Era o ano de 1853 quando Gioacchino Pinotto nasceu na pequena vila de San Giorgio Bigarelo, no coração da província de Mantova, na Itália. Ele cresceu em meio aos campos verdejantes e aos aromas da rica culinária mantovana, aprendendo desde cedo o valor do trabalho duro e da família. Dois anos depois, em 1855, nascia Elena Bianchi, uma jovem cheia de vitalidade, na vizinha Marmirolo, também província de Mantova.
Os Pinotto eram donos de uma modesta propriedade na vila, herdada dos antepassados, onde cultivavam a terra com dedicação há várias gerações. Contudo, as alterações do clima dos últimos anos e as condições econômicas desafiadoras da Itália naquela época, levaram Gioacchino e Elena a tomar uma decisão difícil, mas corajosa. Como milhares de compatriotas, decidiram buscar novas oportunidades além das fronteiras, rumo ao Brasil.
Em 1887, com seis filhos pequenos e corações repletos de esperança, os Pinotto venderam sua propriedade e outros bens que não poderiam levar consigo. Embarcaram no vapor Himalaia em Gênova, destino ao Rio de Janeiro. O desconhecido os aguardava do outro lado do oceano.
A viagem não foi fácil, e ao chegarem ao Rio, foram surpreendidos por uma estadia inesperada na Hospedaria da Ilha da Flores, decorrente de uma epidemia de sarampo que eclodiu durante a travessia, causando a morte de algumas crianças. Esse período, marcado por desafios e incertezas, fortaleceu ainda mais o vínculo familiar. Determinados a seguir em frente, passada a quarentena, a família navegou até o Paraná, desembarcando em Paranaguá após sete dias de travessia.
A jornada continuou pelo interior do estado até uma nova colônia para imigrantes inaugurada há poucos anos, onde, com o tempo, receberam do governo material para construção de uma modesta casa de madeira. A vida na colônia não era fácil, mas Gioacchino e Elena enfrentaram cada desafio com resiliência, sempre pensando que um dia as coisa mudariam para melhor. E assim foi, passados seis anos de trabalho árduo finalmente adquiriram um pedaço de terra na densa floresta, próximo ao rio Iguaçu.
Naquela localidade, ergueram a pequena casa de madeira, um lar que testemunhou o crescimento da família. Gioacchino, habilidoso e determinado a prosperar, construiu um moinho d'água, marcando o início de uma trajetória empresarial. Anos depois, uma serraria a vapor transformou-se em uma próspera empresa, solidificando o legado dos Pinotto no Paraná.
Os seis filhos, batizados com nomes que evocavam suas raízes italianas – Marco, Isabella, Alessandro, Lucia, Matteo e Giorgia –, cresceram enfrentando as adversidades da vida na nova terra. Cada um, à sua maneira, contribuiu para o sucesso da família, destacando-se em diversas áreas da sociedade paranaense.
A história dos Pinotto no Brasil é um testemunho de coragem, perseverança e sucesso diante das adversidades. Uma jornada que começou em uma pequena vila na Itália e floresceu em uma nova terra, construindo não apenas um lar, mas um legado que transcende gerações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário