Vozes Ausentes:
A Dor da Mãe Imigrante na Colônia Dona Isabel
Na vastidão da colônia Dona Isabel,
No meio do nada, isolados do mundo,
Uma mãe carrega a dor, a angústia cruel,
A espera dolorosa, o coração moribundo.
Três filhos ao seu lado, seu maior tesouro,
Mas a ausência das outras, um vazio a corroer,
O silêncio que consome, um peso agridoce,
Quase um ano sem notícias, sem saber o que acontecer.
No seio da floresta, a mãe clama em prece,
Anseia pelas palavras, pelas cartas esperadas,
O eco do silêncio, uma dor que não desvanece,
Enquanto o tempo avança, trazendo noites estreladas.
Os dias se arrastam, lentos como o vento,
As lágrimas marcam seu rosto envelhecido,
A esperança vacila, é um tormento,
Nas sombras da incerteza, seu peito ferido.
A saudade aperta, o coração em pedaços,
Perguntas sem respostas ecoam em seu ser,
Será que estão bem? Afastadas em espaços,
Em terras distantes, sem nenhuma saber.
No Brasil, a mãe aguarda com fervor,
Notícias que tragam alívio e acalanto,
Das duas filhas casadas, longe do calor,
Nos Estados Unidos e na França, em outro canto.
A cada amanhecer, uma esperança renasce,
A certeza de que o amor atravessa oceanos,
Na força de uma mãe que não se esquece,
De suas filhas queridas, mesmo em tempos insanos.
No meio da floresta, no isolamento profundo,
A mãe sustenta a fé, a chama da espera,
Que um dia as notícias cheguem ao seu mundo,
E tragam alegria, um renascer primavera.
Em cada verso desse poema entrelaçado,
Celebro a coragem dessa mãe imigrante,
A dor, a angústia e os sentimentos abraçados,
Na esperança de que a distância não seja constante.
de Gigi Scarsea
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