A Itália, mesmo desde antes da época feudal, sempre foi um conglomerado de cidades estados independentes, cada uma com seu próprio sistema de governo, suas leis, sua cultura e até mesmo a sua língua, que nem sempre mantinham relações amistosas entre si, tendo por diversas ocasiões combatido ferozmente entre si, pelos mais diversos motivos.
Através de um movimento armado liderado pela casa de Savoia esses estados antes independentes foram coagidos pela força a se unirem em um movimento armado no período chamado de risorgimento, que deu origem ao Reino da Itália em 1866.
Esse movimento que ficou conhecido por Unificação, criou um novo país, o Reino da Itália, em 1861, após o rei Vitor Emmanuel da Sardenha ter sido proclamado rei e cuja sede de governo estava localizado no Piemonte.
A unificação levou o governo a aumentar impostos e a criar novas taxas para suportar os pesados gastos do novo país. Foi principalmente em decorrência da unificação que levou muitos, agora cidadãos italianos, principalmente os mais pobres das áreas rurais, decidirem escapar da pobreza e melhorar suas vidas buscando novas oportunidades de crescimento em outros países.
Eram eles pequenos agricultores com safras medíocres, que não aguentavam com os impostos; diaristas que não encontravam trabalho, mas também muitos artesãos e até pequenos comerciantes.
Antes de 1890 emigravam os italianos das regiões do norte da Itália, que também fugiam do país devido a safras mal sucedidas, que levou a alta taxa de desemprego no campo e falta de postos de trabalhos suficientes nas indústrias das cidades.
Após 1890, a maior parte dos emigrantes italianos partiram do sul da Itália: Abruzzo, Molise, Campania, Puglia, Basilicata, Calábria, Sicília e Sardenha. Muitos deles, alguns anos depois, retornariam à pátria. Estima-se, através de estatísticas pouco exatas, que tenham sido cerca de 30 a 50% deles.
Aqueles que se fixaram definitivamente em outros países enviavam regularmente parte de suas poucas economias para os seus parentes que ficaram na Itália. Essas remessas no montante representaram valores realmente expressivos, constituindo-se em uma forte ajuda para a ainda pobre economia italiana, ajudando na reconstrução do país e na criação do seu parque industrial.
Os principais portos por onde emigrantes italianos embarcavam foram os portos de Gênova, Nápoles e Palermo. Os países que mais acolheram os emigrantes italianos no início do grande êxodo foram: Brasil, Argentina, Estados Unidos. Anos mais tarde Venezuela, Canadá e Austrália.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS
Um comentário:
A formação do Reino d'Italia, nos primeiros 60 anos do século XIX, contribuiu para agravar a já precária situação econômica dos diversos povos que habitavam a península italiana, nas diversas cidades estado em que a região estava dividida. Uma série de acontecimentos internos, enchentes, aluviões, secas nunca vistas, contribuíram para o empobrecimento da nova nação. A convocação obrigatória dos jovens para o serviço militar, que podia durar até 9 anos, o aumento dos impostos e outros criados pelo novo governo, necessários para a implantação do novo regime, contribuíram para criar um deseja de fuga do país. O maior esforço para a formação do novo reino recaiu especialmente sobre os ombros dos mais fracos, pois não tinham como escapar das taxas e impostos criados.
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