Um grupo de imigrantes italianos, formado por 12 famílias, quase todos provenientes do “comune” de Istrana, província de Treviso, região do Vêneto, que nessa época era uma pequena cidade de pequenos agricultores, a maioria meeiros e arrendatários de terras. As famílias eram quase sempre muito numerosas e a grave crise que atingiu o campo em todo o Vêneto, especialmente nos anos que se seguiram à anexação deste pelo Reino da Itália, precipitaram uma grande carestia, quando impostos exorbitantes exigiam cada vez mais dos empobrecidos habitantes, atingindo sempre os mais desamparados. Foram os pequenos agricultores vênetos que suportaram nos ombros o custo da formação do novo país chamado Itália.
Em meados de 1888 esse pequeno grupo deixou Istrana, partindo em emigração para a América, aquelas terras do tão sonhado eldorado, rompendo para sempre aquela condição de subserviência que viviam e que já durava alguns séculos. Partiram em meados de 1888 pelo Porto de Gênova, com o vapor Rio de Janeiro. Segundo relatos de um descendente dos primeiros emigrantes, Aurelio Bortoletto, citando palavras do seu pai Nicodemo Bortoletto, navegaram por quase três meses até chegarem ao Brasil, pelo Porto de Santos. Essa longa viagem priva de qualquer conforto foi pontilhada de muitos acontecimentos, como a morte de Ernesto, filho de um dos casais emigrantes, uma criança de apenas 1 ano de idade. O sepultamento no mar daquele pequeno corpo ficou indelevelmente marcado na lembrança de todos.
De Santos vieram para o Paraná através do Porto de Paranaguá e logo foram encaminhados para a Colônia São Carlos, que antes era uma colônia de alemães, onde cada família recebeu um lote de terra equivalente à 18 campos trevisanos, ou seja de aproximadamente 93.684 metros quadrados.
A vida foi muito dura para todos, especialmente nos primeiros anos da chegada na nova pátria. Os acontecimentos foram cronologicamente narrados três vezes ao ano por Bernardo Gemin, em cartas regularmente enviadas para amigos e parentes ainda na Itália. Segundo seus relatos, descreve que nos primeiros 20 dias da chegada na colônia, dormiam sobre a terra antes da construção dos barracões. Uma das primeiras providências foi construírem uma pequena igreja e como não havia padres e por saber ler e escrever o Sr. Bernardo assumiu a catequese e as funções, organizando as orações para o grupo “pregando la corona”. Também cuidava de uma pequena escola.
Hoje a Colônia São Carlos é um dos diversos bairros da cidade da Lapa.
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Alguns Sobrenomes italianos na Lapa, Estado do Paraná:
Gemin
Caus
Favaro
Tom
Cavallin
Ricetto
Delponte
Ferrari
Sera
Piovesan/Piovezan
Vidal
Vidal
Scandelari
Pierin
Fantin
Bortoletto
Erechim RS
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