terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Famílias Italianas em Morretes (PR) em 1911


Famílias Italianas em Morretes (PR) em 1911


A presença de famílias italianas em Morretes, no litoral do Paraná, em 1911, revela um capítulo pouco explorado da história da imigração italiana no Brasil. Após mais de trinta anos desde a chegada às colônias de Alexandra e Nova Itália, diversos sobrenomes de origem italiana ainda figuravam nos registros civis e paroquiais do município, demonstrando que parte desses imigrantes não abandonou definitivamente a região, apesar das duras condições enfrentadas.

Diferente de outras colônias abandonadas, Morretes tornou-se espaço de permanência para famílias que decidiram resistir no litoral paranaense. Entre os sobrenomes que aparecem em documentos da época, destacam-se: Bettega, Fabris, Meneghetti, Piovesan, Zanetti, Trevisan, Rossetto, Gobbo, Simon, Volpato, Stocco, Stocchero, Zilli, Brandalize, Bortholuzzi, De Bona, De Rocco, Dal Lin, Sanson, Borsatto, Pilotto, Tosetto, Zortea, entre muitos outros que compuseram a trajetória dessa comunidade.

A adaptação ao clima úmido, à mata atlântica fechada e à falta de infraestrutura marcou profundamente a vida dessas famílias. Mesmo diante do abandono institucional, epidemias e isolamento geográfico, os imigrantes reorganizaram sua existência através da agricultura de subsistência, do comércio local, da criação de pequenas indústrias e do fortalecimento de vínculos comunitários, religiosos e familiares. Morretes passou a ser não apenas um local de sobrevivência, mas de construção de raízes sociais e culturais.

Em 1911, esses descendentes já participavam ativamente da vida local: registravam seus filhos em cartórios brasileiros, frequentavam a igreja matriz, integravam feiras, atividades artesanais e o pequeno comércio da vila. Os sobrenomes italianos deixaram de ser vistos apenas como marcas de estrangeiros e passaram a integrar a própria identidade histórica do município.

A permanência dessas famílias em Morretes representa um testemunho de resistência e identidade. Sua história ajuda a compreender por que o litoral paranaense abriga, até hoje, traços culturais, linguísticos e familiares ligados aos primeiros núcleos de colonização italiana, especialmente às experiências das colônias de Alexandra e Nova Itália.

Sobrenomes italianos que ainda existiam em Morretes no ano de 1911

Bacci, Bavetti, Bazzani, Belotto, Bergonse, Bertholdi, Bertagnolli, Bettega, Bindo, Borsatto, Bortholin, Bortholuzzi, Brandalize, Brambilla, Brustolin, Buzetti, Callegari, Canetti, Carazzai, Carta, Casagrande, Cavagnari, Cavalli, Cavallin, Cavagnoíli, Cavogna, Chiarello, Cheminazzo, Chierigatti, Cini, Ciscata, Cit, Citti, Comandulli, Conte, Contin, Costa, Cusman, Curcio, Dal Lin, Dalcucchi, Dall' Col, Dall' Ligna, Dall' Negro, Dall' Stella, De Bona, De Carli, De Fiori, De Lay, De Mio, De Paola, De Rocco, Dea, Della Bianca, Dirienzo, Dotti, Ercole, Fabris, Fante, Favoretto, Feltrin, Ferrari, Ferrarini, Ferruci, Filipetti, Foltran, Fontana, Fraxino, Fruscolin, Gabardo, Galli, Gaio, Gasparin, Ghignone, Giglio, Gnatta, Gobbo, Grandi, Gregorini, Grigoletto, Grossi, Guzzoni, Jacomelli,Lati, Lazzarotto, Lucca, Lunardeli, Madalozzo, Malucelli, Manosso, Marchioratto, Marcon, Marconsin, Mazza, Meduna, Menegazzo, Meneghetti, Menin, Miranda, Molinari, Mori, Moreschi, Moro, Muraro, Nadalin, Nori, Olivetti, Orlandi, Orreda, Panzolini, Pasquini, Pedinato Consentino, Piazza, Pilatti, Pilotto, Piovesan, Poletto, Pontoni, Possiedi, Ramina, Ramagnolli, Robassa, Roncaglio, Rossetto, Rossi,Salvare, Santi, Sanson, Savio, Scarante, Scarpin, Scorzin, Scucato, Scremin, Scarante, Semionatto, Simeão, Simon, Sguário, Sotta, Sperandio, Stocco, Stocchero, Strapasson, Sundin, Talamini, Tessiari, Tessari, Todeschini, Tonetti, Tosetto, Tosin, Tozetto, Tramontini, Trevisan, Trombini, Túllio, Turin, Valenti, Valenza, Valério, Vardanega, Vicentini, Volpato, Zalton, Zampieri, Zanardi, Zanardini, Zanella, Zanetti, Zanier, Zanon, Zeni, Zem, Zicarelli, Zilli, Zortea


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