A colonização da Província do Paraná Ela iniciou-se em 1816 com a chegada de imigrantes açorianos para Rio Negro e ficou um pouco estagnada até 1853 quando as colônias já em operação eram apenas três e o número de imigrantes somente 420 pessoas. Desta data até 1864 apenas mais dois núcleos foram organizados e com pequeno número de imigrantes. Com a emancipação político administrativa de São Paulo, os governantes da nova Província desde o início perceberam a necessidade de desenvolver uma política imigratória própria, que suprisse as suas necessidades e guardasse às condições especiais do seu território. A meta a ser alcançada era criar uma agricultura de abastecimento tendo em vista o rápido crescimento esperado. Assim, procuraram desenvolver planos de colonização com a criação de núcleos agrícolas nos arredores dos centros urbanos. Entre as décadas de 1830 e 1860, os colonos alemães que estavam em Rio Negro e depois aqueles da colônia Dona Francisca, vieram se estabelecer em pequenas chácaras ao redor de Curitiba, a capital da província do Paraná. Com isso a população da cidade cresceu, assim como a produção dos alimentos básicos necessários para sustentar esse crescimento. Tendo em vista o êxito alcançado com essa experiência, novos projetos foram concebidos para a criação de outras colônias de imigrantes com a intenção de colonizar intensamente o planalto curitibano, o litoral e outras regiões da província. Assim, regularmente foram sendo criadas diversos núcleos coloniais, denominados de colônias: Assunguy, em 1871, em Cerro Azul, com colonos franceses, ingleses e italianos; colônia Argelina, em 1870, nos arredores de Curitiba, com colonos das mesmas três etnias; a colônia Pilarzinho, em 1870, também em Curitiba, com colonos alemães, poloneses e italianos; a colônia D. Pedro, em 1876, em Curitiba, com colonos poloneses, franceses e italianos; a colônia D. Augusto em 1876, em Curitiba, com colonos poloneses prussianos e italianos; a colônia Santa Maria do Novo Tirol, em 1878, em Piraquara, com colonos italianos trentinos, os tiroleses; a colônia Antônio Rebouças, em 1878, em Campo Largo, com colonos italianos; colônia Senador Dantas também em 1878, em Curitiba com colonos provenientes de Vicenza; colônia Alfredo Chaves, em 1878, em Colombo, com imigrantes italianos vicentinos e tiroleses; colônia Muricy, em 1878 em Curitiba, com colonos italianos e poloneses; colônia Inspetor Carvalho, em 1878, em São José dos Pinhais, Curitiba, com imigrantes italianos; colônia Virmond, em 1878, na Lapa, com colonos italianos, alemães russos; colônia Maria Luiza, 1879, em Paranaguá, com colonos italianos; colônia Santa Felicidade, em 1880, em Curitiba com italianos provenientes da região do Vêneto; colônia Mendes de Sá, em 1885, em Campo Largo, com colonos italianos; colônia Antonio Prado em 1886, em Colombo, com colonos italianos; colônia Santa Gabriela, 1886, em Almirante Tamandaré, com colonos italianos; colônia Santa Cristina, em 1879 em Campo Largo com colonos italianos; colônia Alice em 1886, em Campo Largo com colonos italianos; colônia Barão de Taunay, em 1886, em Araucária com colonos italianos; colônia Presidente Faria em 1886, em Colombo com imigrantes italianos; colônia Maria José, em 1887, em Quatro Barras com colonos italianos; colônia Visconde de Nacar em 1888, em Paranaguá, com imigrantes italianos; colônia Santa Cruz, em 1888, em Paranaguá, com colonos italianos; colônia Santa Rita, em 1888, em Paranaguá, com colonos italianos; colônia Eufrásio Correia em 1888, em Bocaiuva do Sul com colonos italianos; colônia Campo Largo da Roseira, em 1888, em São José dos Pinhais com colonos italianos; colônia Balbino Cunha, em 1889 em Campo Largo, com colonos provenientes da região do Vêneto; colônia Dona Maria, em 1889 em Campo Largo, com imigrantes italianos; colônia Ferraria em 1890 em Campo Largo, com colonos italianos; colônia Inglesa em 1889, em Foz do Iguaçu com colonos italianos, ingleses e alemães; colônia Santa Helena, em 1889 em Foz do Iguaçu, com colonos provenientes de Veneza; colônia Contenda, em 1890, em Contenda, com colonos italianos; colônia Acccioly, em 1891, em Curitiba, com colonos italianos; colônia Cecília, 1891 em Palmeira, com imigrantes italianos; colônia Bela Vista, em 1896 em Curitiba, com colonos de origem vêneta; colônia Afonso Pena, em 1908 em São José dos Pinhais com colonos italianos; colônia Pinho de Baixo, em 1908, em Irati, com colonos italianos; colônia Uvaranas, 1924 em Ponta Grossa, com colonos italianos. Pensando em criar um centro de produção agrícola, não distante do porto de Paranaguá, com a intenção futura de exportar as safras para outros centros do império e mesmo para o exterior foi dado seguimento à implantação da Colônia Alessandra, precursora no Paraná desse modelo iniciado na capital, só que em uma escala maior. Nessa época ainda não estava pronta a estrada de ferro até o litoral e nem a estrada da Graciosa estava totalmente traçada, era somente pouco mais de uma picada, usada pelos tropeiros, que levavam e traziam produtos do porto de Paranaguá para Curitiba, aventureiros e viajantes comerciais. A tentativa foi feita com a assinatura de um contrato entre o governo imperial brasileiro e Savino Tripoti, um empresário italiano de Abruzzo, especializado em organizar assentamentos de colonos com a ajuda do seu irmão Pietro, em terras de sua propriedade em Alessandra, mais tarde chamada de Alexandra, município de Paranaguá, no litoral do Paraná. A colônia foi finalmente inaugurada em 1870 com colonos italianos, mas, por diversos motivos, entre os quais uma alegada má administração por parte do empresário, teve vida curta com a maioria dos imigrantes ali assentados exigindo para ser removidos daquele local. Assim, as pressas foi criada em 1877 a colônia Nova Itália, em Morretes, com colonos italianos, não muito distante da primeira, mas, com as mesmas imperfeições da primeira: local inadequado, muito quente e abafado, presença de animais peçonhentos e abundante presença de molestos insetos - moscas e mosquitos - que causavam diversas doenças graves nos moradores, assistência médica quase inexistente, quando era disponível o preço cobrado pelos atendimentos nas cidades vizinhas eram muito altos para os colonos, falta de estradas, falta de material para construção das casas, falta de sementes para o plantio, falta de e agasalhos e alimentação adequada. Com todo esse quadro era certo que esta nova colônia teria o mesmo fim da sua predecessora. As colônias Dantas e Santa Felicidade, ambos bairros da atual Curitiba, foram criadas para receber os imigrantes italianos removidos do litoral - colônias Alessandra e Nova Itália - mas não foram formadas através da compra dos lotes pelo governo, mas através da compra particular pelas famílias imigrantes.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS