quarta-feira, 21 de março de 2018

O Imposto sobre a Fome



No ano de 1868 a situação econômica no Reino da Itália já era bem crítica, devido várias causas, também devido a uma crise cada vez maior na agricultura, que ainda usava métodos  ultrapassados, desatualizados, até mesmo medievais de cultivo. A fome estava rondando as famílias mais pobres. Apesar da situação ou por causa dela, o reino da Itália  criou mais um imposto, sempre na ânsia de aumentar a arrecadação do Estado. Foi o famigerado imposto sobre os produtos moídos – tassa sul macinato.
Este novo imposto nas cidades era um pouco menos sentido, pois o valor sempre era pago pelo atacadista que por sua repartia o imposto com os varejistas, diluindo o impacto. Mas, para os pobres, que dificilmente encontravam o pão, e lá no campo foi de um duro golpe que provocou um desestimulo muito grande aos pequenos agricultores, os que possuíam apenas um pequeno terreno para plantar.
Aqueles que levavam os grãos, geralmente o milho, ao moinho para serem macerados, e transformados, em farinha deviam pagar um imposto adicional  diretamente ao moageiro, uma taxa de duas liras por quintal moído.
Contra esse imposto aconteceram inúmeras sublevações por toda a Itália, as chamadas guerras do pão, que eram reprimidas com muito rigor pelo Estado, que para tal recorreu diversas vezes ao exército para a sua contenção.
Este imposto aguentou até o ano seguinte 1886 quando o governo não resistiu mais às reclamações do povo e o extinguiu.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

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