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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Entre Fronteiras: Uma Jornada pela Emigração Italiana ao Longo de Quase Dois Séculos

 



A emigração italiana representa um amplo movimento de saída da população italiana, visando à expatriação. Inicialmente concentrado no norte da Itália, o fenômeno expandiu-se, a partir de 1880, também para o sul do país, abrangendo consistentes deslocamentos internos dentro das próprias fronteiras geográficas.
A trajetória da emigração italiana se desenha ao longo de três períodos distintos de êxodo. O primeiro, denominado "grande emigração", teve início em 1861, após a unificação da Itália, e encerrou-se nas décadas de 1920, com o advento do fascismo. Já o segundo, marcado por intensa emigração internacional e reconhecido como "migração europeia", ocorreu do pós-Segunda Guerra Mundial, de 1945 até a década de 1970. Entre 1861 e 1985,  aproximadamente 20 milhões de italianos deixaram o país, sem perspectiva de retorno. Os descendentes, chamados de "oriundi italianos", podem deter cidadania italiana, além da do país de nascimento, embora poucos solicitem enquanto residem fora da Itália. Estima-se que entre 60 e 80 milhões de oriundi italianos estejam dispersos pelo mundo.
Uma terceira onda migratória, conhecida como "nova emigração", teve início no início do século XXI, impulsionada pelas dificuldades originadas na grande recessão, a crise econômica global que teve início em 2007. Este terceiro fenômeno migratório, embora numericamente inferior aos dois anteriores, impacta principalmente os jovens, muitos deles graduados, sendo caracterizado como uma "fuga de cérebros". De acordo com o registro de italianos residentes no exterior, o número de cidadãos italianos vivendo fora da Itália aumentou de 3.106.251 em 2006 para 5.806.068 em 2021, representando um crescimento significativo de 87%.