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domingo, 20 de agosto de 2023

Os Pioneiros Italianos do Paraná: Uma História de Coragem e Perseverança

Tradicional fila de carroças de descendentes de imigrantes italianos de Santa Felicidade, geralmente mulheres,  em direção à Curitiba, levando os produtos agrícolas por elas produzidos para comercialização casa a casa na capital 


A chegada dos primeiros imigrantes italianos no Porto de Paranaguá no Paraná ocorreu no final do século XIX, quando o Brasil começou a incentivar a imigração de europeus para colonizar o país e trabalhar nas plantações de café, principalmente na região do Vale do Paraíba em São Paulo. Na época, a Itália era um país pobre e com muita fome, e muitos italianos viram na emigração para o Brasil uma oportunidade de melhorar suas condições de vida.

A maioria dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil eram camponeses e vinham das regiões mais pobres do país, especialmente do norte da Itália, primeiramente atingidos pela grave crise econômica do país. Eles eram atraídos pelos agentes de imigração, dispersos por toda a península, com promessas de terras férteis, trabalho e um futuro melhor para si e suas famílias. A viagem para o Brasil era longa e difícil, cheia de perigos e muitos imigrantes morriam no caminho devido às condições precárias de higiene e saúde a bordo dos navios.

Ao chegar ao Porto de Paranaguá, os imigrantes eram encaminhados para as chamadas colônias, que eram áreas destinadas à implantação de pequenas propriedades agrícolas para as famílias de imigrantes. As colônias Alessandra e Nova Itália foram duas das primeiras colônias italianas a serem fundadas no Paraná. Eles foram recebidos por representantes do governo brasileiro e por funcionários das empresas de colonização que os ajudaram a encontrar seus lotes e estabelecer as suas primeiras roças.

A vida nessas colônias era muito difícil e os imigrantes enfrentavam a fome e muitos desafios, incluindo o clima, a falta de recursos, doenças e pragas que atacavam as plantações. No entanto, os italianos eram muito trabalhadores e perseverantes, e mesmo com grande esforço não conseguiram levar adiante a vida nessas colônias. A má administração das colônias, primeiro Alessandra e logo a seguir a de Nova Itália, apressou o seu falimento com os imigrantes exigindo a sua transferência para a capital do estado fazendo valer a cláusula do contrato que permitia mudança de colônia caso não se adaptassem. 

Com o tempo, muitos imigrantes italianos que ficaram nas terras a eles destinadas, conseguiram melhorar suas condições de vida e progredir na vida. Eles começaram a estabelecer escolas, igrejas e outras instituições que ajudaram a manter viva a cultura italiana. No entanto, muitos italianos, a grande maioria dos alocados na colônia Nova Itália decidiram deixar as colônia e se mudar para as cidades em busca de oportunidades de trabalho e de uma vida melhor.

Em Curitiba, muitos imigrantes italianos se estabeleceram na região do bairro de Santa Felicidade, que se tornou um importante centro da cultura italiana na cidade. Lá, compraram terras e onde plantavam gêneros alimentícios que comercializavam na vizinha capital. Mais tarde, em meados do século XX eles fundaram restaurantes, vinícolas, lojas de artesanatos e produtos típicos além de pequenas empresas.  Outros imigrantes se mudaram para outras partes da cidade, onde também trabalhavam a terra e mais tarde fundaram suas próprias empresas e se integraram à sociedade brasileira.

A chegada dos imigrantes italianos no Paraná e em outras partes do Brasil teve um impacto significativo na formação da sociedade brasileira. A cultura italiana é parte integrante da cultura brasileira, e muitos dos hábitos e tradições italianas foram incorporados à vida cotidiana do país.

Apesar das dificuldades enfrentadas, os imigrantes italianos conseguiram prosperar nas terras das colônias da capital e naquelas em sua volta e iniciar um processo de desenvolvimento econômico. Com o tempo, alguns deles decidiram deixar as colônias e partir para outras áreas, como o comércio e a indústria, em busca de novas oportunidades.

Com o tempo muitos desses imigrantes que se estabeleceram na capital do estado, Curitiba abriram lojas, fábricas e outras empresas, contribuindo para o crescimento econômico da cidade. Grande número dos descendentes   daqueles pioneiros ainda moram na região e preservam as tradições italianas, como a culinária e a música.

Os imigrantes italianos deixaram um legado duradouro no Paraná e no Brasil. Além de contribuirem para o desenvolvimento econômico do estado, eles ajudaram a enriquecer a cultura brasileira com sua música, culinária e tradições. Muitas famílias brasileiras têm origem italiana e mantêm fortes laços com a Itália, mantendo viva a herança dos seus antepassados.

Em resumo, a imigração italiana teve um grande impacto no Paraná e no Brasil como um todo. Os imigrantes enfrentaram muitas dificuldades, mas conseguiram superá-las e estabelecer uma nova vida em um país estrangeiro. Sua coragem e perseverança deixaram um legado duradouro na cultura e economia do país, e sua herança continua viva até os dias de hoje.

Texto
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS



segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Os Imigrantes Italianos no Paraná

Primeira Igreja católica da Colônia Nova Itália

Os primeiros imigrantes italianos que chegaram em terras paranaenses, já a partir de 1875, eram provenientes da atual Região do Vêneto,  e foram assentados nas colônias recém criadas, situadas próximas à cidade de Paranaguá, onde estava o porto de desembarque, nas terras dos municípios de Morretes e Antonina

Colônia Alexandra, e posteriormente a Colônia Nova Itália, tiveram vida muito curta, devido sobretudo a vários problemas que vão desde a escolha do local para sua instalação até a má gestão administrativa da colônia. Aqueles imigrantes pioneiros que nelas tinham sido alojados foram, então, remanejados para locais próximos da capital paranaense onde imigrantes de outras origens já estavam fixados.

Segundo as estatísticas, em 1900 viviam no estado do Paraná mais de trinta mil italianos, espalhados por catorze colônias algumas compostas etnicamente só por imigrantes italianos e em mais outras vinte colônias mistas, juntamente com pessoas provenientes de outros países europeus. 

Nos primeiros anos, a grande maioria dos imigrantes italianos trabalhava na agricultura como autônomos, porém, com o decorrer do tempo, passaram pouco a pouco a compor a mão de obra da região. 

Muitos daqueles recém chegados, além do trabalho na agricultura, tinham uma outra profissão aprendida ainda na Itália: carpinteiros, marceneiros, ferreiros, artesãos, etc. 

As maiores dessas colônias rapidamente prosperaram na Região Metropolitana de Curitiba, sendo que o atual município de Colombo (localizado na Grande Curitiba) foi a maior colônia italiana do Paraná. Era chamada de Colônia Alfredo Chaves a qual posteriormente se tornaria a cidade de Colombo, foi uma das quatro colônias onde se concentraram os primeiros italianos que chegaram ao estado. 

As outras colônias são a Colônia Senador Dantas, que posteriormente deu origem ao importante bairro curitibano da Água Verde, a Colônia de Santa Felicidade, atual bairro curitibano e importante polo gastronômico da capital paranaense e a Colônia de Santa Maria do Novo Tirol, localizada no município de Piraquara, ainda dentro dos limites da Grande Curitiba. 

A influência italiana se faz presente em todas as regiões do estado do Paraná. No norte do estado o vocábulo terra roxa, tem sua origem na língua italiana no qual a terra vermelha típica daquela região se dizia - "terra rossa"). 


Imigrantes italianos na Colônia Cecília

Ao chegarem em Curitiba, os imigrantes italianos foram se estabelecendo como agricultores em vários núcleos coloniais da região, os quais com rapidez deram origem aos atuais bairros de Pilarzinho, Água Verde, Umbará e Santa Felicidade, por exemplo. 

Com o passar do tempo os imigrantes e seus primeiros descendentes adotaram outras atividades, entre elas o trabalho como empregados nas indústrias e no comércio. Demonstrando grande capacidade para os negócios em pouco tempo os imigrantes italianos foram conquistando novos postos, mais importantes, chegando a se tornarem grandes empresários e comerciantes. 


Imigrantes na Colônia Cecília

Fato inédito no Brasil, a Colônia Cecília foi a primeira experiência anarquista no país. Foi  fundada em 1890, no atual município de Palmeira, por um grupo de libertários trazidos pelo italiano Giovanni Rossi. 

No local os colonos plantaram mais de oitenta alqueires de terra em área que lhes fora cedida pelo imperador Pedro II do Brasil, pouco antes da proclamação da República, e construíram mais de dez quilômetros de estrada, numa época na qual inexistiam máquinas pesadas, tratores ou guindastes de transporte de terra. 

Nos quatro anos de existência da colônia Cecília, sua população chegou a alcançar cerca de 250 pessoas. O experimento anarquista da Colônia Cecília terminou em fracasso por diversos motivos, tanto econômicos como especialmente socioculturais. 


Italianos e o vinho

Outras cidades paranaenses receberam imigrantes italianos além dos municípios da região de Paranaguá (na Serra do Mar e litoral) e a capital do estado, nas cidades da Grande Curitiba (como São José dos Pinhais, Araucária, Campo Largo, Piraquara, Cerro Azul e Colombo), também municípios localizados mais para o interior do estado receberam significativo número de imigrantes. 




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS