Mostrando postagens com marcador imigração italiana para Boa Vista do Erechim. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador imigração italiana para Boa Vista do Erechim. Mostrar todas as postagens

sábado, 26 de setembro de 2020

Italianos em Erechim no Ano do Cinquentenário da Imigração 1875 - 1925


Erechim já fez parte de Passo Fundo e habitado somente por alguns fugitivos da justiça que, aproveitando das densas florestas existentes, se escondiam da lei nas vizinhanças das barrancas do Rio Uruguai.

No ano de 1908 o governo do estado resolveu colonizar essas terras despovoadas e rapidamente chegaram grandes número de  pessoas provenientes de diversos municípios agrícolas do estado e também imigrantes vindos do exterior. 


Para dirigir a recém criada Comissão de Terras e Colonização foi nomeado o Dr. Severiano de Almeida, à partir de então Erechim foi elevada a categoria de 8º distrito de Passo Fundo. Nessa época foi dato início a demarcação dos lotes coloniais na margem direita do Rio dos Índios, onde hoje se encontra o município de Erechim, a 5 Km da estação do mesmo nome. O atual município de Erechim nessa época Boa Vista, possuía os seguintes distritos: Boa Vista (ex Paiol Grande) sede do município; Erechim (antiga sede da colônia); Marcelino Ramos (última estação de trem no estado da linha S. Paulo/ Rio Grande do Sul); Erebango (ramo ferroviário que atravessando Quatro Irmãos vai em direção a Nonoai, no município de Palmeira das Missões); Barro (atual Gaurama); 13 de Maio (atual Áurea); Rio Novo (atual Aratiba) e centros menores como: Capo-Erê, Viadutos - ambas pequenas estações de trem da linha São Paulo - Rio Grande,  Floresta (ainda não era distrito e depois Barão de Cotegipe), Nova Itália (depois Severiano de Almeida), Três Arroios (nessa época ainda não era distrito), Rio Toldo (a estrada entre Boa Vista e Erechim), Formiga (mais tarde Getúlio Vargas) e 7 de Setembro (na estrada entre Erechim e Sananduva). A população em 1925 ultrapassava 40 mil habitantes predominando os descendentes de imigrantes italianos, seguidos por poloneses e alemães. 



Indústria 

Os principais industriais na época eram: Dal Molin, Sciullo & Cia, Saule Pagnoncelli & F.º com refinarias de banha, Giuseppe Bonaldo e Cia. marcenaria, Bottega & Cia comércio de madeiras, Bortolo Balvedi com fábrica  de bebidas, Mottin com fábrica de chapéus, Luigi Longo, Cesarino Galli e Irmãos Menta  com ferrarias, Virginio Biolo, Demetrio Molon & Cia,  Firmino Ricardi com moinhos, Guerino Casambó com moagem de café. 


Comércio 

Os principais comerciantes em 1925: 

No 1º Distrito, Boa Vista (ex Paiol Grande): Saulle Pagnoncelli & F.º, Achille Caleffi & Cia, Batista Grando, Emilio Grando, Luigi Fossati, F. Giovanni Massignan, Attilio Assoni, Santo Graziotin, Luigi Lise, Achille Grando, Valentino Berto, Umberto Vicari, Antonio Deboni, Antonio Tomaselli, Pietro Bonin, Irmãos Zambonato, Pietro Guerri, quase todos no 1º Distrito Boa Vista (ex Paiol Grande).

No 2º Distrito Erechim, a antiga sede da colônia: Ricardo Bordignon, Giuseppe Troglio, F. A. Scussel & Cia, Giacomo Manin, Luigi Piccoli, Guido Giacomozzi e Irmãos, Domenico Donida, Antonio Ascari, Giuseppe Zanardo, Andrea Mafassoni, Gabriele Robinot. 

No 3º Distrito, Marcelino Ramos: Saule Pagnoncelli (sucursal) Angelo Locatelli, Floriano Zordoni, Guerino Maito, Beniamino Fontana, Domenico Bonetto, Formighieri e Irmãos, Redenzio F. Zordan, Allegreti (refinaria de banha e fábrica de conservas) Giuseppe Scaramocin (ferraria a vapor) 

No 5º Distrito, Barro (Gaurama): Pedro Lunardi e Irmão, Giuseppe Spon, Giovanni Sponchiado, Giovanni Bordignon, Antonio Lunardi, Irmãos De Pario.

No 6º Distrito, 13 de Maio: Antonio Bos.

No 7º Distrito, Rio Novo (Aratiba): Grazetto & Cia, Luigi Poletto.

Serrarias 

No 1º Distrito, Boa Vista: Achille Caleffi & Cia, Angelo Emilio Grando e Irmãos, Achille Grando, Domenico Dal Pasquale, Angelo Cappelletto, Giovanni Rizzon, Luigi Michelon & Cia, Caleffi Scipione, Umberto Vicari, Agostino Passello, Paolo Dal Bianco, Biolo Capra & Cia, Giuseppe Mecca, Giovanni Morosini, milioni Argenta & Filhos, Vescovi e Meneghetti, Andrea Maggione, Attilio Assani, Grando e Pedrollo, Emilio Zanin, Carlo De Moliner, Giovanni Balvedi, Enrico Barbieri, Irmãos Badalotti, Pietro Bottega e Piazza, Virginio Dell'Igna & Cia, Antonio Valin, Pietro Giaretta, Amadio Mariga & Cia, Angelo Poletto, Bevilacqua Ferrazzo, Meneguzzo, Smaniotto. 

No 2º Distrito, Erechim, antiga sede da colônia: Gabriele Balbinotti, Antonio Pertile, Angelo Dall'Agnol, Antonio Pilloni & Cia, Tranquilo De Carli, Ermenegildo Vescovi, Lorenzoni, Bordignon e muitos outros.

No 3º Distrito Marcelino Ramos: Allegretti & Cia, Antonio Brancher, Angelo Brancher, Stefano Bonet.

No 4º Distrito Erebango: Emilio Noal, Giuseppe Pizzotto.

No 5º Distrito Barro (Gaurama): Giovanni Bordignon, Antonio Serena, Pietro Lunardi & Filho, Lunardi Barbieri, Giovanni Zoter & Cia. 

No 6º Distrito 13 de Maio: Antonio Lunardi 

No 7º Distrito Rio Novo (Aratiba): Giovanni Bellani 


Profissionais 

1- Fotógrafos: Vittorio Lazarotto, Giovanni Antonini, Edoardo                                                                        Macchiavelli 

2- Sapateiros: Eugenio Isoton, Giuseppe Incerti, Achille Tomaselli 

3- Cortumes: Giulio Trombini, Aurelio Caldart, Achille Tomaselli, Antonio Tomaselli 

4- Alfaiates: Ismaele Pezzini, Guglielmo Pezzana, Alberto Incerti 

5- Carpinteiros: Alberto Parenti, Giuseppe Cervelin, Giuseppe Alberici, Giuseppe Pigozzo, Francesco Pigozzo, Silvio Viero, Francesco Provenzano, Giuseppe Bortolazzo, Domenico Della Costa, Giulio Valmorbida


Bancos 

1- Banco Pelotense 

2- Banco da Província do Rio Grande do Sul 

3- Banco Nacional do Comércio


Nota

Este relato é um resumo do capítulo referente a Erechim, de autoria de Carlo Mantovani, e faz parte do álbum comemorativo do Cinquentenário da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul, publicado no mesmo ano de 1925, constando de dois volumes.

Em uma obra tão extensa, certamente a mais completa já publicada mostrando a pujança da imigração italiana no estado, existe a possibilidade de que tenham sido, involuntariamente, omitidas algumas pessoas, fato que não desmerece este importante documento. 

Lembro também que neste ano de 1925, Erechim, então Boa Vista, tinha apenas 7 anos de existência como município. Mesmo assim já podemos constatar a importância e a força dos imigrantes italianos, e de seus descendentes, aqui instalados e razão de serem incluídos neste blog. 

Esta obra se reveste de grande importância histórica pelo relato da formação da cidade, desde os seus primeiros anos. É um importante registro daqueles italianos e seus descendentes que escolheram esta cidade para viver,  os quais, unidos com os demais imigrantes, de tantas outras nacionalidades que aqui chegaram, contribuíram para o progresso da grande Erechim.  

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta 
Erechim RS