Mostrando postagens com marcador história local. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador história local. Mostrar todas as postagens

sábado, 6 de dezembro de 2025

Imigração italiana: como o fracasso das colônias litorâneas transformou Curitiba no lar dos colonos


Imigração italiana: como o fracasso das colônias litorâneas transformou Curitiba no lar dos colonos

Com o fracasso de vários projetos coloniais no litoral do Paraná, muitos imigrantes italianos redirecionaram suas vidas para as terras mais altas em torno da então vila de Curitiba. Entre 1870 e 1890 houve um movimento contínuo de reassentamento: colônias litorâneas como Alexandra e Nova Itália enfrentaram problemas graves — má administração, terrenos arenosos ou alagadiços, clima quente e úmido, moradias precárias, pragas e doenças — e isso levou muitos colonos a buscar o planalto, cujo clima e relevo lembravam mais as regiões de origem de muitos vênetos.

A presença italiana em Curitiba é registrada já na década de 1870: em 1872 há registros de chegada de famílias italianas e, em 1878, foram criadas colônias nos arredores da cidade — entre elas Santa Felicidade e núcleos como Dantas (hoje Água Verde) e Alfredo Chaves (posteriormente Umbará). Esses núcleos foram pontos fundamentais de fixação para os imigrantes que haviam abandonado as colônias litorâneas.

A construção da ferrovia Paranaguá–Curitiba (obra que se intensificou entre 1880 e 1885) teve papel duplo: por um lado, atraiu mão de obra europeia (entre eles italianos) para trabalhar nos serviços de abertura de linha; por outro lado, consolidou a integração logística entre litoral e planalto, facilitando o transporte de pessoas e mercadorias e acelerando o êxodo das colônias costeiras para as terras altas. A estação e o reduto ferroviário de Alexandra, por exemplo, nasceram em função dessas obras.

Os italianos que se estabeleceram no planalto diversificaram suas atividades: além da agricultura (hortaliças, frutas e pequenas lavouras), muitos passaram a atuar no comércio urbano, transporte de produtos para Curitiba (venda de carroça), artesanato, construção civil e serviços. Com o crescimento urbano, os antigos núcleos coloniais foram incorporados à cidade, originando bairros que mantêm até hoje forte traço cultural italiano — Santa Felicidade (famosa pela gastronomia), Água Verde, Umbará e outros. 

Quanto à dimensão documental e numérica, o Arquivo Público do Paraná conserva aproximadamente 100.000 registros de imigrantes referentes a desembarques no Porto de Paranaguá e entradas em hospedarias e colônias entre 1876–1879 e 1885–1896 — o que mostra a intensidade do fluxo migratório naquela época. No panorama nacional, entre 1870 e início do século XX o Brasil recebeu cerca de 1,5–1,6 milhões de italianos, e parte significativa desses contingentes contribuiu para a colonização do Paraná.

As colônias fundadas nos arredores de Curitiba foram numerosas e graduais: além das primeiras (1878), outras colônias surgiram nos anos 1880, como Presidente Faria (1886), Maria José (1887), Eufrásio Correia (1888) e outras pequenas núcleos que receberam famílias italianas — muitas vindas do norte da Itália, sobretudo do Vêneto. Essas iniciativas fazem parte do ciclo de colonização que marcou a formação demográfica do planalto paranaense. 

Por fim, o legado italiano em Curitiba é visível: na toponímia, na arquitetura das casas coloniais, na gastronomia enraizada (restaurantes e cantinas, principalmente em Santa Felicidade), nas festas religiosas e seculares e na memória institucional (cemitérios, capelas, associações de imigrantes). Esse processo de adaptação — sair do litoral para encontrar condições mais favoráveis — transformou a paisagem social e econômica do entorno de Curitiba e ajudou a consolidar a cidade como centro regional. 

Nota conclusiva 

A migração italiana para Curitiba não foi apenas um deslocamento geográfico: foi um processo dinâmico de experimentação, aprendizado e reorganização social. Ao deixarem as colônias litorâneas, os imigrantes reconstruíram suas vidas no planalto — fundando núcleos, diversificando ocupações e tecendo vínculos econômicos e culturais que foram decisivos para transformar Curitiba na cidade plural que conhecemos hoje. 

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta



sexta-feira, 30 de junho de 2023

Desbravadores da Terra: A Lista das Famílias Italianas Pioneiras em Vale Vêneto, RS (1878-1888)


Relação das Famílias Pioneiras que Colonizaram Vale Vêneto vindas da Itália entre 1878 e 1888


BALCONI

BALDISSERA

BASSO

BEVLACQUA

BISOGNIN

BOLZAN

BONFADA

BORANGA

BORDIGNON

BORTOLAZZO

BORTOLUZZI

BRONDANI

CAGLIARI

CANAZZA

CARLOTTO

CASASSOLLA

CERETTA

CHIARINOTTO

CILIATO

COPETTI

CREAZZO

DALMASO

DAL SANTO

DANIEL

DOTTA

DOTTO

DRUZIAN

FERIGOLO

FILIPETTO

FOLETTO

FORGERINI

FORZIN

GIACOMINI

GRIGOLETTO

IOP

LODERO

LOVATTO

MARCHESAN

MARCUZZO

MARIN

MARIO

MELLOTTO

MENEGHEL

MISSAO 

MORO

MISSAN

NOGARA

PASQUATIN

PASQUATINI

PARCIANELLO

RIVETA

RIZZOLATTO

POZZOBON

RIGHI

RORATTO

ROSSI

ROSSO

SARTORI

SBIZIGO

STEFANEL

STROILI

TONDO

TRONCO

VARASCHIN

VENDRUSCULO

VENTURINI

VERNIER

VIGNOTTO

VIZZOTTO

WEBER

ZAGO

ZANINI