Espaço destinado aos temas referentes principalmente ao Vêneto e a sua grande emigração. Iniciada no final do século XIX até a metade do século XX, este movimento durou quase cem anos e envolveu milhões de homens, mulheres e crianças que, naquele período difícil para toda a Itália, precisaram abandonar suas casas, seus familiares, seus amigos e a sua terra natal em busca de uma vida melhor em lugares desconhecidos do outro lado oceano. Contato com o autor luizcpiazzetta@gmail.com
sexta-feira, 23 de junho de 2023
De Pederobba ao Brasil: A História Prodigiosa da Emigração Italiana e a Construção de um Novo Lar
quarta-feira, 21 de junho de 2023
Danke: O Cão Que Desvendou Minha História Familiar Perdida em Pederobba, Itália
Danke: Il cane che ha svelato la mia storia familiare perduta a Pederobba, Italia
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Pederobba
Desde o período romano já era considerada uma área estratégica, devido a sua privilegiada localização entre a margem direita do rio Piave e os pés dos maciços montanhosos que formam os pré Alpes beluneses e especialmente por ser a ligação natural entre a zona montanhosa e a planície, através da estrada Feltrina.
Durante os séculos o município de Pederobba foi se formando no grande vale limitado pelas colinas de Asolanas e os pré alpes beluneses e as frações de Onigo, Levada e Covolo ao sul e o platô que se abre para os municípios de Cornuda e Crocetta.
Sua altitude máxima em relação ao nível do mar é de 780 metros no Monfenera, limite setentrional do município. A sua altitude mínima é de 134 metros no leito do rio Piave, nas proximidades de Covolo.
Além do rio Piave o município é servido por outros cursos de água: o rio Curogna e a Brentella, este um canal artificial que represa as água do rio Piave, usado para a irrigação de toda a planície entorno. Este canal foi construído em 1436, ainda quando toda a região estava sob o domínio da Serenissima República de Veneza.
Testemunhos do antigo passado de Pederobba podem ser encontrados nos diversos achados de era romana e no seu nome, um topônimo latino "petra rubra", em referimento a abundante pedra avermelhada encontrada em toda a localidade.
Tem-se como certo que Pederobba era naqueles tempos uma zona de trânsito tendo em vista que a via Claudia Augusta Altinate talvez coincidisse com a atual Feltrina, uma posição protegida pelo rio Piave.
Os restos de locais de culto encontrados ao longo da estrada Feltrina dão a entender que por ali passavam peregrinos. Por volta do ano 1000 foram erguidas as igrejas paroquiais de Pederobba e Onigo, embora as igrejas de Levada e Curogna, ambas dedicadas a São Miguel, são ainda mais antigas.
Toda a localidade de Pederobba esteve ligada a família Onigo, ricos feudatários que habitavam um castelo localizado na fração do mesmo nome. Inúmeros foram os conflitos bélicos que envolveram toda a zona, ainda durante o século XIII, com enfrentamentos especialmente contra os Ezzelinos.
Do momento que toda localidade de Pederobba passou para as mãos da Serenissima teve uma recuperação econômica passando, a partir de 1500, a ser sede de importantes mercados forrageiros que atendiam toda a província.
Com a dominação napoleônica e austríaca, que se sucedeu, após a queda de Veneza a administração imperial até tentou impulsionar a agricultura do município. Entretanto, a fome e a pobreza já começavam a dar sinais de suas presenças entre a população local, atingindo especialmente os mais pobres e desprotegidos, fato que seria bastante agravado, nos anos seguintes, com a passagem de Pederobba e todo o Vêneto para o Reino da Itália.
A formação do novo país agravou a situação de penúria em que viviam os pequenos agricultores e artesãos de Pederobba. Coincidentemente aconteceram frustrações de várias safras e os produtos agrícolas sofriam com a concorrência daqueles importados. Os altos impostos criados para sustentar a novo país agravaram a situação da população. O êxodo rural e o desemprego eram grandes e a fome já rondava os lares do município.
Nessa ocasião Pederobba também foi envolvida pelo fenômeno migratório, ocasião em que centenas de famílias se viram constrangidas a emigrar, fugindo do seu país, em busca de trabalho e de uma vida melhor.
A I Grande Guerra Mundial de 1914/18 atingiu de cheio o município de Pederobba. Com a derrota de Caporetto as forças italianas foram obrigadas a se retirarem, recuando para o maçico do Grappa, Montello e rio Piave, onde estabeleceram um novo front de resistência. Pederobba ficou completamente na zona de guerra e teve quase todos os seus edifícios destruídos por bombardeios de canhões lançados dos dois lados em luta. O município ficou justamente no centro daquele conflito e sofreu brutalmente as consequências, tendo a totalidade da sua população evacuada, refugiados mais ao sul, longe dos ferozes bombardeios.
Como testemunha desse grande conflito foram erigidos vários monumentos alusivos no município, entre os quais o ossário militar francês, localizado as margens da estrada Feltrina, próximo a atual entrada principal do município.
Dr. Luiz Carlos Piazzetta
Erechim RS
quarta-feira, 12 de maio de 2021
Sacrário Militar Francês em Pederobba
Ao lado esquerdo da estrada conhecida por Via Feltrina, no sentido de quem vai de Treviso para Feltre, encontramos o grande sacrário militar francês, uma homenagem aos soldados franceses mortos nas operações bélicas da I Grande Guerra Mundial. Está localizado no município de Pederobba, na província de Treviso, frente ao simbólico rio Piave e próximo do histórico Monte Tomba.
O grande monumento foi inaugurado em junho de 1937, na mesma ocasião daquele outro de Bligny, município do departamento de Aube, na França. Este também um monumento funerário que reúne mais de 4.400 italianos mortos na frente ocidental.
O monumento foi idealizado pelo arquiteto Camille Montagne e representa uma gigantesca parede de pedra que simboliza o avanço inimigo detido com o sacrifício desses soldados. No interior da muralha encontram-se inúmeros nichos onde repousam os despojos de cerca mil soldados, que caíram nas batalhas finais. Ao pé desta grande muralha, estão gravados, em ordem alfabética, os seus nomes e somente doze desses corpos ainda permanecem como desconhecidos.
O monumento se completa com um gigantesco grupo de estátuas em primeiro plano que representam a Mãe Itália e a Mãe França, unidas na dor, segurando seu Filho morto sobre os joelhos.
segunda-feira, 3 de maio de 2021
Pederobba e a Nobre Família d'Onigo
Os Onigo foram por muito tempo uma das famílias nobres de Treviso. É muito provável que a família tivesse origens distantes , provavelmente germânicas, chegando ao Vêneto seguindo algum imperador. Outra teoria é a sua origem longobarda.
Desde tempos imemoriais, os representantes dessa família eram agraciados com o título de conde, o qual também foi reconhecido pela Sereníssima em 1795. A partir de 1460, segundo documentos já pesquisados, eles faziam parte do conselho dos nobres de Treviso. O progenitor é identificado como Gualperto da Cavaso, capitão das forças de Treviso. Ele lutou vitoriosamente em Cesana, contra o bispo de Belluno, mas por outro lado perdeu a sua vida nesse local.
Posteriormente, a viúva Lodovica Capilupi comprou os castelos de Onigo e Rovigo e a partir de Gualpertino a família tomou o nome de Onigo. Durante o tempo de Ezzelino da Romano, o castelo passou temporariamente para este último, que ali aprisionou Giovanni di Gualpertino.
Entre os membros da família De Onigo mais importantes da época medieval, devemos lembrar Guglielmo e Gherarduccio, que apoiaram o golpe de estado de 1327 liderado pelo pró Scaligero Guecello Tempesta. Em 1356 eles se rebelaram contra a República de Veneza e, derrotados, conseguiram obter o perdão graças à intercessão de Ludovico da Hungria.
Outras figuras importantes foram Alberto, tenente, em Asolo, de Caterina Cornaro e Fiorino, que construiu o Teatro Onigo, reconstruído várias vezes e conhecido hoje como Teatro Comunale di Treviso (a família continuou a administrar a estrutura por mais dois séculos).
Os Onigo também se destacaram em um período posterior. Girolamo da Onigo foi prefeito de Belluno sob o domínio de Napoleão e depois vice prefeito de Treviso. Ele é também lembrado pela construção da estrada Pederobba à Bassano. Seu filho Guglielmo (1808-1872) foi considerado um patriota do Risorgimento italiano.
A família se exterminou com a morte trágica de Zenobia Teodolinda Costanza, filha ilegítima de de Gugliemo d'Onigo e Caterina Jaquillard Onigo, esta de origem suíça.
Em 11 de março de 1903, a condessa conhecida pela sua sórdida mesquinhes e avareza, quando caminhava no parque de seu palácio em Treviso, em companhia de um seu administrador, foi decapitada com um machado, por Pietro Bianchet, um inquilino (espécie de "servo della gleba") das suas propriedades rurais. O túmulo da condessa Teodolinda e de seus pais Caterina e Guglielmo Onigo, se encontra no pequeno templo, erguido no interior dos jardins da Opere Pie di Onigo.
O território de Pederobba ainda hoje é marcado por diversas lembranças dessa época, como nas atividades das Opere Pie de Onigo e no Palazzo Onigo. Também são recordações desse tempo as ruínas de uma fortaleza e antigo castelo dos Onigo, construção do século XII, onde então residiram os primeiros membros da família, hoje conhecida como Mura Bastia.
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Pederobba e a História
sexta-feira, 17 de julho de 2020
Giacomo Piazzetta Escultor em Madeira e Mármore
Ezequiel (detalhe) |
Giacomo Piazzetta foi uma das figuras mais interessantes no panorama da escultura veneziana entre os séculos XVII e XVIII.Injustamente esquecido entre os séculos XVII e XIX, a sua recuperação crítica e historiográfica só aconteceu com os trabalhos de Enrico Lacchin, renomado crítico de arte que o reavaliou no final da década de 1920.Pouco se sabe sobre o artista e sua vida. Nascido no comune de Pederobba, província de Treviso o seu pai se chamava Domenico. Por motivo de trabalho transferiu-se para Veneza por volta de 1665, onde trabalhou na oficina de Santo Pianta. Casou-se com Angela em 20.05.1677 e viviam na paróquia de S. Felice em Veneza. Sabe-se que ela morreu de parto. Giacomo era pai do famoso pintor veneziano Giovanni Battista Piazzetta, este já nascido em Veneza.
Basílica SS Giovanni Paolo em Veneza |
Estátua em mármore de San Giovanni Battista Chiesa dei Santi Apostoli di Cristo Veneza |
Basílica Santos Giovanni e Paolo |