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sábado, 5 de outubro de 2024

L'Emigrassion Vèneta un´ Ato de Rebelion.


 

L'Emigrassion Vèneta un´ 

Ato de Rebelion


L'emigrassion vèneta, specialmente da la metà de el XIX sècolo in poi, la se pò capir come na forma de protesta silenssiosa, ma potente, contro le ingiustìssie sossiali, economiche e politiche che i ga tormentà ‘sta region par sècoli. Par capir ben sto fenòmeno, bisogna mètar rento la so stòria de el pòpolo vèneto, che el se ga desfà dopo el rebalton de la Serenìssima Repùblica de Venèssia, un Stato che, par quasi mile ani, gavea garantìo na certa stabilità e prosperità al so pòpolo.
Con l´invason de Napoleon ntel 1796 e la conseguente anession de el Vèneto al´ Impero de l´Austria, la vita dei vèneti la ga scominsiar a cambiar in modo dràstico. L'antica serenità de la Repùblica Venessiana la ze stà sostituìta da la rigidesa e austerità de el domìnio austrìaco, che, anca lu ne garantiva na certa sicuressa, no el gavea pi la capacità de fornire la stessa qualità de vita. La frase popolar "Con la Serenìssima se magnava a mesodì e a la sera; con Cesco Bepi se magnava solo a mesodì ma, con i Savoia, né a mesodì e ne gnanca a la sera" la descrive ben la persession de un pòpolo che i gavea vardado la so situassion de vita deventar desolante.
Con l'unificassion de l'Itàlia soto la Casa de Savoia, la vita par i vèneti la ze deventà ancora pi tràgica. La degradassion econòmica, che lori i sentia soto el domìnio austrìaco, la ze stà aumentada da le guerre, de le nove tasse e de l'instabilità polìtica de el neo-nato Regno d'Itàlia. I pìcoli contadini, che da generassioni i ga vivesto come mesadri o ancora paroni de pìcoli tereni, lori i se ga trovà sempre pi schiacià tra le tasse alte e la necessità de vendere le so tere par sopravivere.
L'emigrassion, in sto contesto, la ze nassesta come na risposta naturai, quasi inevitabile, par tanti vèneti. Stimolà da qualche autorità e spesso anca dai sermoni de doménega de i preti in cesa, che i vedeva ´nte l'emigrassion na maniera de evitar un conflito armà, sta fuga in massa no la ze stà solo na ricerca de migliori condission de vita. La ze stà, sopratuto, un ato de resistensa passiva contro i "paroni de tera" che i gavea "sfrutà" sti lavoratori par tanto tempo. L'espression "Tasi sempre, obedire sempre", che la gavea caracterisà el raporto di vèneti con i so paroni e anca con la cesa, la ga scominsià a perder la forsa, a man a man che sti contadini i dessidea, in gran numeri, de sercar na nova vita in tere lontane, specialmente ´ntel´ Amèrica.
Sto ésodo in massa el ze stà un colpo par la vècia ordine sossial. De repente, quei che i gavea tegnù el potere e el control sui laoradori de i campi, adesso lori i se ga trovà sensa mandòpera par laorar le so tere. In un colpo de destin irònico, tanti de i vèci proprietàri de tera, che prima i gavea lori el poder, lori oromai i ze stà costreti a sporcarsi le man con el laoro duro, parché i no gavea pi chi lo faséa par lori.
Cussì, l'emigrassion vèneta la se po veder come na forma de protesta contro l'opression e lo sfrutamento, na maniera par dire "basta" a na situassion che gavea deventà insostenibile. La ze stà un movimento spinto dal desidèrio de na vita mèio, ma anca da un sentimento profondo de rebelion e no conformità con na realtà che gavea deventà intolerabile. Par i vèneti, emigrar no ze mai stà solo na scielta econòmica; la ze stà un ato de dignità e de resistensa, na maniera par reclamar el dirito de viver con dignità, anca se questo volea dir lassar indrìo la tera dei so vèci e ´ndar a cercar novi orizonti in posti lontani e sconossiuti.



terça-feira, 3 de setembro de 2024

A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia

 



A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia


A emigração veneta, especialmente a partir de meados do século XIX, pode ser compreendida como uma forma de protesto silencioso, mas potente, contra as injustiças sociais, econômicas e políticas que afligiram essa região da Itália ao longo dos séculos. Para entender esse fenômeno, é fundamental contextualizar o povo veneto dentro da complexa história que se desenrolou após a queda da Sereníssima República de Veneza, uma entidade que, por mais de mil anos, havia garantido certa estabilidade e prosperidade ao seu povo.

Com a invasão de Napoleão em 1796 e a subsequente anexação do Vêneto ao Império Austríaco, a vida dos venetos começou a mudar drasticamente. A antiga serenidade da República Veneziana foi substituída pela rigidez e austeridade do domínio austríaco, que, embora garantisse uma relativa segurança, não conseguia mais prover a mesma qualidade de vida. A frase popular "Com a Sereníssima almoçávamos e jantávamos; com Cesco Bepi almoçávamos; com os Savoia, nem almoçávamos, nem jantávamos" expressa com clareza a percepção de um povo que viu sua situação deteriorar-se rapidamente.

Com a unificação da Itália sob a Casa de Savoia, o cenário para os venetos tornou-se ainda mais desolador. A degradação econômica que já se fazia sentir sob o domínio austríaco foi exacerbada pela pressão dos novos impostos e pela instabilidade política do recém-criado Reino da Itália. Os pequenos agricultores, que por gerações haviam vivido como meeiros ou proprietários de pequenas parcelas de terra, viram-se cada vez mais espremidos entre os altos impostos e a necessidade de vender suas terras para sobreviver.

A emigração, nesse contexto, surgiu como uma resposta natural, quase inevitável, para muitos venetos. Incentivada muitas vezes pelos sermões dos padres nas igrejas, que viam na emigração uma forma de evitar um conflito armado iminente, essa fuga em massa não foi apenas uma busca por melhores condições de vida. Foi, sobretudo, um ato de resistência passiva contra os "senhores de terras" que haviam explorado esses trabalhadores por tanto tempo. A expressão "Tasi sempre, Obedire sempre", que havia caracterizado a relação dos venetos com seus patrões e com a Igreja, começou a perder força à medida que esses camponeses decidiram, em grande número, buscar uma nova vida em terras distantes, especialmente nas Américas.

Esse êxodo massivo foi um golpe para a velha ordem social. De repente, aqueles que haviam exercido poder e controle sobre os trabalhadores rurais, se viram sem mão de obra para trabalhar suas terras. Em uma virada irônica do destino, muitos dos antigos proprietários de terras, antes poderosos, foram forçados a sujar as mãos no trabalho duro que antes delegavam, pois não tinham mais quem o fizesse por eles.

Assim, a emigração veneta pode ser vista como uma forma de protesto contra a opressão e a exploração, uma maneira de dizer "basta" a uma situação insustentável. Foi um movimento impulsionado pelo desejo de uma vida melhor, mas também por um sentimento profundo de revolta e de não conformidade com uma realidade que havia se tornado intolerável. Para os venetos, emigrar não foi apenas uma escolha econômica; foi um ato de dignidade e resistência, uma forma de reivindicar o direito de viver com dignidade, mesmo que isso significasse deixar para trás a terra dos antepassados e buscar novos horizontes em lugares desconhecidos.

domingo, 1 de setembro de 2024

A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia

 


A Emigração Veneta como Ato de Rebeldia


A emigração veneta, especialmente a partir de meados do século XIX, pode ser compreendida como uma forma de protesto silencioso, mas potente, contra as injustiças sociais, econômicas e políticas que afligiram essa região da Itália ao longo dos séculos. Para entender esse fenômeno, é fundamental contextualizar o povo veneto dentro da complexa história que se desenrolou após a queda da Sereníssima República de Veneza, uma entidade que, por quase mil anos, havia garantido certa estabilidade e prosperidade ao seu povo.

Com a invasão de Napoleão em 1796 e a subsequente anexação do Vêneto ao Império Austríaco, a vida dos venetos começou a mudar drasticamente. A antiga serenidade da República Veneziana foi substituída pela rigidez e austeridade do domínio austríaco, que, embora garantisse uma relativa segurança, não conseguia mais prover a mesma qualidade de vida. A frase popular "Com a Sereníssima almoçávamos e jantávamos; com Cesco Bepi almoçávamos; com os Savoia, nem almoçávamos, nem jantávamos" expressa com clareza a percepção de um povo que viu sua situação deteriorar-se rapidamente.

Com a unificação da Itália sob a Casa de Savoia, o cenário para os venetos tornou-se ainda mais desolador. A degradação econômica que já se fazia sentir sob o domínio austríaco foi exacerbada pela pressão dos novos impostos e pela instabilidade política do recém-criado Reino da Itália. Os pequenos agricultores, que por gerações haviam vivido como meeiros ou proprietários de pequenas parcelas de terra, viram-se cada vez mais espremidos entre os altos impostos e a necessidade de vender suas terras para sobreviver.

A emigração, nesse contexto, surgiu como uma resposta natural, quase inevitável, para muitos venetos. Incentivada pelas autoridades e muitas vezes também pelos sermões dos padres nas igrejas, que viam na emigração uma forma de evitar um conflito armado iminente, essa fuga em massa não foi apenas uma busca por melhores condições de vida. Foi, sobretudo, um ato de resistência passiva contra os "senhores de terras" que haviam explorado esses trabalhadores por tanto tempo. A expressão "Tasi sempre, Obedire sempre", que havia caracterizado a relação dos venetos com seus patrões e com a Igreja, começou a perder força à medida que esses camponeses decidiram, em grande número, buscar uma nova vida em terras distantes, especialmente nas Américas.

Esse êxodo massivo foi um golpe para a velha ordem social. De repente, aqueles que haviam exercido poder e controle sobre os trabalhadores rurais, se viram sem mão de obra para trabalhar suas terras. Em uma virada irônica do destino, muitos dos antigos proprietários de terras, antes poderosos, foram forçados a sujar as mãos no trabalho duro que antes delegavam, pois não tinham mais quem o fizesse por eles.

Assim, a emigração veneta pode ser vista como uma forma de protesto contra a opressão e a exploração, uma maneira de dizer "basta" a uma situação insustentável. Foi um movimento impulsionado pelo desejo de uma vida melhor, mas também por um sentimento profundo de revolta e de não conformidade com uma realidade que havia se tornado intolerável. Para os venetos, emigrar não foi apenas uma escolha econômica; foi um ato de dignidade e resistência, uma forma de reivindicar o direito de viver com dignidade, mesmo que isso significasse deixar para trás a terra dos antepassados e buscar novos horizontes em lugares desconhecidos.