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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Padre Pietro Colbacchini nas Colônias Italianas do Paraná




O Padre Pietro Colbachini nasceu em 11 de setembro de 1845 no município de Bassano del Grapa, localizado na província de Vicenza, Região do Vêneto, Itália. Ele ingressou na Ordem da Companhia de Jesus com a idade de 18 anos. Ordenou-se em 26 de julho de 1869 com 24 anos e permaneceu por 15 anos em serviço pastoral na Itália. Quando manifestou seu interesse em vir ao Brasil para oferecer assistência religiosa aos imigrantes italianos não recebeu aprovação da Companhia de Jesus, procurando outra congregação para realizar tal feito. Encontrou na Congregação dos Scalabrinianos a possibilidade, chegando ao Paraná no ano de 1885 estabelecendo-se no núcleo colonial Dantas, na paróquia do bairro Água Verde em Curitiba. O padre Pietro Colbachini atuou junto aos Scalabrinianos, a Congregação dos Missionários de São Carlos, que tinha como principal missão a assistência aos imigrantes e por essa razão veio ao Paraná, muito embora não tenha deixado de lado todo o ensinamento recebido da Ordem Jesuítica. Entrava em contradição inclusive com a Ordem Scalabriniana, negando a integração entre o catolicismo e a italianidade. Em vários documentos ainda conservados, podemos observar que o padre também era conhecido como “o feroz Jesuíta” e não como um missionário Scalabriniano. 


 


Passou grande parte de sua estada no Brasil como missionário, atendendo as colônias paranaenses Dantas (Água Verde), Santa Felicidade, Alfredo Chaves, Antonio Rebouças, Campo Comprido, Santa Maria do Novo Tirol da Boca da Serra, Murici e Zacarias. Todas elas no planalto de Curitiba, e que faziam parte da Capelania Curata Italiana, criada para dar assistência religiosa aos imigrantes italianos e estava estabelecida na Capela da Colônia de Santa Felicidade. 



O Padre Pietro Colbacchini também é lembrado pelo fato de ter escrito dois longos relatórios para os seus superiores e autoridades italianas, ambos publicados e divulgados. Um destes, no qual trata sobre o tema dos imigrantes, foi escrito em Curitiba e enviado, em outubro de 1892, ao Marquês João Batista Volpe Landi, no município italiano de Piacenza, então Presidente da Sociedade Italiana de São Rafael. O outro relatório, com tema referente a emigração italiana, foi enviado, em 1895, ao Ministro do Exterior da Itália. 



No relatório do missionário italiano datado de 1892,  ele relatou as precárias condições daqueles colonos que viviam no litoral paranaense, no período de 1875 e 1877. Entre outros tantos problemas, Colbacchini destacava no relatório principalmente as doenças que acometiam os imigrantes causadas pelos insetos. Assim descreveu a situação dos imigrantes das Colônias Alexandra e Nova Itália, ambas no litoral paranaense:

"...Durante o dia os trabalhos eram insuportáveis devido o calor excessivo e por enxames de mosquitos que fazem inchar as partes descobertas das pessoas e produzem fortes incômodos; à noite outra espécie do mesmo rompe o sono e sangra os pobres imigrantes. Entre a carne e a pele as picadas de um outro verme, que assume no seu desenvolvimento a grossura de um feijão, e que vem injetado por  uma mosca cor de ouro (berne). Nos pés, especialmente nas extremidades e no calcanhar, coceiras insuportáveis e feridas malcheirosas, produzidas por outro inseto (bicho de pé) que nidifica e incuba, e se desenvolve como uma pequena pulga. As crianças e os velhos são os mais susceptíveis a esta grave enfermidade, que não respeita, todavia, idade e sexo ou condição das pessoas. A isto acrescento as consequências produzidas diretamente pelo clima, isto é, tontura, enfraquecimento dos membros, falta de apetite, desânimo, preguiça e tédio da vida. Esta é a verdadeira condição daqueles que vivem no litoral do Paraná"



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

sexta-feira, 16 de março de 2018

Colônia de Alfredo Chaves no Paraná – Município de Colombo



 No ano de 1877 um grupo de quase duas centenas de imigrantes, agricultores de origem vêneta, chegaram ao Porto de Paranaguá, guiados pelo Padre Angelo Cavalli. Foram encaminhados para a Colônia Nova Itália, localizada na vizinha cidade de Morretes.
Devido os vários problemas encontrados como terras improdutivas, distância dos centros consumidores e as más condições de vida encontrada nessa colônia, já no ano seguinte a abandonaram e se transferiram para a periferia da capital paranaense.
Esse grupo de 40 famílias recebeu do governo da província do Paraná uma gleba de terras,  já demarcadas em 80 lotes, 40 urbanos e 40 rurais, localizados a 23 Km de Curitiba, em uma localidade conhecida por Butiatumirim. Este assentamento recebeu o nome de Colônia Alfredo Chaves, em homenagem ao então Inspetor de Terras e Colonização.
Passados mais alguns anos, com a chegada de mais imigrantes, o governo criou novas colônias vizinhas a de Alfredo Chaves. No ano de 1886 foi criada a Colônia de Antônio Prado constituída por imigrantes de origem polaca.
Ainda no mesmo ano foi criada a Colônia Presidente Faria, esta formada somente por imigrantes de origem italiana. Em 1887, vizinha a esta última, foi criada a Colônia Maria José que mais tarde se transformou no município de Quatro Barras. Finalmente, no ano de 1888, foi criada a Colônia Eufrazio Correia, formada por imigrantes provenientes da Itália, que deu origem ao bairro Capivari.
No ano de 1890, por decreto do governo provisório republicano, a Colônia Alfredo Chaves passou a se chamar de Colombo, em homenagem ao grande navegador genovês descobridor da América, e ainda neste mesmo ano foi instalado o município.
No ano de 1932, por um decreto estadual, Colombo mudou de nome para ser chamado de Capivari e anexado ao município de Bocaiúva do Sul.
Entretanto, em 1933 por novo decreto do governo estadual voltou a se chamar Colombo, para novamente em 1938 vir a ser extinto e anexado à Curitiba.



No ano de 1943 através de novo decreto estadual voltou a ser município autônomo o que perdura até os dias de hoje.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS