Nos anos finais do século XIX a
emigração definitiva para fora da Itália, muitos setores da igreja começaram a
se preocupar com este novo fenômeno. Até então a Itália conhecia,
principalmente nas províncias mais setentrionais, um outro tipo de imigração
que acompanhava a sazonalidade das safras e colheitas. Era a chamada emigração
sazonal, onde quem quase sempre emigrava era o chefe da família e os filhos
homens maiores de idade. Ficavam fora por alguns meses e depois retornavam
sempre para as suas casas. Também podemos citar aqueles que tinham profissões e
percorriam continuamente diversas cidades de vários países por conta do seu
trabalho: fabricantes e reparadores de cadeiras, funileiros, carpinteiros,
vendedores ambulantes, cantores, músicos e outros artesões. Com as dificuldades
sempre maiores também chegou a vez para as mulheres darem a sua parte de
contribuição no fenômeno migratório para os países vizinhos, especialmente no
império austro- húngaro, na França e também nas famílias nobres espalhadas por
toda a Itália. As jovens partiam para trabalhar como domésticas e as aquelas
que eram mães para serem amas de leite, as chamadas balias. Essas geralmente eram provenientes das montanhas de Beluno,
muito procuradas devido a sua saúde privilegiada e excelente qualidade e
quantidade de leite que podiam fornecer. Evidentemente deixavam os seus filhos
naturais em casa, sendo alimentados artificialmente por alguém da família que
ficava.
Pietro Colbachini nasceu em Bassano Del
Grappa, província de Vicenza, no Vêneto em 12 de setembro de 1845. Entrou
para a Ordem dos Jesuítas, mas, por motivos de saúde não chegou a fazer os
votos perpétuos, permanecendo assim como noviço. Foi ordenado sacerdote algum
tempo depois, em 1869. Quando ainda na Itália tentou reunir missionários para
atuar na América, junto aos emigrados, mas, infelizmente não conseguiu.
Sensibilizado pelos diversos pedidos dos seus conterrâneos por atendimento
espiritual em 1884 conseguiu autorização da Sagrada Congregação de
Propaganda da Fé para ir a América como missionário apostólico. Na verdade, Padre
Colbachini queria criar uma entidade para o atendimento dos emigrados, e quando
conheceu a iniciativa do Monsenhor Scalabrini, imediatamente solicitou a sua
filiação. Partiu espontaneamente logo depois para o Brasil, mais
especificamente para o estado do Paraná, seguindo as pegadas dos imigrantes. Em
pouco tempo na nova terra fundou quase duas dezenas de capelas e uma grande
igreja na Colônia Santa Felicidade, nos arredores da capital paranaense.
No Paraná, diante do fracasso de
instalar colônias no litoral, o governo da província passou a investir nos assentamentos
em regiões próximas da capital que
apresentavam condições mais favoráveis ao desenvolvimento econômico dos
imigrantes, os quais na sua maioria eram agricultores.
É justamente nessas novas colônias, algumas distantes mais de 50 Kms que se deu a atuação do padre Colbachini e depois de alguns anos e de ter criado mais de 30 capelas e igrejas, doente e se sentindo muito fraco para continuar, solicitou o seu retorno na Itália, onde veio falecer com a idade de 55 anos.
É justamente nessas novas colônias, algumas distantes mais de 50 Kms que se deu a atuação do padre Colbachini e depois de alguns anos e de ter criado mais de 30 capelas e igrejas, doente e se sentindo muito fraco para continuar, solicitou o seu retorno na Itália, onde veio falecer com a idade de 55 anos.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS