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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Quarta Colônia Italiana (RS): a história viva da Colônia Silveira Martins e seus municípios descendentes

 


Quarta Colônia Italiana (RS): a história viva da Colônia Silveira Martins e seus municípios descendentes


A Colônia Silveira Martins — também chamada de Quarta Colônia de Imigração Italiana — foi o quarto grande núcleo oficial de colonização italiana criado no Rio Grande do Sul. Diferente das três colônias anteriores, situadas na Serra Gaúcha, esta nova área de povoamento foi estabelecida no coração do estado, em uma região ainda praticamente inexplorada pelo governo imperial.

Fundada em 1877, na localidade de Val de Buia, a colônia recebeu famílias majoritariamente vindas do Vêneto, norte da Itália. Os recém-chegados enfrentaram um início duro: eram abrigados em barracões improvisados, sem condições adequadas de higiene, com alimentação limitada e grande incidência de doenças. Permaneciam nesses abrigos até a conclusão da demarcação dos lotes rurais que seriam entregues aos colonos.

Com o aumento constante de imigrantes — quase todos pequenos agricultores vênetos — tornou-se necessário ampliar a área colonizada. Assim surgiram novos núcleos ao redor da sede da colônia, como Soturno, Arroio Grande, Nova Treviso e Vale Vêneto. Esses núcleos, ao longo dos anos, transformaram-se nos atuais municípios de Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, Nova Palma, São João do Polêsine, Dona Francisca e Pinhal Grande.

A região também recebeu a influência de outras etnias: Restinga Seca desenvolveu-se sob colonização predominantemente luso-brasileira, enquanto Agudo foi moldado pela imigração alemã. Mesmo assim, a marca italiana permaneceu como eixo central da identidade regional.

O isolamento geográfico, a forte religiosidade dos imigrantes e a organização comunitária típica dos italianos contribuíram para a preservação e fortalecimento de uma cultura própria. Fé, festas religiosas, tradições agrícolas, dialetos do norte da Itália e um senso profundo de solidariedade moldaram a vida desses colonos e foram transmitidos às gerações seguintes.

Hoje, a Quarta Colônia continua sendo uma região onde a herança italiana é celebrada com orgulho. A gastronomia, os costumes, as festas típicas, as igrejas centenárias, a musicalidade e a memória dos pioneiros permanecem vivos. As famílias descendentes dos primeiros colonos mantêm laços profundos com o passado, reconhecendo que o êxito da região só foi possível graças à união, ao trabalho árduo e à fé que sustentaram os imigrantes durante os primeiros anos de luta.

Conclusão 

A história da Quarta Colônia Italiana é um testemunho da resiliência humana e da capacidade de transformar desafios em oportunidades. A saga iniciada pelos imigrantes que desembarcaram em Silveira Martins ultrapassa a narrativa da colonização agrícola: é a construção de uma identidade cultural duradoura, que ainda hoje permeia a paisagem, as tradições e o modo de vida da região. Em cada celebração religiosa, em cada sobrenome herdado, em cada receita preservada, encontram-se os ecos da esperança daqueles pioneiros. A Quarta Colônia permanece, assim, como um monumento vivo à coragem, à fé e à cultura dos imigrantes italianos que ajudaram a escrever capítulos fundamentais da história do Rio Grande do Sul.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

sábado, 24 de março de 2018

Colônia Silveira Martins a Quarta Colônia Italiana no Rio Grande do Sul









A Colônia Silveira Martins, Quarta Colônia Italiana fundada Rio Grande do Sul, originou os municípios de Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, Nova Palma, São João do Polesine, Dona Francisca e Pinhal Grande. Integram hoje esta região os municípios de Restinga Seca, que teve colonização portuguesa e o município de Agudo, que por sua vez foi colonizado por alemães.

A Quarta Colônia Italiana no Rio Grande do Sul foi fundada no ano de 1877 e recebeu o nome de Colônia Silveira Martins. Assentada na região central do estado, longe dos centros econômicos e dos outros três núcleos coloniais já criados, estes na Serra Gaúcha.
Os imigrantes, enviados para essa nova colônia, ficavam inicialmente abrigados em barracões, locais com pouca higiene e onde a alimentação deixava muito a desejar, até que se completasse o trabalho de demarcação dos lotes que seriam cedidos aos colonos por parte do governo imperial do Brasil.
A chegada regular de novos imigrantes, na sua grande maioria composta de vênetos, gerou a necessidade de se criarem outros lotes de terras, o que veio a dar lugar a formação de novos núcleos próximos à sede da Colônia Silveira Martins, como: Soturno, Arroio Grande, Nova Treviso e Vale Vêneto os quais com o passar do tempo originaram os atuais sete municípios da região da Quarta Colônia como, Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, São João do Polesine, Nova Palma, Pinhal Grande e Dona Francisca.
A religião e o isolamento das quatro colônias italianas no Rio Grande do Sul facilitaram a valorização e a preservação da cultura que foi trazida da Itália, contribuindo com o seu trabalho, com suas tradições, com a sua religiosidade, com os seus usos e costumes para a formação, composição e a cultura do povo gaúcho.
Na Quarta Colônia ainda hoje estão presentes e cultivados com orgulho toda essa bagagem cultural herdada dos pioneiros que ali chegaram. Podemos lembrar que o desenvolvimento dos municípios que compõem hoje a Quarta Colônia é uma consequência direta da grande religiosidade dos italianos e de seus descendentes, que puderam se  manter unidos, superando os obstáculos iniciais na nova terra.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS