terça-feira, 19 de setembro de 2023

Alguns Números da Emigração Italiana para o Brasil



À partir dos últimos 25 anos do século XIX até perto de estourar a I Grande Guerra Mundial, o Brasil representou uma das principais metas da emigração italiana e os imigrantes italianos se constituíram em um dos mais importantes contigentes de estrangeiros que escolheram o nosso país como a sua nova pátria.

Segundo estatísticas italianas confiáveis, no intervalo de um século, entre os anos de 1875 e 1975, um milhão e meio de imigrantes italianos deixaram a terra natal e emigraram para o Brasil. Nas estatísticas brasileiras referentes ao número de imigrantes italianos que aqui desembarcaram esse número é um pouco maior. 

Pelos números podemos avaliar mais facilmente a importância e a grandeza desse fluxo emigratório. 

Na primeira fase desse período migratório, compreendido entre os anos 1875 e 1914, o movimento de italianos em direção ao exterior, o grande êxodo como ficou conhecido,  registrava números colossais de uma média anual aproximada de 600 a 700 mil emigrantes.

Após o conflito mundial, os números de expatriados voltaram a crescer, com aqueles que saiam definitivamente para viver em outro país ou se ausentavam para trabalhar por um longo período fora da Itália. Entre os primeiros aumentou o número dos que deixavam a Itália acompanhados por toda a sua família.

A fase de maior expatrio de italianos se deu ao longo dos quinze anos finais do século XIX. Nessa época o grande atrativo foi representado pelo Brasil que, naqueles anos que se seguiram a abolição da escravidão, colocava em prática uma política agressiva de atração de imigrantes europeus para a substituição daquela mão de obra escrava e também para colonizar as enormes áreas ainda pouco habitadas, atraindo milhares de imigrantes italianos para trabalharem nos cafezais dos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais e, principalmente ocuparem os grandes espaços vazios no sul do Brasil, especialmente Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. 

Nesses estados, a sedução em se tornarem donos das terras influiu na decisão de emigrar, principalmente, naqueles italianos mais pobres das regiões do Vêneto, Trentino e Lombardia. 

De acordo com a proveniência, no primeiro período do fluxo emigratório, de 1875 até 1914, a Região do Vêneto contribuiu com o maior número de emigrantes para o Brasil, com aproximadamente 400 mil indivíduos. 

A Região da Campania ficou em segundo lugar com quase 170 mil emigrantes, a Calabria com 130 mil, seguidos pela Lombardia 105 mil, Abruzzi e Molise com quase 100 mil e a Toscana aproximadamente 80 mil. De outras regiões o número é bem menor. 




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS






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