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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Medicina e Médicos - A Arte de Curar




 

Medicina e Médicos - A Arte de Curar


Na vasta encruzilhada da existência humana, 
Onde o corpo e a alma encontram a esperança, 
Os médicos erguem sua lança, 
Na luta contra a dor e a desesperança.

Em seus jalecos brancos, como heróis da ciência, 
Mergulham no oceano da experiência, 
Navegando mares de incerteza, 
Buscando curar com destemor a tristeza.

A medicina, arte milenar de curar, 
Nas mãos dos doutores, a vida a acalentar, 
Pois mesmo quando a cura não alcança, 
A dor da alma, a medicina extravasa.

Na frieza do estetoscópio e na precisão do bisturi, 
No eco do diagnóstico, no calor da sala de parto, 
Os médicos, com coragem, encaram o futuro, 
Com a promessa de alívio, de um tempo mais farto.

O estetoscópio é o violino da melodia do coração, 
Que toca a canção da vida, em cada respiração, 
No eco dos batimentos, a esperança se renova, 
O médico, poeta do corpo, a história escreve e comprova.

Nas paredes das clínicas, o estetoscópio repousa, 
Enquanto o médico, com olhar que se recompõe, 
Escuta a história de dor, angústia e esperança, 
E com ternura, ameniza a dor, traça a bonança.

Em cada prescrição, há uma receita de alento, 
No consolo e na empatia, um medicamento, 
Poetas da cura, com palavras e ação, 
Médicos são faróis na escuridão.

Na luta contra o mal que a todos assola, 
Médicos enfrentam a noite, a tempestade, 
E na luz da medicina, com amor e bondade, 
Ajudam a alma a encontrar a sua escolha.

Assim, na arte de curar, médicos brilham como estrelas, 
Aquecendo corações, suavizando cicatrizes e sequelas, 
E mesmo quando a cura é um sonho que se distancia, 
Eles são anjos de esperança, na dança da vida e da medicina.






sábado, 14 de outubro de 2023

Carta da Desesperança: Uma Jornada Angustiante Rumo ao Desconhecido


 



Querida esposa e filhos,


Espero que estas palavras cheguem a vocês com a esperança de que estejam bem, enquanto minha pena registra as angústias e sofrimentos desta travessia. Estamos apinhados no navio como pássaros em uma gaiola, e o lamento dos que sofrem enche o ar. Um jovem de apenas 4 anos nos deixou, uma bela criança bem nutrida, e outros 9 estão gravemente doentes.
A desesperança reina a bordo, com clamores e lágrimas. Cerca de 103 chefes de família, incluindo eu, decidimos não embarcar em um navio à vela, mas exigir um navio a vapor, conforme acordado no contrato, ou o reembolso do dinheiro pago. Em Marselha, surgiram traidores entre nós, e quase 100 pessoas os cercaram, desejando vingar a traição.
Neste momento, estou indeciso se devo seguir para a América ou voltar para casa, pois não posso aceitar uma travessia tão longa em um navio à vela. A dureza do pão é como ferro, e sua imutabilidade apenas acrescenta às nossas aflições. Enquanto isso, nossa partida é incerta.
Amaldiçoo o dia em que decidi empreender esta viagem e confiar nesses mercadores de carne humana. A emigração continua, e aqueles que a perseguem são impelidos por um amor pelo desconhecido, em busca de traições, escravidão e dor, até mesmo enfrentando a morte.
Com o coração aflito, compartilho as dolorosas notícias e sofrimentos. Que estes dias passem rapidamente, nos reunindo em breve em uma terra melhor.

Com carinho,
Attilio



terça-feira, 12 de setembro de 2023

Destino na Mata: A Jornada de Nonna Corona




Nona Corona chegou à Colônia Dona Isabel com uma bagagem repleta de esperança e coragem. Aos 62 anos, viúva a muitos anos, e com todos os seus filhos já emigrados para terras distantes, ela decidiu também deixar a Itália para não ficar sozinha. A travessia do oceano em um antigo navio de transporte de carvão foi árdua e cansativa. As condições a bordo eram precárias, com falta de higiene e comida escassa. No entanto, Nona Corona enfrentou todas as adversidades com determinação, pois tinha certeza que sua presença era necessária para a sua filha caçula.
Assim que chegou à Colônia Dona Isabel, logo no primeiro ano de sua inauguração, nona Corona mergulhou de cabeça nos trabalhos da roça, ajudando sua filha mais nova e cuidando dos seis netos, todos ainda menores de idade. Seu vigor surpreendia a todos, e sua presença era reconfortante para a família em um lugar tão distante de sua terra natal.
Os anos passaram, e Nona Corona estava feliz em sua nova vida. Ela contava histórias sobre a Itália e transmitia valores familiares aos netos. A comunidade se fortalecia, mas a falta de recursos médicos e assistência religiosa era um desafio constante. Não havia médicos na Colônia, e os padres ainda não tinham chegado à região.
Um dia, de forma repentina e misteriosa, Nona Corona não conseguiu mais andar. Seu corpo estava paralisado de um lado, e ela não conseguia falar. O desespero tomou conta da família, que não sabia como ajudá-la. A dor da impotência era avassaladora. Os netos a cercavam, com olhos cheios de lágrimas, sem entender o que estava acontecendo com sua amada nona.
Os dias passaram, e a saúde de Nona Corona foi piorando gradualmente. A família fazia o possível para aliviar seu sofrimento, mas não havia recursos médicos disponíveis. As noites eram longas e angustiantes, com a senhora em estado de coma, lutando pela vida a cada respiração.
Outros vizinhos da Colônia Dona Isabel se uniram em torno da família, oferecendo apoio e conforto. As pessoas rezavam por Nona Corona, implorando por um milagre, pois a falta de assistência religiosa tornava tudo ainda mais difícil. A esperança era a única coisa que restava.
Finalmente, após semanas de agonia, Nona Corona partiu. Sua morte deixou um vazio na comunidade. A família se reuniu para realizar um enterro simples, cavando uma cova na mata exuberante que cercava a casa. Não havia caixão nem cerimônia religiosa adequada. O desânimo e a tristeza eram profundos, e a falta de amparo religioso tornava a perda ainda mais dolorosa.
O falecimento de Nona Corona foi um lembrete brutal das dificuldades enfrentadas pelos pioneiros italianos na Colônia Dona Isabel. A falta de assistência médica e religiosa era um desafio constante, mas sua determinação e coragem continuaram a inspirar as gerações seguintes. Com o tempo, a comunidade cresceu e se fortaleceu, trazendo médicos, padres e melhorias para a região.
Nona Corona se tornou uma lenda na Colônia Dona Isabel, lembrada não apenas por sua morte trágica, mas também por sua força e amor pela família. Sua história serviu como um lembrete de como a vida era dura naqueles dias pioneiros, mas também como um testemunho da resiliência humana diante das adversidades. Ela foi, e sempre será, um símbolo de esperança e perseverança na história da colônia italiana.