Pederobba é um dos municípios da província de Treviso, tendo sido instituído por decreto imperial de Napoleão Bonaparte em 1810. Entretanto, foi somente após a anexação ao Reino da Itália que Pederobba nasceu como município. A partir desta data todas as escrituras, certidões cadastrais e resoluções do Município passaram a ser guardadas no Arquivo Municipal.
O brasão do município foi concedido à cidade em 27 de abril de 1913 pelo rei Vittorio Emanuele III. A faixa ondulada prateada no centro do escudo representa o rio Piave, que atravessa o território municipal, enquanto o leão dourado na parte superior é uma referência à República de Veneza e em particular ao leão galopante da Opere Pie d'Onigo, brasão heráldico da nobre família Onigo, que fixou residência em Pederobba de 1200 a 1900. Os nomes do Conde Gugliemo e a filha Teodolinda D'Onigo, considerados benfeitores de Pederobba, são lembrados em vários locais públicos e edifícios, entre eles o hospital, construídos nas terras doadas pela família, após o trágico falecimento de Teodolinda em 1903, decapitada por um dependente descontente.
Localizada na confluência de Val Feltrina com Valcavasia, Pederobba é um importante cruzamento entre Bassano, Feltre, Montebelluna e o Quartier del Piave.
Os testemunhos mais antigos do passado de Pederobba são representados por vários achados da época romana. O próprio topônimo deriva do latim petra rubla, referindo-se à pedra vermelha típica e abundante na localidade.
A sua posição às margens do rio Piave foi ponto obrigatório de passagem entre a planície e a zona montanhosa de exércitos, peregrinos e viajantes de diferentes povos, desde os Reti aos Romanos, dos Lombardos aos Franceses. Todos eles deixaram vestígios indeléveis no território, que podem ainda ser encontrados em topônimos, nas tradições populares e nos assentamentos urbanos. Assim, ao longo dos séculos, várias aldeias foram se formando dentro do território: Pederobba, Curogna, Onigo, Levada e Covolo, hoje chamadas de frazioni do município. Outros pequenos e antigos ajuntamentos pontuam o município, da Costa Alta a Vittipan, de Rovigo a Barche.
Acredita-se que na época romana se tratava de uma área de trânsito, devido a passagem da famosa Via Claudia Augusta Altinate, cujo traçado parece coincidir com a atual Via Feltrina, e a também pela sua posição próxima ao Piave.
As escavações arqueológicas e os achados evidenciaram que também assim se manteve no período seguinte: a presença de numerosos locais de culto à beira da estrada sugere a passagem de peregrinos.
Cerca do ano 1000 se formaram as freguesias de Pederobba e Onigo, ao passo que as igrejas de Levada e Curogna, ambas dedicadas a San Michele, seriam mais antigas.
A área de Pederobba esteve ligada durante muito tempo a família nobre Onigo, senhores feudais que residiam num castelo perto da aldeia homônima, e do qual ainda restam algumas ruínas. Durante o século XIII toda a área assistiu inúmeros conflitos, entre os quais com a família dos Ezzelini, especialmente na época de Romano da Ezzilini.
Passou para o controle da Sereníssima República de Veneza, ocasião que Pederobba teve uma certa recuperação econômica, com a construção de engenhos e fábricas. No século XVI Pederobba tornou-se um dos mercados de forragem mais importantes da região.
Acompanhou a história de Veneza durante os períodos de domínio napoleônico e austríaco, tendo a administração imperial tentado impulsionar a agricultura local. No entanto, a fome e a pobreza continuaram generalizadas entre a população e muitos foram forçados a emigrar.
Pederobba foi literalmente arrasada durante a I Grande Guerra, pois, após a rompimento das linhas de defesa italianas em Caporetto, sobretudo pela sua posição estratégica entre o Rio Piave e os montes Grappa e Montello, local onde foi contido o avanço das tropas austríacas e alemães. Testemunho desse lamentável episódio, que praticamente arrasou com a cidade, são os vários monumentos erguidos na região em homenagem aos heróis mortos que participaram das batalhas, entre os quais se destaca o sacrário militar francês, que guarda os restos mortais de soldados franceses que combateram na I Grande Guerra Mundial.
A recuperação do segundo pós-guerra fez de Pederobba hoje um dos principais centros artesanais e industriais na zona entorno ao Grappa.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS