda de estate, Giovanni se ze sentà su la veranda de la so casa nova e, a lume de candela, el ga scrito una lètara a la so mama, Letizia, che la zera rimasta in Toscana:

"Cara mama,
La nostalgia de la nostra tera ze sempre presente, ma el Brasil el ga donà tanto a  noialtri. Luca e Sofia lori i ze grande e felissi, i ze forti come che no credevo mai. La tera qua la ze generosa; la dà a noialtri el pan, el vino e la speransa. Anche se me manca la Toscana, sento che qua gavemo trovà un modo de onorar le nostre radise e crear un futuro che se mescola trà el passà e el presente."

Le parole de Giovanni ghe portava conforto a la vècia mama, ma anche el sìmbolo de un futuro che, pur distante, ghe onorava el sudor e i ricordi.

Con la tera lavorà e benedeta, e i vigneti che fioriva, Giovanni e Maria lori i ga visto la so vita che cambiava. I primi ani pien de fadiga i ze diventà stòrie de memòria, contà a i putei e ai nipoti con orgòlio.

Giovanni el ze restà per sempre un sìmbolo de forsa e de resistensa. Lui, come tanti altri, i ga soportà el peso de l’isolamento, ma ga anche piantà seme de cultura, fede e speransa su la tera rossa brasilian. I fruti de quel lavoro i ze restà vivi ´ntele vite de quei che incòi, pur vivendo lontan, portano el segno de quela eredità profonda e orgoliosa.

In questa stòria, le picole e grande vissende de Giovanni se intrèssia con la grande stòria de i imigranti italiani che i ga trasformà el Brasil, rimanendo fedeli a le so radise, ma trovando casa in un mondo novo, lontano ma non strànio.

La fin ze un novo prinssìpio: el nome Bianchi incòi se confonde sora i vigneti, sora le campagne, sora le stòrie de tante altre famèie che i ga fato la medèsima strada.

Nota de Autore

A stòria de Giovanni, come tante altre, la ze un testimónio de coraio e determinassion. In sto libro, Piazzetta rivela con sensibilità come i emigranti italiani i ga aiutà a formar la stòria del Brasile, tegnendo vive le so tradission mentre che ghe trasformava le dificoltà in oportunità.



sábado, 14 de junho de 2025

Lètara de un Emigrante

                                                "La libartà non la se trova — la se sémina."


Létara de un Emigrante 


Capìtolo I — La Vose de Dio ´ntel Vento

El calamaro tremava sora la tàvola rùstega, fata de asse taiade a man, quando Alessandro Bellarossi el ga tufà ’na volta ancora la pena. La luse pàlida de la làmpada dansava sora el fòlio, tirando ombre longhe sora i muri de tera cruda. La so man con i cali scrivea pian, no par indessision, ma par rispeto. La lètara che el mandava a la famèia che i ga restà a Cismon no zera solo ’na crónaca — la zera ’na confession, ’na preghiera, ’na promessa. Ogni parola la vegniva pien de sudor, pòlvare e fede. Ghe zera tinta su carta de tuto quel che el gavea vissù ´ntei ùltimi trenta zorni. Ghe zera, in sostansa, el so testamento vivo.

Cara mama, caro fradel Luigi, cara sorea Maria...”, el gavea tacà, e el se fermò. Ghe zera tanto da dir — ma come far a meter in poche frasi el peso de ’na traversia, el pianto par chi no el ga rivà, e el stupor davanti a ’na tera che la pareva che bateva soto i piè?
Vinte zorni i zera passà da che lù, la mòie Caterina e i tre putéi — Paolo, che gavea dies’ani; la pìcola Anita, de sinque; e el neonato Lorenzo — lori i zera sbarcà, strachi e impastrà de fango, in quel che i agenti i ciamava Colónia Dona Isabel. La tera la odorava de vita e de abandono. I àlbari i se alsava come colone de catedrale, e el Rio das Antas el coreva con la forsa bruta d’un caval selvàdego. El fango se atacava ai scarponi come se el volesse tegnerli là, e el vento, che passava tra i pini gigante, el sussurava segreti antighi in ’na lèngoa che pian pianin Alessandro el gavea scominsià a capir.
Lù el zera partì da un mondo che no gavea gnente a che veder con sto qua. El paeseto ndove lu el ze nassesto, incassà tra i monti scuri dei Alpi Véneti, zera ’na cartolina de inverno eterno. I teti sempre cargà de neve, le piere frede dele case, e el toco smorsà del campanon che pareva che ’l segnasse pì funerài che batèsimi. L’unificassion de l’Itàlia la gavea promesso libertà, ma par òmeni come Alessandro — contadini con pì fame che speranza — la gavea portà solo altri paron, con le stesse pretese de prima. I racolti i calava, le tasse i aumentava, e i putei i pianseva con la pansa voda.
Ghe zera el don Giustìn, un vècio con l’òcio vivo e la vose che pareva de profeta, che ghe gavea contà de l’Amèrica del Sud.
Ghe ze un posto ndove la tera la ze nera e bona, ndove el sielo el zee neto, e Dio el camina ancora tra la zente. A sud. Ben a sud.
Alessandro el gavea riso, alora. Ma la risa la zera durà un momento. Tre mesi dopo, el vendè la mula, el impegnò quel che zera restà de la casa eredità del pare, e con quel poco che gavea, el comprò quatro bilieti par el Vapor Roma.
El vapor el partì da Génova con la nèbia, pien de contadini con la piel brusà dal sol e l’òcio pien de speransa. Le lèngue se mescolava in coverta — dialeti del Piemonte, Calabria, Friul, Véneto — ma tuti i capiva la stessa roba: fame, paura e fede. Le done tegniva streti i fiòi al peto come se podesse protegerli da la lontansa che cresseva. La traversia la zera dura, pì dura de quel che gnente gavea pensà. No zera el mal de mar el vero nemico — zera el silénsio che vegniva dopo el urlo de un puteo che no el pianseva pì. Ghe zera morti quatro putèi e do mame durante i ventisete zorni de mar grosso. Alessandro ancora el ricordava el rumore del corpo de ’na putela con i cavei d’oro che la vegniva butada in mar, con l’involucro bianco.
E gnanca cusì gnente el se gavea rendesto.
Parché in fondo, dentro ognuno de quei passegieri, ghe zera ’na vose che diseva che là, dal’altra parte, ghe zera pì che sopravivensa — ghe zera vita.
Quando la montagna la se mostrò finalmente, dopo zorni de caminada strancante in meso a la mata, Alessandro el se fermò in ’na radura e el vardò in alto, i àlberi alti come tori de na cesa. I pini tocava el sielo. L’ària zera grossa e dolse. E alora, come se ghe rispondesse a ’na ciamada antica, ’na sventolada de vento la passò tra le fronde, e le fóie le sussurava qualcosa che lù no el gavea capìo — ma che lù gavea sentìo.
El se ricordò de le parole del vècio don Giustìn:
— “Qualche volta, la vose de Dio la vien da sud.
E là, in quel respiro de vento che ghe caresava la fàssia sudà, Alessandro el ga capì — con na certessa che no vegniva da la rason, ma da l’ánima — che lù el zera pròprio ndove el doveva èsser. La lètara la doveva dirlo a la mama, al fradel, a la sorea che ancora no ghe credeva. Che malgrado tuto — el dolor, el dubio, el luto — quel che zera là, zera vero.
Vero come la tera bona soto i piè.
Vero come el pianto del pì pìcolo al calar del sol.
Vero come la speransa che, dopo ani, la stava tornando a nasser.
Alessandro el se secò la fronte co el fasoleto, el tufò ancora la pena e el scrivè:

Mama, qua ghe ze silénsio, ma no paura. Ghe se nostalgia, ma no disperassion. Se la tera la ze nova, la nostra fede la ze antica. E Dio, mama… Dio qua el parla con el vento.

Capitolo II — Tera Promessa

La Colónia Dona Isabel odorava ancora de resina e sudor. La zera na tera de prinssipi. Tuto pareva gnente altro che ‘n nascimento novo — le radure taiade con el manarin, i sentieri s-ciopà su ‘l baro grosso, le case con ‘l odor de legna verde. Quel mondo là zera ‘n sboso, e i òmeni zera come pene in man de ‘na man divina, segnando la paesagìstica con la speransa e la fadiga.

Ma, par la prima olta, Alessandro Bellarossi gaveva qualcosa che podea ciamar de soCento etari. El nùmero ghe pareva ancora ‘na roba da sòni. Cento etari de boscà, erba alta e pini vèci come el mondo, donà dal governo imperial brasilian a ogni famèia che gavea el coraio de far vegnir fora la tera da ‘na selva. Tera sensa dèbiti, sensa padroni, sensa signori. Alessandro lo disea come ‘na orassion: cento etari, come se ‘l solo dirlo portasse dentro ‘na promessa de vita digna.

La casa che l’aveva fato con le so man la zera semplice, ma ben fata. Tronchi de araucària incastrài a forsa, baro tra i spassi, e tèie de legno sagomài con el manarìn del nono. Dormìa tuto ‘l mondo ´ntel steso stanson, ma par la prima olta ghe zera ‘n calor che no vigniva solo dai corpi. El fogo in meso a la cusina el iluminava no solo le pignate de fero, ma anca el viso de Lucia, la so mòier, che pian pianin la gavea ricominsià a sorider.

Gh’era in quela fémena dai òci strachi ‘na roba che no se vardava da che i era parti da Cismon. La caminava ancora con i piè inbratà de fango, le man s-ciopà dal pestar el formenton, ma la schena no la se incurvava pì come ‘na olta. Zera come se ogni toco de casa, ogni granel massinà su la piera, ghe tornasse ‘ndrio ‘n poco de dignità.

Alessandro gavea scrito al pare, don Ernesto, ‘na lètara de tre pagine, con letere grande e ferme, piene de esclamassion:

Bea posissione, tera fèrtile, ària sana, e ‘l governo dà ‘na man a noialtri!

No zera mica ‘na bugia. El governo imperial gavea dà le semenze par el primo piantà, feramente de ferro grosso, do boi magri ma forti, e — più importante de tuto — tempo. Do ani senza pagar gnente. Do ani par meterse in piè prima de dover tirar fora un soldo. Do ani par dimostrar che i zera degni de la tera che i calcheva. El Impero i voleva là, i dava inssentivo, no par bon core, ma par stratègia: bisognava popolar el Sud, metàr su colònie, far ‘na muràia viva contro le minàce che podea vignì da fora o da drento.

El campo ga scominsià a tegnerse forma. Ghe zera za el disegno de ‘na piantà de formenton, do file de fasòi e patate dolse che spuntava su dal tereno con ‘na forza che pareva del Signor. El molìn de piera, fato con l’aiuto dei visin tirolesi, scrosolava piano, ma massinava. Lì se faseva el pan — grosso, pesante, ma dolse del sabor de la conquista.

I fiòi lori corea lìbari. Matteo, con i so sete ani, za se butava in meso a i manarini e i fil de ferro. Elvira, che gavea quatro ani, stava sempre scalza, con i cavei inbratolà e le man sempre piene de tera o farina. E ghe zera Paolo, el miracolo picinin. Lu el zera nato durante la traversia, quando el Vapor Roma ancora dondolava su l’onda. Lu el zera nato dèbole, tacà, come se stesse ascoltando l’eco del mar ´ntel respiro. Ma là, su ‘sta tera nova, l’gavea siapà forma, color e vose. Piansava forte. Ciuciava con gana. Pareva, pensava Alessandro, fato de quela tera — forgià ntel baro, ´ntela fadiga e ´ntela speransa.

Le notate zera ancora dure. El fredo de la sera vegniva drento dai spachi. La solitudin del bosco, ogni tanto, urlava come ‘n can perso. Ma ghe zera anca ‘n altro tipo de silénsio. No quel de la fame e dei dèbiti, come in Itàlia, ma el silénsio de ‘na fadiga onesta. El silénsio de ‘n lavoro che val la pena.

Lucia lo disea pianin, quande se butava a leto vissino al fogo, con i fiòi sparpaglià intorno come bestioleti da cortil:

Qua, anca la fadiga la ga senso”, la sussurava, e Alessandro ghe serava forte la man, sensa dir gnente.

Dal alto de la colina che i gavea sgombrà, se vardava el fiume che corea là in basso, come ‘na serpe d’argento fra ‘l verde. Ogni tanto, con el sol che calava, el vento portava odor de piova e de resina. Alessandro alora se tirava in piè, guardava i confini de la so picina piantino, e ghe vegniva in mente — come ‘na iluminassion tardiva — quel che el paron Giustino ghe gavea dito al momento del distacamento:

“Là, ndove el vento canta, Dio ve guiderà.”

E adesso lu capiva. No zera solo question de tera, de racolto o de libartà. Se tratava de apartergnerse. De costruir qualcosa ndove prima ghe zera solo bosco e dubi. Se tratava de far diventar vera la promessa.

E quella sera, quande la luna spuntava tra i pini, Alessandro finì la letra con ‘n paràgrafo che no gavea previsto, ma che ghe uscì fora come ‘na preghiera:

Papà, no ghe ze oro qua. Ma ghe ze pan. E dignità. Gavemo poco — ma ze nostro. Questa ze la nostra Tera Promessa.


Capítulo III — Giacomo e el Baro de Sangue

La matina che la nova caravana la ze rivà, l’aria la zera grisa de nèbia e spetativa. Le rode de le carosse le se afondava ´ntel fango de la strada prinsipal, e el rumor de le bèstie che sbufava el gaveva da avisar che altre vite le zera pronte a se intresiar con sta tera bruta. Òmini, done e putei I saltava zo de le carosse come naufraghi sula tera ferma, con i òci strachi del viaio, ma vivi de speransa.

In mezo al grupo el ghe zera lù — Giacomo Bellarossi — pì zòvene, pì magro e pì vibrante de come Alessandro se lo ricordava. El portava la testa alta e un sorriso irónico al canto de la boca, come se el stesse a burlàrse del pròprio destino. E drìo de lù, sorregùa da do fiòi de vissini, ghe zera Nonna Benedetta — la matriarca che la gaveva passà l'Atlàntico come se fusse un ruscel de montagna.

La gaveva setantaquatro ani, ma, quando la gaveva messo el piè su la tera de la Colònia Dona Isabel, la pareva na dona vent’ani pì zòvene. I so òci, che sempre i gaveva stà coperti da la resignassion dei zorni passà a Cismon, adesso i luseva come queli de una novissa zòvena. La vardava i pini come se i fusse un vècio amore ritrovà.

Alessandro el corse a riceverli. El abrasso fra i do fradèi el ze stà lungo, silensioso, come solo i incontri che i tegnia segreti e colpe i sa èsser. Ghe gera afeto lì, ma anca cautela. Perché Alessandro el saveva. El saveva cosa che la letera no gaveva deto. El saveva che Giacomo no el gaveva scampà solo da la misèria.

Qualche zorno dopo, su la veranda de la casa nova, Giacomo el gaveva contà la verità. La so vose la zera calma, ma i so òci i brusava de fervor.

— A Bassano del Grappa, i gavea copà un ofissial austrìaco. Nissùn gavea visto chi che el gaveva fato, ma tuti i saveva chi che i zera quei che i trovava con i carbonari. — El gaveva fato na pausa. — Mi zera uno de lori, Sandro. Mi go lotà par na Itàlia lìbara. Ma adesso, son un omo cassà.

Alessandro el gaveva serà i òci par un momento. No par paura, ma par reverensa. El conosseva el peso de quele parole. E el conosseva anca i austrìaci. Loro no i dimenticava.

Giacomo nol zera solo un refugiato. El zera un sìmbolo. E quelo lo rendeva perìcolo.

In colónia, però, la so presensa la gaveva asseso un fogo sopìo. I zòveni, che fin a quel momento i gavea conossesto solo el lavoro bruto de la zapa, i gavea scominsià a trovarse de sera, con le luci de le lampade e de le speranse. Giacomo el parlava con la vose de chi che arde drento. El parlava de libartà, de giustisia, de una pàtria che no fusse in man de i nòbili o de i imperatori, ma in man de chi che lavorava la tera.

El ga denunssià i abusi in serte stanse visine — tere brasiliane de i a i coronèi che i tratava i lavoratori come bestiame. Tanti coloni italiani, apena rivà, i zera ancora usà come manodòpera gratuita in cámbio de sç+´bhibo scadente e promesse vode. Giacomo lo vedeva come na nova forma de servitù. E no el stava zito.

I incontri informai i gaveva scominsià a dar fastidio ai potenti. E na sera, con la luna alta e i grili che cantava come sempre, qualcosa el gaveva roto l’equilibrio flàgile.

Quatro òmeni incapucià i gaveva invaso la casa de Giacomo. Armi rùsteghe, bastoni e cortéi. I gaveva atacà sensa dir parola. Lucia, sveià dal pianto del pìcolo Paolo, la gaveva sentì i gridi per prima. La gaveva corso fin da Alessandro, che el gaveva ciapà la schiopa e el zera partì de corsa.

No zera solo lù. In pochi minuti, pì de vinti coloni i gavea rivà lì — queli con le torce, altri con le falci, altri solo con el coraio de chi che el gavea perso tuto na volta. I gavea formà un cordon intorno a la casa. I incapucià i gavea fato indrio, ma no prima de lassar Giacomo ferìto con un colpo a la costola e con el sangue su le man.

El zorno dopo, la Colónia la zera in subbuglio. L’ataco no el zera contro solo a Giacomo — el zera contro tuti loro. E quelo li gaveva unì.

Ntela radura prinssipal, visin a la capela improvisà, i coloni i gavea fato un incontro. Contadini de Treviso, Vicenza, Padoa, Trento e Belluno. Òmini che prima mal se saludava, adesso i zera uno a fianco de l’altro, dessisi.

Alessandro el gaveva parlà con la fermesa che el lavoro de la tera el gaveva dà:

I gaveva tentà de far noaltri star ziti. Ma risponderemo con l’union. Chi che toca un de noi, el toca tuti.

Giacomo, pàlido e dolorante, el gaveva fato fatica a alsarse. La ferita la zera fresca, ma la so vose la zera sempre la stessa:

No semo rivà par èsser servi ancora. Semo rivà par èsser lìbari.

Quela sera, i gaveva fato un pato. No solo de protession mùtua, ma de identità. La Colónia Dona Isabel la gaveva smesso de èsser solo un grupo de famèie. La ze diventà na comunità. Un corpo vivo. Na promessa condivisa.

E, come sempre, la tera la gaveva visto in silensio. La stessa tera che la receveva el sangue, el sudor e la semente — adesso la receveva anca la fiama de la resistensa.


Epìlogo — Echi ´ntela Montagna

In tel cuor de Bellarossa, là che 'na volta ghe zera sol sentieri de fango e promesse silensiose, se alsa adesso 'na piassa contornà da case vècie de legno e pietra, conservà con el rispeto che se dà a le relìquie de 'na fede viva. Le piante, che 'na volta zera stà taià par far spàssio, adesso dà ombra ai dessendenti dei pionieri, e el vento che spira sora le coste de la sera porta con lu i sussuri de 'na stòria che no vol èsser desmentegà.

Lì, pròprio ´ntel meso de la piassa, riposa 'na pietra lavorà, portà sora 'na mula dal leto del fiume Caì e sistemà con cura ndove che un zorno Alessandro Bellarossi el gavea parlà par l'ùltima olta. Su la pietra ze taià, in lètare profonde e consumà dal tempo, le parole de 'na lètara scrita ´ntel 1889, quando che la colónia la zera ancora fango e speransa:

"Fugite da questa càrcere — e godete la libertà."

— Carta de Alessandro Bellarossi, 1889.

La frase la ze diventà un lema e un legà, sìmbolo del coraio che ga traversà el ossean e se ze radicà su la tera dura del sud del Brasile. E ze soto l'ombra de sta inscrission che, ogni ano, el terso doménega de setembre, le famèie Bellarossi e i so tanti rami i se trova — contadini, maestri, operai, artisti, imprenditori, tuti unidi da un filo invisìbile che traversa el tempo. La se ciama Festa della Libartà, ma pochi la considera solo 'na festa. Ze 'na racolta de un altro tipo.

El evento el parte sempre ´ntel stesso modo. I putèi de la scola locale — la Scola Alessandro Bellarossi — i recita brani de diari, létare e poesie in talian e in portoghese. La maestra, che ze 'na nipote de Paolo Bellarossi, la conduce le atività con dolcesa e fermesa. Un coro de vosi zòvani el canta cansoni vècie, qualcuna portà da Cismon del Grappa, altre inventà ´nte le note frede de le prime dècade de la colónia, quando la mùsica la zera tuto quel che i gavea par desmentegarse la nostalgia.

Verso el tramonto, tuto el paese el monta in prossessione fin sora la colina ndove Alessandro el ze stà sepultà. Là, a la luce de le candele, i vèci i conta ai zòvani come le vigne le ze nate dal sudor de man feride, come el grano el zera massinà su la piera e spartì anca ´ntel bisogno, come Giacomo el ga sfidà i paroni de le tere e el ga vinto sensa sparger sangue — solo con la forsa de idee giuste.

E i zòvani lori i ga stà a sentir. I scolta con i òci. Perché la stòria no ze solo ntei libri — la ze ´nte l’ària che se respira, ´nte le piere dei muri, ´nte le rughe de le none che parla ancora so dialeto antico quando nissun altro capisse.

A la fine de la note, sempre qualcun el lèse a alta vose el vècio testamento de Alessandro. No ze un documento legale — ze solo 'na frase, ma la porta el peso de 'na nasione nata da l’esìlio:

— "La libartà non la se trova — la se sémina."

E alora, in silénsio, tuti i toca la tera con le man. Un gesto antico, quasi ritual, come par dir: Semo qua. Semo ancora qua.

Perché Bellarossa, pì de un nome o de un paeseto, la ze un eco — un eco ´nte la montagna che se ripete a ogni generassion. Un ricordo che la libartà no la nasse pronta: la se pianta, la se inafia con el sacrifìssio, la se cólie con la gratitudene.

E finché ghe sarà qualcun disposto a contar sta stòria, la vose de Alessandro Bellarossi la continuerà a risuonare tra i pini de la serra.

Pròlogo — La Semensa e el Mar

Cismon del Grappa, Vèneto, autun 1874.

El vento sofiava fredo tra le roce dei pre Alpi. Un vento vècio, caregà de sussuri de generassion che no la ga cambià mai: contadini senza tera, fiòi massa, racolte poche. Era el suono del tempo fermo. E Alessandro Bellarossi, in zenòci su ‘sta tera pien de sasse, saveva che, se restava là par un altro inverno, el morirìa in piè — come i àlbari sechi che nisun gaveva coraio de taiar. Quel ano, el formento no gavea reso. Gnanca l’orso. Le vigne gavea preso un mal che gnanca el prete savea cassiar via. Tre de le sete famèie del paese zà parlava de vendèr i boi, e anca el sino de la cesa pareva pì lento, come se el tempo gavea perso la fede. Alessandro vardò el celo smorto e po’ la lètera zala che tegneva tra le man rugose. No lei zera stà lu a scrivarla, ma un cusìn lontan, emigrà in una tera con un nome strano: Dona Isabel, in Brasile. La letra vegniva con promesse — sento etari par famèia, legno a volontà, un governo che dava semense, boi e speransa. Alcuni i diseva che el zera una trapola. Altri, un milagro.

Ma quelo che lo tocava pì forte no zera i nùmari. I zera l’ùltima riga:

“Lasù ghe ze fame. Qua, se pol rescominsiar.”

El la lese piano, come na preghiera. Dopo el piegò el foglio con cura, come se lo metesse via un relicàrio. Tornò casa prima che el sol el calasse dietro le montagne. Lucia, so mòier, preparava na zupa scarsa. I fiòi dormiva strachi tuti insieme su un materasso de paia. La mare de Alessandro tossiva in un canton — na tosse seca, de chi no sperava pì. Ma Lucia, benché straca, la ghe vardò con queo scintil antico. La stessa luse che gavea el zorno che lei se sposò, quando credeva ancora che l’Itàlia unita la portasse giustìssia ai pòveri.

— “Partìmo,” el dise.

Lucia no domandò niente. Gnanca come. La dise solo de sì, con el capo. Perché, ´ntei tempi de disperassion, le dessision no le zera logiche — le ze semense lanssà al vento con la fede che un zorno le spuntarè. La matina dopo, i vendè quel poco che gavea. Alessandro el andò da Giacomo, so fradel pì giovane, e ghe lassò na letra sigilada co la sera, insieme a un crucifisso de rame del pare. E el ghe dise solo:

“Se no torno, saverè perché son andà via.”

E po’ el partì.

Con lu, i partì anca Lucia, i do fiòi pìcolini — Matteo e Elvira — e un terso che ancora restava in segreto ´ntel ventre de la mare. No el vardò indrìo mentre el andava. Perché chi varda indrìo el se porta el peso dei sassi che dovea lassàrse drìo sul camin. I disea che el vapor el partiva da Genova con la luna nova. El Vapor Roma. Un nome che suona come promessa e sentensa. E cussì la scominsiò la traversia. No solo de un mar, ma de un destino. Perché ogni semensa la ga bisogno de vegnir butà ´ntel scuro prima de vardar la luse.


Nota del Autore 

"Lètara de un Emigrante" la ze na òpera che la ga nassesta da le vene pì profonde de la memòria popolar. No la ze fantasia: la ze ricordo, carne, vento e tera. El protagonista, Alessandro Bellarossi, lu el ze personaio inventà, ma ogni toco de la so stòria el se basa sora testimonianse vere, lètare antighe, e la vose — spesso zita — de chi gavea molà tuto par inseguir un sònio de libartà e dignità in tera straniera.

El testo el vien scrito in véneto, léngoa madre de tanti de quei emigranti che, tra la fin del Otocento e i primi ani del Novecento, i partiva da paesi come Cismon del Grappa, Bassano, Feltre o Schio par vegnir a mètar radise ‘nte le montagne rude del sud del Brasile. I partiva con la valìsa pien de misèria e de speransa, e con el cuor roto par chi i lassava drio — ma con la fede che, in fondo a l’osseano, ghe fusse un futuro diverso.

La Colónia Dona Isabel (che diventarà Bento Gonçalves) la ze el palco de sto primo capìtolo, ma in realtà la ze sìmbolo de tante altre colónie fundà da italiani: spasi selvàdeghi ´ndove ogni piòlo piantà, ogni casa de legno, ogni fil de fasso seminà, el zera un ato de resistensa, de fede e de rinassita.

Scrivar sta stòria no la ze stà solo un omàio a i me antenati, ma un tentativo de restituir dignità a un capìtolo spesso trascurà de la nostra stòria. Ghe ze drento la nostalgia, la fadiga, el coraio e anca la poesia de chi, con le man zoche e la schena curva, el gavea però la vose de Dio ´ntel vento e la libartà come orisonte.

"Lètara de un Emigrante" la vol parlar con la vose auténtica de chi no gavea vose. E se, lesendo, ve par de sentir el fià del vento tra i pini, o el scricolar de na pena sora carta gresa, alora saremo rivà ´ndove volevo portarve.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta