Nos anos 1800, além de padres, bispos e cardeais comuns, no clero ainda existiam eremitas e capelães, ou seja, sacerdotes que viviam em um oratório ou ermita, abades e padres sem paróquia.
Eles eram reconhecidos por sua barba desgrenhada, roupas velhas e mal cuidadas, cajado de peregrino e caixa de esmolas, Eles foram desaparecendo aos poucos, ao longo do século, devido novas diretrizes da Igreja, como a reforma do clero mudando bastante a vida deles. A necessidade de formação teológica, com estudos sendo realizados cada vez mais em seminários, capazes de dar a preparação necessária para aqueles que queriam ser sacerdotes.
No século 19 um homem se tornava sacerdote por muitas razões além daquelas que aconteciam nos séculos anteriores. De fato, se até os anos do século XVIII o sacerdócio era escolhido através de estratégias familiares ou pelo rapaz ter privilégios sociais e econômicos, nos anos do século XIX a carreira eclesiástica era escolhida principalmente porque o candidato queria se comprometer em trabalhar e a fazer o bem para sociedade.
Essa mudança na escolha para o sacerdócio significa que o número de padres sofreu uma diminuição, especialmente após o ano de 1848, também porque o padrão de vida dos padres de uma paróquia era agora bastante modesto, semelhante ao dos professores do ensino fundamental.
Uma figura típica do "padre comprometido" foi Dom Giovanni Bosco, que fundou em 1846, nos arredores de Turim, o primeiro oratório, de San Francesco di Sales, ou oratório salesiano.
Esses locais de formação religiosa e ensino se espalharam rapidamente por várias regiões e eram voltados principalmente para jovens das classes menos favorecidas, aos quais era oferecido um local controlado de socialização, para contrastar a perda dos valores tradicionais que agora ocorria com a expansão da industrialização.
Quase na mesma época, Giuseppe Cottolengo, em 1862, fundou a pequena casa da providência divina que acolhia os pobres e doentes rejeitados pelos hospitais e mais tarde aqueles incapazes.
Deve-se dizer, no entanto, que no século XIX a igreja foi liberal apenas por um curto período, isso por volta de 1848, e que sua abertura à sociedade com as escolas de Dom Bosco e o hospital de Cottolengo, contrastava com o novo estado italiano, que se considerava a única entidade que lidava com os vários problemas da sociedade.
De fato, as relações entre o papa e o estado secular eram bastantes difíceis, principalmente quando Roma foi conquistada e se tornou a capital do Reino da Itália, ocasião em que ao papa restou apenas o Vaticano.
Entretanto a Roma eclesiástica em 1870 ainda era muito poderosa, tendo 206 conventos entre homens e mulheres, 350 igrejas, 250 oratórios, cerca de sessenta paróquias e aproximadamente 8000 religiosos.