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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Registro de Passageiros Italianos no Navio Arno em 1895

 

Chegada ao Rio de Janeiro em 
dezembro de 1895

Hospedaria de Imigrantes 
Juiz de Fora (MG) 
em 18.12.1895

Aldighieri
Bartolomei
Barugota
Bavieri
Bellato
Beltrani
Beninsegna
Bertuggia
Bianchi
Boarato
Bozzani
Braga
Bronzato
Brusafero
Bullo
Busasca
Cacciatori
Calvonazgo
Campaci
Casarotti
Cavallari
Cedro
Chilese
Chiortin
Codogiula
Columbara
Conte
Corsini
Cortese
Cosellato
Crivellaro
De Stefani
Diani
Duse
Faccin
Faggionate
Ferrarino
Finetto
Finotti
Franceschi
Frangoso
Frizzo
Gatti
Ghiraldato
Gonzato
Grandi
Grossi
Guasconi
Guerra
Isola
Lazzarone
Maccadanza
Mantovani
Marangon
Marcate
Margenta
Margotti
Marino
Mesilon
Miglieranza
Milan
Milotto
Molison
Negritto
Padula
Pagge
Palla
Pambo
Pasin
Passarello
Perazzolo
Perin
Pernico
Pezzetini
Poggio
Policardi
Ressamiga
Rizzo
Rurato
Ruzzi
Saccheta
Salvaro
Sanini
Schierari
Signorini
Sotterina
Specic
Spigariol
Tessari
Tessaro
Tiselli
Toniolo
Topa
Totrino
Tranzoso
Tuffa
Tugnolo
Valle
Vio
Zagotto
Zallio
Zandona
Zoppella
Zuppichini



segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Chamas de San Martino: Entre a Tradição e o Recomeço



Em uma tranquila aldeia da Romagna, o destino dos mezzadri se entrelaçava com a sagrada tradição anual de “San Martino”. O contrato colonial, que renovado silenciosamente a cada ano, mantinha a vida dos colonos suspensa na balança da incerteza. O 11 de novembro, dia de San Martino, marcava o limite final para permanecer nas terras em caso de revogação, lançando uma sombra de ansiedade sobre todos.

Para Marco e Giulia, colono e esposa, a aurora daquele 11 de novembro sussurrava rumores de mudança iminente. Num frenesi apressado, eles embalaram os poucos pertences e ferramentas essenciais no carro, símbolo ambulante de sua existência nômade.

A busca por um novo lar era um desafio, pois a sombra da má reputação seguia quem era despejado. As opções se limitavam a terras menos acolhedoras, isoladas, onde a hospitalidade era escassa. Ao iniciar a jornada, Giulia, respeitando a tradição, não varreu as cinzas da última lareira, mas as agrupou cuidadosamente de um lado da aròla, buscando atrair a sorte para o próximo capítulo.

O caminho os levou a uma paisagem desconhecida, onde os campos se estendiam como páginas em branco de um novo começo. As sombras do passado começaram a se dissipar com a promessa de um lar renascido. Ao cruzarem o limiar da nova casa, Giulia acendeu o fogo, invocando não apenas o calor físico, mas também a chama da esperança.

“Fare San Martino” não era apenas uma mudança de morada; era uma jornada de reinvenção, enfrentando o desconhecido com a coragem de quem carrega consigo não apenas a tradição, mas a determinação de escrever um novo capítulo na história de suas vidas.

A nova aldeia acolheu Marco e Giulia com um calor que transcendeu a mera temperatura física do fogo que crepitava na lareira recém-acesa. Os vizinhos, ao perceberem a coragem do casal, se aproximaram, compartilhando histórias e conselhos sobre como prosperar naquelas terras. O senso de comunidade, antes distante e reservado, tornou-se uma teia de apoio essencial para a jornada de Marco e Giulia.

Com o passar dos meses, a paisagem desconhecida ganhou vida, revelando seus segredos sazonais e a riqueza oculta que se escondia sob a superfície. Os campos, inicialmente páginas em branco, agora floresciam com culturas vibrantes e árvores frutíferas. A aldeia, que antes parecia isolada, transformou-se em um refúgio acolhedor para aqueles que buscavam mais do que meramente sobreviver.

Giulia, com sua habilidade para a produção de queijo, não apenas contribuiu para a economia local, mas também revigorou uma antiga tradição gastronômica. Seu queijo artesanal tornou-se conhecido não apenas na aldeia, mas também em aldeias vizinhas, criando uma fonte estável de renda e reconhecimento para Marco e Giulia.

A cada San Martino subsequente, a aldeia celebrava não apenas a tradição, mas o espírito resiliente que Marco e Giulia trouxeram consigo. A festividade anual tornou-se um testemunho do poder de transformação que reside na coragem de se reinventar, honrando não apenas o passado, mas também abraçando o presente com gratidão.

No coração da nova aldeia, Marco construiu uma pequena escola para as crianças locais, desejando proporcionar oportunidades que antes lhe foram negadas. As risadas e os sons de aprendizado ecoavam pelos corredores, marcando uma mudança não apenas para Marco e Giulia, mas para as gerações futuras.

À medida que o tempo avançava, as histórias da aldeia começaram a ecoar além das fronteiras locais. Marco e Giulia, antes desconhecidos, tornaram-se símbolos de esperança e resiliência. Visitantes curiosos vinham de outras aldeias, buscando inspiração na narrativa de Fare San Martino.

O destino, que uma vez pareceu incerto, agora desdobrava-se como uma tapeçaria tecida com fios de perseverança e determinação. Marco e Giulia não apenas encontraram um novo lar, mas também moldaram o curso de suas vidas, criando um legado que transcendeu as páginas do contrato colonial e alcançou os anais da história daquela tranquila aldeia da Romagna.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta / Erechim RS

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Raízes Além-Mar: A Saga dos Pinotto uma Família de Imigrantes Italianos no Brasil




Era o ano de 1853 quando Gioacchino Pinotto nasceu na pequena vila de San Giorgio Bigarelo, no coração da província de Mantova, na Itália. Ele cresceu em meio aos campos verdejantes e aos aromas da rica culinária mantovana, aprendendo desde cedo o valor do trabalho duro e da família. Dois anos depois, em 1855, nascia Elena Bianchi, uma jovem cheia de vitalidade, na vizinha Marmirolo, também província de Mantova.
Os Pinotto eram donos de uma modesta propriedade na vila, herdada dos antepassados, onde cultivavam a terra com dedicação há várias gerações. Contudo, as alterações do clima dos últimos anos e as condições econômicas desafiadoras da Itália naquela época, levaram Gioacchino e Elena a tomar uma decisão difícil, mas corajosa. Como milhares de compatriotas, decidiram buscar novas oportunidades além das fronteiras, rumo ao Brasil.
Em 1887, com seis filhos pequenos e corações repletos de esperança, os Pinotto venderam sua propriedade e outros bens que não poderiam levar consigo. Embarcaram no vapor Himalaia em Gênova, destino ao Rio de Janeiro. O desconhecido os aguardava do outro lado do oceano.
A viagem não foi fácil, e ao chegarem ao Rio, foram surpreendidos por uma estadia inesperada na Hospedaria da Ilha da Flores, decorrente de uma epidemia de sarampo que eclodiu durante a travessia, causando a morte de algumas crianças. Esse período, marcado por desafios e incertezas, fortaleceu ainda mais o vínculo familiar. Determinados a seguir em frente, passada a quarentena, a família navegou até o Paraná, desembarcando em Paranaguá após sete dias de travessia.
A jornada continuou pelo interior do estado até uma nova colônia para imigrantes inaugurada há poucos anos, onde, com o tempo, receberam do governo material para construção de uma modesta casa de madeira. A vida na colônia não era fácil, mas Gioacchino e Elena enfrentaram cada desafio com resiliência, sempre pensando que um dia as coisa mudariam para melhor.  E assim foi, passados seis anos de trabalho árduo finalmente adquiriram um pedaço de terra na densa floresta, próximo ao rio Iguaçu.
Naquela localidade, ergueram a pequena casa de madeira, um lar que testemunhou o crescimento da família. Gioacchino,  habilidoso e determinado a prosperar, construiu um moinho d'água, marcando o início de uma trajetória empresarial. Anos depois, uma serraria a vapor transformou-se em uma próspera empresa, solidificando o legado dos Pinotto no Paraná.
Os seis filhos, batizados com nomes que evocavam suas raízes italianas – Marco, Isabella, Alessandro, Lucia, Matteo e Giorgia –, cresceram enfrentando as adversidades da vida na nova terra. Cada um, à sua maneira, contribuiu para o sucesso da família, destacando-se em diversas áreas da sociedade paranaense.
A história dos Pinotto no Brasil é um testemunho de coragem, perseverança e sucesso diante das adversidades. Uma jornada que começou em uma pequena vila na Itália e floresceu em uma nova terra, construindo não apenas um lar, mas um legado que transcende gerações.





domingo, 8 de outubro de 2023

Imigrantes Italianos Rumo ao Novo Mundo a Bordo do Navio Edilio Raggio em 1895

 

Porto de Nápoles no final do século XIX



Navio Edilio Raggio 


26 de Dezembro de 1895






ABACCHIONE Antonio, Paola, Giuseppe, Francesco e Agostino 
ALDIGHIERI Clemente, Carolina e Santa 
ANDREETTI Giovanni, Regina, Guerino, Gilda, Emma e Maria 
BARUCCO Stefano, Maddalena, Teresa, Carlo, Maria, Angelo e Ippolita 
BERTINI Costante e Zemira
BIASOTTO Giovanni, Giovanna, Maria, Giuseppina, Giovanni, Giovanni, Ida, Maria e Italia 
BIGI Rinaldo, Stella, Luigi e Rosa 
BOARETTO Giovanni B., Maria, Rosa, Antonio, Pasquale, Arcangelo, Marco, Ernesta e Margherita 
BOZZETTI Abramo, Elvira e Erminia 
BRAZZALLOTTO Domenico, Virginia, Giacomo, Andrea, Antonio, Attilio, Gio Batta e Maria 
BRIGATO Gio Batta, Maria, Cesare, Giuseppa, Elisabetta e Gio Andrea 
BRUSCHI Lodovico, Livia, Ruggero, Alfredo, Mariano e Lamberto 
CANESCHI Antonio, Assunta, Angiolina, Maria e Aurelio 
COLLA Antonio e Ancilla 
COLTRI Marianno e Teresa 
CONTESOTTO Luigi e Enrichetta 
CORSO Domenico, Carolina, Antonio e Maria 
CORTE Lorenzo, Antonia, Lucia, Angela, Valentino, Augusta, Giuseppe, Regina, Giacomo e Giovanni 
CORTELAZZI Luigi, Teresa, Elisa, Silvia, Giuseppina, Costante e Virgilio 
DA RUI VARDELLAI Gio Batta, Apolonia, Anna Maria, Pietro, Giovanna, Ernesto, Valentina e Margherita 
DE NADAI Domenico, Catterina, Giovanni, Bernardo, Pietro, Monica, Sigismondo e Isidoro 
FAGGION Romano, Costantina, Giuseppe e Pietro 
FANTON Michele, Laura, Angela, Giovanni e Ottavio 
FORAMIGLIO Angelo, Rosa, Lavinia, Giovanni, Amelia, Amalia e Lodovico 
GIAVARINA Pietro, Cecilia, Lucia, Maria e Felice 
GILARDINI E., Marianna, Caterina, Pietro, Rosa, Bartolomeo e Carlo 
GUARINON Antonio, Maria, Angela, Girolamo e Federico 
GUERRA Maria Luigia, Teresa, Vittorio, Leone, Eugenio, Carolina, Adelaide, Vittorio e Carlo 
LANDI Giuseppe 
LANFRANCHI Luigi, Carolina e Agostina 
LEARDINI Fortunato, Pasqua, Arpalice, Primo, Speriglio, Giuditta, Rosa e Pietro 
LORENZONI Angela 
MACCHERINI Luciano, Barbera, Sante e Pasquale 
MACCHERINI Sante, Maria, Nazzarena, Geremia e Rosa 
MANTOVANI Albano, Erminia, Angelo, Zeffiro, Emes e Oddone 
MARCHESCHI Edoardo, Assunta, Luigi e Giuseppe 
MARCHINI Gio Batta, Marta, Angelo, Rachele e Maria 
MARCONDINI Carlo, Caterina, Caterina e Gaudenzio 
MEDINA Carlo, Marianna, Alessandro, Natale, Angelo, Pasqualina, Giuseppe e Eurico 
MEGGIOLARO Giuseppe, Maddalena, Giordano, Delania, Maria, Carlo, Americo, Lucia e Teobaldo 
MICHELETTO Aristodemo, Isolina, Branca e Rosa 
MONACI Antonio, Antonia, Vittorio, Fortunato, Anna, Emilio e Giuseppa 
MORA Giacomo, Antonia, Pietro, Giuditta, Luigi, Cristina e Cesare 
MORA Pietro, Maria, Maurizio, Antonio, Alessandro e Giovanni 
MORELLO Angelo, Rosa, Amalia e Luigi 
NERI Evaristo, Elena, Catterina, Irene e Margherita 
NOCCIOLI Luigi, Argia e Paris 
NUCCI Nicolò, Costanza, Raffaelo e Caterina 
PACI Domenico, Margherita, Telemaco, Orlando e Catterina 
PACI Mario, Vittoria, Giuseppe, Giovanni e Pasquale 
PELLEGRINI Domenico, Annunziata, Giuseppa, Angiolo, Pellegrino, Antonia, Colombo, Lino e Irma 
PRETI Vittorio, Teresa, Maria e Gaudenzio 
RIBON Giovanni e Domitilla 
RIGOTTO Gio Batta e Rosa 
RINALDINI Rinaldo, Palmira e Mario 
SCARPELLI Francesco, Enrichetta, Giustina, Maria, Angiolina, Bonafede, Adele, Vittorio e Annina 
SEGATTO Francesco, Regina, Teresa, Giovanna, Luigia, Valentino, Maria e Gennaro 
SERAFIN Antonio, Veronica, Pietro, Luigi, Giovanni, Agostino, Amelia, Agostino, Maria e Angelo 
SIMONETTI Luigi e Eurico 
SIMONETTI Paolo, Livia, Egisto, Amalia, Antonio, Carolina e Lorenzo 
STAGETTI Antonio, Emilia, Virginia, Michele, Andrea e Andrea 
TACCHI Giovanni, Carolina e Medea 
TIEZZO Domenico. Com TIEZZO Pietro, Uncilla, Settimo, Ulisse, Emilio e Angelo 
TOZZINI Giovanni, Caterina, Pietro e Rosa 
TRAVAINI Gaudenzio, Giuseppa, Maria, Regina, Giuseppe, Maria Angela e Giovanni 
TREMOLADA Giovanni, Carolina e Maria 
VALLEGGIA Luigi, Clara, Luigia, Giuseppe, Giuseppa e Pietro 
VAZZOLER Orsola, Pasqua e Sante 
VICARIO Domenico, Teresa, Bartolomeo, Santino, Giuseppe e Pietro 
Vincenzo, Clorinda, Felice, Pasquale, Maria e Amelia 
ZAMPROGNA Luigi, Carlotta, Ettore, Guida, Gino, Attilio e Raimondo 
ZANCAN Narciso, Catterina, Alessandro e Riccardo 
ZANETTA Pietro, Rosa, Giuseppe, Maria, Luigi, Bartolomeo e Celestina