Com a esperança de encontrar melhores condições de vida, cerca de 380 camponeses italianos foram trazidos pelo navio La Sofia, desembarcando no Brasil em 21 de fevereiro de 1874.
As longas viagens de navio eram feitas em condições precárias, mas de acordo com documentos históricos, a confiança em uma vida melhor dava ânimo às pessoas.
Antes de embarcar eles precisavam percorrer longas distâncias dentro do próprio país, já que os navios saiam dos portos de Nápoles e Gênova. As passagens pagas pelos fazendeiros ou pelo governo brasileiro eram de terceira classe, quase sempre nos porões das embarcações.
A travessia podia demorar até 40 dias, conforme o destino final. Por conta da insalubridade, da falta de alimentação adequada, das precárias condições de higiene a bordo, da umidade e da superlotação, muitos passageiros adoeciam, principalmente as crianças pequenas e os idosos, que morriam antes de completá-la. Esses mortos eram sepultados no mar, enrrolados em cobertor ou lençóis e estas são as cenas mais fortes que ficaram indelevelmente marcadas na memória dos nossos antepassados.
O desembarque acontecia no porto do Rio de Janeiro, ou no de Santos e a partir daí, os imigrantes eram conduzidos para uma hospedaria de trânsito, e posteriormente para o local onde iriam se instalar. Para aqueles que tinham destino o Paraná e Santa Catarina, deviam embarcar em outro navio, para o porto de Paranaguá. Para os destinados ao Rio Grande do Sul, também precisavam embarcar em outro navio com destino à Porto Alegre. Antes desses embarques domésticos os imigrantes recem chegados deviam passar por uma quarentena na Ilhas das Flores, no Rio de Janeiro, onde ficavam alojados em uma hospedaria.
De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os imigrantes italianos da época da “grande imigração” partiram de diversas regiões.
A maioria deles, quase 400 mil, partiram da região do Vêneto, no norte da Itália, onde, principalmente, na zona rural a população enfrentava a pobreza e a fome, desde a queda de Veneza o que piorou anos depois com a unificação da Itália. Os vênetos são seguidos de perto pelos italianos das regiões da Campania (166 mil), Calabria (113 mil), Lombardia (105 mil), Abruzzi/Molise (93 mil) e Toscana (81 mil).
Somente as regiões da Liguria, Umbria, Lazio e Sardenha não enviaram um número significativo de imigrantes ao Brasil.
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