Cerca de setenta por cento dos emigrantes italianos que chegaram aos Estados Unidos vieram do sul daquele país, embora entre 1876 e 1900 a maioria deles fosse proveniente do norte, sendo quarenta e cinco por cento originários do Vêneto, Friuli Venezia Giulia e Piemonte. As razões que levaram milhões de sulistas a emigrar foram variadas e não muito diferentes daquelas do restante do país.
As populações meridionais sofreram por devastações causadas por várias guerras, sobretudo aquelas do "risorgimento" ocorrida alguns anos antes da grande emigração, que aumentou a pobreza cronica das populações locais e causou milhares de mortos; por catástrofes naturais como o terremoto de 1908, (com o tsunami no Estreito de Messina que ceifou a vida de muitas pessoas apenas na cidade de Messina); saqueadas pelo exército e empobrecidas por um sistema de poder ainda feudal, não tiveram outra escolha senão emigrar em massa. O sistema feudal, ainda perfeitamente funcional, permitia que a propriedade da terra herdada determinasse o poder político e econômico, e o status social de cada indivíduo. Dessa forma, as classes pobres não tinham praticamente nenhuma possibilidade de melhorar sua condição.
Entre outras causas do êxodo estão a crise agrária a partir de 1880, o aumento dos impostos nas áreas rurais após a traumática unificação do país, o declínio dos antigos ofícios artesanais, das indústrias domésticas, a crise da pequena propriedade e das empresas em zonas montanhosas e das pequenas propriedades rurais.
Por outro lado, os Estados Unidos, a partir de 1880, abriram as portas para a imigração em meio a um veloz desenvolvimento economico; os navios transportavam mercadorias para a Europa e retornavam carregados de emigrantes. Os custos das viagens para a América eram inferiores aos dos trens para o norte da Europa, motivo pelo qual milhões de pessoas optaram por atravessar o Oceano Atlântico.
A chegada à América foi marcada já no desembarque, pelo trauma dos rigorosos controles médicos e administrativos, especialmente em Ellis Island, a Ilha das Lágrimas. No Museu da Emigração em Nova York estão expostas malas cheias de utensílios e roupas pobres das pessoas que, não receberam a permissão para ficar no país, tendo sido re-embarcadas para a Itália, chegando na desesperação se jogar nas águas geladas da baía, quase sempre encontrando a morte.
Os Estados Unidos, precisavam desesperadamente de mão de obra, mas desprezava as pessoas menos instruídas que realizavam esse trabalho, especialmente aquelas provenientes do sul da Itália, consideradas uma espécie de subespécie dos europeus, a vida dos italianos foi tudo menos fácil, eram considerados estrangeiros de forma extrema: pela língua, pelo baixo nível cultural, por suas tradições, por sua dieta alimentar, por suas condições de moradia e por sua prática religiosa.