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domingo, 18 de fevereiro de 2024

Sobrenomes Friulanos: Uma Jornada Pelas Raízes Familiares de Trieste





sábado, 10 de fevereiro de 2024

Sobrenomes Italianos da Sardenha

 



Sobrenomes da Sardenha

  • Sobrenomes ligados a animais: Angioi, Angioni (cordeiro); Boe, Boi, Boj, Boy (boi ou bois); Cabras (cabra); Cadeddu, Careddu, Calledda (caozinho); Cabrolu (gamo, cervo); Crobu (corvo); De Thori, Dettori (peixe semelhante ao robalo); Giua (juba); Ladu (quarto de boi manchado); Loddo (raposa), Lussu (lúcio, peixe); Mangone / Mangones (flamingo/s); Mudulu (carneiro sem chifres); Mulas (burro ou mula); Multinu, Multineddu (cavalo ou potro alazão); Muroni (muflão -animal europeu-); Piga (urraca); Pinna (pluma); Pintus (pássaro manchado); Porcu, Porceddu, Porcheddu (porco); Puddu (galo); Puliga (focha -ave zancuda); Puxeddu (pulga); Ricciu (ouriço, porco espinho); Sanna, Sannìa (presas, provavelmente de javali); Sàrigu (peixe besugo); Schirru (marta); Sirigu (gusano de seda); Ticca (galinha); Vaca (vaca); Zedda (manada ou sela de montar); Zuddas (pelo de porco).

  • Sobrenomes ligados a vegetais ou derivados: Ara, Asara, Atzara (rama espinhosa, alfafa); Ardu (cardo); Cabitza (orelha), latinizado em Spiga; Cannas (cana); Càriga (figo seco); Cau (tutano de algumas plantas); Chessa (marsela); Fenu (feno); Figus (fig.); Floris, Flores (flor); Melis, Meloni (mel); Mura, Muru, De Muru (amora ou framboesa); Murtas, De Murtas (mirtilo); Nuxi, Nughes (noz); Palmas (palmeira); Pane / Pani (pão); Piras, Piredda (pera); Prunas (ameixa); Rosas, De Rosas (rosa); Rudas (arruda); Soru (seiva de árvore ou de queijo); Suergiu, Suelzu (alcornoque mediterrâneo).

  • Sobrenomes com toque mítico ou de contos de fadas: Contu (conto lendário, fábula); De Jana, Deiana, Diana (fada, forma latinizada: Fadda); Maccione, Maccioni, Nieddu (escuridão noturna); Uccheddu (mau-olhado); Virdis (íris, destinado a ser um instrumento do vidente).

  • Sobrenomes ligados a características geográficas e hidrográficas: Alguns sobrenomes sardos derivam de nomes comuns em geografia ou hidrografia: Abba (água de manancial); Addis (vale); Bau (vado ou pantano, mas também espantalho); Caddeo (lugar sagrado); Cuccuru, Cuccureddu (cima da montanha); Ena (fonte); Pala (costa de alto mar); Pardu (prado); Puzzu, Putzu, Putzolu (poço sagrado); Riu (rio); Sassu (rocha); Serra (cresta da montanha); Silanus (lugar boscoso).

  • Sobrenomes derivados de topônimos: Alguns sobrenomes sardos têm origem em nomes de lugares ou adjetivos étnicos: Addis/Devaddes (de um vale ou bosque), Anela (com vários significados, podendo referir-se a Anella ou Anela, o nome de uma cidade antiga no centro norte da Sardenha), Atzeni (de Assena, Oristano), Azuni, Barbarighinu (lugar em Oristano), Bosincu, Burghesu (originários da cidade e/ou castelo de Burgos, pequena vila de Sassari), Calaresu (dialetalmente étnico para "cagliaritano"), Concas (localidade de Nuoro), Congiatu (parcela de terra delimitada), Corongiu (localidade em Carbonia-Iglesias), Silanesu (nativo de Silanus), Sini (de Sini, Oristano), Talanas (da vila de Talana, Ogliastra).

  • Sobrenomes derivados de profissões: Como a maioria dos sobrenomes italianos, alguns sardos derivam de nomes de artes, trabalhos ou profissões. Por exemplo: Bardanzellu (grupo militar de 30 voluntários mais capitão e tenente, utilizado para reprimir roubo de gado), Crabargiu (variação de Cabrargiu = criador de cabras), Ferreri, Frau (ferreiro em sardo), Agos/Agus (agulhas, referindo-se a alguém que usa agulhas em seu trabalho diário), Pintòr(pintor), Poddà, Póddine (da elaboração de farinha).

  • Sobrenomes de origem continental: São sobrenomes originados do "contato" com povos europeus, seja por razões políticas, comerciais, etc. Por exemplo: De Roma, Romanu, Regitanu, Pisanu, Lucchesu, Milanesa, Napulitana, Perusinu, Spagnolu, Cadalanu.

Mais de 300 sobrenomes sardos e nomes pessoais identificados desde os primeiros dias da documentação escrita encontram correspondências na área dos Bálcãs. Entre eles, há sobrenomes muito comuns como Carta, Sanna, Satta, Tedde, Tola, Usai, e outros mais raros como Meledina, Onida, Pigliaru, ou mesmo extintos como Arrivacha, Asadiso, Nerca, Nispella, Therkis.

Também se destaca a presença de sobrenomes de origem ibérica devido à Conquista aragonesa da Sardenha entre 1323 e 1326. Nessa época, a ilha estava sob influência de Pisa e Gênova. Por isso, é possível encontrar sobrenomes com terminações em -ez ou -es, claramente de origem espanhola: Alvarez, Diez, Fernandez, Gomez, Gutierrez, Ibañez, Iguanez, Lopez, Martinez, Perez, Rodriguez

Sobrenomes em plural: Alguns sobrenomes sardos terminam em "s", indicando o plural e conferindo um sentido de família. Por exemplo:Congiu –> Congias
Ruda –> De Rudas
Pira –> Piras,
Porta –> Portas
Flore, Flori, Fiore, Fiori –> Floris
Marra –> Marras

Esses sobrenomes sardos espelham uma notável diversidade de influências culturais e históricas, que remontam desde as práticas tradicionais locais até as conexões estabelecidas com comunidades continentais e europeias.









segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Algumas Curiosidades dos Sobrenomes do Vêneto


 

Os nomes de família no Vêneto são caracterizados principalmente por suas terminações (sufixos) ou pelos prefixos que os precedem.

Atualmente, entre os sobrenomes mais prevalentes na região, destacam-se aqueles que têm a terminação "an". Exemplos incluem Baldan, Bressan, Pavan, Trevisan. Há também sobrenomes que terminam em "in", como Bedin, Bottacin, Cagnin, Casarin, Martin, Perin, Trentin, Visentin, Zanin, e aqueles que se encerram em "on", como Bordignon, Lorenzon, Marangon, Schiavon, Tegon, Tonon, Zagon, Zanon, Zambon.

Outra terminação frequente nos sobrenomes do Vêneto é "ato", que é utilizada como diminutivo e para indicar descendência familiar. Exemplos incluem Bonato, Simionato, Volpato e Marcato.

Os patronímicos, sobrenomes derivados do nome do pai, também são comuns, como Perin (derivado de Piero/Pietro), Lorenzon, Berton, Martin, Baldan. Além disso, há sobrenomes como Frigo (derivado de Federico) e Vianello (derivado de Viviano). Sobrenomes começando com Zan ou Zam, como Zanata, Zampieri, Zanetti, Zamboni, são patronímicos derivados do nome Giovanni (João) no dialeto vêneto, escrito como Zan.

Um prefixo frequentemente encontrado é "Dal" (similar ao usado no Friuli, indicando "do"), presente em sobrenomes como Dal Farra, Dal Molin, Dal Lago, Dal Zotto e Dal Corso.

Embora um dos sobrenomes italianos mais comuns seja Ferrari (derivado de ferreiro), no Vêneto, encontramos variantes locais, como Favero e Favaretto. Outros sobrenomes frequentes incluem Boscolo (de boscaiolo = lenhador), Masiero (de mezzadro = inquilino), Sartor, Sartori, Zago (diácono, coroinha). Essa diversidade reflete a riqueza cultural e histórica da região.


Além disso, é notável que o prefixo "Dal" é bastante difundido, indicando "do", semelhante à prática no Friuli. Exemplos incluem Dal Farra, Dal Molin, Dal Lago, Dal Zotto e Dal Corso.

Enquanto o sobrenome italiano comum Ferrari (derivado de ferreiro) é encontrado em todo o país, no Vêneto, surgem variações locais, como Favero e Favaretto. Outros sobrenomes proeminentes incluem Boscolo (originado de boscaiolo = lenhador), Masiero (de mezzadro = inquilino), Sartor, Sartori, Zago (diácono, coroinha). Esses sobrenomes não apenas refletem as ocupações tradicionais das famílias, mas também adicionam camadas à narrativa cultural e histórica da região.

Dessa forma, a diversidade e a complexidade dos sobrenomes do Vêneto não apenas fornecem insights fascinantes sobre a genealogia da região, mas também enriquecem a compreensão da história e das tradições locais.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

O Mito dos Emigrantes Clandestinos



O mito do antepassado que chegou à América como clandestino em um navio é uma crença muito popular enraizada na ideia de imigrantes se escondendo nas embarcações na esperança de alcançar um destino sem detecção. Quando não há registros oficiais da primeira entrada do antepassado no porto, as famílias muitas vezes atribuem a sua chegada desconhecida como clandestino em algum navio. Contrariando a crença difundida, os clandestinos geralmente foram devidamente documentados em registros e listas de passageiros. Na grande maioria dos casos foram identificados, registrados e documentados, seja em alto mar ou durante o desembarque nos portos. É crucial ressaltar que a persistência da teoria do clandestino nas famílias frequentemente decorre da ausência de registros específicos ou do desconhecimento de outros documentos relacionados à entrada no país. A complexidade dos processos migratórios e a falta de acesso a determinados arquivos podem contribuir para lacunas na compreensão da história familiar. Além disso, a romantização da ideia de imigração clandestina pode ser atribuída ao contexto histórico desafiador enfrentado pelos imigrantes, como fugas da justiça, de conflitos, de obrigações familiares e evasões de compromissos militares. Esses elementos, aliados à tradição oral e à transmissão de histórias ao longo das gerações, desempenham um papel fundamental na construção de uma narrativa familiar única em torno da jornada dos antepassados. Inicialmente, destaca-se que ao abordar a imigração clandestina, não se limitava apenas a indivíduos que partiam para evitar responsabilidades legais ou compromissos militares. Esta categoria incluía também aqueles recrutados por agentes de imigração que operavam à margem da autorização ministerial. Esses indivíduos optavam por emigrar dessa maneira devido aos custos econômicos mais baixos, embora isso implicasse na perda da tutela do estado. A legislação penalizava os recrutadores clandestinos, porém, o próprio imigrante tinha a liberdade de embarcar em um porto estrangeiro, embora abrisse mão dos benefícios associados à proteção do estado. Os principais portos europeus que testemunharam um significativo influxo de imigrantes por meio de operações não autorizadas de companhias de navegação incluíam Le Havre, Marselha, Hamburgo, Antuérpia e Trieste. É importante destacar que Trieste, embora fosse um porto de onde também partiam imigrantes, não fazia parte da Itália naquela época. Essas empresas, que operavam de maneira ilegal, tinham suas sedes na Suíça e na França, contando com investimentos de capitais americanos, franceses e alemães. A ilegalidade residia no modus operandi dessas empresas não autorizadas pelo estado italiano. No entanto, é crucial notar que o estado não exercia controle sobre a saída dos emigrantes. Com o intuito de atrair imigrantes, essas empresas realizavam extensa atividade propagandística em cidades e vilas, prometendo comodidades de viagem a baixo custo, o que, na realidade, não era cumprido e se tornava uma experiência humilhante para os viajantes. É evidente que ocorreu imigração clandestina, desprovida de documentação, contudo, isso se deu sobretudo em direção a países vizinhos, como França e Suíça, onde as fronteiras naturais, vales, montanhas, rios e até mesmo o mar eram familiares aos locais. No entanto, ao embarcar em um navio, a realização dessa prática sem a devida documentação tornava-se uma tarefa desafiadora.

Em decorrência da magnitude dos abusos ocorridos, foi promulgada a primeira lei em 1888, que submeteu as agências de emigração ao controle estatal. Em 1901, surgiu o Commissariato dell'Emigrazione, um órgão dedicado a cuidar da emigração, com a finalidade de conceder licenças aos transportadores, bilhetes a preços fixos, supervisionar os portos de embarque, monitorar as condições de saúde, estabelecer abrigos para os emigrantes e firmar acordos com os países de destino para auxiliar no acolhimento dos recém-chegados. Nesse contexto, entidades privadas, tanto laicas quanto religiosas, emergiram para prestar assistência aos emigrantes. A discussão sobre a legislação trabalhista nos Estados Unidos, considerada discriminatória em relação aos trabalhadores estrangeiros em 1885, a suspensão temporária da emigração para o Brasil, onde muitos emigrantes eram explorados em condições inaceitáveis, e as facilidades no cumprimento das obrigações do Alistamento Militar e na emissão de passaportes também foram integradas às medidas adotadas.




sábado, 3 de fevereiro de 2024

A Fraude do Antepassado Nobre


 

Muitas pessoas iniciam a busca de informações sobre seus antepassados portando um grau elevado de ilusão, uma pequena esperança de encontrar um nobre entre seus ancestrais. Estar relacionado a uma família nobre ou aristocrática, gera fascinação, prende a atenção e seduz uma grande parcela dos ítalos brasileiros e não só eles. Se o assunto é fascinante, certamente, causa interesse, e é justamente neste contexto que podem ocorrer  as fraudes. E foi isso que aconteceu com os escudos e brasões de família, tão comentados e divulgados com inegável orgulho pelos italo brasileiros, especialmente aqueles com menos conhecimento dos fatos reais que ocorreram na Itália.

Na década de 1990, era muito comum ver em shoppings ou centros comerciais uma gôndola com vendedores que ofereciam um "histórico do sobrenome" e "o brasão de armas" da família, usando um computador. Com o advento do computador e da internet, proliferaram os sites que "fabricam" um brasão de armas para cada sobrenome, um escudo de família inventado do nada. Mas precisamos recordar que o escudo não representa o sobrenome em si, mas sim uma família específica que carregava esse sobrenome, e a realidade é que quase todas as famílias nobres italianas se extinguiram, tornando improvável encontrar uma relação de parentesco com essas famílias.

Devemos antes de tudo clarear certas coisas relacionadas ao tema dos escudos de sobrenomes:

    O brasão de armas está intrinsecamente ligado a uma família nobre específica que ostentava aquele sobrenome, não sendo uma representação direta do sobrenome em si. É importante ressaltar que uma família com o mesmo sobrenome em uma região distinta poderia possuir um brasão diferente, ou até mesmo pertencer a uma linhagem de origem camponesa.A fraude ou a manipulação genealógica tem uma longa história, pois as posições de poder e prestígio nobre sempre foram percebidas como hereditárias ao longo dos tempos. As contendas pelos direitos sucessórios das coroas deram origem a diversas manipulações. A persistência dessas práticas pode ser observada em muitas genealogias, muitas vezes baseadas em evidências documentais falsas ou até mesmo na ausência total delas.
    É irracional considerar que todos os indivíduos que carregam sobrenomes comuns em todo o mundo possam ser representados por um único escudo de armas.
    Nos tempos de nossos avós imigrantes, a maioria da sociedade era formada por pessoas humildes, predominantemente camponeses, enquanto a elite nobre representava uma parcela minoritária. É plausível que em pequenas comunidades tenha ocorrido algum tipo de reconhecimento especial para famílias destacadas, ainda que distantes de possuir um título nobre.
    Com a instauração da República Italiana, o governo deixou de reconhecer os títulos nobiliários, desencadeando uma série de contestações legais. Essa transformação significativa ocorreu com a implementação da constituição republicana.
    O início do parágrafo XIV da disposição transitória da Constituição enfatiza que "os títulos nobiliários não são reconhecidos". 
    Essa declaração não implica na abolição ou supressão dos títulos nobiliários. A Constituição não estabelece proibições quanto ao uso público ou privado desses títulos por parte daqueles que os detêm.
    A ausência de reconhecimento funciona apenas como uma restrição para os funcionários públicos, aos quais é incumbida a responsabilidade de omitir qualquer menção a títulos nobiliários em documentos que assinam.
    Indivíduos, mesmo devidamente investidos com um título nobiliário, não têm o direito de pleitear (não apenas em eventos públicos, mas também em contextos privados, publicações e relacionamentos) o reconhecimento do título nobre que lhes é conferido.
Devido à desautorização constitucional, os títulos nobiliários não são mais considerados elementos do direito à identidade pessoal. Eles foram excluídos do âmbito jurídico italiano pela Constituição, sendo seu uso irrelevante para o Estado, que, ao não reconhecê-los, não os protege. Nos termos da Constituição vigente, nenhum órgão do Estado, seja administrativo ou judicial, está autorizado a conceder oficialmente títulos nobiliários.

Assim, para concluir, não espere encontrar um Barão à sua espera na Idade Média: os aristocratas constituíam apenas uma parcela ínfima da população e, em muitos casos, eram aqueles que menos contribuíam. Exploravam o sangue e o suor dos camponeses, bravos e despretensiosos, verdadeiros antepassados da maioria de nós. Eram esses camponeses que preservavam tradições, compunham canções, transmitiam receitas, e para eles as igrejas eram adornadas. Muitos ramos da aristocracia europeia desapareceram, seja por fatores genéticos ou por carência intelectual, enquanto os descendentes dos "peões" e "agricultores" contemporâneos se destacam em universidades, conquistam títulos, escrevem poesias e educam filhos notáveis destinados a explorar a Lua, Marte e além, revelando um futuro ainda incerto.

É evidente que houve famílias nobres, e os escudos de sobrenomes associados a essas linhagens persistem até hoje. Da mesma forma, há publicações e sites respeitáveis dedicados a esse tema. Logo, para assegurar a confiabilidade de uma informação, é prudente examinar cuidadosamente a fonte, indagando sobre a credibilidade dos escritores e a reputação do veículo de divulgação.


  1. Resumo


    1 - Manipulação Genealógica e Títulos Nobiliários:

    • A manipulação genealógica não é um fenômeno exclusivo da Itália ou de descendentes italianos, sendo uma prática que ocorre em diversas partes do mundo.
    • As lutas pelo poder e prestígio nobre ao longo da história muitas vezes resultaram em manipulações, levando à criação de evidências documentais falsas ou à ausência delas.
    • A descontinuação da aceitação oficial de títulos nobiliários pela República Italiana marcou uma mudança significativa no reconhecimento legal desses privilégios.
  2. 2 - Brasões de Armas e Sobrenomes:

    • É crucial compreender que os brasões de armas estão vinculados a famílias específicas e não diretamente aos sobrenomes em si. Diferentes famílias com o mesmo sobrenome podem ter brasões distintos, especialmente em regiões geográficas diferentes.
    • A comercialização de históricos de sobrenomes e brasões em shoppings e online, muitas vezes usando computadores para criar essas informações, destaca a necessidade de cautela ao avaliar a autenticidade desses registros.
  3. 3 - Transformações Históricas na Itália:

    • A transição para a República Italiana e a subsequente não-reconhecimento oficial dos títulos nobiliários marcaram uma mudança nas estruturas de poder e na forma como a nobreza era percebida legalmente.
  4. 4 - Contribuição dos Camponeses e Descendentes:

    • O texto destaca a importância e a contribuição significativa dos camponeses na preservação de tradições, cultura e conhecimentos, contrastando com a ideia romantizada da aristocracia.
    • Observa-se uma mudança nas dinâmicas sociais ao longo do tempo, com descendentes de camponeses alcançando realizações notáveis em diversas áreas.
  5. 5 - Desaparecimento de Ramos Aristocráticos:

    • O reconhecimento de que muitos ramos da aristocracia europeia desapareceram, seja por fatores genéticos ou intelectuais, destaca a importância de uma abordagem mais equilibrada ao considerar a história das famílias.
  6. 6 - Validação de Informações Genealógicas:

    • A ênfase na necessidade de validar informações genealógicas por meio de fontes confiáveis e respeitáveis destaca a importância de uma abordagem crítica ao explorar o passado da família.

Em suma, embora existam registros autênticos de famílias nobres e brasões de armas associados, é crucial abordar a pesquisa genealógica com realismo, ceticismo e uma compreensão aprofundada das transformações históricas e sociais que moldaram essas narrativas ao longo do tempo.


terça-feira, 19 de setembro de 2023

Blog Emigrazione Veneta: Descubra o Fascinante Mundo da Emigração Italiana e Veneta






Descubra o Fascinante Mundo da Emigração Italiana e Veneta!

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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Danke: O Cão Que Desvendou Minha História Familiar Perdida em Pederobba, Itália




Desde quando eu ainda era apenas um menino, e isso já faz muito tempo, pois, estamos falando da década de 1950, sempre manifestei curiosidade pela história da minha família. Quem eram eles? O que faziam e de onde vieram meus antepassados? Porque tiveram que abandonar o seu país natal, quando e como vieram? Por que escolheram o Brasil? As dúvidas eram muitas. Sabia, pelo meu sobrenome, e também por esporádicos relatos de outros familiares mais velhos, que tínhamos raízes na Itália. A explicação que eu recebia deles não ia muito além disso, simplesmente, terminava por aí. Pela minha pouca idade as vagas respostas que recebia até me satisfizeram parcialmente por algum tempo. 
O tempo foi passando e já adulto comecei a fazer algumas pesquisas por conta própria, as quais, também não progrediram muito, sempre esbarrando na identificação do local da Itália de onde partiram os primeiros emigrantes da família. Meus pais, e também os poucos parentes que eu conhecia, pouco ou nada puderam acrescentar, todos estavam na mesma situação de ignorância. Parecia até que os antigos não queriam me contar a verdade. Mas, por qual razão? 
Na cidade onde nasci moravam diversas famílias que tinham o mesmo meu sobrenome, algumas delas eram de conhecidos parentes, e outras tantas, por pessoas que não se conheciam como tal. Aqueles que então contatei não puderam me esclarecer mais nada. Eu não podia me conformar com esta situação, tínhamos que ter um lugar-comum de origem, uma cidade, um estado e não somente que viemos de um país chamado Itália. 
Sem respostas para minhas perguntas, apesar de muito procurar, a estranha sensação de deslocamento da minha origem, me fazia sentir muito mal. 
Depois de alguns anos, então já casado e com filhos, queria contar para eles a nossa origem, o local de onde viemos, mas, não conseguia encontrar nada. 
Foi após comprar uma casa, com um grande quintal, que um dia resolvi que seria hora de adquirir um bom cachorro de guarda. Não sabia qual raça escolher, pois, até então conhecia algumas poucas. Lembro que ainda estávamos muito longe do advento da internet, a qual só surgiria quase trinta anos depois. Não querendo errar na escolha, emprestei de um casal amigo, e também eles grandes entusiastas por cães, um livro ilustrado sobre as diversas raças caninas então existentes no mundo. Folheando a belíssima coleção de fotos coloridas, onde os exemplares das raças estavam dispostos por casais, com as devidas especificações oficiais, como finalidades da raça, peso, altura e também uma completa explicação do comportamento de cada uma. 
Não precisei procurar muito e lá estava a foto daquele que eu me apaixonei imediatamente. Realmente, eram animais muito bonitos, fortes e considerados na época, e acredito que até hoje, os melhores cães de guarda. Tratava-se de um cão da raça Rotweiller. Feito a escolha da raça bastava agora ligar para o Kennel Clube e obter informações sobre os telefones de criadores idôneos, registrados naquele conhecido clube de cinofilia. Foi o que realmente fiz. 
Os responsáveis pela entidade perguntaram onde eu morava, a fim de facilitar o encontro. Informei onde eu morava e eles disseram que perto da minha cidade ficava um famoso canil, o mais premiado daquela raça em todo o estado. Falaram também que o casal proprietário tinha vários grandes campeões no plantel, inclusive de nível mundial. Informaram o nome do canil, que ficava em uma cidade muito próxima de onde eu moro. Seus proprietários eram também grandes fazendeiros e criadores de cavalos de raça, em um município não muito distante. O mais interessante e inesperado aconteceu quando pedi o nome desse criador, para minha surpresa tinha o mesmo meu sobrenome: era um primo, filho do irmão mais velho do meu pai, o qual desde o tempo de criança não o tinha mais visto e nem sabia mais do seu paradeiro. Ele também, depois fiquei sabendo, não sabia que eu morava assim tão perto. 



Visitando-o, fiquei impressionado com a estrutura do canil e com o tamanho daquela mãe com seus sete filhotes, nascidos a pouco mais de um mês, mas, já enormes. O primo, separou-os da mãe e me deu o privilégio de escolher o cãozinho que eu mais gostasse de toda a ninhada. Adquiri o filhote e o fui buscar algumas semanas depois, quando já tinha dois meses. Já estava devidamente registrado no Kennel Clube e recebera por acaso o nome de Danke, palavra que em alemão quer dizer "obrigado". 



Restabelecemos amizade e algum tempo depois, em uma noite, depois de um caprichado jantar em sua casa, o assunto origem da nossa família foi abordado. Ele era alguns anos mais velho que eu, mas, também nada sabia da nossa origem. Disse que o pai dele falava, que o nossos avô e o bisavô, que vieram da Itália, não gostavam muito de falar nesse assunto. 
A única coisa que lembrou, e isso não passou despercebido para mim, foi que a muitos anos antes, em um velho livro que pertencia ao nosso avô e que ficara com seu pai após o falecimento do "nonno", ele tinha encontrado um bilhete, já bastante amarelado pelo tempo, com o nome Pederobba, manuscrito a lápis. Por mais que pensasse, ele não sabia a que podia se referir. Pensei comigo que talvez fosse uma pista sobre a origem da nossa família, escondida no meio daquelas páginas do livro. 
Sabia pelo nome que era de algum lugar da Itália, mas, naqueles anos tudo era mais difícil, não tinha os meios para saber qual era, como já citei antes ainda não havia sido criada a internet. 
Naquele tempo eu já era um aficionado do radioamadorismo, fazendo diariamente contatos via rádio, com todos os países, através das grandes antenas instaladas sobre uma alta torre no quintal. Como radioamador eu era obrigado a ter um conhecimento de geografia acima da média e também recebia diariamente pelo correio, muitos cartões de confirmação dos novos contatos que realizava. Esses cartões eram, por nós radioamadores, conhecidos por QSL cards e continham informações relevantes sobre o contato, como as datas, horários, frequências e detalhes técnicos, e eram trocados como uma forma de comprovação e registro das comunicações entre os radioamadores. Com eles, era habitual o companheiro, do outro lado do mundo, enviar também um postal da cidade onde morava, com algumas palavras gentis escritas. 
Um dia recebi de um desses amigos, radioamador na Itália, um mapa da província de Treviso e um belo cartão postal da cidade de Treviso, onde morava. O cartão era patrocinado e distribuído pelo jornal local Tribuna de Treviso, em cujo logo se podia ler o endereço. Esse jornal tinha uma excelente penetração em toda a província de Treviso, especialmente aos domingos, quando então circulava por todos os municípios. 
Procurando naquele mapa, que tinha muito mais detalhes que os meus, devido a sua escala ampliada, percebi que Pederobba era um dos municípios dessa província, localizado quase na fronteira com a província de Belluno. Entendi imediatamente que tinha encontrado uma pista concreta, pois, por qual razão aquele nome estaria em um bilhete escondido entre as páginas de um livro? 
Acreditando muito nessa possibilidade, redigi uma carta para o diretor do referido jornal, com muita dificuldade é verdade, me valendo de um pequeno dicionário português-italiano para ajudar, pois, até então não sabia nada de italiano. Pelo rádio e telégrafo usávamos o inglês para se comunicar. 
Nessa carta tentei explicar quem eu era, onde morava, e que estava pesquisando sobre as minhas origens, pois acreditava que poderiam estar em algum município da província de Treviso. Pedi ao diretor fazer o favor de verificar se entre seus assinantes existia algum deles com o meu sobrenome, reforçando também que o meu interesse era simplesmente encontrar as minhas raízes. 
Naquela época, início da década de 1980, quase ninguém aqui no Brasil estava procurando pelas suas raízes na Itália, como veio acontecer a partir de alguns anos depois, com milhares ansiosos em encontrar um possível antepassado que tivesse emigrado, para assim obter o reconhecimento da cidadania italiana por "juris sanguinis", um direito conferido pela constituição italiana. 
Naquele tempo em que escrevia a carta ao diretor do jornal ninguém falava em dupla cidadania, a qual era ainda proibida pelas leis em vigor no Brasil. Quem resolvesse obter uma cidadania estrangeira deveria automaticamente renunciar aquela brasileira e o indivíduo não poderia exercer um cargo público federal, como era o meu caso. 
Passados pouco mais de um mês, recebi, quase simultaneamente, seis cartas da Itália, cujos remetentes tinham todos o meu sobrenome. O diretor do jornal Tribuna de Treviso, se comoveu bastante com a minha pequena e mal escrita carta, com diversos erros de italiano, como depois soube, e resolveu divulgá-la em uma edição dominical, aquela que circulava por toda a província. 
Das seis cartas recebidas de Pederobba, todas muito educadas e gentis, em duas delas as pessoas que escreviam eram de fato meus parentes, afastados é bem verdade, que tinham eles mesmos sofrido com a emigração para outros países e compreendiam bem o que eu estava procurando: o reencontro com a minhas raízes mais profundas. 
Um casal em especial imediatamente se prontificou em ajudar a encontrar a minha linha familiar e para tanto mobilizou diversos amigos, entre eles um que era considerado o arquivo vivo da cidade, o historiador local. A partir daí mantivemos contato frequente por cartas e um dia marquei uma viagem para a Itália, já no ano seguinte para nos conhecer. Como não entendia nada de italiano, fomos com uma excursão que nos hospedou em outro município, distante uma hora e meia de carro de Pederobba. Tinha somente um dia para os encontrar, sacrificando uma visita, constante no roteiro da excursão, ao Santuário de Santo Antonio, em Padova. 
Bem cedo pela manhã, eles gentilmente foram de carro até o hotel para nos buscar e nos levaram para sua casa onde, em um grande almoço, pudemos conhecer diversos membros daquela família. A tarde também nos levaram para breves visitas pela cidade. Estudei italiano e a partir desse encontro fizemos inúmeras viagens para a Itália, sempre nos hospedando alguns dias em um município vizinho a Pederobba, muito próximo dela por falta de hotel na cidade, e gradualmente fui refazendo toda a nossa história familiar. 
Isso aconteceu a mais de quarenta anos atrás e até hoje agradeço por ter escolhido aquele querido cão que me ajudou a encontrar as minhas origens e, apesar da sua vida curta, foi um grande amigo e fiel companheiro.

As imagens acima são fictícias e foram geradas por I.A., mas, este relato é totalmente verdadeiro, de como consegui reencontrar com as minhas raízes.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS