Na região que hoje se encontra o Grande ABC Paulista, antigamente conhecido por freguesia de São Bernardo, foram criados três núcleos coloniais, diretamente subordinados ao governo imperial brasileiro: São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires.
Este último foi fundado em 1887, em zona próxima a ferrovia São Paulo Railway, a primeira estrada de ferro criada no estado de São Paulo, que ligava o planalto paulista, na Estação Jundiaí, ao litoral paulista na Estação Valongo, já na cidade de Santos.
A primeira leva de imigrantes italianos começou a chegar nos núcleos em 1888 e início de 1889; um segundo grupo em meados de 1889, e finalmente o terceiro, em setembro de 1890.
Algumas famílias eram provenientes de fazendas do interior de São Paulo. A maioria desses imigrantes declarou ser agricultor, entretanto, outras profissões como pintor, pedreiro, carpinteiro, sapateiro e costureira também foram encontradas nos registros ainda existentes. Traziam conhecimentos dos trabalhos que executavam nos seus locais de origem na Itália.
Os primeiros imigrantes começaram a chegar lentamente a São Caetano ainda em julho de 1877, quando foram distribuídos os lotes de terra.
O núcleo colonial de São Bernardo começou a receber imigrantes praticamente na mesma época, entre 1877 e 1880, os quais foram alocados em diferentes linhas.
O núcleo colonial de Ribeirão Pires, como já referido, foi criado em 1887, em terras próximas a ferrovia São Paulo Railway. Ainda baseando-se em alguns documentos, tais como o Livro dos Colonos, custodiado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo, este núcleo era formado por três linhas: duas delas em Ribeirão Pires, uma na zona rural e outra na zona urbana e a terceira em Pilar, formada por chácaras, distribuídas para 20 famílias, em um total de 80 pessoas, local que mais tarde veio a formar o atual município de Mauá.
Em Pilar, 13 dessas famílias italianas eram provenientes das províncias de Mantova e Verona e uma de Padova. As demais eram brasileiras de origem portuguesa. Nesse grupo de italianos estavam as famílias: Bersan, Buasi, Bernini, Cursi, Gallo, Gadioli, Lunghi, Lupi e Magrie.
Os lotes rurais da Linha Ribeirão Pires eram em número de 25 e foram distribuídos para 24 famílias italianas, e um para uma família brasileira, que já habitava a região. Quanto a origem na Itália: 17 dessas famílias italianas eram procedentes do comune de Salzano, na província de Veneza, 4 famílias da província de Padova, 2 famílias das província de Rovigo e 1 delas da província de Treviso. Essas famílias eram constituídas por casais cuja idade estava entre 30 e 50 anos e tinham de 2 a 4 filhos, a maioria menores de 15 anos.
Com exceção da família Martineli, que havia deixado uma fazenda no interior do estado, os demais vieram diretamente da Hospedaria dos Imigrantes, na capital.
Dos 63 lotes urbanos do Núcleo de Ribeirão Pires distribuídos em 1890: 46 foram destinados à famílias italianas. Os 17 outros restantes se destinaram: 1 para uma família alemã, outro para um imigrante português e os outros 15 para famílias brasileiras.
Entre as famílias italianas podemos citar:
Astolfo, Beletto, Massiero, Zabeo,
Zamberto, Zonni, Pescarini,
Gallo, Bottaccin, Pandolfi,
Fochi, Tussi, Bertoldo, Bersan,
Buasi, Bendinelli, Benini, Bonaventuri,
Sacarpello, Girolano, Ganitano, Russomano,
Luca, Lupi, Magri, Marza,
Milan, Pellizon.
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