A Imigração Vêneta no Rio Grande do Sul - Cultura e Língua
Caxias do Sul em 1884
Quando os imigrantes italianos, e os
vênetos a grande maioria, chegaram no Rio Grande do Sul, não tinham
conhecimento do português, a língua oficial do Brasil. Também pouco conheciam a
língua italiana, idioma oficial da Itália. Vivendo em núcleos isolados, criaram
por muito tempo verdadeiras colônias estrangeiras dentro RS. Já falamos que os
dialetos do norte da Itália que se destacaram, pela predominância de origem
desses imigrantes, com presença de 88% do contingente aqui chegados foram os
vênetos e os lombardos. Entre os vênetos predominaram os dialetos vicentino,
feltrino-bellunese, trevisano e padovano. Entre aqueles lombardos tivemos os
dialetos cremose, bergamasco, mantovano e milanese. Muito preocupados em se
integrarem à variada comunidade local, nunca pretenderam conservar o dialeto da
própria origem. Encontrando-se longe dos centros urbanos, esquecidos pelas
autoridades competentes, emarginados socialmente, economicamente e
geograficamente, para não morrerem culturalmente, desenvolveram a própria
tadição cultural, em especial a religiosa e familiar. Usavam a língua de
origem, os dialetos provinciais, propensos a desagregação na medida em que
esses vários dialetos entravam em contato entre si. No início a cultura das
colônias se concentrava intorno às igrejas ou capitéis, locais de encontro das
diversas comunidades nos dias de festas e cerimônias religiosas. Alguns
dialetos, por serem numericamente pouco representativos, desapareceram dentro
da comunidade. Com o passar do tempo se fundiram os dialetos que não tinham
afinidades formando grupos dialetais e aqueles que eram afins se influenciaram
reciprocamente se fortalecendo acabando por predominar sobre os demais.
Dr. Luiz Carlos B.
Piazzetta
Erechim
RS