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quarta-feira, 20 de março de 2024

Família de Francesco Piazzetta: Uma História de Superação e Perseverança

Igreja Sagrado Coração de Jesus (Água Verde) em 1910


Francesco Piazzetta, nascido em Pederobba, filho de Giuseppe Piazzetta e Caterina Franco, viúvo há três anos de Maria Augusta Verri, natural da cidade vizinha de Segusino, com a ajuda de seus cinco filhos, se preparou durante meses para a grande mudança que os levaria ao Novo Mundo. Vendeu a antiga casa de dois andares na "contrada Ghetto" em Pederobba, onde a família vivia, e todos os seus poucos bens, conseguindo juntar uma pequena economia que seria usada para iniciar a vida na nova pátria. Foi à prefeitura e obteve os passaportes para todos poderem deixar o país. Comprou passagens para o navio Adria, que partiria de Gênova no mês de dezembro, e se despediu dos amigos e da família que ficaram para trás. No último mês de 1890, Francesco Piazzetta, aos 51 anos de idade, nascido em 1839 em Fener, no município vizinho de Alano di Piave, província de Belluno, finalmente deixou a Itália e emigrou para o Brasil com seus quatro filhos - Giovanni Battista, Noè, Colomba e Augusta. A filha mais velha, Giovanna Antonia (Piazzetta) Viviani, ficaria para trás, pois já era casada e tinha sua própria família. No entanto, eles não sabiam que nunca mais veriam a querida Giovanella, como era chamada na família. Ela, junto com sua família, alguns anos depois também teve que partir em emigração e escolheu a França como destino. A jornada de Francesco Piazzetta, aos 51 anos de idade, e de seus quatro filhos menores, todos nascidos em Pederobba, Giovanni Battista, Noè, Colomba e Augusta, para o Brasil, começou na estação ferroviária de Cornuda, uma pequena cidade situada na região do Veneto, na Itália, a cerca de 8 km de Pederobba e ainda percorrida pela ferrovia que leva trens de Belluno. Eles partiram com antecedência e a pé, em uma tarde úmida e fria do início de dezembro, cada um levando consigo uma mala com roupas e alguns pequenos sacos de mantimentos preparados em casa para enfrentar a longa viagem de trem. Francesco e seus filhos chegaram à estação ferroviária em silêncio durante todo o percurso, muito preocupados e nervosos, mas cheios de expectativas, ansiosos para embarcar em sua jornada para o porto de Gênova. Apesar da preocupação com o desconhecido, Francesco estava entusiasmado com a ideia de deixar a Itália e começar uma nova vida em um país estrangeiro, mas ao mesmo tempo todos estavam muito tristes por deixar sua terra natal e as pessoas que amavam. A estação ferroviária de Cornuda era muito pequena, assim como a cidade em si, pouco movimentada naquela hora do dia, com uma ampla plataforma bem construída de onde os passageiros embarcavam nos trens. Francesco e seus filhos se sentaram em um banco de madeira na sala de espera espartana, esperando a chegada do trem que os levaria a Gênova e observando as poucas pessoas ao seu redor, muitas das quais conhecidas, emigrantes como eles. Alguns pareciam nervosos com a viagem e a separação, enquanto outros pareciam calmos e pensativos, aguardando sua vez. Finalmente, pouco depois das oito horas da noite, o trem chegou pontualmente e eles puderam embarcar no vagão que os levaria a Gênova. Encontraram seus lugares e se acomodaram, observando pelas janelas as paisagens que passavam. O trem passou por Ferrara, Bolonha, onde fez uma parada mais longa, seguindo então para Modena e Parma. Durante o trajeto, conseguiram ver apenas brevemente os vilarejos, as cidades e os campos verdes, com poucas folhas amarelas restantes devido à chegada do inverno. Esta era a primeira viagem deles de trem e nunca tinham estado tão longe de casa. Durante a viagem, conversaram um pouco, com o pai explicando aos filhos suas expectativas para a nova vida no Brasil e compartilharam suas preocupações e medos. Francesco explicou aos seus filhos que a viagem seria difícil, especialmente a de navio, através da imensidão do oceano, que nenhum deles conhecia, mas que eles deveriam ser fortes e corajosos. Ele também disse que a vida no Brasil seria muito diferente da vida na Itália, mas que eles se adaptariam em breve e teriam sucesso. Dormiram pouco, mal acomodados em assentos desconfortáveis da classe econômica. Após treze horas de viagem, o trem finalmente chegou à estação ferroviária de Gênova, fazendo muito barulho enquanto parava para permitir que mais passageiros embarcassem, quase sempre famílias de emigrantes como eles, que estavam deixando a Itália. Pensaram que talvez alguns deles tivessem o mesmo destino e viajariam no mesmo navio. Francesco e seus filhos desceram do trem entre o barulho e a agitação da cidade portuária naquela manhã cedo. O porto era enorme, com barcos e grandes navios ancorados em todas as direções. Eles procuraram e avistaram imediatamente o navio Adria, que não era um dos maiores, que os levaria ao Brasil, e sentiram imediatamente uma mistura de emoções. Curiosamente, caminharam pelo porto, observando dezenas de estivadores com seus carrinhos se movendo rapidamente, transportando grandes caixas de mercadorias. O Adria já estava atracado no cais e ouviram os gritos dos marinheiros que se preparavam para a viagem. Quando chegou a hora da partida no final da tarde, eles finalmente se dirigiram ao portão de embarque do navio que os levaria ao Novo Mundo e, com determinação, depois de entregar suas bagagens, passagens e passaportes, verificados tanto pelos funcionários do porto quanto pelos da companhia de navegação, subiram pela longa escada inclinada, sustentada por cordas grossas, ao lado do navio, e embarcaram sem muitos problemas. Os alojamentos eram bastante pequenos, com corredores estreitos, e eles teriam que compartilhar a cabine com outros passageiros, sem muita privacidade, mas ainda assim estavam felizes por estarem a bordo, ansiosos para começar a grande aventura. A viagem pelo mar seria longa e desafiadora, mas estavam determinados a alcançar o tão sonhado destino, o Brasil. Com um longo e grave apito, o Adria começou a se afastar lentamente do cais e gradualmente viram a costa italiana desaparecer no horizonte, provocando um frio na barriga. A cada dia, eles se aproximavam mais do Novo Mundo e das oportunidades que ele oferecia. Finalmente, após algumas semanas no mar, sem incidentes, eles chegaram ao porto do Rio de Janeiro, no Brasil. Desembarcaram e foram recebidos pelos funcionários do porto e levados ao Albergue dos Imigrantes, onde, após exame médico de rotina, foram acomodados aguardando o próximo pequeno barco que os levaria ao destino escolhido, o porto de Paranaguá no estado do Paraná. Depois de alguns dias de espera, finalmente receberam o aviso de embarque, desta vez em um pequeno barco chamado Rio Negro, que os levaria, junto com centenas de outros imigrantes italianos, de Rio de Janeiro a Paranaguá, mas o barco continuaria a viagem até Rio Grande do Sul. Eles haviam deixado a Itália, um país com sérios problemas econômicos, em busca de uma vida melhor no Brasil, e esperavam que essa nova terra lhes oferecesse novas oportunidades. De Paranaguá, seguiram para Curitiba, percorrendo a subida da Serra do Mar até Curitiba, ao longo do espetacular percurso ferroviário inaugurado apenas cinco anos antes. Foi uma viagem de algumas horas, com duas ou três paradas, cheia de paisagens deslumbrantes de uma floresta tropical intocada, com várias pontes de ferro e abismos profundos, já que Curitiba está a quase 1000 metros acima do nível do mar. Na capital do Paraná, com as economias trazidas da Itália, arrecadadas com a venda da casa e de alguns outros bens, Francesco comprou um terreno com uma pequena casa de madeira, na ainda nova colônia Dantas, onde já moravam desde o seu estabelecimento, apenas dois anos antes, várias outras famílias de imigrantes provenientes da região do Veneto como eles, algumas até conhecidas e parentes. Ele esperava que seus filhos pudessem ter acesso à educação e que ele pudesse encontrar trabalho como carpinteiro, o que garantiria uma vida mais confortável. Francesco estava determinado a construir uma nova vida na cidade e quando chegaram à Colônia Dantas, ficaram surpresos com o clima fantástico e com o progresso da capital paranaense. Era realmente um Novo Mundo, o que Francesco sempre sonhara. A cidade era rica e organizada, bem desenvolvida para a época, com muitos recursos e oportunidades de trabalho. Com o tempo, Francesco e seus filhos se adaptaram à vida na Colônia Dantas, que progredia rapidamente e, devido à proximidade com a capital, estava se tornando cada vez mais um bairro populoso, como de fato aconteceu alguns anos depois, quando foi chamada de Água Verde. Rapidamente fizeram amizade com outras famílias italianas residentes na área e se estabeleceram definitivamente na comunidade, participando ativamente de eventos sociais e atividades comunitárias locais, como a construção da nova igreja. Francesco, habilidoso carpinteiro e entalhador, logo encontrou trabalho, abrindo uma pequena oficina com o filho mais velho, enquanto os mais jovens começavam a frequentar a escola. Embora a vida ainda reservasse grandes desafios, Francesco e seus filhos estavam felizes por terem tomado a decisão de emigrar para o Brasil. Sentiam que lá tinham muitas mais oportunidades, que estavam no caminho certo para uma vida melhor neste grande país. Francesco Piazzetta faleceu em 30 de novembro de 1922, em Curitiba, aos 83 anos de idade, deixando os quatro filhos, todos já casados, e também vários netos. 

Famiglia di Francesco Piazzetta: Una Storia di Sopraffazione e Perseveranza.

 

Chiesa Cuore Sacro di Gesù (Água Verde - Curitiba) nel 1910

Francesco Piazzetta, nato a Pederobba, figlio di Giuseppe e Caterina Franco, già vedovo da tre anni di Maria Augusta Verri, nativa della città vicina di Segusino, con l'aiuto dei suoi cinque figli, si prepararono per mesi per il grande cambiamento che li avrebbe portati nel Nuovo Mondo. Vendette la vecchia casa a due piani nella "contrada Ghetto" a Pederobba, dove la famiglia viveva e tutti i suoi pochi beni, riuscendo a mettere insieme un piccolo risparmio che sarebbe stato usato per iniziare la vita nella nuova patria. Andò al municipio e ottenne i passaporti per tutti per poter lasciare il paese. Acquistò i biglietti per la nave Adria che sarebbe partita da Genova nel mese di dicembre e si congedò dagli amici e dalla famiglia rimasti indietro. Nell'ultimo mese del 1890, Francesco Piazzetta, all'età di 51 anni, nato nel 1839 a Fener, nel vicino comune di Alano di Piave, provincia di Belluno, lasciò finalmente l'Italia e emigrò in Brasile con i suoi quattro figli - Giovanni Battista, Noè, Colomba e Augusta. La figlia primogenita, Giovanna Antonia (Piazzetta) Viviani, sarebbe rimasta indietro, poiché era già sposata e aveva la sua famiglia. Non sapevano, però, che non avrebbero più visto la cara Giovanella, come era chiamata in famiglia. Lei insieme alla sua famiglia alcuni anni dopo dovette anche lei partire in emigrazione e la destinazione scelta fu la Francia. Il viaggio di Francesco Piazzetta, all'età di 51 anni, e dei suoi quattro figli minori, tutti nati a Pederobba, Giovanni Battista, Noè, Colomba e Augusta, verso il Brasile iniziò alla stazione ferroviaria di Cornuda, una piccola città situata nella regione del Veneto, in Italia, a circa 8 km da Pederobba e attraversata ancora oggi dalla ferrovia che porta i treni da Belluno. Partirono con largo anticipo e a piedi, in un pomeriggio umido e freddo dell'inizio di dicembre, ognuno portando con sé una valigia con vestiti e alcuni piccoli sacchi di viveri preparati in casa per affrontare il lungo viaggio in treno. Francesco e i suoi figli arrivarono alla stazione ferroviaria in silenzio durante tutto il tragitto, molto preoccupati e nervosi, ma pieni di aspettative, ansiosi di imbarcarsi nel loro viaggio verso il porto di Genova. Nonostante la preoccupazione per l'ignoto, Francesco era entusiasta all'idea di lasciare l'Italia e iniziare una nuova vita in un paese straniero, ma allo stesso tempo tutti erano molto tristi di lasciare la loro terra natia e le persone che amavano. La stazione ferroviaria di Cornuda era molto piccola, così come la città stessa, poco affollata a quell'ora del giorno, con una larga piattaforma ben costruita da cui i passeggeri salivano sui treni. Francesco e i figli si sedettero su una panca di legno nella spartana sala d'attesa, aspettando l'arrivo del treno che li avrebbe portati a Genova e osservando le poche persone intorno a loro, molte delle quali conoscenti, emigranti come loro. Alcuni sembravano nervosi per il viaggio e la separazione, mentre altri sembravano calmi e pensierosi, in attesa del loro turno. Finalmente, poco dopo le venti, il treno arrivò puntualmente e così poterono salire sul vagone che li avrebbe portati a Genova. Trovarono i loro posti e si sistemarono, osservando dal finestrino i paesaggi che scorrevano. Il treno passò per Ferrara, Bologna dove fece una sosta più lunga proseguendo poi per Modena e Parma. Nel tragitto, riuscirono a vedere solo brevemente i villaggi, le città e i campi verdi, con le poche foglie gialle rimaste per l'arrivo dell'inverno. Questo era il loro primo viaggio in treno e non erano mai stati così lontani da casa. Durante il viaggio, parlarono un po', con il padre che spiegava ai figli le sue aspettative per la nuova vita in Brasile e condivisero le loro preoccupazioni e paure. Francesco spiegò ai suoi figli che il viaggio sarebbe stato difficile, soprattutto quello in nave, attraverso l'immensità dell'oceano, che nessuno di loro conosceva, ma che dovevano essere forti e coraggiosi. Disse loro anche che la vita in Brasile sarebbe stata molto diversa dalla vita in Italia, ma che si sarebbero presto adattati e avrebbero avuto successo. Dormirono poco, male accomodati su scomodi sedili della classe economica. Dopo tredici ore di viaggio, il treno arrivò finalmente alla stazione ferroviaria di Genova, facendo grande rumore mentre si fermava per far salire più passeggeri, quasi sempre famiglie di emigranti come loro, che stavano lasciando l'Italia. Pensarono che forse alcuni di loro avrebbero avuto lo stesso destino e sarebbero viaggiati sulla stessa nave. Francesco e i suoi figli scesero dal treno tra il rumore e l'agitazione della città portuale in quel primo mattino. Il porto era enorme, con barche e grandi navi ancorate in tutte le direzioni. Si misero alla ricerca e avvistarono subito la nave Adria, che non era tra le più grandi, che li avrebbe portati in Brasile e provavano subito una miscela di emozioni. 
Curiosamente, camminarono per il porto, osservando le decine di portuali con i loro carrelli che si muovevano in fretta, trasportando grandi casse di merci. L'Adria era già ormeggiata al molo e sentirono le urla dei marinai che si preparavano per il viaggio. Quando alla fine del pomeriggio arrivò l'ora della partenza, si diressero finalmente al cancello d'imbarco della nave che li avrebbe portati nel Nuovo Mondo e, con risolutezza, dopo aver consegnato i loro bagagli, i biglietti e i passaporti, controllati sia dagli impiegati del porto che da quelli della compagnia di navigazione, salirono per la lunga scala inclinata, sostenuta da spesse corde, accanto alla nave, e salirono a bordo senza troppi problemi. Gli alloggi erano piuttosto piccoli, con corridoi stretti, e avrebbero dovuto condividere la cabina con altri passeggeri, senza molta privacità, ma nonostante tutto erano felici di essere a bordo, desiderosi di iniziare la grande avventura. Il viaggio per mare sarebbe stato lungo e impegnativo, ma erano determinati a raggiungere la tanto sognata destinazione, il Brasile. Con un lungo e grave fischio, l'Adria cominciò a allontanarsi lentamente dal molo e gradualmente videro la costa italiana scomparire all'orizzonte, provocando un brivido nelle loro pance. Ogni giorno si avvicinavano sempre di più al Nuovo Mondo e alle opportunità che esso offriva. Finalmente, dopo alcune settimane in mare, senza incidenti, arrivarono finalmente al porto di Rio de Janeiro, in Brasile. Sbarcarono e furono accolti dagli addetti portuali e condotti all'Albergo degli Immigranti, dove, dopo l'esame medico di routine, furono sistemati in attesa dell'altro piccolo battello che li avrebbe portati alla destinazione prescelta, il porto di Paranaguá nello stato del Paraná. Dopo alcuni giorni di attesa, finalmente arrivarono l'avviso di imbarco, questa volta su un piccolo battello chiamato Rio Negro, che li avrebbe portati, insieme a centinaia di altri immigrati italiani, da Rio de Janeiro a Paranaguá, ma il battello sarebbe poi continuato il viaggio fino al Rio Grande do Sul. Avevano lasciato l'Italia, un paese arretrato con gravi problemi economici, in cerca di una vita migliore in Brasile e speravano che questa nuova terra offrisse loro nuove opportunità. Da Paranaguá proseguirono per Curitiba, percorrendo la salita della Serra do Mar fino a Curitiba, lungo lo spettacolare percorso della ferrovia inaugurato solo cinque anni prima. Fu un viaggio di poche ore, con due o tre fermate, pieno di panorami mozzafiato di una foresta tropicale intatta, con diversi ponti di ferro e profondi precipizi, poiché Curitiba si trova a quasi 1000 metri sul livello del mare. Nella capitale del Paraná, con i risparmi portati dall'Italia, raccolti dalla vendita della casa e di alcuni altri beni, Francesco acquistò un terreno con una piccola casa di legno, nella ancora nuova colonia Dantas, dove già viveva dal suo insediamento, solo due anni prima, diverse altre famiglie di immigrati provenienti dalla regione del Veneto come loro, alcune persino conosciute e imparentate. Sperava che i suoi figli potessero avere accesso all'istruzione e che lui potesse trovare lavoro come falegname, che gli avrebbe garantito una vita più confortevole. Francesco era determinato a fare una nuova vita nella città e quando arrivarono alla Colonia Dantas, furono sorpresi dal clima fantastico e dal progresso della capitale paranaense. Era davvero un Nuovo Mondo, quello che Francesco aveva sempre sognato. La città era ricca e organizzata, ben sviluppata per l'epoca, con molte risorse e opportunità di lavoro. Col tempo, Francesco e i suoi figli si adattarono alla vita nella Colonia Dantas, che progrediva rapidamente e, per la vicinanza con la capitale, stava diventando ogni giorno di più un quartiere popoloso, come di fatto accadde alcuni anni dopo, quando fu chiamata Água Verde. Presto fecero amicizia con altre famiglie italiane residenti nella zona e si stabilirono definitivamente nella comunità, partecipando attivamente a eventi sociali e attività comunitarie locali, come la costruzione della nuova chiesa. Francesco, bravo falegname e intagliatore, presto trovò lavoro, aprendo una piccola officina con il figlio maggiore, mentre i più piccoli cominciarono ad andare a scuola. Anche se la vita riservava ancora grandi sfide, Francesco e i suoi figli erano felici di aver preso la decisione di emigrare in Brasile. Sentivano che lì avevano molte più opportunità, che stavano seguendo la strada giusta per una vita migliore in questo grande paese. Francesco Piazzetta morì il 30 novembre 1922, a Curitiba, all'età di ottantatré anni, lasciando i quattro figli, tutti ormai sposati, e anche diversi nipoti.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS


domingo, 2 de julho de 2023

A Emocionante Jornada da Família de Francesco Piazzetta: Uma História de Superação e Perseverança

Igreja Sagrado Coração de Jesus (Água Verde) em 1910


Francesco Piazzetta, já viúvo a três anos de Maria Augusta Verri, natural da vizinha cidade de Segusino, com a ajuda dos cinco filhos, se prepararam durante meses para a grande mudança que os levaria para o Novo Mundo. Vendeu a antiga casa de dois pisos na  "contrada Ghetto" em Pederobba, onde a família morava e todos os seus poucos bens, conseguindo juntar uma pequena economia que seria usada para iniciar a vida na nova pátria. Foi até a prefeitura e providenciou os passaportes para todos poderem deixar o país. Comprou as passagens para o navio Adria que partiria de Gênova no mês de dezembro e se despediram dos amigos e familiares que ficaram para trás. 
No último mês de 1890, Francesco Piazzetta, com 51 anos, nascido no ano de 1839 na localidade Fener, no vizinho município de Alano di Piave, província de Belluno, finalmente deixou a Itália e emigrou para o Brasil com seus quatro filhos - Giovanni Battista, Noè, Colomba e Augusta. A filha primogênita, Giovanna Antonia (Piazzetta)  Viviani, ficaria para trás, pois já estava casada e tinha sua própria família. Não sabiam, porém, que nunca mais veriam a querida Giovanella, apelido como era chamada em família. Ela junto com a sua família alguns anos mais tarde também precisou partir em emigração e o país escolhido foi a França.
A viagem de Francesco Piazzetta, que então estava com a idade de 51 anos e seus quatro filhos menores, todos nascidos em Pederobba, Giovanni Battista, Noè, Colomba e Augusta, para o Brasil começou na estação ferroviária de Cornuda, uma pequena cidadezinha localizada na região de Veneto, na Itália, a cerca de 8 km de Pederobba e por onde passa até hoje a linha férrea com os trens que vem de Belluno. 
Partiram com bastante antecedência e a pé, em uma tarde úmida e fria do início de dezembro, cada um carregando uma mala com roupas e alguns pequenos sacos com mantimentos preparados em casa para enfrentar a longa viagem de trem.
Francesco e seus filhos chegaram à estação de trem calados durante todo o trajeto, muito preocupados e nervosos, mas, cheios de expectativa, ansiosos para embarcar em sua jornada rumo ao porto de Gênova. Apesar da preocupação com o desconhecido Francesco estava animado com a ideia de deixar a Itália e começar uma nova vida em um país estrangeiro, mas, por outro lado, todos também estavam muito tristes em deixarem sua terra natal e as pessoas que amavam.
A estação ferroviária de Cornuda era bem pequena, tal como a própria cidade, pouco movimentada aquela hora do dia, com uma ampla plataforma bem construída por onde os passageiros embarcavam nos trens. Francesco e os filhos se sentaram em um banco de madeira, na espartana sala de espera, aguardando a chegada do trem que os levaria até o porto de Gênova e observaram as poucas pessoas ao seu redor, muitos deles conhecidos, emigrantes como eles. Alguns demonstravam o nervosismo com a viagem e a separação, enquanto outros aparentavam estar calmos e pensativos, aguardando a sua vez.
Finalmente, pouco depois das vinte horas, o trem chegou com pontualidade e assim puderam embarcar no vagão que os levaria até Gênova. Eles encontraram seus assentos e se acomodaram, observando pela janela as paisagens que passavam. O trem passou por Ferrara, Bologna onde nesta cidade fez uma parada mais longa seguindo para Modena e Parma. No trajeto pouco puderam ver dos vilarejos, cidades e campos verdes, com as poucas folhas amareladas que sobraram pela chegada do inverno. Esta era a primeira viagem de trem que faziam e jamais tinham estado assim tão longe de casa.
Durante a viagem, eles conversaram um pouco, com o pai explicando aos filhos sobre suas expectativas para a nova vida no Brasil e compartilharam suas preocupações e medos. Francesco explicou aos seus filhos que a viagem seria difícil, principalmente aquela de navio, através do grande oceano, que nenhum deles conhecia, mas que eles deveriam ser fortes e corajosos. Ele também lhes disse que a vida no Brasil seria bastante diferente da vida na Itália, mas, que eles logo se adaptariam e seriam bem-sucedidos. Pouco dormiram, mal acomodados que estavam nos desconfortáveis bancos da classe econômica.
Após treze horas de viagem, o trem finalmente chegou à estação ferroviária de Gênova, passando por dezenas de estações onde, fazendo grande rumor, parava para receber mais passageiros, quase sempre famílias de emigrantes como eles, que também estavam deixando a Itália. Pensaram consigo mesmo que talvez alguns tivessem o idêntico destino deles e viajassem no mesmo navio.
Francesco e seus filhos desembarcaram do trem sendo recebidos pelo barulho e agitação da cidade portuária naquele começo de manhã. O porto era enorme, com barcos e grandes navios ancorados em todas as direções. Procuraram e logo avistaram ao longe o navio Adria, que não era dos maiores, o qual os levaria ao Brasil e sentiram imediatamente uma mistura de emoções.
Com curiosidade caminharam pelo porto, observando as dezenas de carregadores com seus carrinhos de mão, se deslocando apressados, levando grandes caixotes de mercadorias. O Adria já estava ancorado no cais e dele ouviam ordens sendo repassadas aos gritos, desde o seu tombadilho e também viram o corre-corre agitado dos marinheiros preparando o navio para a viagem. Quando no final da tarde a hora da partida chegou eles finalmente se dirigiram para o portão de embarque do navio que os levaria para o Novo Mundo e, resolutamente, após entregarem suas bagagens, os bilhetes e seus passaportes, conferidos tanto por parte dos funcionários do porto como aqueles da companhia de navegação, subiram pela longa escada inclinada, sustentada por grossas cordas, ao lado do navio, e embarcaram sem maiores problemas. Os alojamentos eram bem pequenos, corredores apertados e deviam dividir o aposento com outros passageiros, sem muita privacidade, mas, apesar de tudo eles estavam felizes por estarem a bordo, ansiosos pelo início da grande aventura.
A viagem pelo mar seria longa e desafiadora, mas eles estavam determinados a chegar ao tão sonhado destino, o Brasil. Com um longo e grave apito o Adria começou a se afastar lentamente do cais e gradualmente observaram a costa italiana desaparecer no horizonte provocando um frio nas suas barrigas. A cada dia, eles se aproximavam mais do novo mundo e das oportunidades que ele oferecia.
Finalmente, depois de algumas semanas no mar, sem quaisquer incidentes, eles finalmente chegaram ao porto do Rio de Janeiro, no Brasil. Desembarcaram sendo recebidos por funcionários portuários e encaminhados para a Hospedaria dos Imigrantes onde, após o exame médico rotineiro, foram abrigados para esperar pelo outro navio menor que os levaria para o destino escolhido, o porto de Paranaguá no estado do Paraná. Depois de uns dias de espera finalmente chegou o aviso para embarcarem novamente, desta vez em um navio menor chamado Rio Negro que os levaria, com centenas de outros imigrantes italianos, do Rio de Janeiro para a cidade de Paranaguá, no Paraná, mas o navio continuaria viagem para o Rio Grande do Sul.
Eles haviam deixado a Itália, um país atrasado e com graves problemas econômicos, em busca de uma vida melhor no Brasil e esperavam que essa nova terra lhes oferecesse novas oportunidades.
De Paranaguá seguiram para Curitiba, fazendo o trajeto de subida da Serra do Mar até Curitiba, pela espetacular estrada de ferro inaugurada apenas cinco anos antes. Foi uma viagem de poucas horas, com duas ou três paradas, repleta de paisagens deslumbrantes de uma floresta tropical intacta, com diversas pontes de ferro e profundos precipícios, pois, Curitiba está a quase 1000 metros acima do mar. 
Na capital paranaense, com as economias trazidas da Itália, arrecadadas com a venda da casa e de alguns outros pertences, Francesco comprou um lote de terra com uma pequena casa de madeira, na ainda nova colônia Dantas, onde já moravam desde a sua inauguração, a apenas dois anos, várias outras famílias de imigrantes provenientes da região do Vêneto como eles, alguns até conhecidos e meio aparentados. Ele esperava que seus filhos tivessem acesso à educação e que ele pudesse encontrar trabalho como marceneiro, que lhes proporcionasse uma vida mais confortável. Francesco estava determinado a fazer uma nova vida na cidade e quando chegaram à Colônia Dantas, ficaram surpresos com o ótimo clima e progresso da capital paranaense. Era realmente um novo mundo, aquilo que Francesco sempre sonhara. A cidade era rica e organizada, bem desenvolvida para a época, com muitos recursos e disponibilidade de trabalhos. 
Com o tempo, Francesco e seus filhos se adaptaram à vida na Colônia Dantas, a qual progredia rapidamente e pela contiguidade com a capital estava se tornando a cada dia com aspecto de um populoso bairro, o que de fato veio acontecer alguns anos depois, quando passou a ser chamada de Água Verde. Eles logo fizeram amizade com outras famílias italianas moradoras no local e se estabeleceram definitivamente na comunidade se envolvendo e participando ativamente de eventos sociais e atividades comunitárias do local, como a construção da nova igreja. Francesco, bom carpinteiro e entalhador, logo encontrou trabalho, montando uma pequena oficina com o filho mais velho e os menores começaram a frequentar a escola. Embora a vida ainda reservasse grandes desafios, Francesco e os filhos estavam felizes por tomarem a decisão de emigrar para o Brasil. Sentiam terem ali muito mais oportunidades, que estavam no caminho certo para uma vida melhor neste grande país. Francesco Piazzetta faleceu em 30 de novembro de 1922, em Curitiba, com a idade de oitenta e três anos, deixando os quatro filhos, todos já casados, e também vários netos.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS