No ano de 1868 a situação econômica no Reino da Itália já era
bem crítica, devido várias causas, também devido a uma crise cada vez maior na
agricultura, que ainda usava métodos ultrapassados,
desatualizados, até mesmo medievais de cultivo. A fome estava rondando as
famílias mais pobres. Apesar da situação ou por causa dela, o reino da
Itália criou mais um imposto, sempre na
ânsia de aumentar a arrecadação do Estado. Foi o famigerado imposto sobre os
produtos moídos – tassa sul macinato.
Este novo imposto nas cidades era um pouco menos sentido, pois
o valor sempre era pago pelo atacadista que por sua repartia o imposto com os
varejistas, diluindo o impacto. Mas, para os pobres, que dificilmente
encontravam o pão, e lá no campo foi de um duro golpe que provocou um desestimulo
muito grande aos pequenos agricultores, os que possuíam apenas um pequeno
terreno para plantar.
Aqueles que levavam os grãos, geralmente o milho, ao moinho
para serem macerados, e transformados, em farinha deviam pagar um imposto
adicional diretamente ao moageiro, uma
taxa de duas liras por quintal moído.
Contra esse imposto aconteceram inúmeras sublevações por toda
a Itália, as chamadas guerras do pão, que eram reprimidas com muito rigor pelo
Estado, que para tal recorreu diversas vezes ao exército para a sua contenção.
Este imposto aguentou até o ano seguinte 1886 quando o governo
não resistiu mais às reclamações do povo e o extinguiu.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS