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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Referências Preconceituosas aos Imigrantes Italianos


 


Trechos do relatório datado do mês de Outubro de 1912, produzido pela Inspetoria de Imigração do Congresso Americano, referindo-se aos imigrantes italianos que, aos milhares, chegavam aos Estados Unidos. Entre os anos de 1880 e 1915 desembarcaram nos Estados Unidos quatro milhões de italianos, de um total de nove milhões que atravessaram o oceano em direção às Américas, em busca de uma vida melhor.

Seguem algumas afirmações oficiais,  bastante preconceituosas, do referido relatório produzido  em 1912 pela comissão de imigração do Congresso Americano:


1- "Os italianos são geralmente de baixa estatura e de pele escura;

2- As italianas não gostam de água, muitas delas fedem porque usam a mesma roupa por muitas semanas;

3- Os italianos vivem em barracos de madeira e alumínio, construídos nas periferias das cidades, próximos uns dos outros;

4- Quando conseguem morar mais próximo do centro, alugam apartamentos em ruínas pagando altos aluguéis;

5- Eles geralmente vêm em dois e procuram um quarto com cozinha. Depois de alguns dias eles se tornam quatro, seis, dez;

6- Eles falam línguas incompreensíveis para nós, provavelmente antigos dialetos;

7- Muitas das suas crianças costumam pedir esmolas e muitas vezes enfrente as igrejas mulheres vestidas de roupas escuras ou homens idosos, invocam misericórdia, em tons queixosos e petulantes;

8- Eles tem muito filhos, próximos um dos outros, e lutam para sustentá-los; 

9- Dizem que são viciados em roubar e se impedidos, se tornam violentos;

10- Nossas mulheres os evitam, não apenas porque são poucos atraentes e selvagens, mas, porque se espalharam rumores de alguns estupros cometidos, após emboscadas nas ruas dos bairros, quando as mulheres voltam do trabalho;

11- Os nossos governantes abriram demasiado a entrada pelas nossas fronteiras e, principalmente,  não souberam escolher quem entra no nosso país para trabalhar e aqueles que pensam viver de expedientes ou mesmo de atividades criminosas;

12- Proponho que os vênetos e os lombardos sejam privilegiados, ignorantes, mas, muito mais dispostos que os outros a trabalhar;

13- Estes se adaptam a casas que os americanos recusam, desde que as famílias permaneçam unidas e não contestam os salários;

14- Os outros, aqueles a que este relatório se refere, são provenientes do sul da Itália;

15- Os convido a verificar os documentos de origem e repatriar a maioria deles. A nossa segurança deverá ser a primeira preocupação".









quinta-feira, 19 de maio de 2022

Os Italianos Imigrantes Indesejados

 

Proibido aos cães e aos italianos



Os mais de cem anos de emigração italiana de massa, iniciada em 1875, nem sempre foram pautados por recepções amigáveis pelas populações nativas dos países que os acolheram.

Os italianos eram quase sempre emigrantes indesejados nos países onde se instalaram, principalmente naqueles países europeus vizinhos da Itália, e mesmo nos Estados Unidos, onde tiveram que formar quistos para conseguir viver um pouco melhor e com mais segurança, nas cidades para onde foram destinados.


Proibido rigorosamente a entrada aos italianos



A imprensa publicava diariamente artigos dizendo que os emigrantes italianos se contentavam com pouco, favorecendo assim a redução dos salários, criando o ressentimento dos trabalhadores americanos.

Os italianos foram bastante explorados como mão de obra desqualificada e de baixo custo. No exterior eram considerados pouco polidos, ignorantes,  sujos, indisciplinados, uma linhagem de criminosos e mafiosos, enfim, uma raça muito atrasada do ponto de vista dos costumes e tradições.

Os jornais estrangeiros europeus e norteamericanos  publicavam diariamente artigos que expunham e denegriam a imagem dos emigrantes italianos. Escolhiam sempre eventuais fatos e ocorrências em que o malfeitor era sempre de nacionalidade italiana. 

O jornal The New York Times do dia 18 de dezembro de 1880, publicou um editorial com o título "Imigrantes indesejados" no qual a emigração italiana era descrita como "infeliz, promiscuía, escória suja e preguiçosa". 

Os jornais estrangeiros assim refletiam o medo dos habitantes locais, pela concorrência dos emigrantes italianos, em todos os ramos do trabalho.

Os grandes jornais norteamericanos sempre insistiam em perseguir e denegrir a imagem dos emigrantes italianos e o fizeram por muitos anos.

No dia 17 de abril de 1921, nas páginas do referido jornal. foi publicado um artigo em reclamava que "os italianos estavam chegando em grande número" e que "este número será limitado apenas à capacidade do navio". Descrevia que "nas ruas das cidades do sul italiano, em Nápoles em particular, as ruas eram sujas e repletas de crianças, em números somente comparáveis a certas cidades da Índia". 


O racismo contra os imigrantes

Estados Unidos 1891

Uma multidão enfurecida se atirou contra os imigrantes italianos. O prefeito de New Orleans definiu esses imigrantes  como "indivíduos mais abjetos, mais preguiçosos, mais depravados, mais violentos e mais indignos  que existem no mundo, piores que os negros 
mais indesejáveis que os poloneses". 



No período de cem anos deixaram a Itália quase 30 milhões de homens, mulheres e crianças, em busca de um emprego e de uma vida melhor. Dizia-se pejorativamente nos meios políticos italianos contrários a emigração, como o setor agrário em especial, que  aqueles que emigravam eram indivíduos aventureiros sonhadores que "partiam em busca da cucagna", mas, na verdade ela nada mais era do que um simples emprego ou um pedaço de terra para viver. 





Muitos retornaram depois de uma experiência de alguns anos em novos países, mas, a grande maioria dos emigrantes saiu para nunca mais voltar.

A principal causa desse grande êxodo sempre foi a extrema pobreza em estavam vivendo, a angustiosa pressão social que a cada dia aumentava e a falta de perspectiva em um futuro melhor para os seus filhos.

A grande emigração definitiva não atingiu por igual maneira as diversas regiões da Itália. Ela afetou em especial as zonas rurais do sul e do norte do país. 

Mais tarde, por motivos políticos internos, milhares tiveram que abandonar o país.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS