terça-feira, 6 de março de 2018

A Imigração Vêneta no Rio Grande do Sul - Cultura e Língua

A Imigração Vêneta no Rio Grande do Sul - Cultura e Língua

 

Caxias do Sul em 1884


Quando os imigrantes italianos, e os vênetos a grande maioria, chegaram no Rio Grande do Sul, não tinham conhecimento do português, a língua oficial do Brasil. Também pouco conheciam a língua italiana, idioma oficial da Itália. Vivendo em núcleos isolados, criaram por muito tempo verdadeiras colônias estrangeiras dentro RS. Já falamos que os dialetos do norte da Itália que se destacaram, pela predominância de origem desses imigrantes, com presença de 88% do contingente aqui chegados foram os vênetos e os lombardos. Entre os vênetos predominaram os dialetos vicentino, feltrino-bellunese, trevisano e padovano. Entre aqueles lombardos tivemos os dialetos cremose, bergamasco, mantovano e milanese. Muito preocupados em se integrarem à variada comunidade local, nunca pretenderam conservar o dialeto da própria origem. Encontrando-se longe dos centros urbanos, esquecidos pelas autoridades competentes, emarginados socialmente, economicamente e geograficamente, para não morrerem culturalmente, desenvolveram a própria tadição cultural, em especial a religiosa e familiar. Usavam a língua de origem, os dialetos provinciais, propensos a desagregação na medida em que esses vários dialetos entravam em contato entre si. No início a cultura das colônias se concentrava intorno às igrejas ou capitéis, locais de encontro das diversas comunidades nos dias de festas e cerimônias religiosas. Alguns dialetos, por serem numericamente pouco representativos, desapareceram dentro da comunidade. Com o passar do tempo se fundiram os dialetos que não tinham afinidades formando grupos dialetais e aqueles que eram afins se influenciaram reciprocamente se fortalecendo acabando por predominar sobre os demais.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

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