quinta-feira, 7 de março de 2019

San Marco o Evangelista e a República de Veneza



Judeu de família rica, nascido no século I, provavelmente na Palestina. Foi missionário no Oriente e Roma, onde teria escrito o Evangelho. 

No ano de 66, da prisão, S. Pedro escrevendo a Timoteo nos fornece as últimas informações a respeito de Marcos, que morreu possivelmente no ano 68, em Alexandria, Egito. Seus restos mortais estavam em uma igreja dessa cidade que foi incendiada pelos árabes no ano de 644 e posteriormente reconstruída pelos Patriarcas da Alexandria até 689. 

A lenda diz que no ano de 828, neste local, chegaram dois mercadores venezianos, Buono da Malamocco e Rustico da Torcello, que se apoderaram dos restos mortais do Evangelista e os levaram para Veneza, aonde chegaram em 31 de Janeiro de 828. 

Os despojos de Marcos foram recebidos com grande honra pelo Doge Giustiniano Partecipazio, que era filho de Agnello e sucessor do primeiro doge das ilhas de Rialto. No ano de 832 foi concluída, pelo Doge Giovanni, irmão e sucessor de Giustiniano, a construção de uma basílica para receber definitivamente os restos mortais do santo a qual passou a ser chamada de Basílica de Marcos. 

No início a esplendida construção em mármore, repleta de ouro e pedras preciosas de todo o Oriente, teve alguns contratempos, tendo sofrido um incêndio no ano de 976, provocado por uma revolta popular contra o Doge Candiano IV, que tinha se refugiado com seu filho dentro da basílica. Na ocasião os revoltosos também, destruíram e incendiaram o vizinho Palazzo Ducale, moradia e sede do governo da Sereníssima República de Veneza. 

No ano de 976-978, com o seu próprio dinheiro, o Doge Pietro Orseolo I reformou tanto a Basílica como o Palácio Ducal. Mais tarde, no ano de 1063, por ordem do Doge Domenico Contarini I foi dado início a mais uma reforma da Basílica, a qual foi completada pelo seu sucessor Doge Domenico Selvo (1071-1084). No ano de 1071, São Marcos foi escolhido para ser o titular da basílica e patrono da Sereníssima República de Veneza, em substituição a São Teodoro, que até o século XI tinha sido o santo protetor de Veneza. 

A Basílica foi solenemente consagrada no dia 25 de Abril de 1094 durante o governo do Doge Vitale Falier. Na ocasião, depois da missa celebrada pelo bispo, foram rompidas algumas placas de mármore de uma coluna e encontrada uma caixa com as relíquias. A partir daí a República de Veneza permaneceu indissoluvelmente ligada ao seu patrono, sendo que o seu conhecido símbolo, o Leão Alado, passou a fazer parte do estandarte da Sereníssima República de Veneza, junto os dizeres inscritos no livro: “Pax tibi Marce, evangelista meus”. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

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