A Sereníssima República Veneta, depois de onze séculos de independência e gloriosa soberania, foi dissolvida em 12 de Maio de 1797, após a invasão das tropas napoleônicas, quando foi arriada a bandeira com o leão alado de San Marco.
A partir de então o Veneto inicia um dos períodos mais dramáticos da sua história. Napoleão saqueia Veneza e todas as possessões venezianas localizadas em terra firme, que hoje se conhece como região do Veneto e outras mais no Mediterrâneo, devastando-as e exigindo delas altos tributos.
O sistemático saqueio de Veneza que ocorreu a seguir incluiu tesouros, obras de arte de valor inestimável, como os quatro cavalos de bronze que estavam na Basílica de São Marco, antigas relíquias e pinturas de dezenas de artistas venezianos famosos, que ainda hoje, não foram devolvidos pela França e estão no Museu do Louvre.
Os franceses saquearam completamente Veneza. Eles ainda roubaram ou afundaram toda a marinha da República de Veneza e destruíram grande parte do famoso Arsenal, um final triste para aquela que já tinha sido uma das marinhas mais poderosas da Europa.
Os franceses e os austríacos fizeram um acordo de paz secreto em 17 de abril de 1797, o chamado Tratado de Leoben que, em troca de fornecer Veneza à Áustria, a França receberia as possessões austríacas na Holanda.
Em 18 de janeiro de 1798, os austríacos assumiram o controle de Veneza, o qual teve curta duração, pois Veneza estaria de volta ao controle francês em 1805. Em seguida, retornou às mãos austríacas em 1815 como o Reino Lombardo-Vêneto até sua incorporação ao Reino da Itália em 1866.
Os dois períodos de domínio napoleônico do Veneto se caracterizaram pela devastação, o sistemático roubo de obras de arte venetas, que eram levadas para Paris, pela fome e o desespero das populações. Segundo alguns estudiosos, nesses períodos os impostos tiveram aumentos significativos jamais vistos, chegando em muitos produtos até a 780%.
Além de dividir o Veneto em sete departamentos, de criar pesados impostos que atingiam duramente a população, Napoleão impôs o serviço militar obrigatório por 4 anos, aos rapazes vênetos, com idade entre 20 e 25 anos, retirando com isso um grande número de braços necessários para o trabalho no campo.
Na malsucedida invasão da Rússia, concluída com a derrota de Napoleão, as margens do rio Beresina, em 24 de junho de 1812, dos cerca 27 mil jovens vênetos, então obrigados a se alistarem no exército napoleônico, somente cerca de mil deles retornaram vivos.