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quarta-feira, 25 de abril de 2018

Don Angelo Cavalli e os Emigrantes Vênetos na Província do Paraná



O padre Ângelo Cavalli nasceu em 1840 na cidade de Valstagnan província de Vicenza. Ainda muito jovem já tinha sido pároco em uma localidade chamada Oliero, distante apenas 2 km de Valstagna e aproximadamente outros 15 km de Bassano del Grappa. Algum tempo antes, também já havia sido capelão em Liedolo, Calvene e Cassola, todas as três pequenas cidades muito próximas entre si, todas localizadas na província de Vicenza. Como pároco era muito ouvido e respeitado. Tinha uma influência muito grande junto aos seus fiéis. Quando estes decidiram emigrar foram antes pedir o seu conselho. 
Ele então decidiu acompanha-los emigrando junto com os seus paroquianos, decisão esta que o fez sofrer muitas dificuldades, inclusive com a própria igreja. 
No Arquivo Público do Paraná encontramos o registro dos sobrenomes de um grande número de imigrantes italianos, a quase maioria composta de vênetos, que foram recrutados e vieram com o Padre Angelo Cavalli para a Província do Paraná no ano de 1877. Eles chegaram ao Estado através do Porto D. Pedro II, em Paranaguá, nos dias 15 a 17 de Novembro deste mesmo ano, destinados à Colonia Nova Itália, em Morretes. 
Trata-se de quase 800 emigrantes italianos que possuíam contrato de emigração e destinação definida. Alguns anos mais tarde, com o falimento do projeto Colônia Nova Itália, a maioria deles subiu a Serra do Mar e se fixou nas várias colônias em formação nos arredores de Curitiba, entre elas a Colônia Dantas, atual Bairro da Água Verde. 
Na longa relação com todos os nomes, vamos relacionar somente os sobrenomes, os quais, as vezes, identificavam mais de um grupo familiar. Assim nesses dias chegaram as famílias:

Accordi, Alberti, Ambrosi, Andreatta, Arcot, Bassani, Basso, Battaglia, Bazza, Bernardino, Bertopetto, Bobbato, Bonato, Bonin, Bonturio, Busato, Caliari, Carazzai, Carrozai, Casagrande, Cativelli, Cavallari, Cavalli, Cavarzin, Ceccon, Cemin, Ceremin, Chemenazzo, Cicanto, Cocchinel, Conte, Costa, Dagostin, Dalazuanna, Daldin, Dalla Zuana, Diapaolo, Disegna, Dolta, Dondeo, Ferronato, Fracaro, Fracarolli, Gabardo, Generini, Gianesin, Giuliani, Grando, Guarise, Guernesini, Lavaro, Lazzaroto, Leonardi, Lusardi, Maestrello, Marchiori, Marconcini, Mareschi, Martin, Martini, Menegato, Mattani, Menon, Migianlaro, Mingleti, Mocellin, Mocellin, Moletta, Moreschi, Mosele, Motin, Motin, Nicoli, Nodari, Panzarim, Pasi, Pasinato, Pieroboni, Polati, Poli, Pomparollo, Pontarollo, Pracaro, Razzolin, Riva, Roza, Sarchetti , Sartore, Sasso, Scamagnotte, Scamoncini, Scopel, Scremin, Settin, Signoretti, Spoladore, Strapasson, Tasca, Tessari, Todeschini, Tomasi, Tosin, Trevensoli, Vittorazzo, Volpe, Zaffari, Zanon, Zanoni, Zem, Zuelle. 

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

terça-feira, 6 de março de 2018

Colônia Alessandra e a Imigração Vêneta no Paraná



A Colônia Alessandra, ou Alexandra, também conhecida pelos imigrantes italianos como "O Purgatório", foi fundada em 10 de Fevereiro de 1872, localizada a aproximadamente 14 km de Paranaguá, cidade litorânea e porto de mar do Estado do Paraná.O clima muito quente e úmido predominante naquela zona, propiciava o aparecimento de inúmeras doenças tropicais causadas por insetos, as quais muito breve foram motivo de irritação e descontentamento entre os imigrantes com muito sofrimento e mortes.As desventuras dessa colônia, que chegou a ter um grande número de imigrantes, começaram muito antes da sua fundação, já na escolha do local a ela destinado.O homem de negócios Savino Tripoti, natural de Teramo, província de Abbruzzo, fugindo da justiça italiana, veio se refugiar na América, primeiramente na Argentina por volta de 1864, foi posteriormente absolvido das acusação que lhe pesavam. Na Argentina, ainda antes de 1870, adquiriu experiência com projetos de colonização tendo chegado a assumir o cargo de diretor a Colônia Emilia, província de Santa Fé e na Colônia Ausonia, esta na província do Chaco. Em 07 de Junho de 1871 este empresário assinou contrato com o governo imperial brasileiro que previa a chegada de 2.500 imigrantes nos próximos 6 anos.Tripoti, como tantos outros empresários daquela época que se dedicavam a ganhar rapidamente dinheiro com projetos de colonização, equiparavam os agricultores imigrantes com qualquer outro tipo de mercadoria e pouco distinguiam as necessidades dos homens com aquelas dos animais. Muito sofrimento, desespero e vidas perdidas durante este processo de colonização mal conduzido.Também o governo imperial brasileiro teve a sua parcela de culpa, na medida que pouco exigia na escolha dos seus contratados, mergulhado em uma burocracia que tornava ineficaz a vigilância do trabalho desses empresários. A Colônia Alessandra durou até meados de 1877, quando após uma série de acontecimentos trágicos, que se sucederam em rítmo contínuo, apressaram a sua extinção.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS