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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A Jornada dos Imigrantes Italianos no Rio Grande do Sul

Imigrantes atravessando o Rio Caí no Rio Grande do Sul

A Jornada dos Imigrantes Italianos no Rio Grande do Sul 

Desafios e Resiliência


Após desembarcarem no Porto do Rio de Janeiro, os imigrantes italianos sadios eram encaminhados para a Hospedaria da Ilha das Flores. Este espaço servia como ponto de triagem para avaliar as condições de saúde dos recém-chegados. Quando não havia registro de epidemias a bordo durante a travessia do Atlântico, os imigrantes eram liberados em poucos dias. No entanto, se houvesse qualquer indício de doença contagiosa, a quarentena se estendia, sendo um processo rigoroso e controlado pelas autoridades sanitárias da época.

Após a liberação, os imigrantes iniciavam outra etapa da jornada, embarcando em navios menores, movidos a vapor, que seguiam pela costa até o sul do Brasil. Para os que tinham como destino o Rio Grande do Sul, o trajeto incluía escalas no Porto de Paranaguá, Rio Grande, Pelotas e, atravessando a extensa Lagoa dos Patos, até Porto Alegre.

Chegando à capital gaúcha, a viagem se tornava ainda mais desafiadora. Dependendo do destino final, embarcavam novamente em pequenos embarcações fluviais. Esses barcos, de pouco calado e também movidos a vapor, navegavam pelos rios Caí ou Jacuí, levando os colonos às diversas colônias italianas estabelecidas no estado.

Para os imigrantes destinados à Colônia Caxias, o percurso pelo rio Caí levava aproximadamente 12 horas até o Porto Guimarães, posteriormente chamado de São Sebastião do Caí. Já os imigrantes que tinham como destino as colônias de Dona Isabel (atual Bento Gonçalves) e Conde D’Eu (atual Garibaldi), desviavam em Montenegro, desembarcando após cerca de sete horas de viagem.

Aqueles que seguiam para a Colônia Silveira Martins enfrentavam um trajeto pelo rio Jacuí até a cidade de Rio Pardo. Dali, o percurso tornava-se ainda mais árduo: a subida da serra exigia jornadas a pé ou em carroções puxados por juntas de bois, cortando caminho pela mata virgem.

Ao chegarem às colônias, os imigrantes eram recebidos em barracões coletivos, estruturas rústicas onde permaneciam até a distribuição dos lotes de terra. O governo brasileiro fornecia ferramentas básicas, como enxadas, foices, machados e sementes, além de uma ajuda financeira inicial. Porém, o que aguardava essas famílias era uma extensa área de mata fechada, que precisava ser desmatada para o cultivo e construção de habitações.

Os primeiros dias na nova terra eram marcados pelo corte das árvores e limpeza do terreno com fogo, um trabalho que demandava grande esforço físico. Tendo as cinzas da floresta queimada como uma manta, os colonos semeavam os primeiros grãos, dependendo da natureza para sua sobrevivência imediata. A alimentação era composta por alimentos básicos fornecidos pelo governo, complementada por produtos encontrados na floresta, como pinhões, frutas e alguma caça.

A construção de estradas e caminhos era essencial para a integração das colônias. Em regime de mutirão, os colonos trabalhavam para abrir as linhas e travessões, recebendo pagamento do governo em forma de abatimento nos custos das terras. Essas estradas não apenas conectavam as comunidades, mas também simbolizavam o espírito de cooperação entre as famílias italianas.

Apesar das dificuldades, o trabalho árduo e a solidariedade permitiram que os imigrantes transformassem as colônias em comunidades prósperas. Cada casa erguida, cada campo cultivado e cada caminho aberto era um testemunho da força e resiliência dos pioneiros que ajudaram a moldar a identidade cultural do Rio Grande do Sul.

A saga dos imigrantes italianos no Rio Grande do Sul transcende os registros históricos e ecoa como uma ode à tenacidade humana. Cada etapa de sua jornada, desde a incerteza do embarque até os desafios cotidianos nas terras inóspitas do sul do Brasil, revela um legado de coragem, união e esperança. Essas famílias, munidas de sonhos e ferramentas rudimentares, reconstruíram vidas sob condições que testariam os limites da perseverança. 

Ao desbravarem florestas densas, erguerem comunidades e moldarem a terra com suas próprias mãos, os imigrantes não apenas buscaram sobrevivência, mas criaram raízes profundas que enriqueceram a cultura, a economia e os valores do estado. A resiliência que demonstraram em cada semente plantada, em cada estrada aberta e em cada lar construído reflete uma força coletiva que ultrapassou barreiras de idioma, clima e isolamento.

Hoje, ao percorrermos os caminhos e as paisagens moldadas por essas mãos laboriosas, encontramos o testemunho de sua contribuição indelével. As tradições, as festas e as histórias contadas em dialetos que ecoam das colinas do Rio Grande do Sul são fragmentos vivos de uma herança que celebra a capacidade humana de transformar adversidade em oportunidade.

A jornada dos imigrantes italianos é, assim, mais do que um relato de superação; é um símbolo de que, mesmo nas condições mais adversas, o espírito humano pode florescer. É uma lembrança de que, com determinação e solidariedade, os sonhos que cruzaram o oceano podem fincar suas bases em terras distantes e perpetuar suas histórias nas gerações futuras.





sexta-feira, 1 de setembro de 2023

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Cronologia da Fundação das Colônias Italianas no Rio Grande do Sul


 



Ano de Fundação das Colônias Italianas no 
Rio Grande do Sul





· Conde d’Eu – Garibaldi – 1874
· Dona Isabel – Bento Gonçalves 1875
· Caxias do Sul –  1875
· Silveira Martins 1877
· Carlos Barbosa – 1877
· Nova Vicenza – Farroupilha – 1877
· Nova Trento – Flores da Cunha – 1878
· São Marcos – 1883
· Veranópolis – 1884
· Antônio Prado – 1885
· Encantado – 1888
· Guaporé – 1898
· Nova Prata – 1900
· Nova Bassano – 1924
· Serafina Correia - 1930

 



sábado, 6 de março de 2021

Lista de Passageiros Italianos Navio Colombo Fevereiro de 1878


 
Lista de Passageiros Italianos Navio Colombo 
Fevereiro de 1878



BARBIERO:

Giuseppe – 79 anos – viúvo
Bortolo – 52 anos – casado
Maria – 52 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


BASCAN:

Valentino – 32 anos – casado
Maria – 26 anos – casado
Amedo – 6 anos – solteiro
Sante – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


BISOGNIN:

Francesco – 46 anos – casado
Brígida – 27 anos – casado
Isidoro – 9 anos – solteiro
Alessandro – 6 anos – solteiro
Santa – 3 anos – solteiro
Rosa – 8 meses – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


BIZZOTO:

Francesco – 41 anos – casado
Angela – 35 anos – casado
Antonio – 13 anos – solteiro
Matteo – 11 anos – solteiro
Giovanni – 9 anos – solteiro
Orsola – 7 anos – solteiro
Regina – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


BOLZON:

Pietro – 28 anos – solteiro – nome riscado na lista. Há uma observação ilegível.
Luigi – 26 anos – casado
Rosa – 23 anos – casado
Giacomo – 22 anos – solteiro
Adora – 5 meses – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


BRAGAGNOLO:

Pietro – 51 anos – casado
Angela – 54 anos – casado
Ciriaco – 15 anos – solteiro
Matteo – 12 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


BROCCARDO:

Francesco – 32 anos – casado
Elena – 30 anos – casado
Silvio – 4 anos – solteiro
Aliuto – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


CARLESSO:

Bernardo – 49 anos – casado
Angela – 46 anos – casado
Giovanni – 15 anos – solteiro
Francesco – 11 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


CARLOTTO:

Antonio – 62 anos – casado
Maria – 54 anos – casado
Domenico – 23 anos – casado
Rosa – 21 anos – casado
Andrea – 18 anos – solteiro
Antonio – 8 meses – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


CECCHIN:

Francesco – 52 anos – casado
Veronica – 47 anos – casado
Celeste – 29 anos – solteiro
Maria – 26 anos – solteiro
Gio Batta – 18 anos – solteiro
Vittorio – 14 anos – solteiro
Maria – 12 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy




CECEON:

Gaetano – 34 anos – casado
Cecilia – 34 anos – casado
Maria – 11 anos – solteeiro
Angelo – 8 anos – solteiro
Margherita – 1 ano – solteiro – faleceu
Profissão: Agricultor
Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


CESDERNARO:

Francesco – 38 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Sanova
Destino: Itajahy


CHEMELO:

Antonio – 30 anos – casado
Domenica – 30 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


COSTA:

Isidoro – 31 anos – casado
Caterina – 30 anos – casado
Angela – 4 anos – solteiro
Domenico – 3 anos – solteiro
Rosa – 7 meses – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


CREAZZO:

Lucia – 70 anos – viúvo
Luigi – 40 anos – casado
Angela – 33 anos – casado
Elena – 25 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul




DALLA COSTA:

Domenico – 46 anos – casado
Maria – 40 anos – casado
Eva – 14 anos – solteiro
Maria – 12 anos – solteiro
Costanza – 10 anos – solteiro
Speranza – 8 anos – solteiro
Guglielmo – 6 anos – solteiro
Profissão: Agricultor
Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


DALLAPOZZA:

Maria – 69 anos – viúvo
Antonio – 40 anos – casado
Rosa – 35 anos – casado
Giuditta – 9 anos – solteiro
Massimiliano – 6 anos – solteiro
Maria – 3 anos – solteiro
Profissão: Agricultor
Origem: Vicenza
Destino: Itajahy

DAL SANTO:

Bortolo – 37 anos – casado
Filomena – 32 anos – casado
Maria – 10 anos – solteiro
Natale – 4 anos – solteiro
Rosa – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


FACCIN:

Benedetto – 48 anos – casado
Pasqua – 44 anos – casado
Rodolfo – 15 anos – solteiro
Romano – 12 anos – solteiro
Guglielma – 8 anos – solteiro
Agostino – 5 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


FERMIAN:

Caterina – 70 anos – casado
Giuseppe – 33 anos – casado
Carolina – 38 anos – solteiro
Maria – 20 anos – solteiro
Luigia – 19 anos – solteiro
Luigi – 18 anos – solteiro
Alessandro – 16 anos – solteiro
Gaetano – 14 anos – solteiro
Rosa – 11 anos – solteiro
Giuseppe – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Verona
Destino: Itajahy


FERRARI:

Giuseppe – 23 anos – casado
Regina – 21 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Cremona
Destino: Itajahy
O nome está riscado na lista.


FILIPPIN:

Giovanni – 22 anos – casado
Antonia – 21 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


FINALTI:

Michele – 62 anos – viúvo
Angelo – 27 anos – casado
Giovanna – 25 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


FOGLIATO:

Francesco – 35 anos – casado
Maria – 33 anos – casado
Giacomo – 7 anos – solteiro
Cecília – 4 anos – solteiro
Francesco – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


FORNER:

Maria – 64 anos – casado
Giacomo – 41 anos – casado
Antonia 0 39 anos – casado
Antonio – 14 anos – solteiro
Maria – 10 anos – solteiro
Guglielmo – 2 anos – solteiro
Giordano – 7 meses – solteiro – faleceu

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


FUGANTI:

Felice – 49 anos – casado
Bartolomeo – 38 anos – casado
Lucia – 18 anos – solteiro
Virginia – 17 anos – solteiro
Rosa – 16 anos – solteiro
Cesare – 10 anos – solteiro
Pietro – 9 anos – solteiro
Caterina – 7 anos – solteiro
Romedio – 5 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


GAZZOLA:

Agostino – 35 anos – casado
Lucia – 30 anos – casado
Fortunato – 32 anos – solteiro
Alessandro – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


GAZZOLA:

Antonio – 65 anos – viúvo
Pietro – 30 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


GHENO:

Giovanna – 59 anos – viúvo – possui filho no Brasil
Antonia – 24 anos – solteiro – o nome está riscado
Maria Angela – 13 anos – solteiro
Bartolomeo – 9 anos – solteiro
Ernesta – 1 ano – solteiro – o nome está riscado

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


GIARETTA:

Angelo – 50 anos – casado
Pasqua – 50 anos – casado
Michele – 29 anos – casado
Maria – 29 anos – casado
Antonio – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


GRIGOLETTO:

Giuseppe – 33 anos – casado
Maria – 33 anos – casado
Maria – 7 anos – solteiro
Rosa – 4 anos – solteiro
Giovanni – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


GOBBO:

Mario – 49 anos – casado
Maria – 35 anos – casado
Amalia – 10 anos – solteiro
Massimiliano – 8 anos – solteiro
Giuseppe – 6 anos – solteiro
Petrolina – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


GUERRA:

Giovanni – 53 anos – viúvo
Francesco – 39 anos – casado
Orsola – 37 anos – casado
Gio Batta – 14 anos – solteiro
Genovieffa – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


GUERRA:

Antonio – 44 anos – casado
Maria – 40 anos – casado
Francesca – 16 anos – solteiro
Gio Batta – 13 anos – solteiro
Maria – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


GUIDOLIN:

Angelo – 59 anos – casado
Angela – 57 anos – casado
Luigi – 19 anos – solteiro
Giuseppe – 16 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


LORENZON:

Francesco – 40 anos – casado
Giovanna – 37 anos – casado
Maria – 8 anos – solteiro
Giovannina – 4 anos – solteiro
Pietro – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


LORENZON:

Giovanni – 39 anos – casado
Caterina – 37 anos – casado
Francesco – 9 anos – solteiro
Pia – 6 anos – solteiro
Paola – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


LORENZONI:

Caterina – 60 anos – viúvo
Antonio – 24 anos – casado
Maria – 41 anos – casado
Giulio – 14 anos – solteiro
Andrea – 8 anos – solteiro
Gaetano – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


LOVATO:

Isidoro – 50 anos – casado
Cristina – 46 anos – casado
Giuseppe – 13 anos – solteiro
Gio Batta – 7 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


MASCHIO:

Gio Maria – 27 anos – casado
Angela – 22 anos – casado

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


MELATTO:

Michele – 27 anos – casado
Domenica – 25 anos – casado
Clorinda – 7 anos – solteiro
Paola – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


MENEGAZ:

Abramo – 55 anos – casado
Pasqua – 43 anos – casado
Domenico – 14 anos – solteiro
Pietro – 8 anos – solteiro
Maria – 5 anos – solteiro
Anna – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


MENEGHETTI:
Valentino – 33 anos – casado
Caterina – 30 anos – casado
Giuseppina – 1 ano – solteiro – faleceu

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


MILANI:

Antonio – 40 anos – casado
Rosa – 34 anos – casado
Maria – 16 anos – solteiro
Valentino – 9 anos – solteiro
Caterina – 4 anos – solteiro
Giovanni – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Não consta


MORO:

Bortolo – 44 anos – casado
Luigia – 44 anos – casado
Maria – 16 anos – solteiro
Pietro – 14 anos – solteiro
Domenica – 12 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


NODARI:

Sebastiano – 41 anos – casado
Angelo – 40 anos – casado
Luigia – 10 anos – solteiro
Lucia – 9 anos – solteiro
Domenico – 7 anos – solteiro
Romano – 5 anos – solteiro
Maria – 4 anos – solteiro – faleceu
Emilio – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


NOGARA:

Angelo – 49 anos – casado
Teresa – 39 anos – casado
Lucia – 15 anos – solteiro
Alessandro – 11 anos – solteiro
Gio Batta – 9 anos – solteiro
Maria – 6 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


NOGARA:

Giuseppe – 39 anos – casado
Domenica – 30 anos – casado
Teresa – 10 anos – solteiro
Elisabetta – 7 anos – solteiro
Rosa – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


PAOLETTO:

Bortolo – 57 anos – casado
Maria – 37 anos – casado
Giuseppe – 8 anos – solteiro
Anna – 5 anos – solteiro
Carlo – 8 meses – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


PASINATO:

Amedeo – 70 anos – viúvo
Patrizio – 46 anos – casado
Luigia – 40 anos – casado
Pietro – 18 anos – solteiro
Giuseppe – 13 anos – solteiro
Angelo – 11 anos – solteiro
Matteo – 7 anos – solteiro
Angelo – 4 anos – solteiro
Giocondo – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


PELIZZARO:

Giovanni – 35 anos – casado
Giuditta – 35 anos – casado
Riccardo – 4 anos – solteiro
Rosa – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


PETTENON:

Antonio – 32 anos – casado
Caterina – 30 anos – casado
Giovanni – 4 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


PIEROBON:

Antonio – 33 anos – casado
Teresa – 27 anos – casado
Marco – 26 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


PIROTTO:

Francesco – 35 anos – casado
Elisabettaa – 30 anos – casado
Giustina – 10 anos – solteiro
Francesco – 9 anos – solteiro
Costanza – 6 anos – solteiro
Maria – 3 anos – solteiro
Pietro – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Não consta


RECCHIA:

Luigi – 32 anos – casado
Maria – 25 anos – casado
Antonio – 4 anos – solteiro
Massimiliano – 3 anos – solteiro
Benvenuto – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


RIGHI:

Giovanni – 28 anos – casado
Teresa – 25 anos – casado
Giovanni – 6 anos – solteiro
Francesco – 3 anos – solteiro
Emilia – 6 meses – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


RINEO:

Margherita – 70 anos – viúvo
Luigi – 35 anos – casado
Isotta – 36 anos – casado
Gio Batta – 11 anos – solteiro
Giuseppe – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


ROARO:

Giovanni – 38 anos – casado
Regina – 36 anos – casado
Giulio – 6 anos – solteiro
Antonio – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


RUGGINE:

Antonio – 37 anos – casado
Maria – 31 anos – casado
Attilio – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Rio Grande do Sul


SAGIN:

Giovanni – 42 anos – casado
Filomena – 40 anos – casado
Maria – 15 anos – solteiro
Maddalena – 11 anos – solteiro
Giovanni – 4 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


SONZA:

Celeste – 37 anos – casado
Domenica – 37 anos – casado
Angelo – 14 anos – solteiro
Maria – 12 anos – solteiro
Amedeo – 10 anos – solteiro
Giovanni – 7 anos – solteiro
Giuseppe – 4 anos – solteiro
Angela – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


STANGHERLIN:

Santo – 63 anos – casado
Maria – 53 anos – casado
Cesare – 27 anos – solteiro
Eugenio – 23 anos – solteiro
Pasquale – 16 anos – solteiro
Regina – 13 anos – solteiro
Teresa – 11 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


STRADIOTTO:

Antonio – 31 anos – casado
Antonia – 33 anos – casado
Valentino – 6 anos – solteiro
Cristina – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Não consta


TOLFO:

Eurosia – 61 anos – viúvo
Giovanni – 28 anos – casado
Margherita – 26 anos – casado
Pietro – 5 anos – solteiro
Drusilla – 4 anos – solteiro
Fioravante – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


TOMAS:

Gio Batta – 36 anos – casado
Margherita – 28 anos – casado
Corona – 10 anos – solteiro
Margherita – 8 anos – solteiro
Giacomo – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Trento
Destino: Itajahy


TONIETTI:

Fortunata – 42 anos – viúvo
Maria – 15 anos – solteiro
Barbara – 11 anos – solteiro
Pietro – 8 anos – solteiro
Giorgio – 3 anos – solteiro
Giovanni – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


TONIOLO:

Eugenio – 30 anos – casado
Maria – 27 anos – casado
Maria – 2 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Treviso
Destino: Itajahy


TOTENE:

Andrea – 37 anos – casado
Pasqua – 28 anos – casado
Sebastiano – 7 anos – solteiro
Lucia – 4 anos – solteiro
Maria – 2 anos – solteiro – faleceu

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


TREVISAN:

Giuseppe – 38 anos – casado
Francesca – 36 anos – casado
Giovanna – 15 anos – solteiro
Lucia – 10 anos – solteiro
Angela – 9 anos – solteiro
Francesco – 7 anos – solteiro
Francesco – 6 anos – solteiro
Domenico – 4 anos – solteiro
Caterina – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


TRITOLATI:

Vincenzo – 32 anos – casado
Angela – 27 anos – casado
Gaetano – 6 anos – solteiro
Giovanni – 4 anos – solteiro
Anacleto – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


TUALDO:

Gio Batta – 45 anos – casado
Luigia – 42 anos – casado
Maria – 14 anos – solteiro
Emanuele – 10 anos – solteiro
Giuseppe – 7 anos – solteiro
Tarquinho – 5 anos – solteiro
Silvio – 3 anos – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy


VIERO:

Giovanni – 43 anos – casado
Caterina – 40 anos – casado
Andrea – 9 anos – solteiro
Giovanna – 6 anos – solteiro
Antonio – 3 anos – solteiro
Santo – 1 ano – solteiro

Profissão: Agricultor

Origem: Vicenza
Destino: Itajahy



sábado, 19 de setembro de 2020

Breve Relato da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul



Entre 1870 e 1872, o governo imperial decidiu povoar áreas da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, com o objetivo de ocupar vazios do território na sua porção mais meridional e de intensificar a produção de alimentos para abastecer as cidades. A Serra Gaúcha foi escolhida em parte pela sua localização, também mais próxima da capital e haver transporte para escoar a produção através dos rios. Outro fator foi que aqui já existirem outros núcleos de imigrantes, sobretudo alemães, que chegaram muitos anos antes e que estavam progredindo bastante.  



O projeto de imigração italiana no Rio Grande do Sul começou com a criação de três núcleos colonizadores, Conde d'Eu, atual município de Garibaldi, Dona Isabel que viria se tornar Bento Gonçalves e Caxias do Sul. Com o rápido crescimento dessas colônias com a chegada de novas levas de imigrantes, foram então criados novos núcleos para recebê-los, assim em 1880 surgiram as colônias italianas de Antônio Prado e Alfredo Chaves, atual Veranópolis e em 1892 a colônia de Guaporé. Durante o período de 1875 a 1914, o governo imperial brasileiro trouxe oficialmente quase 100 mil italianos para a serra gaúcha. 



Em 20 de maio de 1875, os primeiros italianos chegaram ao atual município de Farroupilha. Inaugurou-se então o primeiro ciclo imigratório italiano em solo gaúcho, o qual durou até 1914. Os primeiros imigrantes italianos que chegaram ao Rio Grande do Sul provinham sobretudo das regiões da Lombardia, Vêneto e Trento, sendo que estes eram chamados de tiroleses. O pico máximo da imigração italiana no Rio Grande do Sul foi alcançado entre os anos de 1884 e 1894, quando chegaram cerca de 60 mil imigrantes, número que foi diminuindo a partir de então, com o cancelamento do subsídio as passagens transoceânicas por parte governo republicano. As primeiras colônias imperiais foram:

1874 Colônia Dona Isabel (Bento Gonçalves) e Conde d’Eu (Garibaldi)
1875 Colônia Fundos de Nova Palmira (Caxias do Sul)
1877 Silveira Martins, próximo a Santa Maria, a 4* Colônia
1881 Colônia Maciel (próximo a Pelotas)
1884 Colônia Álvaro Chaves (Veranópolis)
1885 São Marcos e Antônio Prado 



Com o tempo foram sendo criadas outras mais, localizadas mais ao norte do estado.
Os imigrantes ao chegarem, desembarcavam  no porto do Rio de Janeiro, e após um período de quarentena internados na Ilha das Flores, trocavam de navio e se dirigiam ao sul com destino ao porto de Rio Grande, seguindo depois pela Lagoa dos Patos até Porto Alegre. Na capital permaneciam alojados, por semanas ou mesmo até meses, em barracões construídos para esse fim, até que os seus lotes fossem demarcados. 


Nesse período deviam prestar trabalho compulsório na abertura de estradas. Finalmente, recebiam do governo a ordem de se deslocarem para os seu lotes de terra, localizados mais para o interior do estado. Para lá chegarem deviam ainda percorrer muitos quilômetros rio acima. Usavam pequenos barcos fluviais seguindo alguns rios, como o Caí, até locais próximos das colônias demarcadas, onde seriam finalmente assentados. Após o trajeto embarcados, eles passavam a se deslocar por terra, a pé ou grandes carroças puxadas por bois, através de estreitas picadas, cercadas por densas florestas povoadas por animais desconhecidos para eles, os quais emitiam gritos e sons guturais que os amedrontava bastante, principalmente à noite. Esses animais eram principalmente grandes bandos de papagaios e de  agitados e barulhentos bugios. Durante o trajeto precisavam em muitas ocasiões subir por morros e atravessar alguns cursos de água. Chegados finalmente na colônia, ficavam alojados em precários barracões com áreas comuns até conhecerem o lote que tinha sido destinado a cada um. Dali, após o descanso, os chefe de família ainda precisavam se embrenhar pelo mato, acompanhados por funcionários do governo, até o local onde estava o seu lote de terra, fixado pela administração da colônia. Nesse momento, amedrontados se davam conta que estavam no meio do nada, que ali estava o lote de sua propriedade, pelo qual tinham enfrentado toda essa longa viagem. Cada família era então deixada por conta própria, sem um abrigo para escapar do frio ou da chuva, dos animais ferozes que os cercavam, os quais  incessantemente davam o sinal das suas presenças. Eram deixados sozinhos com a pouca comida fornecida, as sementes para plantarem a primeira roça, algumas ferramentas agrárias entregues pelo governo na chegada em Porto Alegre, ainda no barracão. Esse material consistia basicamente foice, machado,  enxada, pá, facão e faca. Era tudo que eles tinham, mas, apesar de tudo, geralmente, estavam contentes pois agora iriam trabalhar na terra que os pertencia. 


As providências mais urgentes eram a derrubada do mato, a construção de um pequeno barraco como abrigo e preparar a terra para o plantio da primeira safra, a qual somente seria colhida muitos meses depois, se as condições do clima fossem favoráveis. Para complementar aqueles poucos mantimentos recebidas do governo, procuravam obter a carne da caça de aves e pequenos animais existentes, abundantes naquela época. Também, logo aprenderam com os mestiços e índios que pela região passavam, a usar o pinhão como alimento. 


Com muito trabalho as antigas colônias rapidamente progrediram e deram origem aos ricos municípios da Serra Gaúcha. Uma grande maioria desses imigrantes eram analfabetos, mas, não ignorantes, já traziam dentro de si a cultura milenar dos suas províncias de origem na Itália e a arte inata de fazer negócios. A antiga arte de comprar e vender, o fazer comércio, sempre esteve presente nas veias da maioria dos imigrantes, herança de um povo com muita história. 


Católicos fervorosos, na sua grande maioria, fizeram ao redor da igreja o centro da vida religiosa e social da colônia e das cidades que formaram. Os italianos exerceram grande influência na cultura do Rio Grande do Sul. Berço das vocações, milhares de freiras e padres tiveram uma grande participação na instrução religiosa e laica do estado.
Para o Brasil trouxeram a cultura do vinho, cuja comercialização permitiu acumular capitais que posteriormente se tornaram importantes indústrias.

Dr. Luiz Carlos Piazzetta 
Erechim RS