Na antiguidade Veneza era habitada pelos povos do paleolítico vêneto que ocupavam toda a área fértil da planície padana, até que durante a época romana se transformou em uma importante e rica região do império. Com as sucessivas invasões bárbaras, uma parte dos habitantes de terra firme, procurou refúgio nas diversas ilhas da laguna de Veneza. Segundo os historiadores é aqui que tem início a sua longa e gloriosa história. No início Veneza estava sob o domínio do Império Bizantino, de cuja capital Bizâncio (Constantinopla), era então governada. Muito do esplendor das artes e das construções de Veneza se deve a influência deste poderoso império. Partes da atual região do Vêneto na terra firme, passou pelo domínio dos Longobardos e depois dos Francos. Na sua evolução, por volta do ano 1000 d.C. foram se formando os municípios, que depois de longas lutas entre si, se transformaram em diversas senhorias, governadas por ricas e poderosas dinastias, como a dos Scaligeri, em Verona e a dos Carraresi, em Pádua.
Por ocasião da quarta cruzada, entre os anos de 1202 e 1204 da qual participou ativamente, tanto com a sua formidável marinha de guerra, como também com aquela mercante, no transporte dos exércitos cruzados para a terra Santa. Com essa participação e a derrota de Constantinopla, Veneza aproveitou a ocasião para se tornar independente do império Bizantino, dando início à um longo período de grande esplendor no comércio marítimo e no desenvolvimento das artes. Nos anos seguintes teve uma rápida expansão econômica e territorial, tanto que quando foi assinado Tratado de Paz de Lodi, que pôs fim a guerra entre Milão e a Sereníssima República de Veneza, esta já era uma grande potência econômica e militar, com seus territórios se estendendo por toda a costa entorno, desde Bergamo até a atual Eslovênia, além da Ístria e da Dalmácia. Com a descoberta da América e dos novos caminhos para as Índias o seu poder foi aos poucos sendo enfraquecido, até que em grande declínio no ano de 1797 capitulou frente ao exército napoleônico e passou a fazer parte do Império Austro Húngaro, comandado desde Viena, pela poderosa dinastia dos Habsburgos. No ano de 1866, depois de um plesbicito fraudado passou a fazer parte do recém unificado Reino da Itália, que tinha como governante a Casa de Savoia, de origem piemontesa. Essa passagem do Vêneto para o reino italiano, com todas as implicações pertinentes, foi uma das principais causas precipitantes da grande emigração vêneta que se seguiu. Depois da segunda guerra mundial teve um grande desenvolvimento econômico, transformando-se no atual grande motor industrial da Itália.
Na região do Vêneto se encontra uma parte considerável das obras de arte da Itália, que estão localizadas em algumas das suas cidades como: Veneza, Verona, Pádua, Vicenza, Treviso, Bassano del Grappa, Montagnana, Monselice, Este, Castelfranco Veneto, Cittadela, Marostica, Chioggia, Asolo, Conegliano, Belluno, Feltre, Noale, Santorso, Portogruaro e Thiene, todas consideradas as cidades das artes no Vêneto.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS
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